sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Hospitais com mais de 30 casos por consumo de drogas legais em dois meses

Os hospitais portugueses registaram 34 casos de complicações por consumo das chamadas drogas legais, em dois meses, segundo dados do Ministério da Saúde, que apontam para 16 internamentos e duas situações de coma.
 
"Isto só vem demonstrar o elevado grau de perigosidade destas substâncias e justificar a nossa preocupação em, tão cedo quanto possível, criar um quadro legislativo que torne impossível a venda destes produtos", afirmou em entrevista à agência Lusa o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa.
Os hospitais públicos começaram a registar em meados de Outubro casos de complicações em doentes por consumo destas novas substâncias psicoativas que geralmente são vendidas em lojas conhecidas como "smartshops".
Dos 34 casos registados, há uma taxa elevada de complicações a nível psiquiátrico, com metade dos doentes a apresentar alterações de comportamento consideradas muito graves.
A maioria das ocorrências são registados na zona de Lisboa e Vale do Tejo e na zona Centro, onde há maior concentração das lojas que vendem estes produtos. Há cerca de 40 locais que comercializam estas substâncias, vendidas ainda legalmente como fertilizantes de plantas.
Apesar de ainda estar em curso a investigação de dois casos de morte, o secretário de Estado disse que não há ainda registo de óbitos diretamente atribuídos às substâncias compradas nas "smartshops".
Aliás, o Instituto de Medicina Legal passou a incluir estas substâncias nos seus exames toxicológicos como perfil de exclusão de causas de morte tóxica em doentes sem outra razão aparente para óbito.
Mesmo sem registo de óbitos, o secretário de Estado da Saúde considerou "preocupante" que mais de 30% das ocorrências indiquem sequelas neurológicas ou mentais.
Além disso, dos 34 casos,nove deles eram reincidências, ou seja, casos de pessoas que já tinham entrada nas urgências dos hospitais com complicações por consumo destas drogas.
Outra questão que preocupa as autoridades é a baixa média de idades que mostra o perfil dos consumidores atendidos nos hospitais: 40% das ocorrências dizem respeito a jovens até aos 17 anos e 80% a pessoas até aos 30 anos.

"O perfil a que estamos a assistir, em particular nos jovens, deixa-nos muito alarmados", afirmou Leal da Costa, apontando para uma tendência de casos em que são consumidas, ao mesmo tempo, várias substâncias: novas drogas, álcool e também canábis.
Por estarem na fronteira de legalidade e serem vendidas em lojas de porta aberta, estas substâncias são de fácil acesso e não é até agora possível proibir a sua venda. 
Segundo o secretário de Estado, a Autoridade do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) está a terminar a lista de substâncias que vai permitir criar uma portaria para suspender a venda destes produtos, "por razões de saúde pública", por um período até 18 meses.
Durante esse tempo, estas novas drogas irão ser incluídas na lei que proíbe já a venda de estupefacientes, um processo legislativo demorado e que justifica, assim, a criação prévia da portaria.
"Vamos fazer a proibição de grandes grupos químicos. Estão identificados três grupos de substâncias que são as principais drogas de síntese usadas nestes produtos: os derivados das catinonas, os canabinoides sintéticos e as anfetaminas", explicou o secretário de Estado da Saúde.
Esta portaria permitir dar às autoridades fiscalizadoras, como a ASAE, o enquadramento legal necessário para atuar sobre as "smartshops".
"O que queremos é pegar nestas substâncias e equipará-las aos estupefacientes que estão proibidos e, a partir daí, estas lojas terão de mudar de rumo", afirmou à Lusa o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2967282

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Club Health

A Conferência Club Health vai decorrer em São Francisco, USA, nos dias 28, 29 e 30 de Maio. Para mais informações podem ir ao seguinte endereço: http://www.clubhealthsf2013.org/

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

The European Party Friends Night

 
 
A Associação Existência, através do Projeto Nov’Ellos, cujo objectivo é o de reduzir o consumo e os riscos associados ao consumo de substâncias psicoativas em contextos recreativos, vai promover, no dia 24 de Novembro, com início pelas 22h 30m, o evento The European Party Friends Night.
 
