De acordo com a agência AFP, os motivos pelos quais as mulheres vivem mais tempo do que os homens, sobretudo nos países europeus mais desenvolvidos, são sempre alvo de debate, mesmo que se reconheça que o tabaco tenha sido um factor relevante para esta diferença no passado, sublinham os autores do estudo, que será publicado na terça-feira.
As causas biológicas também foram invocadas, bem como o facto de as mulheres serem mais propensas a recorrer a cuidados de saúde do que os homens.
A equipa de investigadores liderada por Gerry McCartney, da Social and Public Health Sciences Unit, em Glasgow, no Reino Unido, utilizou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre as taxas de mortalidade masculinas e femininas. Estes dados incluíam a taxa de mortalidade por todas as causas, e também as mortes atribuídas especificamente aos consumos de tabaco e álcool, em 30 países europeus, em 2005.
Entre as mortes ligadas ao tabaco estão as provocadas por cancro nas vias respiratórias, enfartes, ataques cerebrais e bronquite crónica obstrutiva. Quanto às mortes associadas ao consumo de álcool destacam-se o cancro da garganta e do esófago, as doenças hepáticas crónicas e a psicose alcoólica.
O excesso de mortes masculinas varia consideravelmente entre os países estudados. A maioria dos países que apresenta uma diferença significativa entre sexos localiza-se na Europa de Leste.
Segundo os investigadores, o tabaco explica entre 40 a 60 por cento da diferença de mortalidade entre homens e mulheres em todos os países, à excepção de Dinamarca, Portugal e França, onde a sua contribuição para aquela diferença é média, e de Malta, onde, ao contrário, é a causa mais importante para aquele desfasamento (74 por cento).
Por outro lado, as mortes atribuídas ao álcool explicam cerca de 20 por cento da diferença de longevidade entre sexos.
Os investigadores estimam que as alterações profundas no consumo de tabaco deverão contribuir para a diminuição das diferenças de longevidade entre homens e mulheres nas próximas décadas.
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