Quais os tipos de consumo?
O acto de
beber e de ficar alcoolizado não é um acto que acontece desde logo, Washton
& Zweben (2009, p.16) falam de uma “sequência” no consumo de
substâncias que pode levar à dependência:
Uso experimental: “é a iniciação
no uso, motivada pela curiosidade a experimentar o efeito da droga, ocorrendo,
geralmente, numa situação social. É limitado a poucas exposições, não
desenvolvendo um padrão regular de uso, sendo que nenhum dano ou consequência
relacionada à substância é evidente. Sabe-se, porém, que não existem níveis de
uso completamente livres de risco”;
Uso ocasional: “também conhecido como uso social ou
recreativo, nos quais o uso é raro e irregular e as quantidades consumidas são
modestas. Em relação ao álcool, mesmo o uso social moderado pode deprimir o
humor”;
Uso regular: “quando o uso se torna mais frequente e
padronizado. Cria-se o hábito e estabelece-se um padrão regular”;
Uso circunstancial ou
situacional: “padrões onde a
substância produz tipos específicos de efeitos considerados desejáveis para
aguçar uma experiência ou enfrentar melhor certas situações”;
Uso compulsivo: “um
padrão episódico no qual grandes quantidades de álcool são consumidas
intensamente durante um único episódio de uso. O uso compulsivo pode ser
alternado por longos períodos de abstinência com pouca ou nenhuma necessidade
de consumo”;
Abuso: quando o indivíduo apresenta problemas
significativos relacionados à substância, repetidamente, em áreas importantes
da vida como a saúde”;
Dependência: “é a
categoria mais problemática do uso de substâncias, evidenciando-se pela
preocupação em obter e usar a droga, pela falta de capacidade de controlar o
consumo de maneira responsável, bem como a diminuição da função psicossocial e
o uso contínuo apesar das consequências”;
Síndrome de Dependência do
Álcool: “A Síndrome de Dependência do Álcool (SDA) é uma síndrome
representada por um conjunto de alterações nos estados fisiológico,
comportamental e cognitivo, que se desenvolvem após um período de consumo de
álcool, com vários níveis de gravidade. Significa um relacionamento considerado
patológico entre a pessoa e a bebida”
Quais os problemas causados pelo
alcoolismo?
O consumo excessivo e prolongado do álcool provoca diversos
efeitos sobre o organismo humano:
Tubo digestivo e estômago:
irritação da mucosa gástrica, o que pode provocar inflamação e ulceração e
diminuição das secreções, ou seja, inibe a transformação dos alimentos;
Fígado: neste órgão
ocorre um processo conhecido como a cirrose alcoólica em que as células do
fígado vão desaparecendo;
Sistema Nervoso Central:
o álcool perturba o funcionamento normal do sistema nervoso central. Num
primeiro estado, a pessoa após ter bebido, parece ter um comportamento normal,
mas a rapidez e a precisão dos reflexos estão já um pouco menores do que o
normal. Num segundo estado, ocorre a alteração dos centros inibidores, em que a
pessoa experimenta uma sensação de bem-estar, de euforia, de excitação, havendo
um descontrolo na fala, no andar, na audição e na visão. Num terceiro estado,
acentuam-se os sintomas, havendo uma imprecisão de movimentos. Num quarto
estado, podem ocorrer alucinações, excitação motora desordenada, perda da sensibilidade,
perda da consciência e pode em alguns casos levar a violência.
Podem ainda verificar-se um
conjunto de consequências:
• Os alcoólicos tornam-se mais
susceptíveis a infecções;
• Afecta o desejo sexual e pode
levar à impotência;
• Nas mulheres, leva à
diminuição da menstruação, infertilidade e afecta certas características
sexuais femininas;
• Nos homens, pode ocorrer a
diminuição das hormonas masculinas e ocorrer o atrofiamento das células
produtoras de testosterona.
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