terça-feira, 29 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
O secretário de
Estado adjunto e da Saúde anunciou, esta segunda-feira, que o aumento da
idade legal para os 18 anos no consumo e aquisição de bebidas
alcoólicas, previsto para 2012, será acompanhado de outras medidas para
desincentivar os jovens de beber.
foto Jose Mota/global imagens |
"Não
se trata apenas de aumentar a idade legal para consumo e aquisição de
álcool, mas também ter medidas importantes a nível da forma como a
publicidade é feita, os alvos a que é dirigida, em que momentos ocorrem e
algumas regras sobre os locais de venda", avançou Fernando Leal da
Costa.
O secretário de Estado adjunto e da Saúde explicou que na
base desta medida, que entra em vigor em 2012, esteve "uma preocupação
de saúde pública", mas também acompanhar o que se passa a nível de
outros países europeus em que só é permitido a venda e o consumo a
partir dos 18 anos.
"Neste momento não se justifica que Portugal
não siga aquilo que é comum num número significativo de países europeus e
não só no sentido de tornar o álcool apenas disponível para maiores de
18 anos", sustentou.
Por outro lado, adiantou, o facto de, neste
momento, ser disponível a compra de álcool a menores de 16 "tem levado a
que haja claramente abusos e, além do mais, também é sabido que o
álcool é particularmente mais tóxico nas crianças e nos adolescentes do
que nos adultos".
"A nossa preocupação é iminentemente uma
preocupação de saúde pública", sublinhou Leal da Costa, adiantando que a
carga da doença associada ao álcool é "muito pesada", representando um
custo superior a 200 milhões de euros por ano.
O secretário de
Estado da Saúde alertou que o facto de os adolescentes começarem a beber
cada vez mais cedo condiciona um aparecimento cada vez mais precoce de
problemas físicos ligados ao álcool, com maior gravidade e maior
frequência de ocorrência desses problemas.
Na passada semana, o
Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) revelou um estudo sobre o
consumo de álcool, tabaco e drogas em meio escolar, segundo o qual os jovens portugueses começam a experimentar cada vez mais cedo o consumo de álcool, bebem em maiores quantidades e embriagam-se mais vezes.
"Temos
de criar um conjunto de circunstâncias associado a um maior
investimento nas áreas da educação e promoção da saúde, envolvendo os
pais, as famílias e os jovens, no sentido de fazer passar a mensagem de
que o consumo desregrado de álcool é perigoso, tem efeitos a longo prazo
e é tanto mais perigoso quanto mais jovens são as pessoas que o
ingerem, não só do ponto de vista de danos cerebrais, neurológicos, como
de outros órgãos que vão ficando irreversivelmente danificados",
sublinhou.
Sobre as críticas de falta de inspecção da lei, o
governante afirmou que o problema da fiscalização, em termos da sua
dificuldade, relaciona-se "com a forma e a frequência que as pessoas
põem nessa própria fiscalização".
"A partir do momento que nós
considerarmos que é uma área prioritária, a fiscalização far-se-á da
melhor forma", adiantou. Contudo, salientou, "o que é importante é que
as pessoas que de forma criminosa vendem álcool, que infelizmente ainda é
demasiado barato em Portugal, a jovens tem que perceber que o que estão
a fazer é altamente lesivo para os interesses do país".
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2138728&page=-1
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Jovens portugueses experimentam o álcool cada vez mais cedo
Os jovens portugueses começam a
experimentar cada vez mais cedo o consumo de álcool, bebem em maiores
quantidades e embriagam-se mais vezes, revela um estudo do Instituto da
Droga e da Toxicodependência (IDT) divulgado esta quarta-feira.
Oito por cento dos alunos com 13 anos revela que já apanhou uma "bebedeira", uma situação vivida por mais de metade (53,9%) dos jovens com 18 anos.
Relativamente à prevalência do consumo de bebidas alcoólicas ao longo da vida, o estudo revela que tem vindo a diminuir entre 2003 e 2011, sendo o decréscimo mais acentuado nas raparigas de 13 anos.
