A aposta no combate ao tráfico de drogas não está a ter grandes efeitos em termos globais. Um estudo encomendado pela Comissão Europeia, divulgado ontem, avaliou a situação de 18 países durante dez anos, concluindo que houve ligeiras melhorias em países mais ricos e retrocesso em nações mais pobres.
O ponto de partida foi o ano de 1998. Dez anos passados, a situação continuou "mais ou menos inalterada". Na maioria dos países ocidentais houve uma aposta na penalização de traficantes, mas nem por isso os preços subiram. Pelo contrário, a descida foi na ordem dos dez a 30 por cento e não há prova de que o acesso às substâncias seja hoje mais difícil.
Em termos globais, os consumidores de cocaína e heroína aumentaram, mas enquanto os heroinómanos diminuíram nos países ocidentais, na Europa de Leste e na Ásia Central, assistiu-se a uma epidemia no uso de opiáceos (como a heroína). A produção de ópio no Afeganistão manteve-se estável até 2006, mas a partir daí disparou.
O estudo demonstrou também que as políticas de combate à produção de droga têm efeitos na área onde é produzida, mas depois assiste-se a uma transferência. Foi o que aconteceu na última década, com parte da produção de cocaína a passar do Peru e da Bolívia para a Colômbia.
Jornal Público 11.03.2009, Catarina Gomes
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