O secretário de
Estado adjunto e da Saúde anunciou, esta segunda-feira, que o aumento da
idade legal para os 18 anos no consumo e aquisição de bebidas
alcoólicas, previsto para 2012, será acompanhado de outras medidas para
desincentivar os jovens de beber.
foto Jose Mota/global imagens |
"Não
se trata apenas de aumentar a idade legal para consumo e aquisição de
álcool, mas também ter medidas importantes a nível da forma como a
publicidade é feita, os alvos a que é dirigida, em que momentos ocorrem e
algumas regras sobre os locais de venda", avançou Fernando Leal da
Costa.
O secretário de Estado adjunto e da Saúde explicou que na
base desta medida, que entra em vigor em 2012, esteve "uma preocupação
de saúde pública", mas também acompanhar o que se passa a nível de
outros países europeus em que só é permitido a venda e o consumo a
partir dos 18 anos.
"Neste momento não se justifica que Portugal
não siga aquilo que é comum num número significativo de países europeus e
não só no sentido de tornar o álcool apenas disponível para maiores de
18 anos", sustentou.
Por outro lado, adiantou, o facto de, neste
momento, ser disponível a compra de álcool a menores de 16 "tem levado a
que haja claramente abusos e, além do mais, também é sabido que o
álcool é particularmente mais tóxico nas crianças e nos adolescentes do
que nos adultos".
"A nossa preocupação é iminentemente uma
preocupação de saúde pública", sublinhou Leal da Costa, adiantando que a
carga da doença associada ao álcool é "muito pesada", representando um
custo superior a 200 milhões de euros por ano.
O secretário de
Estado da Saúde alertou que o facto de os adolescentes começarem a beber
cada vez mais cedo condiciona um aparecimento cada vez mais precoce de
problemas físicos ligados ao álcool, com maior gravidade e maior
frequência de ocorrência desses problemas.
Na passada semana, o
Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) revelou um estudo sobre o
consumo de álcool, tabaco e drogas em meio escolar, segundo o qual os jovens portugueses começam a experimentar cada vez mais cedo o consumo de álcool, bebem em maiores quantidades e embriagam-se mais vezes.
"Temos
de criar um conjunto de circunstâncias associado a um maior
investimento nas áreas da educação e promoção da saúde, envolvendo os
pais, as famílias e os jovens, no sentido de fazer passar a mensagem de
que o consumo desregrado de álcool é perigoso, tem efeitos a longo prazo
e é tanto mais perigoso quanto mais jovens são as pessoas que o
ingerem, não só do ponto de vista de danos cerebrais, neurológicos, como
de outros órgãos que vão ficando irreversivelmente danificados",
sublinhou.
Sobre as críticas de falta de inspecção da lei, o
governante afirmou que o problema da fiscalização, em termos da sua
dificuldade, relaciona-se "com a forma e a frequência que as pessoas
põem nessa própria fiscalização".
"A partir do momento que nós
considerarmos que é uma área prioritária, a fiscalização far-se-á da
melhor forma", adiantou. Contudo, salientou, "o que é importante é que
as pessoas que de forma criminosa vendem álcool, que infelizmente ainda é
demasiado barato em Portugal, a jovens tem que perceber que o que estão
a fazer é altamente lesivo para os interesses do país".
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2138728&page=-1
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