Este evento surge de uma iniciativa do Nightlife Empowerment and Well-being Implementation Project (NEWIP), Projecto Europeu financiado pela União Europeia.
 
Pretende  sensibilizar os frequentadores de contextos recreativos para a importância que os amigos têm em contextos de diversão, de forma a reduzir riscos e promover a segurança.

domingo, 18 de novembro de 2012

Europa descobre uma droga nova quase todas as semanas

Quase todas as semanas, o sistema de alerta rápido da União Europeia encontra uma nova droga. No ano passado, registou 49 novas substâncias psicoactivas. Nunca antes registara tantas. E os dados preliminares de 2012 remetem para um agravamento do cenário: já somam mais de 50. 
O número consta do relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), apresentado esta quinta-feira em Lisboa. Em 2010, tinham sido notificadas 41 novas drogas; em 2009, 24. A subida reflecte o fenómeno das “alternativas lícitas às drogas ilícitas”, as chamadas legal highs.

Dois terços integram dois grandes grupos: as catinonas sintéticas, como a mefedrona e o MDPV, que imitam os efeitos da cocaína, e os canabinóides sintéticos, que podem, por exemplo, ser encontrados nos produtos tipo spice. Mas há grupos químicos considerados “mais obscuros”.

O relatório sustenta que o recurso a múltiplas substâncias pode estar a aumentar. As amostras usadas nos testes revelam umas controladas e outras não. Exemplar será o uso de PMMA, uma substância que “apresenta um risco elevado de overdose e constitui uma grave ameaça para os consumidores”.

Os dados sobre o consumo destas drogas começam a aparecer a partir de estudos feitos na Irlanda, Espanha e Reino Unido. Tudo indica um consumo ainda baixo, mas com “forte possibilidade” de aumentar. Segundo um inquérito do Eurobarómetro de 2011, 5% dos jovens entre os 15 e os 24 anos afirmam já ter consumido euforizantes legais, as tais legal highs, em algum momento da sua vida.

A maior parte destas drogas é sintetizada fora da Europa. Vem, sobretudo, da China e, embora menos, da Índia. “As autoridades europeias responsáveis pela aplicação da lei têm descoberto instalações associadas à importação, mistura e embalagem. Os [seus] relatórios apontam para o envolvimento do crime organizado tanto na embalagem como na comercialização das substâncias em causa”, lê-se do documento.

São mais vendidas em lojas publicitadas como smartshops ou headshops. Podem ser apresentadas como drogas ilícitas, como ecstasy. E já aconteceu serem detectadas em produtos comercializados como “alimentos para plantas” ou “substâncias químicas usadas em investigação”.

A Internet desempenha um papel importante, disse ontem à noite Paul Griffiths, director científico, numa pré-apresentação a jornalistas de todo o espaço comunitário. De forma regular, o OEDT monitoriza as legal highs na Internet. O estudo mais recente data de Janeiro deste ano: “foram identificadas 693 lojas na Internet, contra 314 em Janeiro de 2011 e 170 em Janeiro de 2010”.

Há uma lista de alternativas lícitas com presença mais assídua nessas páginas electrónicas que aparecem e desaparecem com facilidade: três produtos naturais (kratom, sálvia, cogumelos alucinogénios) e oito substâncias sintéticas (cresceu muito a disponibilidade de várias catinonas sintéticas).

