quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Um quinto dos portugueses fuma menos por causa da nova lei.










Um quinto dos portugueses fuma menos por causa da nova lei.
Um ano após a entrada em vigor da Lei do Tabaco, o universo de fumadores terá diminuído em cinco por cento, e um quinto diz que passou a fumar menos nove cigarros por dia por causa das restrições ao consumo em locais de trabalho e espaços públicos, revela um estudo que será hoje apresentado em Lisboa. A ministra da Saúde, Ana Jorge, começou ontem a levantar o véu sobre os primeiros resultados da avaliação do impacto da Lei do Tabaco. Desde 1 de Janeiro que é proibido fumar em locais de trabalho e espaços públicos, como restaurantes, bares e discotecas. Inquiridos 6308 portugueses com mais de 15 anos, numa amostra representativa da população do continente, conclui-se que cerca de cinco por cento dos fumadores dizem ter deixado de fumar no último ano. A prevalência de fumadores neste estudo é 16 por cento da população. Resta é saber se continuarão a não fumar, isto porque 54 por cento dos fumadores dizem já ter tentado fazê-lo alguma vez na vida. Os inquéritos foram feitos entre Maio e Novembro. 18 cigarros por dia Em média, os homens fumam 18 cigarros por dia e as mulheres 13. Os dados do inquérito dizem que 22 por cento fumam menos, por causa das restrições impostas pela legislação. Um dos medos dos legisladores era que, não podendo fumar em locais públicos, os portugueses estivessem a fazê-lo mais em casa. São 43 por cento os que dizem que rotineiramente puxam do cigarro em ambiente doméstico - número que é menor na presença de grávidas ou crianças - mas a proporção não aumentou, referem os dados do estudo preparado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) com o trabalho de campo da empresa EpiScience. O coordenador do programa de prevenção e tratamento do tabagismo da Administração Regional de Saúde do Norte, Sérgio Vinagre, diz que os bons resultados se ficam a dever a uma série de factores. Um deles foi a aposta nas consultas de cessação tabágica - que passaram de 150 para 240: um aumento de 60 por cento - e ao facto de se ter falado muito no tema e de ter havido campanhas de sensibilização. O médico diz não se deve abrandar em nenhuma destas frentes, sob pena de o efeito positivo se perder e diz que há exemplos de países que se saíram melhor no primeiro do que no segundo ano de aplicação da lei. Chama, por isso, a atenção para o facto de "a lei não estar a ser respeitada uniformemente" e alerta para o perigo de se assistir "a um retrocesso": "Há esforços para continuar a aumentar as vendas de tabaco". Números da Associação Nacional de Grossistas de Tabaco apontam para a descida de 13,5 por cento nas vendas de tabaco de Janeiro a Outubro, face ao mesmo período do ano anterior, mas o seu presidente, Jorge Duarte, não atribui apenas à lei as quebras. Fala da crescente subida do preço dos cigarros e da crise económica. O número português da quebra de vendas reflecte uma tendência europeia de descida, semelhante à verificada em países que aplicaram leis antitabaco do mesmo tipo. Um balanço feito pela Comissão Europeia sobre o assunto constata que em Itália, onde a proibição de fumar em locais públicos é de 2005, as vendas de tabaco desceram oito por cento, na Noruega andou nos 14 por cento. Em Espanha a legislação aplicada foi mais flexível e previa a hipótese de os proprietários dos estabelecimentos poderem optar pela proibição. Neste país a venda de cigarros foi em sentido inverso, tendo aumentado desde que entrou em vigor a lei antitabaco, em 2006.Asmáticos beneficiadosPara Luís Rebelo, médico e Presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, mais importante do que saber que efeitos a lei teve sobre os fumadores é perceber que benefícios trouxe aos não-fumadores, uma vez que o seu grande objectivo era proteger do fumo passivo. E aqui os resultados também parecem ser positivos. O estudo revela que 35 por cento dos cidadãos admitem ter sentido melhorias na sua saúde. Os que sofrem de asma são os que mais assinalam benefícios, seguidos dos que têm rinite, problemas nos olhos, alergias e bronquite. No geral, 94 por cento dos inquiridos acham que a lei protege a saúde. Genericamente, há grande apoio em torno da lei, mas tudo depende do local de que estamos a falar. O apoio maior é em serviços de saúde e estabelecimentos de ensino (quase 100 por cento), nos locais de trabalho desce para os 88 por cento, nos restaurantes são 80 por cento os que concordam com a proibição, descendo para os 68 por cento em caso de cafés. A concordância às restrições é menor em bares, pubs e discotecas (61 por cento).Já quanto ao seu cumprimento, só 35 por cento dizem que está a ser "totalmente respeitada", 43 por cento que está a ser "moderadamente respeitada" e 13 por cento que está a ser "pouco respeitada".

