Quase todas as semanas, o sistema de alerta rápido da União Europeia
encontra uma nova droga. No ano passado, registou 49 novas substâncias
psicoactivas. Nunca antes registara tantas. E os dados preliminares de
2012 remetem para um agravamento do cenário: já somam mais de 50.
O número consta do relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da
Toxicodependência (OEDT), apresentado esta quinta-feira em Lisboa. Em
2010, tinham sido notificadas 41 novas drogas; em 2009, 24. A subida
reflecte o fenómeno das “alternativas lícitas às drogas ilícitas”, as
chamadas legal highs.
Dois terços integram dois grandes grupos: as catinonas sintéticas, como a mefedrona e o MDPV, que imitam os efeitos da cocaína, e os canabinóides sintéticos, que podem, por exemplo, ser encontrados nos produtos tipo spice. Mas há grupos químicos considerados “mais obscuros”.
O relatório sustenta que o recurso a múltiplas substâncias pode estar a aumentar. As amostras usadas nos testes revelam umas controladas e outras não. Exemplar será o uso de PMMA, uma substância que “apresenta um risco elevado de overdose e constitui uma grave ameaça para os consumidores”.
Os dados sobre o consumo destas drogas começam a aparecer a partir de estudos feitos na Irlanda, Espanha e Reino Unido. Tudo indica um consumo ainda baixo, mas com “forte possibilidade” de aumentar. Segundo um inquérito do Eurobarómetro de 2011, 5% dos jovens entre os 15 e os 24 anos afirmam já ter consumido euforizantes legais, as tais legal highs, em algum momento da sua vida.
A maior parte destas drogas é sintetizada fora da Europa. Vem, sobretudo, da China e, embora menos, da Índia. “As autoridades europeias responsáveis pela aplicação da lei têm descoberto instalações associadas à importação, mistura e embalagem. Os [seus] relatórios apontam para o envolvimento do crime organizado tanto na embalagem como na comercialização das substâncias em causa”, lê-se do documento.
São mais vendidas em lojas publicitadas como smartshops ou headshops. Podem ser apresentadas como drogas ilícitas, como ecstasy. E já aconteceu serem detectadas em produtos comercializados como “alimentos para plantas” ou “substâncias químicas usadas em investigação”.
A Internet desempenha um papel importante, disse ontem à noite Paul Griffiths, director científico, numa pré-apresentação a jornalistas de todo o espaço comunitário. De forma regular, o OEDT monitoriza as legal highs na Internet. O estudo mais recente data de Janeiro deste ano: “foram identificadas 693 lojas na Internet, contra 314 em Janeiro de 2011 e 170 em Janeiro de 2010”.
Há uma lista de alternativas lícitas com presença mais assídua nessas páginas electrónicas que aparecem e desaparecem com facilidade: três produtos naturais (kratom, sálvia, cogumelos alucinogénios) e oito substâncias sintéticas (cresceu muito a disponibilidade de várias catinonas sintéticas).
Diversos países fazem leis para controlar estas drogas. Para não perder mais tempo, alguns recorreram a leis já existentes. Itália, Polónia, Portugal e Reino Unido valeram-se de “diferentes tipos de leis relativas à segurança dos consumidores (do que resultou o encerramento de lojas) ou substâncias individualmente consideradas”, como a mefedrona, que se vendia como “substância fertilizante” ou “sais de banho”.
Dois terços integram dois grandes grupos: as catinonas sintéticas, como a mefedrona e o MDPV, que imitam os efeitos da cocaína, e os canabinóides sintéticos, que podem, por exemplo, ser encontrados nos produtos tipo spice. Mas há grupos químicos considerados “mais obscuros”.
O relatório sustenta que o recurso a múltiplas substâncias pode estar a aumentar. As amostras usadas nos testes revelam umas controladas e outras não. Exemplar será o uso de PMMA, uma substância que “apresenta um risco elevado de overdose e constitui uma grave ameaça para os consumidores”.
Os dados sobre o consumo destas drogas começam a aparecer a partir de estudos feitos na Irlanda, Espanha e Reino Unido. Tudo indica um consumo ainda baixo, mas com “forte possibilidade” de aumentar. Segundo um inquérito do Eurobarómetro de 2011, 5% dos jovens entre os 15 e os 24 anos afirmam já ter consumido euforizantes legais, as tais legal highs, em algum momento da sua vida.
A maior parte destas drogas é sintetizada fora da Europa. Vem, sobretudo, da China e, embora menos, da Índia. “As autoridades europeias responsáveis pela aplicação da lei têm descoberto instalações associadas à importação, mistura e embalagem. Os [seus] relatórios apontam para o envolvimento do crime organizado tanto na embalagem como na comercialização das substâncias em causa”, lê-se do documento.
São mais vendidas em lojas publicitadas como smartshops ou headshops. Podem ser apresentadas como drogas ilícitas, como ecstasy. E já aconteceu serem detectadas em produtos comercializados como “alimentos para plantas” ou “substâncias químicas usadas em investigação”.
A Internet desempenha um papel importante, disse ontem à noite Paul Griffiths, director científico, numa pré-apresentação a jornalistas de todo o espaço comunitário. De forma regular, o OEDT monitoriza as legal highs na Internet. O estudo mais recente data de Janeiro deste ano: “foram identificadas 693 lojas na Internet, contra 314 em Janeiro de 2011 e 170 em Janeiro de 2010”.
Há uma lista de alternativas lícitas com presença mais assídua nessas páginas electrónicas que aparecem e desaparecem com facilidade: três produtos naturais (kratom, sálvia, cogumelos alucinogénios) e oito substâncias sintéticas (cresceu muito a disponibilidade de várias catinonas sintéticas).
Diversos países fazem leis para controlar estas drogas. Para não perder mais tempo, alguns recorreram a leis já existentes. Itália, Polónia, Portugal e Reino Unido valeram-se de “diferentes tipos de leis relativas à segurança dos consumidores (do que resultou o encerramento de lojas) ou substâncias individualmente consideradas”, como a mefedrona, que se vendia como “substância fertilizante” ou “sais de banho”.
http://www.publico.pt/Sociedade/europa-descobre-uma-droga-nova-quase-todas-as-semanas--1572528
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