Diversos países fazem leis para controlar estas drogas. Para não perder mais tempo, alguns recorreram a leis já existentes. Itália, Polónia, Portugal e Reino Unido valeram-se de “diferentes tipos de leis relativas à segurança dos consumidores (do que resultou o encerramento de lojas) ou substâncias individualmente consideradas”, como a mefedrona, que se vendia como “substância fertilizante” ou “sais de banho”.

http://www.publico.pt/Sociedade/europa-descobre-uma-droga-nova-quase-todas-as-semanas--1572528

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Descoberta uma nova droga todas as semanas

A cada semana e descoberta uma nova droga na Europa. De acordo com o relatório anual do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, foram notificadas 49 novas substancias, numero que já foi ultrapassado este ano, uma vez que, ate agora foram identificadas 57.
Desde 2005, foram notificadas pelo mecanismo de alerta rápido 214 novas drogas, havendo novos recordes a cada ano.
O aumento deve-se a uma evolução do fenómeno das drogas consideradas licitas, mas também a melhoria do processo de notificação.
Cerca de dois terços são canabinoides sintéticos ou catinonas sintéticas.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2887638&seccao=Europa

Cientistas israelitas desenvolvem cannabis medicinal sem efeito alucinogénico


 Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveram um tipo de cannabis medicinal, neutralizando a substância THC, que gera os efeitos cognitivos e psicológicos conhecidos como alucinogénicos.


De acordo com Ruth Gallily, especialista em imunologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, a segunda substância mais importante da cannabis - o canabidiol (CBD) - tem propriedades «altamente benéficas e significativas» para doentes que sofrem de diabetes, artrite reumatóide e doença de Crohn.
Gallily, que estuda os efeitos medicinais da cannabis há 15 anos, disse à BBC que o CBD que se encontra na planta «não gera qualquer fenómeno psicológico ou psiquiátrico e reprime reacções inflamatórias, sendo muito útil para o tratamento de doenças auto-imunes».
«Obtivemos resultados fantásticos nas experiências que fizemos in vitro e com ratos, no laboratório da Universidade Hebraica», afirmou a cientista, que é professora da Faculdade de Medicina.

De acordo com a responsável, após o tratamento com o CBD, o índice de mortalidade em consequência de diabetes nos animais foi reduzido em 60%, tanto em casos de diabetes tipo 1 como tipo 2.
«Para pacientes idosos que sofrem de artrite reumatóide, o uso da cannabis pode ter efeitos maravilhosos e melhorar muito a qualidade de vida», disse Gallily.
«Constatamos nas nossas experiências que o CBD leva à diminuição significativa e muito rápida do inchaço em consequência da artrite.»
A cientista afirma que remédios à base de CBD seriam muito mais baratos que os medicamentos convencionais no tratamento dessas doenças.
A empresa Tikkun Olam obteve a licença do Ministério da Saúde israelita para desenvolver a cannabis medicinal e cultiva diversas variedades da planta em estufas na Galileia, no norte de Israel.
De acordo com Zachi Klein, director de pesquisa da Tikkun Olam, mais de 8.000 doentes em Israel já são tratados com cannabis, a qual recebem com receitas médicas autorizadas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com Klein, a empresa pretende desenvolver um tipo de cannabis com proporções diferentes de THC e canabidiol, para poder ajudar diversos tipos de pacientes.
«Há pacientes para os quais o THC é muito benéfico, pois ajuda a melhorar o estado de espírito e abrir o apetite», afirmou.
Ele diz ainda que, em casos de doentes de cancro, a cannabis no seu estado natural, com o THC, pode melhorar a qualidade de vida, já que a substância provoca a fome, incentivando os pacientes a alimentarem-se.
Nos próximos meses, o Ministério da Saúde dará inicio a um estudo sobre os efeitos do THC e do CBD em pacientes que sofrem dores crónicas.
A experiência será feita com 50 pacientes, que serão divididos em dois grupos. Um grupo receberá cannabis com alto nível de THC e baixo nível de CBD e o segundo receberá mais canabidiol do que THC.
Depois de um mês os grupos serão trocados e, durante a experiência, os pacientes preencherão questionários avaliando as alterações na intensidade da dor.

domingo, 11 de novembro de 2012

Toxicodependência IDT avança com lei contra as "drogas legais" nas smartshops até fim do mês

O Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) deverá avançar ainda este mês com uma proposta de criminalização das substâncias psicoactivas que compõem a maioria das chamadas "drogas legais" à venda nas smartshops, sob a forma de pílulas, ervas, incensos, suplementos e até fertilizantes. Apesar de maioritariamente surgirem como não sendo indicadas para consumo humano, estas substâncias são comercializadas com indicações sobre o modo como devem ser consumidas para obter um efeito psicotrópico e já terão provocado a morte de algumas pessoas em Portugal.