31.12.2008, Jornal Público, Catarina Gomes




sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

beba com cabeça



Site permite medir hábitos de consumo alcoólico
"Seja responsável, beba com moderação." A frase é conhecida, mas afinal o que é beber com moderação? As dúvidas já podem ser testadas através de um simulador que, indicando o sexo do utilizador, o tipo e a quantidade de álcool ingerido ou a ingerir, mostra quantas unidades de álcool foram consumidas, mostrando se esse é ou não um comportamento moderado. O simulador está disponível no site www.bebacomcabeca.pt, o novo projecto da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE) que pretende que os consumidores conheçam os efeitos do álcool no corpo e possam testar se o seu consumo de álcool é responsável. O secretário-geral da ANEBE, Mário Moniz Barreto, explica que o site coloca "na mão do consumidor toda a informação para fazer escolhas acertadas". Para além do simulador, o site tem várias informações sobre hábitos de consumo alcoólico, para esclarecer os utilizadores e tentar "desfazer mitos urbanos, distinguir preconceito do conhecimento, dar informação científica sobre os reais efeitos do álcool", explicou Moniz. O site vai ter informações dedicadas a pais, grávidas, portadores de doenças para tentar esclarecer "da melhor maneira possível" os efeitos do álcool e os comportamentos correctos a adoptar. O conceito, Drink Aware, nasceu no Reino Unido, há cerca de oito anos. Chega agora a Portugal e em Fevereiro será apresentado oficialmente.
Jornal Público 19.12.2008 Cláudia Lomba

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Licença musical


Cinco responsáveis de estabelecimentos nocturnos do Porto foram constituídos arguidos por crime de usurpação de direitos conexos, na sequência de uma acção de fiscalização da Polícia Municipal, segundo a Passmúsica. Durante a acção, que decorreu na madrugada de sexta-feira para sábado, foi apreendido todo o material de reprodução musical, disse em comunicado aquela entidade agregadora de produtores e artistas musicais que cobra direitos conexos de música gravada e videoclips. A Passmúsica afirma ainda que "tem insistentemente alertado os agentes económicos e os utilizadores de música gravada para a necessidade de proceder ao respectivo licenciamento (...) em estabelecimentos que retiram evidentes benefícios económicos desta utilização". Já em Novembro tinha sido dada razão à Passmúsica na primeira de 500 providências cautelares. Na altura, Miguel Carreta, responsável da Audiogest (um dos membros da Passmúsica), estimou que mais de metade dos 2500 bares e discotecas em Portugal passam música sem estarem licenciados.

16.12.2008, Jornal Público, Vera Monteiro

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Juicy Events



A Associação Existências realizou ontem, dia 3 de Dezembro, o primeiro “Juicy Event” no Bar Quebra.
Esta actividade pretende promover o consumo de bebidas não alcoólicas, nomeadamente sumos naturais, ao mesmo tempo que se efectua a distribuição de material informativo e preventivo.
As próximas sessões estão agendadas para as primeiras quartas-feiras de cada mês.
Esta actividade contou com a colaboração do DJ “By accident”.

Um quarto dos fumadores pode desenvolver obstrução crónica dos pulmões



Um em cada quatro fumadores ou ex-fumadores tem obstrução pulmonar. Um problema que pode desencadear a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), que afecta 600 mil portugueses e é a sexta causa de morte. Os dados resultam de um estudo elaborado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Iniciativa Global para a DPOC. Foram rastreados mais de cinco mil pessoas com mais de 40 anos em empresas públicas e privadas de todo o país durante um ano, com o objectivo de avaliar na população residente no continente, a presença de sintomas respiratórios. Uma das conclusões foi que "os fumadores e ex-fumadores continuam a ignorar os principais sintomas das doenças respiratórias, mesmo quando se tornam incomodativos, limitativos e frequentes", salientou a pneumologista Bárbara Cristina, coordenadora do estudo. Cerca de 56 por cento dos rastreados referiu ter dispneia (falta de ar) 23 por cento referiram ter tosse com frequência, onze por cento dos quais durante mais de três meses por ano, e 23 por cento referiram ter expectoração, doze por cento dos quais durante mais de três meses por ano. Esta avaliação, segundo a coordenadora do estudo, foi efectuada através de espirometria, designação técnica do exame que permite o diagnóstico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). A unidade móvel de rastreios à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica percorreu mais de 20 mil quilómetros entre Maio de 2007 e Maio de 2008. Ao longo da campanha foram realizadas 5324 espirometrias, 2808 no sector público e 2516 no sector privado.
Doença mata mais do que sida
Segundo a avaliação, apenas dez por cento dos rastreados tinham consultado um médico por causa de uma alteração respiratória. No estudo participaram 4210 homens e 1105 mulheres, com a média de idades a rondar os 50 anos, os hábitos tabágicos foram semelhantes entre o sexo feminino e masculino, verificando-se que a população analisada que deixou de fumar fê-lo, em média, por volta dos 40 anos.A iniciativa permitiu detectar casos de obstrução pulmonar, assim como informar a população sobre esta doença crónica e silenciosa. A DPOC é, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, a única doença crónica que regista crescimento e mata mais do que o cancro do pulmão ou mesmo a SIDA. A doença caracteriza-se por obstrução dos canais respiratórios que diminui a quantidade de ar que entra nos pulmões e é acompanhada por dificuldade respiratória (dispneia), tosse e aumento da produção de expectoração. As conclusões deste estudo vão ser divulgadas sexta-feira no Congresso de Pneumologia que se realiza no Porto. O estudo incluiu empresas privadas de ramos tão diferentes como indústria têxtil, comércio, indústria metalúrgica, serviços, e instituições públicas de saúde como hospitais, centros de saúde e unidades de saúde familiar.
04.12.2008 - 16h14 Lusa – Jornal Público