quarta-feira, 17 de novembro de 2010

























CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!


Reserve o seu bilhete através do e-mail rexiste.existencias@gmail.com

Outros locais de venda:

- FNAC Coimbra

- Associação Existências

- Scatx Bar

- Phive

- Be One. Hair Care - Cabeleireiro

- Loja 5ª Avenida

- Loja On-line (ao lado do Pavilhão OAF)

- Óptica 21 (Golden Shopping)


O bilhete tem o valor de 10€ e possibilita a entrada nos 2 locais do evento!

No Scotch Club dá direito ao consumo de uma bebida!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Todos os anos surgem dezenas de novas drogas, permitidas graças ao vazio legal

A cada ano que passa é batido o recorde do número de novas drogas descobertas na União Europeia. Só este ano já foram identificadas 33 novas substâncias - no ano passado foram 24, quase o dobro das detectadas há dois anos. O PÚBLICO comprou uma destas drogas numa smart shop (tipo de loja onde são vendidas drogas que a lei não proíbe) de Lisboa. Comprou porque é legal. Até quando? A UE quer proibi-la e o mais certo é que o faça dentro de pouco tempo.

Conhecida como "miau-miau" ou "m-cat", a mefedrona está disponível nestas lojas ou em sites que comercializam as ditas "drogas legais". Comerciantes e consumidores dizem que imita os efeitos da cocaína ou do ecstasy. É vendida em saquinhos coloridos, em pó ou em pastilhas e o preço varia entre os 13 e os 35 euros. É vendida com rótulo de "fertilizante de plantas" ou outros semelhantes e um aviso: "Impróprio para consumo humano." Ingredientes: cetonas, extractos vegetais e glicose.

Mas como pode fertilizante imitar os efeitos de drogas proibidas? "Não é fertilizante", assegurou o especialista em novas drogas Roumen Sedefov, responsável pelo mecanismo de alerta rápido europeu do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), que ontem divulgou o seu relatório anual (ver texto principal). "O nome que lhe dão é uma estratégia para fugir ao controlo." A substância faz parte das catinonas sintéticas, que são derivados do composto principal da catinona, uma espécie de anfetamina.

Os efeitos a longo prazo da mefedrona não se conseguem avaliar, porque circula na Europa apenas desde 2007. Entretanto analisaram-na e, nas palavras de Sedefov, trata-se de uma droga "potencialmente perigosa". Sabe-se que está associada à morte de várias pessoas na Europa. O seu consumo preocupa o OEDT por se tratar de uma droga com "potencial para se fixar no mercado", ao contrário de outras novas drogas.

Por isso, a agência europeia das drogas pediu, há duas semanas, a interdição do consumo de mefedrona, confirmou ontem, em Lisboa, Wolfgang Götz, director daquele organismo, devido aos seus riscos para a saúde de quem a consome. A decisão, a tomar pela Comissão Europeia, deverá ser conhecida nas próximas semanas. Segundo o director do Instituto das Drogas e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, "tudo indica que venha a ser colocada na lista de substâncias proibidas".

É um jogo do gato e do rato. "O que se discute agora é a possibilidade de fazer classificações mais genéricas, mas depois há o problema de muitas destas substâncias serem parentes de medicamentos", disse.

A mefredona já é controlada em 15 países da UE, na Croácia e na Noruega. Portugal está fora dessa lista.

Em Março deste ano o IDT dizia ainda não a ter detectado no país. "Entretanto apareceu", afirmou ontem Goulão. "Temos casos muito pontuais e não temos registos de complicações nem de pedidos de ajuda."

Sobre a dimensão do consumo há só pequenos estudos. No Reino Unido, país onde a mefedrona goza de uma grande popularidade, um inquérito do OEDT em colaboração com a revista Mixmag, concluiu que a mefedrona era apontada pelas 2295 pessoas que responderam ao inquérito como a quarta droga mais comum depois da cannabis, do ecstasy e da cocaína.

O IDT não tem dados sobre o consumo em Portugal, mas o PÚBLICO identificou um indicador: no site de uma das smart shops portuguesas que faz o ranking dos produtos mais vendidos, o primeiro e o segundo lugares são ocupados por "fertilizantes de plantas".