No mesmo dia em que a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou a apreensão de 9.790 unidades daqueles produtos, na sequência de uma operação de fiscalização a 40 smartshops, o presidente do IDT, João Goulão, adiantou ao PÚBLICO que quer apresentar ainda este mês à tutela uma proposta de criminalização das duas "grandes famílias de substâncias" - os canabinóides sintéticos e as catinonas - que compõem a vasta maioria dos produtos comercializados nas smartshops do país.

"A maioria das substâncias à venda nestas lojas são parentes próximas de substâncias proibidas mas que, mercê de pequenas alterações na estrutura molecular, transformam-se noutras substâncias, cuja comercialização não está criminalizada. Dado o ritmo acelerado de criação destas drogas, uma forma de intervir será classificar as grandes famílias de substâncias", precisou Goulão.

Na região autónoma da Madeira já há legislação em vigor neste sentido, não obstante as reservas levantadas pelo Tribunal Constitucional. Apesar de reconhecer as dificuldades em criar uma lei eficaz na proibição da comercialização destas substâncias, João Goulão sublinha a urgência de igual medida numa altura em que as urgências hospitalares já registam casos de complicações e até mesmo de mortes relacionadas com o consumo destas "drogas legais".

"São situações agudas, como crises de taquicardia, surtos psicóticos, ataques de pânico. Há alguns relatos de mortes atribuídas a estas substâncias, mas não temos ainda a evidência de que tenha havido nexo de causalidade", disse João Goulão, citado pela agência Lusa.

Actualmente, a vasta maioria destas substâncias é protegida pelo facto de conterem indicação escrita de que não se destinam a consumo humano. Porém, como lembra o presidente do IDT, os próprios vendedores indicam aos clientes como consumir tais produtos para obterem um efeito psicotrópico. "A venda em lojas de porta aberta cria uma falsa ilusão de segurança nos consumidores e isso torna ainda mais importante que as coisas sejam clarificadas".

Enquanto não avança a lei, Goulão considera que a ASAE pode e deve continuar a fiscalizar as smartshops, "no âmbito da fiscalização da saúde pública, uma vez que há evidência de episódios graves".

Na última destas operações, quarta e quinta-feira passadas, a ASAE apreendeu 9.790 unidades de produto, num montante de 165.823 euros, instaurou um processo-crime e 26 processos de contra-ordenação e deteve uma pessoa. Desde Dezembro passado até hoje, a ASAE desenvolveu seis operações do género, tendo fiscalizado um total de 116 estabelecimentos e apreendido 62.000 unidades de produto, num valor aproximado de 735 mil euros.
 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Aumenta consumo de álcool, tabaco e "cannabis" entre jovens do secundário


