Continente europeu continua a liderar o consumo mundial de álcool, com
uma média anual de 12,4 litros por habitante. Em Portugal, a média é de
13,4 litros, revela um relatório da Organização Mundial de Saúde.
Numa lista de 34 países da Europa, Portugal surge no nono lugar no que se refere à média anual de consumo de álcool puro per capita, com 13,43 litros. Esta é uma das leituras mais imediatas que se podem fazer aos dados revelados ontem no relatório Álcool na União Europeia, da Organização Mundial de Saúde, com o patrocínio da Comissão Europeia.
Os mapas e gráficos mostram também que Portugal é um dos países com maior número de acidentes na estrada que envolvem álcool e que é um dos poucos (no total, são cinco, numa lista de 29 países) a autorizar a venda de álcool a menores de 18 anos. Curiosamente, Portugal mostra ainda ser um dos países com mais abstémios, o que pode indicar que os que bebem, bebem muito.
O título do comunicado que resume o relatório da OMS divulgado ontem é revelador do padrão europeu: "Os adultos na Europa consomem três bebidas alcoólicas por dia". As contas são simples: uma média de 12,5 litros de álcool puro por ano é o equivalente a 27 gramas por dia, o que, por sua vez, é o equivalente a três bebidas por dia. O documento avalia os consumos, mas realça sobretudo os efeitos do álcool na saúde dos europeus (há mais de 40 problemas de saúde associados e um em cada dez cancros nos homens está relacionado com o álcool), concluindo que é possível evitá-los.
Entre as múltiplas estratégias para minimizar os inúmeros estragos provocados pelo álcool (nos próprios ou em terceiros), aponta-se para a necessidade de dificultar o acesso dos mais jovens às bebidas. Neste preciso ponto - e apesar da intenção manifestada pelo Governo de aumentar para os 18 anos a idade mínima - Portugal permanece num restrito grupo de quatro países (entre 29) que mantém os 16 anos como idade-limite para a compra de álcool (Malta colocou o limite dos 17 anos), independentemente de se tratar de cerveja, vinho ou bebidas espirituosas e do local de venda.
O secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, reafirmou este mês a vontade de legislar de forma a proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Já o tinha feito em Novembro do ano passado, mas sem adiantar mais pormenores sobre esta medida, nomeadamente quando será aplicada e se abrange todos os tipos de bebidas alcoólicas e locais de venda. Ontem, o PÚBLICO tentou obter mais alguns pormenores sobre esta estratégia do Ministério da Saúde, mas sem sucesso.
Para já, sabe-se apenas que, além do aumento da idade-limite dos 16 para os 18 anos para a compra de álcool, o Governo quer também baixar a taxa de alcoolemia (de 0,5 para os 0,2 gramas de álcool por litro) para os recém-encartados e jovens. Em entrevista à Antena 1, Leal da Costa lembrou que "há dados que mostram que há sete vezes mais mortalidade em condutores, abaixo dos 20 anos, quando conduzem com 0,5 gramas quando comparados com 0,2 gramas". O governante falou ainda de uma forma vaga de um conjunto de "outras formas de motivar os jovens a beber menos".
O relatório divulgado ontem pela OMS valida esta estratégia anunciada pelo Governo e avança ainda com outro tipo de medidas capazes de fazer diminuir o consumo de álcool e, desta forma, minimizar os seus efeitos. Aumentar as taxas para fazer subir o preço das bebidas e regulamentar a publicidade são algumas das propostas. O relatório aponta ainda para a necessidade de monitorizar a eficácia das leis, tais como o limite de idade para a compra de álcool através de acções inspectivas que coloquem o sistema à prova.
Os mapas e gráficos mostram também que Portugal é um dos países com maior número de acidentes na estrada que envolvem álcool e que é um dos poucos (no total, são cinco, numa lista de 29 países) a autorizar a venda de álcool a menores de 18 anos. Curiosamente, Portugal mostra ainda ser um dos países com mais abstémios, o que pode indicar que os que bebem, bebem muito.
O título do comunicado que resume o relatório da OMS divulgado ontem é revelador do padrão europeu: "Os adultos na Europa consomem três bebidas alcoólicas por dia". As contas são simples: uma média de 12,5 litros de álcool puro por ano é o equivalente a 27 gramas por dia, o que, por sua vez, é o equivalente a três bebidas por dia. O documento avalia os consumos, mas realça sobretudo os efeitos do álcool na saúde dos europeus (há mais de 40 problemas de saúde associados e um em cada dez cancros nos homens está relacionado com o álcool), concluindo que é possível evitá-los.
Entre as múltiplas estratégias para minimizar os inúmeros estragos provocados pelo álcool (nos próprios ou em terceiros), aponta-se para a necessidade de dificultar o acesso dos mais jovens às bebidas. Neste preciso ponto - e apesar da intenção manifestada pelo Governo de aumentar para os 18 anos a idade mínima - Portugal permanece num restrito grupo de quatro países (entre 29) que mantém os 16 anos como idade-limite para a compra de álcool (Malta colocou o limite dos 17 anos), independentemente de se tratar de cerveja, vinho ou bebidas espirituosas e do local de venda.
O secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, reafirmou este mês a vontade de legislar de forma a proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Já o tinha feito em Novembro do ano passado, mas sem adiantar mais pormenores sobre esta medida, nomeadamente quando será aplicada e se abrange todos os tipos de bebidas alcoólicas e locais de venda. Ontem, o PÚBLICO tentou obter mais alguns pormenores sobre esta estratégia do Ministério da Saúde, mas sem sucesso.
Para já, sabe-se apenas que, além do aumento da idade-limite dos 16 para os 18 anos para a compra de álcool, o Governo quer também baixar a taxa de alcoolemia (de 0,5 para os 0,2 gramas de álcool por litro) para os recém-encartados e jovens. Em entrevista à Antena 1, Leal da Costa lembrou que "há dados que mostram que há sete vezes mais mortalidade em condutores, abaixo dos 20 anos, quando conduzem com 0,5 gramas quando comparados com 0,2 gramas". O governante falou ainda de uma forma vaga de um conjunto de "outras formas de motivar os jovens a beber menos".
O relatório divulgado ontem pela OMS valida esta estratégia anunciada pelo Governo e avança ainda com outro tipo de medidas capazes de fazer diminuir o consumo de álcool e, desta forma, minimizar os seus efeitos. Aumentar as taxas para fazer subir o preço das bebidas e regulamentar a publicidade são algumas das propostas. O relatório aponta ainda para a necessidade de monitorizar a eficácia das leis, tais como o limite de idade para a compra de álcool através de acções inspectivas que coloquem o sistema à prova.
De resto, sobre o retrato do álcool na Europa, a OMS revela que o
consumo se mantém estável e que na Europa Ocidental e do Sul tem mesmo
diminuído. Portugal surge no grupo da Europa do Sul, região que continua
a ser excepção no mapa europeu, ao preferir o vinho à cerveja. No que
se refere às mortes provocadas pelo álcool (um em cada sete homens e uma
em cada 13 mulheres com idades entre os 15-64 anos morreram por causa
do álcool), a Europa do Sul tem os valores mais baixos (uma taxa de 30
homens e 10 mulheres por 100 mil habitantes) perante uma média europeia
que é de 57 homens e 15 mulheres. A maior nódoa de Portugal surge no
capítulo dos acidentes na estrada que envolvem álcool, com o país a
destacar-se entre os que têm piores resultados. Na análise dos
abstémios, Portugal aparece com uma impressionante percentagem de 18,6%
dos homens e 32% das mulheres, quando a média europeia se fica pelos
5,6% e 13,5%, respectivamente.
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