Por Cláudia Sobral, com Amílcar Correia
http://www.publico.pt/Sociedade/todos-os-anos-surgem-dezenas-de-novas-drogas-permitidas-gracas-ao-vazio-legal_1465507

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cocaína tem sido adulterada na Europa com medicamentos veterinários

O número de mortes causadas pelo consumo de cocaína tem vindo a crescer nos últimos anos na União Europeia (UE). É no Reino Unido que a mortalidade associada à utilização de cocaína mais tem crescido (161 casos notificados em 2003 e 325 situações confirmadas em 2008). No total, morrem cerca de mil pessoas todos os anos devido à utilização daquela droga.

Cerca de 70 mil pessoas iniciaram tratamento, em 2008, devido ao consumo de cocaína nos 27 países da UE, o que quer dizer que estes consumidores constituem já 17 por cento dos novos utentes dos programas. A cocaína é a segunda droga mais consumida na Europa, estando a sua utilização mais concentrada nos países do Ocidente e Sul do continente.

A actual oferta de cocaína na Europa pode oferecer uma explicação plausível para estes dados. A esmagadora maioria de cocaína disponível em solo europeu é adulterada, devido aos chamados “agentes de corte”, de modo a aumentar o seu valor de mercado. O relatório do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (OEDT) hoje divulgado dá vários exemplos de quais são os agentes de corte que podem ser empregues: dos açúcares ou amido até à fenacetina ou à cafeína...

Mas a substância mais detectada e a que mais prejuízos pode causar à saúde dos consumidores é o levamisol – um anti-helmíntico para as lombrigas. Aquela substância tem sido utilizada como agente anti-parasitário na medicina veterinária e anteriormente tinha sido igualmente empregue como imunoestimulante na medicina humana. O observatório nota que 70 por cento da cocaína analisada nos EUA, em Julho de 2009, tinha sido acrescentada com aquela substância e nota que uma percentagem muito significativa da droga apreendida e analisada na UE continha levamisol. Este tipo de químicos é adicionado à cocaína, ou a outras drogas em pó, de forma a aumentar o seu valor de compra e os seus consequentes lucros.

O consumo como hábito inócuo
Wolfgang Götz, director do observatório, chama a atenção para o facto de muitos europeus ainda considerarem que o consumo de cocaína é um hábito inócuo, associado a uma determinado estilo de vida urbano e sofisticado. “Estamos a constatar progressivamente que, à medida que o consumo de cocaína aumenta, o mesmo acontece com o seu impacte na saúde pública”, afirma Götz. O consumo desta droga, acrescenta, “não só pode progredir rapidamente, como também pode causar vítimas mortais, mesmo quando consumida ocasionalmente e em pequenas doses”. Paul Griffthis, especialista do OEDT, realça que o consumo de cocaína adulterada pode causar efeitos nefastos em quem tem problemas cardiovasculares e em situações de policonsumo de várias substâncias psicoactivas.

A estatística disponível refere que o número de adultos que na Europa já experimentou cocaína, pelo menos uma vez, ronde os 14 milhões (dos quais 8 milhões têm entre os 15 e os 34 anos) e que o número de utilizadores no último ano se aproxime dos 4 milhões. Dinamarca, Irlanda, Espanha, Itália e, particularmente, Reino Unido são os países onde o seu consumo é mais elevado.

Espanha como porta de entrada
Espanha tem sido a porta principal desta droga na Europa, cujo tráfico se tem vindo a sofisticar. A sua introdução no continente tem sido feita através da incorporação de cocaína-base ou de hidrocloreto em materiais de transporte, como a cera de abelhas, vestuário ou adubos, para posterior extracção em laboratórios clandestinos já em solo europeu. Segundo dados coligidos pelo Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, cerca de 30 desses laboratórios foram desmantelados em Espanha. Segundo Paul Griffiths, existem, actualmente, três rotas principais de tráfico de cocaína. A saber: a proveniente da Colômbia e que passa pelos Açores; a que é oriunda do Brasil e que faz escala em Cabo Verde e, por fim, a da Venezuela, que atravessa o Norte de África e que se destina à Península Ibérica.

Estima-se que o número de apreensões de cocaína em 2008 tenha ultrapassado as 96 mil. Embora este seja um número que é considerado reduzido, o certo é que o número de apreensões duplicou em alguns países da Europa Central e Oriental.