Os jovens do 3º ciclo e do secundário estão a aumentar o consumo de álcool, tabaco e "cannabis", mas diminuiu a ocorrência de embriaguez. Ainda assim, no ano passado, um em cada quatro alunos do secundário apanhou uma bebedeira.
Nos últimos cinco anos, aumentou de 79 para 87% o número de jovens do secundário que consumiu bebidas alcoólicas no último ano, sendo este aumento consistente tanto no vinho, cerveja, bebidas destiladas e espirituosas.
Os dados constam do Inquérito Nacional em Meio Escolar a alunos do Secundário e do 3º ciclo, realizado em Maio de 2011, e que foi esta manhã apresentado em Lisboa.
Em 2011, cerca de um quarto (25%) dos alunos do secundário - ou seja, 60 mil alunos - já tinha apanhado uma bebedeira no último ano, um número elevado mas que, ainda assim, corresponde a uma diminuição face ao último inquérito realizado em 2006 (29%).
Ao nível do tabaco, o inquérito também mostra um aumento do consumo: quase metade (48%) dos alunos afirma ter fumado ao longo do último ano e mais de um terço (cerca de 90 mil alunos) fumam regularmente, uma prevalência que é superior à registada em 2001 (32%).
Preocupante é a prevalência do consumo de cannabis no secundário: 16% dos alunos (cerca de 40 mil) afirma ter consumido essa droga no último mês, sendo que a prevalência de consumo no último ano aumentou de 16% para 23% de 2006 para 2011.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2837069

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Há mais jovens a beber e a consumir cannabis

O consumo de álcool, de tabaco e de droga aumentou entre os alunos das escolas públicas, revelam os primeiros resultados do Inquérito Nacional em Meio Escolar divulgados esta quinta-feira, em Lisboa.

No ensino secundário, mais de dois terços (68%) dos alunos disseram, quando foram questionados, que tinham ingerido álcool nos 30 dias anteriores e 16% relataram uso de drogas — sendo que a mais consumida é, de longe, a cannabis.

Isto significa que 40 mil jovens do secundário reportam consumos recentes de cannabis. E que o aumento em relação ao último inquérito, feito em 2006, foi de sete pontos percentuais, quebrando uma tendência de quebra que parecia desenhar-se em anos anteriores.

No que diz respeito ao álcool, a evolução é semelhante. O número dos que relatam consumo “nos últimos 30 dias” cresceu 10 pontos percentuais. A cerveja é a bebida preferida (51%), seguida das destiladas (50% dizem ter consumido no mês anterior ao inquérito). Dois em cada dez jovens relatam episódios de embriaguez recente.

No 3.º ciclo do ensino básico a tendência é semelhante. Em 2006, 32% dos alunos diziam ter bebido no mês anterior ao inquérito. Em 2011, a percentagem subiu para 37%.

Quanto às drogas, a percentagem de consumo nos “últimos 30 dias” passa de 5 para 6% — o que corresponde à volta de 23 mil alunos. O número dos que falam de embriaguez nos últimos 30 dias mantém-se estável (7%).

Este números não revelam a quantidade de jovens que já experimentaram alguma das substâncias analisadas no estudo — essas são sempre muito maiores e basta dizer que no secundário, por exemplo, o peso dos que contam que já consumiram cannabis alguma vez na vida é de 29%.


Mudanças nas smartshops

O estudo, da responsabilidade do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências, o organismo que sucedeu ao Instituto da Droga e Toxicodependência, abrangeu cerca de 65 mil alunos. A recolha de dados aconteceu em Maio de 2011.

Esta manhã, durante a apresentação, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, lembrou que em períodos de crise há uma tendência para o aumento dos consumos. E mostrou-se preocupado com o facto de parecer estar a ganhar terreno a ideia de que a cannabis é inócua. “É uma percepção errada. O consumo de cannabis aumenta o risco de psicoses, de esquizofrenia” e de outras doenças, como “mostram vários estudos científicos”.

Sublinhou ainda a necessidade de regulamentar a venda de álcool a menores de 18 anos. E prometeu mudanças para breve na legislação relacionada com as smartshops (“que de smart têm pouco, pelo que considero essa expressão demasiado benévola”, disse), onde se vendem as chamadas “drogas legais”.

“Essas substâncias têm uma elevadíssima toxicidade”, lembrou Leal da Costa. E o facto dos seus efeitos serem muitas vezes desconhecidos dos próprios médicos faz com que os serviços de urgência dos hospitais tenham muito mais dificuldade em lidar com os casos de intoxicação que lhes chegam.

