A primeira quarta-feira do mês é diferente, no Bar Quebra, em Coimbra. As bandejas levam álcool e sumos naturais, porque é noite de "Juicy Event" ("Evento Sumarento"). Tudo em nome da nossa saúde.
Por detrás da iniciativa está a associação Existências, sem vocação para dar lições de moral, mas preocupada com os riscos associados ao consumo de álcool. "A saúde das pessoas é que nos move. Não adoptamos uma postura de não consumo de álcool. Dizemos: consome informado, sabendo os efeitos que tem", explica Paulo Anjos, dirigente da associação sediada em Coimbra. O JN esteve lá, na noite de anteontem, e confirmou: eles não vedam o álcool a ninguém. Mas o responsável do bar, Paulo França, consegue ser muito persuasivo.
"Ia pedir um fino, só que o empregado convenceu-me a beber um sumo", conta Miguel Tavares, 19 anos, estudante de Engenharia Informática habituado a consumir álcool. Ao lado está a açoriana Catarina Cordeiro, de Psicologia. Tem 20 anos e aplaude a ideia. Ela não deu luta na hora de trocar o café pelo sumo de kiwi, banana e maracujá: "Devia haver sempre alternativas destas, nos bares. Sabe bem variar".
Esta é a terceira edição do "Juicy Event". O Bar Quebra foi o aliado desde a primeira hora. E Paulo França aproveita para treinar as suas receitas de sumos naturais, feitos a partir de fruta fresca, cedidos a troco de euro e meio. "Muitas das ideias vêm das papas que dou à minha filhota, que tem três anos", conta. Paulo, que trabalha ali há quase uma década, tem um sentido de dever apurado. "Temos de ser educadores de boémios. Quando achamos que o cliente já está a exagerar no consumo de álcool, convencemo-lo a não beber mais". Este é mais um passo no sentido de educar - desta feita, os hábitos dos noctívagos.
"Há uma relação entre sair à noite e beber álcool. A ideia não é fazer as pessoas evitar esse consumo, mas mostrar que há outros, melhores para a saúde", esclarece Paulo Anjos. Três vezes por semana, a associação faz rondas pelos bares e discotecas de Coimbra, distribuindo panfletos a informar sobre os riscos associados ao consumo de substâncias psicoactivas - lícitas e ilícitas - em contextos recreativos nocturnos. É que estes "eventos sumarentos" fazem parte do "Nov' Ellos", um projecto mais vasto, apoiado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência, que pretende, não apenas prevenir o consumo, mas também reduzir os perigos inerentes.
Os jovens adultos são o alvo principal destas campanhas. Maria Lobo, psicóloga e técnica do projecto "Nov'Ellos", fala em miúdos de 12 anos já com hábitos de consumo regular de bebidas alcoólicas, por exemplo. E concluiu, com base num questionário a 300 alunos da Universidade de Coimbra, que mais de 50% consome álcool semanalmente. "As pessoas têm muito receio das drogas ilegais. O álcool é mais tolerado. Assustam-se, se souberem que os filhos experimentaram cannabis; mas não se souberem que eles se embebedam todos os fins-de-semana", exemplifica.
Outra tendência observada é que os jovens começam a beber cada vez mais cedo, optando, sobretudo, pelas bebidas destiladas, com alto teor alcoólico. "Hoje há uma moda: quanto mais rapidamente me embebedar, melhor", diz Paulo Anjos. No autocolante que se prepara para afixar na casa-de-banho, lê-se: "O uso de álcool e outras drogas em ambientes recreativos não é obrigatório, nem sinónimo de diversão ou bem-estar!".
Por detrás da iniciativa está a associação Existências, sem vocação para dar lições de moral, mas preocupada com os riscos associados ao consumo de álcool. "A saúde das pessoas é que nos move. Não adoptamos uma postura de não consumo de álcool. Dizemos: consome informado, sabendo os efeitos que tem", explica Paulo Anjos, dirigente da associação sediada em Coimbra. O JN esteve lá, na noite de anteontem, e confirmou: eles não vedam o álcool a ninguém. Mas o responsável do bar, Paulo França, consegue ser muito persuasivo.
"Ia pedir um fino, só que o empregado convenceu-me a beber um sumo", conta Miguel Tavares, 19 anos, estudante de Engenharia Informática habituado a consumir álcool. Ao lado está a açoriana Catarina Cordeiro, de Psicologia. Tem 20 anos e aplaude a ideia. Ela não deu luta na hora de trocar o café pelo sumo de kiwi, banana e maracujá: "Devia haver sempre alternativas destas, nos bares. Sabe bem variar".
Esta é a terceira edição do "Juicy Event". O Bar Quebra foi o aliado desde a primeira hora. E Paulo França aproveita para treinar as suas receitas de sumos naturais, feitos a partir de fruta fresca, cedidos a troco de euro e meio. "Muitas das ideias vêm das papas que dou à minha filhota, que tem três anos", conta. Paulo, que trabalha ali há quase uma década, tem um sentido de dever apurado. "Temos de ser educadores de boémios. Quando achamos que o cliente já está a exagerar no consumo de álcool, convencemo-lo a não beber mais". Este é mais um passo no sentido de educar - desta feita, os hábitos dos noctívagos.
"Há uma relação entre sair à noite e beber álcool. A ideia não é fazer as pessoas evitar esse consumo, mas mostrar que há outros, melhores para a saúde", esclarece Paulo Anjos. Três vezes por semana, a associação faz rondas pelos bares e discotecas de Coimbra, distribuindo panfletos a informar sobre os riscos associados ao consumo de substâncias psicoactivas - lícitas e ilícitas - em contextos recreativos nocturnos. É que estes "eventos sumarentos" fazem parte do "Nov' Ellos", um projecto mais vasto, apoiado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência, que pretende, não apenas prevenir o consumo, mas também reduzir os perigos inerentes.
Os jovens adultos são o alvo principal destas campanhas. Maria Lobo, psicóloga e técnica do projecto "Nov'Ellos", fala em miúdos de 12 anos já com hábitos de consumo regular de bebidas alcoólicas, por exemplo. E concluiu, com base num questionário a 300 alunos da Universidade de Coimbra, que mais de 50% consome álcool semanalmente. "As pessoas têm muito receio das drogas ilegais. O álcool é mais tolerado. Assustam-se, se souberem que os filhos experimentaram cannabis; mas não se souberem que eles se embebedam todos os fins-de-semana", exemplifica.
Outra tendência observada é que os jovens começam a beber cada vez mais cedo, optando, sobretudo, pelas bebidas destiladas, com alto teor alcoólico. "Hoje há uma moda: quanto mais rapidamente me embebedar, melhor", diz Paulo Anjos. No autocolante que se prepara para afixar na casa-de-banho, lê-se: "O uso de álcool e outras drogas em ambientes recreativos não é obrigatório, nem sinónimo de diversão ou bem-estar!".
Carina Fonseca
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