quinta-feira, 28 de outubro de 2010

BARES E DISCOTECAS

BARES E DISCOTECAS - Ninguém fiscaliza a venda de bebidas a menores

O coordenador de um projecto europeu relacionado com comportamentos de risco de jovens em contextos de diversão nocturna afirmou ontem em Coimbra que o maior problema nesta área é a «inconsistência na implementação da legislação» sobre o consumo de álcool.
«Temos leis que não permitem que os menores de 16 anos comprem bebidas alcoólicas mas, nas discotecas e bares, esta medida não é implementada e não há controlo», exemplificou Matej Kosir, que coordena o projecto Club Health – Healthy and Safer Nightlife of Youth, que conta com 20 associados, entre os quais 15 Estados-membros da União Europeia e a Noruega.
Matej Kosir foi um dos oradores da II Escola de Verão em Educação pelos Pares (PEER 2010), que decorre até hoje em Coimbra, organizada pela Escola Superior de Educação de Coimbra (ESE nfC) e pelo IREFREA Portugal (Instituto Europeu para o Estudo dos Factores de Risco e Factores de Protecção em Crianças e Adolescentes).
«Os profissionais [de bares e discotecas] sabem que são menores, mas não estão conscientes dos problemas que o consumo de álcool pode causar», disse ainda o responsável, em declarações à agência Lusa à margem do evento.
Na sua intervenção, este especialista em políticas de saúde pública afirmou que «não há informação de qualidade para as pessoas que fazem as políticas» e estas, geralmente, não produzem efeitos práticos, e aludiu a «uma tendência crescente para beber para ficar embriagado» e a que, cada vez mais, os jovens saírem com o intuito de se embebedar.
Por outro lado, destacou a importância da formação e sensibilização dos profissionais que trabalham nos espaços de diversão nocturna.
«Estes profissionais não estão conscientes da multiplicidade de problemas que podem surgir. É uma das formas mais eficazes para diminuir os problemas na vida nocturna», salientou.
Segundo o coordenador do Club Health, neste contexto da diversão nocturna, «a dimensão dos problemas [dos jovens] com drogas ilícitas não é tão grande como com o álcool», contudo existem «muitas mais intervenções» destinadas àquelas substâncias do que ao álcool.
«A vida nocturna é diversão para os jovens e não a queremos reduzir, mas há muitos problemas relacionados, em termos de saúde, violência, sexo não protegido e não consensual, acidentes rodoviários... Pelo que queremos torná-la mais saudável e mais segura», afirmou, ao frisar também a importância da cooperação entre os actores locais e de intervenções multidisciplinares.

in “Diário de Coimbra" - 01.Out.2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Violência na Latada

Cinco jovens foram, ontem, assistidos nas urgências do Hospital dos Covões, por terem sido agredidos no interior do recinto da Latada. Segundo foi possível apurar, as cenas de violência ocorreram já no dealbar da manhã, justamente quando a equipa de seguranças formava o habitual cordão para evacuar os últimos resistentes.

Um dos envolvidos, que pediu para não ser identificado, explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS que tudo aconteceu já depois das seis da manhã, quando ele e outro amigo, ambos estudantes, procuravam “comer alguma coisa, numa barraquinha de pão com chouriço”, perto do fundo do recinto, perto da tenda da Cruz Vermelha.

A altercação terá sido provocada por um grupo de rapazes, “com aspeto rufia e ainda miúdos”… mas armados de navalhas e soqueiras. Ante a extrema violência utilizada, três outros jovens – oriundos de Estarreja – terão tentado intervir, mas acabaram também espancados.

Com os jovens estavam já por terra, com ferimentos vários e muito sangue, surgiram seguranças – contratados pela Associação Académica de Coimbra precisamente para garantir a segurança, no interior do recinto –, para parar a briga.

Ao DIÁRIO AS BEIRAS, fonte policial adiantou não ter conhecimento de queixa. Por seu turno, um dos voluntários da Cruz Vermelha, presentes no recinto, admitiu que situações como a de ontem estão a repetir-se, em todas as festas estudantis: agressões-relâmpago, sempre no final da noite, com violência extrema e gratuita, incidindo sobre vítimas de forma arbitrária e aleatória.

Diário as Beiras
http://www.asbeiras.pt/2010/10/soqueiras-e-navalhas-no-recinto-da-latada/

domingo, 17 de outubro de 2010

Consumo de álcool e cirrose hepática

Os especialistas garantem que paradigma da cirrose mudou bastante em Portugal. O que significa que a realidade dos alcoólicos serem pessoas idosas estar cada vez mais a ser substituído pelos casos de cirrose a partir da adolescência.