Consumos de álcool e drogas em adolescentes

Nos últimos cinco anos aumentaram os consumidores de bebidas alcoólicas no terceiro ciclo, ou seja, por volta dos 14/15 anos, tanto na experimentação como no consumo recente, mas a embriaguez esta em queda.
De acordo com dados do Inquérito Nacional em Meio Escolar, divulgados há pouco, 67% dos alunos já experimentaram álcool, quando cinco anos antes a prevalência era de 60 por cento. No ultimo ano, 55% beberam álcool, mas as bebedeiras caíram de 11 para 7% e 28% consumiram tabaco.
No terceiro ciclo subiram consumidores de tabaco, que em 2006 estava nos 22% e passou para 28 nos últimos 12 meses. Na cannabis o efeito foi semelhante, embora em menor grau. Um em cada dez alunos já experimentou drogas, 9% cannabis. Mas no ultimo ano, o consumo global de droga estava nos 9%, descendo a 6% no último mês.
A região com maiores consumos é a do Douro. Um em cada dez alunos embriagou-se no ultimo mês e 35% fumaram no último ano. 

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2836879

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Relatório do Reino Unido cita Portugal como exemplo no combate às drogas

Um relatório feito ao longo dos últimos seis anos e que defende a despenalização do consumo de drogas no Reino Unido cita Portugal como um exemplo de sucesso na estratégia que já implementou há quase 12 anos.
 O grupo de trabalho britânico, composto por cientistas, polícias, académicos e outros especialistas, concluiu que é altura de o Reino Unido alterar a sua legislação no sentido de despenalizar o consumo de drogas. O relatório de quase 200 páginas da UK Drug Policy Commission, citado pelo diário inglês Guardian, diz que a posse de pequenas quantidades de droga não deve continuar a ser punida criminalmente e assegura que essa mudança não acarretará um aumento do consumo.

Portugal descriminalizou em 2001 a posse de cannabis, cocaína, heroína e metanfetaminas para consumo próprio, tendo passado a considerar o toxicodependente como doente e substituído a pena de prisão com a possibilidade de o infractor ser encaminhando para uma Comissão de Dissuasão e para tratamento. Foi ainda em 1998 que Jose Sócrates, na altura ministro adjunto do primeiro-ministro António Guterres, lançou uma política integrada para a toxicodependência, que apostava na redução de riscos, nomeadamente através da vulgarização da substituição por metadona e do alargamento da troca de seringas e começou a vigorar três anos depois.

De acordo com o relatório britânico, as sanções criminais impostas anualmente a 42 mil pessoas, a juntar aos 160.000 avisos relacionados com cannabis, seriam mais produtivas se os visados fossem encaminhados para aconselhamento e tratamento. Os especialistas entendem mesmo que a despesa com este tipo de processos não tem relação de custo-efectividade comprovada.

Legalizar está fora de questão

Contudo, o documento é bastante claro e sublinha que a despenalização não deve ser acompanhada por qualquer tipo de legalização do consumo, dando como exemplo o caso holandês, país que acabou por atrair turismo relacionado com as coffee-shops e que já recuou em alguns pontos da legislação.

“Consumir drogas nem sempre causa problemas, mas isto raramente é reconhecido por quem faz as medidas. De facto, a maioria dos utilizadores não experiencia problemas significativos e há até alguma evidência de que o uso de drogas pode ter alguns benefícios em algumas circunstâncias”, lê-se no documento, citado pelo mesmo jornal. E defende que muitos problemas de consumo de drogas estão associados a outros mais profundos, como as desigualdades e a exclusão social. Por outro lado, os autores alertam que a discrepância no tratamento da droga, álcool e tabaco dificulta um combate conjunto aos seus consumos.

A ideia do grupo de peritos é começar por despenalizar o consumo de cannabis e, após uma avaliação preliminar dos efeitos, avançar para outras drogas. É neste ponto concreto que o relatório cita o exemplo de Portugal e da República Checa. E esta não é, aliás, a primeira vez que o país é citado. Vários são os estudos internacionais a elogiar a política portuguesa, que foi replicada pela República Checa, Argentina e México e que está a ser estudada em várias zonas, com especialistas nomeadamente dos Estados Unidos a virem observar a realidade portuguesa.