Fazendo um retrato do consumo de álcool entre os jovens, Joana Feijão, uma das autoras do estudo, referiu que "há uma maior quantidade de substâncias consumidas, principalmente as bebidas destiladas, e uma mudança dos [alunos] mais velhos para consumirem menos cervejas e mais [bebidas] destiladas".
"A maior quantidade de substância consumida traduz-se depois numa maior percentagem de alunos que refere não só ter-se embriagado, como tê-lo feito mais vezes", adiantou, referindo que quase um quarto dos alunos com 18 anos disse ter-se embriagado no últimos mês.
A investigadora alertou para as consequências destes consumos para a saúde dos jovens, "uma situação que deve merecer a atenção das autoridades de saúde, da Educação", mas também dos pais.
"Os pais não podem demitir-se. Se eu tenho um filho adolescente que sai à noite eu tenho de saber com quem vai, o que faz e o que é capaz de fazer. Não posso atribuir ao Estado toda a responsabilidade", defendeu.
Manuel Cardoso, do IDT, acrescentou, por seu turno, que "a intervenção tem de ser feita no sentido de tentar diminuir, atrasar o início dos consumos, a quantidade consumida porque os mais jovens não estão preparados biologicamente para poder consumir".
Alertou para as "consequências gravíssimas" destes consumos para a saúde, lembrando que estão a aparecer cada vez mais cedo dependências alcoólicas, cirroses hepáticas, além de outros problemas, como a violência associada ao álcool.
Apesar de ter diminuído o número de consumidores de álcool e de tabaco, "os que consomem, consomem com mais frequência", observou Joana Feijão.
Segundo o estudo, um terço dos jovens com 18 anos fuma, percentagem que desce para 5,3% nos alunos com 13 anos. Mas a percentagem de consumidores tem vindo a diminuir nas camadas mais jovens e estabilizou nos mais velhos.
Relativamente ao consumo de drogas, Joana Feijão adiantou que houve um aumento do número de jovens que experimentam, mas o número de consumidores habituais diminuiu.
No caso da cannabis, 27,1% dos alunos com 13 anos disse já ter experimentado este ano, refere o estudo, assinalando ainda o aumento de consumo de anfetaminas associado à cultura de diversão e o decréscimo do consumo de cocaína, com excepção no grupo dos 16 anos.
"Os resultados do consumo de droga até são bastante satisfatórios", sublinhou a investigadora, alertando que o consumo também é uma "questão de moda e de mercado", que manipula os consumidores.
"Não podemos olhar para o consumo de substâncias psicoactivas independentemente das leis do mercado. Há mercado e isto é um negócio" que rende muito dinheiro, acrescentou.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2127512&page=-1
terça-feira, 15 de novembro de 2011
"Drogas lícitas" disparam no mercado com 660 lojas online a vendê-las
O crescente mercado das chamadas drogas
lícitas, substâncias psicoactivas alternativas às ilícitas, mas com
efeitos similares, está a preocupar as autoridades europeias e só este
ano foram identificadas 600 lojas "online" que vendem este tipo de
produtos.
A revelação é feita no relatório
deste ano do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência
(OEDT), que num estudo feito em Julho passado identificou um "número
recorde" de 600 retalhistas 'online' de drogas lícitas ("legal highs")
que alegadamente vendem substâncias psicoativas e manifestam
disponibilidade de uma vasta variedade de novos produtos.
O
rápido aparecimento de novas substâncias psicoactivas não controladas,
frequentemente vendidas como drogas legais em 'smartshops' e 'headshops'
(como é o caso em Portugal) ou através da internet, representa, segundo
o OEDT, "um desafio crescente, tanto na Europa como a nível
internacional".