(....)


O perigo dos cortes orçamentais
João Goulão, presidente da administração do OEDT e que também dirige o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) português, e Wolfgang Götz, director do observatório, escrevem, inclusive, no prefácio do documento, que “os serviços prestados aos consumidores de droga são cada vez mais ameaçados por cortes orçamentais, que poderão ter um efeito nefasto não só para as pessoas que consomem drogas mas também para as comunidades que nelas vivem”.

Os mencionados cortes orçamentais não excluem o caso português. A diminuição da despesa do Estado vai obrigar o IDT a fechar estruturas de tratamento, a reduzir horários de funcionamento ou do número de funcionários e a sacrificar o apoio a alguns programas de intervenção.

A agência europeia para a droga e a toxicodependência tem vindo a contribuir para uma política comum nestas questões e o seu papel tem sido determinante para que os “factos se sobreponham à ideologia”.

Os avanços registados na última década não são estranhos ao trabalho de análise e de investigação dos seus especialistas e são cada vez mais comuns aos 27 países da UE: aumentou o número de pessoas em tratamento, as políticas de redução de riscos generalizaram-se, com os inevitáveis impactes nas infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH); os países-membros adoptaram planos nacionais e estratégias nacionais, etc. No fundo, a União Europeia tem equilibrado as políticas de redução da procura com as políticas mais repressivas de redução da oferta, que eram até há pouco tempo predominantes. Alguns estudos referem mesmo que políticas de prevenção e de redução de riscos têm vantagens económicas, ao reduzir a despesa com os problemas de saúde, de inserção social ou associados à criminalidade.

Amílcar Correia
http://www.publico.pt/Sociedade/cocaina-tem-sido-adulterada-na-europa-com-medicamentos-veterinarios_146527

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O álcool, a droga "mais perigosa", afecta 500 mil portugueses

O álcool é considerado a mais perigosa das drogas, à frente mesmo das chamadas "drogas duras" como a heroína, o crack e a cocaína, numa avaliação ontem publicada na prestigiada revista médica "The Lancet" - que calcula de forma combinada os danos individuais e sociais.

Mas em Portugal, apesar dos sucessivos planos de combate, os jovens começam a consumir álcool muito cedo.

Confrontado com os resultados do ranking elaborado pelo Comité Científico Independente sobre as Drogas do Reino Unido, o ex-director do Centro de Alcoologia de Lisboa Domingos Neto não se mostra minimamente surpreendido. "O álcool é muito mais perigoso do que se imagina", comenta o psiquiatra. É responsável por "cerca de 40 doenças, além de muita violência, conflitos e perturbação da ordem pública", enumera. Ainda assim, "há imensas forças a favor do consumo dos jovens", um "lobby fortíssimo que protege as bebidas alcoólicas".

E a dependência do álcool continua a ser "muito tolerada" em Portugal, onde, para um máximo de "entre 70 a 80 mil toxicodependentes pesados", existem cerca de 500 mil pessoas com síndrome de dependência de álcool. Mas o problema não é só português. "O álcool é a cocaína da Europa", diz o psiquiatra, que lamenta que em Portugal "falte uma atitude de saúde pública integrada para combater" este problema.

A cocaína também surge no ranking britânico, mas bem longe do álcool, da heroína e do crack. E o tabaco aparece logo a seguir, acima das anfetaminas, do ecstasy e dos cogumelos mágicos (ver gráfico). Realizado pelo comité liderado pelo ex-consultor governamental britânico David Nutt - demitido em 2009 depois de propor a alteração da classificação das drogas e de chegar a afirmar que andar a cavalo era mais perigoso do que consumir ecstasy -, o ranking foi ontem apresentado em Londres, numa reunião em que participou o presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência, João Goulão, agora responsável pela aplicação da política portuguesa do álcool.

O que pensa Goulão do estudo? "É uma metodologia que, não sendo perfeita, pode ser uma nova forma de avaliar, sem pressupostos ideológicos, o que realmente é perigoso", concede.