“A medicina passou de uma época em que tratávamos a doença com base em palpites para a sabedoria. O consenso agora é de que não é ético, eficiente e que é perigoso usar métodos não testados e não validados de tratamento e prevenção”, explicou Colin Blakemore, um dos responsáveis da comissão que fez o relatório e do British Medical Research Council.

Encaminhar para tratamentos
Em termos de dados, em Portugal, mais de 17 mil consumidores de álcool e drogas foram acompanhados em 2011 pelas equipas de reinserção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), que realizaram 81.750 consultas nesse ano, mais 7% que em 2010.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fumar marijuana durante a adolescência pode afectar a inteligência

O consumo persistente de marijuana antes dos 18 anos pode afectar a inteligência, a atenção e a memória na vida adulta, segundo um estudo internacional publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

O trabalho, que foi publicado esta terça-feira naquela revista norte-americana, teve como base o seguimento de mais de 1000 neozelandeses durante 25 anos, permitindo comparar o quociente de inteligência (QI) dos participantes consumidores e dos não consumidores de cannabis aos 13 anos de idade e aos 38 anos.

Madeleine Meier, autora principal da investigação e psicóloga na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, explica que os consumidores regulares de marijuana na adolescência revelaram, em média, uma queda de oito pontos no QI na vida adulta, além de mais falhas na capacidade de memorizar, na concentração, no raciocínio e processamento visual, entre outras funções.

A investigadora salienta que, em princípio, o QI é “um indicador estável” nestas fases da vida e que entre os não fumadores foi mesmo possível registar uma ligeira subida. Além dos testes de QI, o estudo contou com entrevistas aos familiares mais próximos dos participantes, que ajudaram a apontar alguns problemas entre os consumidores frequentes.

“O QI é um elemento fortemente determinante para o acesso à universidade, ao emprego e o desempenho no trabalho”, refere Madeleine Meier. Os consumidores que perderam em média oito pontos enfrentam, assim, uma “desvantagem perante os seus pares da mesma idade”, já que a adolescência é um “período muito sensível para o desenvolvimento do cérebro”, que está particularmente vulnerável às drogas. E, mesmo os que interromperam o consumo, não revelaram qualquer melhoria significativa.

O estudo assegura que na comparação foram descartados outros factores que poderiam ter interferido nas conclusões, como a educação dos participantes, o consumo de álcool ou de outros estupefacientes. Da mesma forma, os participantes que apenas reportaram ter consumido marijuana a partir da idade adulta não revelaram tantso efeitos a nível intelectual. Porém, o estudo nada refere sobre as quantidades consumidas, dizendo apenas que foram considerados consumidores frequentes os participantes que fumavam marijuana mais do que uma vez por semana antes dos 18 anos.

Consumo a aumentar na Europa

As conclusões surgem numa altura em que um estudo do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), divulgado no fim de Junho, verificou que o consumo de marijuana está a aumentar na Europa. As estatísticas indicam que quase um em cada quatro europeus com idade entre os 15 e os 64 anos já experimentaram cannabis, o que corresponde a 78 milhões de pessoas. E cerca de nove milhões de jovens, entre os 15 e os 34 anos, disseram tê-la consumido no último mês.

No que diz respeito aos jovens, um relatório europeu publicado em Maio e que apresentou as prevalências e os padrões de consumo das diversas substâncias psicoactivas, em 2011, concluiu que os adolescentes portugueses mantêm-se na média europeia quanto à prevalência do consumo de tabaco, álcool, drogas, medicamentos e susbtâncias inalantes. Em Portugal, registaram-se aumentos relativos ao tabaco, drogas e inalantes e estabilidade ou decréscimo nos indicadores do álcool. Quanto ao consumo de cannabis, de longe a droga ilícita mais usada, Portugal ocupa uma posição ligeiramente acima da média.

