quarta-feira, 11 de maio de 2011

Descobertas 41 novas drogas na UE só em 2010

O relatório foi apresentado hoje, durante o primeiro fórum internacional multidisciplinar sobre novas drogas da agência de informação sobre droga da UE, que decorre entre hoje e amanhã em Lisboa.

Em 2009 foram identificadas 24 novas drogas, quase o dobro das detectadas no ano anterior. Acutalmente o OEDT acompanha entre uma centena e centena e meia destas substâncias, disse ao PÚBLICO o coordenador do departamento da Acção sobre as Novas Drogas do OEDT, Roumen Sedefov. O número de lojas que comercializam estes produtos na Internet identificadas também aumentou significativamente no espaço de um ano: de 170 para 277.

"[Este encontro] é importante porque o fenómeno das novas drogas está a tornar-se num fenómeno verdadeiramente global - as substâncias que detectamos na Europa são produzidas noutros lugares, muitas vezes fora da Europa", explica Roumen Sedefov. Daí que tenham decidido abrir o fórum a outros países europeus e de outros continentes, como a Austrália, o Canadá, o Japão ou Israel e várias organizações internacionais como a Organização Mundial de Saúde. O departamento de novas drogas organizava, até aqui, reuniões anuais, apenas com as entidades responsáveis pelo combate às drogas nos Estados-membros.

As novas drogas são substâncias químicas que vão surgindo no mercado e que, até que haja uma intervenção, são comercializadas de forma legal - normalmente em smart shops e na Internet - porque estão sempre um passo à frente da lei. O fenómeno assume cada vez maiores proporções dentro da própria UE - em cada ano que passa tem crescido o número de novas substâncias psico-activas sintéticas detectadas.

"O ritmo a que este fenómeno das novas drogas se está a desenvolver reflecte-se não só no elevado número de substâncias disponíveis no mercado, mas também na sua diversidade e nos métodos de produção, distribuição e colocação no mercado", diz o director do OEDT, Wolfgang Götz, num comunicado sobre o fórum, em que se abordam temas como o sistema de alerta precoce, a avaliação dos riscos envolvidos no consumo e como devem ser feitos o controlo e a prevenção das novas drogas.
E nem sempre é fácil dar uma resposta rápida a um fenómeno em constante desenvolvimento, admite Roumen Sedefov. "O nosso sistema de alerta precoce [de novas drogas] é claramente o mais forte, mas claro que precisa de melhorar. É muito reactivo, dependente dos relatos que recebemos de cada Estado-membro. Precisa de ser mais pró-activo", admite. Uma das formas será "tentar antever o passo seguinte".

A mefedrona - uma nova droga com efeitos semelhantes aos da cocaína e do ecstasy, vendida como "fertilizante de plantas" -, foi a que mais preocupou o OEDT durante o ano passado e é um exemplo do quanto pode demorar uma substância a ser proibida desde que é detectada e identificada como “potencialmente perigosa”. Quase quatro anos após ter sido detectada na UE e cinco meses depois de uma directiva europeia para a sua proibição em todos os Estados-membros, continua à venda nas smart shops portuguesas.

http://www.publico.pt/Sociedade/descobertas-41-novas-drogas-na-ue-so-em-2010_1493666

terça-feira, 10 de maio de 2011

Queima das Fitas



O cortejo da Queima das Fitas de Coimbra, em que participaram, na tarde de domingo, 106 carros alegóricos, deixou nas ruas da cidade por onde desfilou e artérias circundantes, “16 toneladas de resíduos sólidos”, segundo fonte da autarquia.

Durante a reunião da Câmara, na tarde de hoje, a vice-presidente da câmara, Maria José Azevedo Santos, lamentou os “excessos” cometidos, durante a Queima das Fitas, pelos estudantes dos diferentes estabelecimentos de ensino superior da cidade e muitos forasteiros.

Reflexo desses “excessos” é, designadamente, a “vandalização de 15 stands” dos já 70 instalados no Parque Verde do Mondego, para a realização da feira do livro da cidade, que abre no próximo fim de semana, disse a autarca social democrata.


Sublinhando que não se quer imiscuir nas questões da Academia de Coimbra, Maria José

Azevedo Santos, propôs que a câmara promova, para o ano, reuniões, designadamente, com os organizadores da Queima das Fitas para os sensibilizar no sentido de “que sejam regulados os excessos”.

“Quero os estudantes irreverentes”, mas “não posso aceitar que vandalizem o património”, como sucedeu também, por exemplo, com a ponte pedonal sobre o Mondego, disse a autarca, reagindo a advertências dos vereadores eleitos pelo PS.

“O pior que nos pode acontecer é tentarmos ser paternalistas em relação à Academia ou tentarmos impor-lhe regras”, alertou o socialista Carlos Cidade, considerando que a Queima das Fitas, que é “a maior festa de Coimbra, tem muitos mais aspetos positivos que negativos”.

Daquelas 16 toneladas, “6,5 toneladas eram garrafas de plástico e latas de bebidas”, revelou o vereador do CDS Luís Providência, eleito pela coligação PSD/CDS/PPM, que detém maioria no executivo.

Luís Providência, responsável pelo pelouro do Ambiente, sublinhou o facto do vasilhame em vidro recolhido, imediatamente a seguir ao desfile, ao final da tarde de domingo, corresponder apenas a meia tonelada de resíduos.

A “reduzida quantidade de vidro” recolhido pelos serviços de higiene e limpeza da autarquia resulta, em boa medida, com certeza, das campanhas de sensibilização que têm sido desenvolvidas junto dos estudantes e distribuidores de bebidas, no sentido de evitarem o uso de recipientes de vidro, acredita o vereador.

por Agência Lusa, Publicado em 09 de Maio de 2011
http://www.ionline.pt/conteudo/122166-coimbra-queima-deixa-rasto-16-toneladas-lixo-e-15-stands-vandalizados