Após o recorde de 41 novas drogas notificadas ao
OEDT e à EUROPOL em 2010 (comparativamente a 24 em 2009), dados
preliminares revelados esta terça-feira indicam que "não existem sinais
de declínio", já que só este ano foram notificadas 39 novas substâncias
através do Sistema de Alerta Rápido Europeu, onde são actualmente
vigiadas mais de 150 destes produtos.
O mercado das novas drogas é
caraterizado pela rapidez com que os fornecedores reagem à imposição de
medidas de controlo e disponibilizam novas substâncias alternativas aos
produtos proibidos.
As novas drogas psicoactivas identificadas em
2010 são, na sua maioria, catinonas sintéticas (estimulante encontrado
nas anfetaminas) ou canabinóides sintéticos (compostos encontrados na
cannabis).
As listas recentemente notificadas também contêm um
grupo diversificado de substâncias químicas, incluindo um derivado
sintético da cocaína, um precursor natural e várias substâncias
psicoactivas sintéticas.
Em 2010 foram, pela primeira vez,
notificados derivados da fenciclidina (PCP) e da cetamina, duas drogas
já existentes e utilizadas, actualmente ou no passado, em medicina
humana ou veterinária.
As substâncias psicoactivas não controladas
(como misturas de catinonas, piperazinas ou fenetilaminas) podem ser
vendidas no mercado ilícito em comprimidos semelhantes ao ecstasy,
enquanto a droga controlada PMMA (um estimulante) foi recentemente
identificada nalguns produtos vendidos como "drogas lícitas".
A
mefredona (conhecida como "miau-miau" e com efeitos idênticos aos do
ecstasy) é, de acordo com o OEDT, transversal aos dois mercados, sendo
simultaneamente vendida "online" como "legal high" e nalguns países
através das mesmas redes ilícitas que comercializam drogas como o
ecstasy ou a cocaína.
Face a esta rápida disseminação, a Comissão
Europeia está a rever o modo como a Europa actua e controla as novas
substâncias, "para assegurar que as respostas se mantêm actualizadas e
adequadas ao seu objectivo".http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2124200&page=-1
Consumos de cannabis e de cocaína estão a diminuir na União Europeia
O consumo das duas drogas mais usadas na União Europeia, a cannabis e a cocaína, está a estabilizar ou a diminuir. O relatório anual do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (OEDT) hoje apresentado em Lisboa refere que há uma estabilização ou decréscimo do consumo da cannabis entre os jovens adultos com idades entre os 15 e os 34 anos.
A diminuição poderá estar associada a alterações do estilo de vida e a
novas atitudes face à droga. A droga ilícita mais consumida na UE já foi
experimentada, pelo menos uma vez na vida, por 78 milhões de europeus,
um em cada cinco adultos na faixa etária dos 15 aos 64 anos.
cocaína, embora seja a segunda droga mais consumida na União Europeia,
sempre esteve restrita a um número limitado de países. Os peritos
suspeitam que a substância esteja a entrar num período de perda de
alguma popularidade, tendência detectada na Dinamarca, Espanha, Itália
ou Reino Unido, uma vez que o seu consumo tem vindo a decair entre
jovens adultos.
A diminuição do poder de compra, na sequência das políticas de austeridade aplicadas em alguns países europeus, pode fazer do seu uso uma “opção menos atractiva”, tanto mais quanto o preço médio por grama, na maioria dos países da União Europeia (UE), oscila entre os 50 e os 80 euros. Os problemas de saúde relacionados com o seu uso são hoje mais conhecidos. O facto de 17 por cento dos consumidores que iniciaram tratamento especializado a identificarem como a sua droga principal e as cerca de mil mortes que causa anualmente também ajudam a desmistificar a sua inocuidade.
O número de apreensões deste estupefaciente continua a aumentar, mas já não nas proporções dos anos anteriores. Com efeito, a quantidade apreendida tem descido, o que poderá estar relacionado com o declínio das rotas de tráfico que antes percorriam os países da África Ocidental.