Sobre a política portuguesa a este nível João Goulão lembra que o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool - aprovado este ano e que prevê o aumento da idade de proibição de venda dos 16 para os 18 anos e a redução da taxa de alcoolemia para recém-encartados até 2012 - contempla metas que "vão demorar algum tempo" a concretizar. Defende, aliás, que a primeira medida "não faz sentido sem que a proibição de venda a menores de 16 anos seja efectiva". E isto passa mais "pela educação e formação dos pais, envolvendo os jovens e os vendedores", do que pela "repressão".

Mas reconhece que há aspectos da lei que devem ser revistos. Dá o exemplo da fiscalização, a cargo da ASAE e das polícias. As autoridades apenas podem abrir processos se apanharem os jovens em flagrante delito.

Num estudo divulgado este ano, a associação de defesa dos consumidores Deco concluiu que mais de metade dos jovens com idade inferior a 16 anos compravam bebidas alcoólicas, apesar da proibição legal.

Alexandra Campos
http://www.publico.pt/Sociedade/o-alcool-a-droga-mais-perigosa-afecta-500-mil-portugueses_1463878

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A droga mais perigosa



O álcool é considerado a mais perigosa das drogas, à frente mesmo das chamadas "drogas duras" como a heroína, o crack e a cocaína, numa avaliação ontem publicada na prestigiada revista médica "The Lancet" - que calcula de forma combinada os danos individuais e sociais.

Mas em Portugal, apesar dos sucessivos planos de combate, os jovens começam a consumir álcool muito cedo.

Confrontado com os resultados do ranking elaborado pelo Comité Científico Independente sobre as Drogas do Reino Unido, o ex-director do Centro de Alcoologia de Lisboa Domingos Neto não se mostra minimamente surpreendido. "O álcool é muito mais perigoso do que se imagina", comenta o psiquiatra. É responsável por "cerca de 40 doenças, além de muita violência, conflitos e perturbação da ordem pública", enumera. Ainda assim, "há imensas forças a favor do consumo dos jovens", um "lobby fortíssimo que protege as bebidas alcoólicas".

E a dependência do álcool continua a ser "muito tolerada" em Portugal, onde, para um máximo de "entre 70 a 80 mil toxicodependentes pesados", existem cerca de 500 mil pessoas com síndrome de dependência de álcool. Mas o problema não é só português. "O álcool é a cocaína da Europa", diz o psiquiatra, que lamenta que em Portugal "falte uma atitude de saúde pública integrada para combater" este problema.

A cocaína também surge no ranking britânico, mas bem longe do álcool, da heroína e do crack. E o tabaco aparece logo a seguir, acima das anfetaminas, do ecstasy e dos cogumelos mágicos (ver gráfico). Realizado pelo comité liderado pelo ex-consultor governamental britânico David Nutt - demitido em 2009 depois de propor a alteração da classificação das drogas e de chegar a afirmar que andar a cavalo era mais perigoso do que consumir ecstasy -, o ranking foi ontem apresentado em Londres, numa reunião em que participou o presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência, João Goulão, agora responsável pela aplicação da política portuguesa do álcool.

O que pensa Goulão do estudo? "É uma metodologia que, não sendo perfeita, pode ser uma nova forma de avaliar, sem pressupostos ideológicos, o que realmente é perigoso", concede.

Sobre a política portuguesa a este nível João Goulão lembra que o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool - aprovado este ano e que prevê o aumento da idade de proibição de venda dos 16 para os 18 anos e a redução da taxa de alcoolemia para recém-encartados até 2012 - contempla metas que "vão demorar algum tempo" a concretizar. Defende, aliás, que a primeira medida "não faz sentido sem que a proibição de venda a menores de 16 anos seja efectiva". E isto passa mais "pela educação e formação dos pais, envolvendo os jovens e os vendedores", do que pela "repressão".

Mas reconhece que há aspectos da lei que devem ser revistos. Dá o exemplo da fiscalização, a cargo da ASAE e das polícias. As autoridades apenas podem abrir processos se apanharem os jovens em flagrante delito.

Num estudo divulgado este ano, a associação de defesa dos consumidores Deco concluiu que mais de metade dos jovens com idade inferior a 16 anos compravam bebidas alcoólicas, apesar da proibição legal.

Jornal Público
02.11.2010 Por Alexandra Campos
http://www.publico.pt/Sociedade/o-alcool-a-droga-mais-perigosa-afecta-500-mil-portugueses_1463878#