A doença hepática crónica, mais conhecida por cirrose, afecta 5 a 10% da população portuguesa e é a causa de morte de perto de duas mil pessoas por ano no nosso país.

Segundo Carlos Monteverde, até ontem coordenador do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (essas funções foram agora assumidas por José Presa), é uma doença que começa a afectar pessoas cada vez mais jovens.

"O paradigma da cirrose está a mudar. Antigamente, os alcoólicos eram pessoas idosas, mas hoje assistimos à juventude a começar a beber muito cedo. Muitos, mesmo logo a partir dos 13, 14 anos. Muitas dessas pessoas, talvez 50%, tornam-se alcoólicos crónicos", explicou ao JN Carlos Monteverde, no arranque das IV jornadas do núcleo, que decorreram em Espinho.

"As cirroses começam a aparecer a partir dos quarenta, cinquenta anos, mas, por se tratar de uma doença que surge porque se prepara o terreno para ela, brevemente poderemos começar a ver cirroses em idades mais precoces", continuou.

Sendo irreversível, a determinada altura a única solução para um doente com cirrose é mesmo o transplante de fígado.

"Felizmente, em Portugal, temos das melhores e mais produtivas unidades de transplante da Europa e mesmo do Mundo", afirma o mesmo especialista.

No que respeita às doenças hepáticas, a seguir à cirrose em termos de gravidade, aparecem as hepatites, nomeadamente a hepatite B e a hepatite C.

"As hepatites afectam um elevado número de pessoas. A hepatite C, por exemplo, atinge entre 1,5 % a 2% da população portuguesa. Não existe vacina, mas temos tratamentos que, felizmente, têm uma taxa de cura na ordem dos 60%. Já a hepatite B", continua, "contra a qual conseguimos resultados muito positivos junto dos portugueses com o plano nacional de vacinação, nos preocupa tanto", disse ainda Carlos Monteverde.

Preocupações e números que levam os médicos internistas que dedicam a maior parte do seu tempo às doenças hepáticas a reclamar junto da Ordem dos Médicos pelo título de especialistas em hepatologia, o que já acontece a vários gastroenterologistas.

"A importância das doenças hepáticas é muito grande pela elevada taxa de mortalidade, mas também por levarem um grande número de pessoas a sair da vida activa do país, o que se torna um problema económico para o país. Circunstâncias que levam vários grupos de médicos a dedicarem-se quase exclusivamente às doenças hepáticas", argumentou, por fim, Carlos Monteverde.

Natacha Palma

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1687949

quarta-feira, 13 de outubro de 2010



No âmbito do Projecto Nov'Ellos, a Associação Existências e o Bar Quebra promovem o consumo de Sumos Naturais.
Venham Beber um Sumo Natural!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Alcool e nicotina prejudicam espermatozóides

Os primeiros resultados de um estudo sobre a influência dos abusos estudantis realizado em Aveiro durante as festas académicas na formação das células reprodutoras masculinas (espermatozóides) apontam para uma redução de 30% no valor total de concentração, foi ontem, quinta-feira, anunciado.

O estudo, conduzido pelo Centro de Biologia Celular da Universidade de Aveiro e pela Ferticentro, uma clínica especializada no tratamento de infertilidade de Coimbra foi realizado junto da comunidade universitária de Aveiro e teve a participação de cerca de meia centena de estudantes.

A recolha de espermatozóides foi feita antes da Semana Académica de Aveiro e depois da sua realização, seguindo-se agora uma outra recolha no início das aulas.

Vladimiro Silva, da Ferticentro, que ontem à tarde apresentou os resultados durante o 4º Congresso Português de Medicina de Reprodução, que está a decorrer em Lisboa, disse ao JN que “houve uma redução bastante acentuada do nível médio de concentração de espermatozóides que de 65 milhões/mililitro passaram para 40 milhões para mililitro.

É um valor aceitável?, frisou Vladimiro Silva que destacou o facto, no entanto, de cerca de uma dezena de estudantes terem apresentado resultados que os classificam como inferteis.
“Poderiam estar perto do limite aceitável e com o consumo de álcool e nicotina desceram”, lembrou.

O estudo salienta ainda que houve um aumento grande de espermatozóides com anomalias, nomeadamente na peça intermédia, cauda e cabeça.

Vladimiro Silva sublinhou ainda ao JN que o estudo assinala um aumento de sete vezes no consumo médio de álcool por parte dos jovens na Semana Académica e de 1,7 vezes no consumo de nicotina.

Jesus Zing

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1680313