No caso dos opiáceos, os consumidores problemáticos em tratamento estão a envelhecer, os que se injectam são em menor número, e a heroína, em alguns países europeus está a ser substituída por novos opiáceos. Se, por um lado, se pode falar em estabilização do seu consumo, por outro, continua a ser a principal responsável pela maior parte das doenças relacionada com a droga.
O relatório desta agência europeia sediada em Lisboa evidencia, à semelhança de anos anteriores, a sua preocupação com o mercado das substâncias sintéticas, em particular com a produção de opiáceos e de ecstasy.
No relatório é referida, também, a preocupação com o facto de a crise europeia poder diminuir a resposta dos países nos serviços de tratamento da toxicodependência, a par do surgimento de novos surtos de infecção. O que acontece na Grécia serve de exemplo: Atenas deu conta de um grande surto de infecções por VIH, no ano em curso, entre consumidores de droga por via endovenosa. Também o número de casos detectados tem vindo a crescer na Bulgária, Estónia ou Lituânia.
O relatório refere que, em 2009, o índice de novos casos de infecção pelo VIH – por milhão de habitantes – manteve-se relativamente elevado na Estónia (63,3), Litania (34,9), Letónia (32,7, Portugal (13,4) e Bulgária (9,7).
Recorde-se que, no relatório do OEDT de 2008, Portugal surgia como o país da UE com o número mais elevado de novos casos de sida, embora a tendência decrescente fosse visível desde 2005. As estimativas do OEDT apontam para um número entre 10 e 20 mil mortes anuais entre consumidores problemáticos de opiáceos na Europa.
A diminuição do poder de compra, na sequência das políticas de austeridade aplicadas em alguns países europeus, pode fazer do seu uso uma “opção menos atractiva”, tanto mais quanto o preço médio por grama, na maioria dos países da União Europeia (UE), oscila entre os 50 e os 80 euros. Os problemas de saúde relacionados com o seu uso são hoje mais conhecidos. O facto de 17 por cento dos consumidores que iniciaram tratamento especializado a identificarem como a sua droga principal e as cerca de mil mortes que causa anualmente também ajudam a desmistificar a sua inocuidade.
O número de apreensões deste estupefaciente continua a aumentar, mas já não nas proporções dos anos anteriores. Com efeito, a quantidade apreendida tem descido, o que poderá estar relacionado com o declínio das rotas de tráfico que antes percorriam os países da África Ocidental.
No caso dos opiáceos, os consumidores problemáticos em tratamento estão a envelhecer, os que se injectam são em menor número, e a heroína, em alguns países europeus está a ser substituída por novos opiáceos. Se, por um lado, se pode falar em estabilização do seu consumo, por outro, continua a ser a principal responsável pela maior parte das doenças relacionada com a droga.
O relatório desta agência europeia sediada em Lisboa evidencia, à semelhança de anos anteriores, a sua preocupação com o mercado das substâncias sintéticas, em particular com a produção de opiáceos e de ecstasy.
No relatório é referida, também, a preocupação com o facto de a crise europeia poder diminuir a resposta dos países nos serviços de tratamento da toxicodependência, a par do surgimento de novos surtos de infecção. O que acontece na Grécia serve de exemplo: Atenas deu conta de um grande surto de infecções por VIH, no ano em curso, entre consumidores de droga por via endovenosa. Também o número de casos detectados tem vindo a crescer na Bulgária, Estónia ou Lituânia.
O relatório refere que, em 2009, o índice de novos casos de infecção pelo VIH – por milhão de habitantes – manteve-se relativamente elevado na Estónia (63,3), Litania (34,9), Letónia (32,7, Portugal (13,4) e Bulgária (9,7).
Recorde-se que, no relatório do OEDT de 2008, Portugal surgia como o país da UE com o número mais elevado de novos casos de sida, embora a tendência decrescente fosse visível desde 2005. As estimativas do OEDT apontam para um número entre 10 e 20 mil mortes anuais entre consumidores problemáticos de opiáceos na Europa.
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