Já o último Inquérito Nacional em Meio Escolar sobre Consumos, do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), divulgado em 2011, com respostas de quase 32 mil alunos do secundário, mostrou que uma esmagadora maioria não teve qualquer contacto com drogas no ano que antecedeu o inquérito. Contudo, o número dos que responderam “perto da escola” à pergunta “nos últimos 12 meses, onde é que estavas quando te ofereceram (tentaram dar ou vender) cannabis?” quase duplicou (de 4,4% para 8,5%, um aumento de 93%).
 
 28.08.2012 - 15:40 Por Romana Borja-Santos

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

89% dos condutores jovens com taxa de alcoolemia abaixo do limite permitido

Nove em cada dez condutores fiscalizados pela GNR, nos dois últimos fins-de-semana, apresentaram taxas de alcoolemia abaixo do limite máximo permitido por lei, e cerca de metade destes registaram mesmo 0% de álcool, segundo um comunicado hoje divulgado.
A ação decorreu no âmbito de uma operação conjunta da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), promotora da campanha de prevenção rodoviária 100%Cool, e da GNR, no Algarve, Lisboa e Porto.
Durante esta ação de sensibilização, direcionada a jovens dos 18 aos 30 anos, foram fiscalizados 447 condutores, tendo 396 registado taxas de alcoolemia inferiores a 0,5%.
Destes 396 condutores, 278 registavam valores abaixo do permitido por lei (0,5%), e 118 eram condutores 100% Cool (0% de álcool) tendo sido, por isso, premiados.
Um dos objetivos da campanha era premiar os condutores que fossem apanhados a conduzir sem álcool. Os prémios são simbólicos: desde senhas de combustível da BP, a descontos diversos oferecidos pelos parceiros da campanha.
Ao longo das operações foram detetados 51 condutores com excesso de álcool.
A ANEBE e a GNR salientam no comunicado que se tem registado um decréscimo de vítimas mortais, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, na ordem dos 74%.
Nos outros grupos etários o decréscimo situa-se nos 43%.
Também o número de feridos graves entre os jovens decresceu cerca de 66%, um valor de referência quando comparado com o decréscimo de 52% nos restantes grupos etários, acrescentam.
O projeto 100%Cool é promovido pela Associação Nacional de Bebidas Espirituosas (ANEBE) desde 2002, conta com diversos parceiros e com o apoio de entidades como o Ministério da Administração Interna, a PSP, a GNR e o alto patrocínio da Presidência da República.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2738597&page=-1

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Juiz manda fechar Bar e Jardins AAC à meia-noite

Tribunal deu razão a vizinha do edifício da AAC proibindo “qualquer actividade comercial/cultural” até às 7h00. InTocha e estudantes vão recorrer Jornalista: O Bar e os Jardins da Associação Académica de Coimbra (AAC) vão ter de encerrar à meia--noite e o grupo empresarial InTocha está proibido de exercer «qualquer actividade relacionada com a exploração comercial/cultural» nos dois espaços até às 7h00. A proibição inclui «comercialização de bebidas, festas, passagem de música e realização de espectáculos». O Tribunal de Coimbra deu razão a Maria Vitália Ferreira, vizinha do edifício da AAC, que interpôs um procedimento cautelar queixando-se «que o ruído e iluminação» proveniente daqueles dois espaços, assim como os seus clientes «a impedem de dormir, provocando-lhe danos na sua saúde física e mental». 

Diário de Coimbra Ana Margalho 
Edição de: Terça, Agosto 7, 2012 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mais de 17 mil consumidores de álcool e drogas acompanhados em 2011

Os dados do relatório de monitorização das intervenções de reinserção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) referem que 37% do total de utentes ativos do IDT em 2011 (45863), são acompanhados pelas equipas de reinserção, dos quais 39% nos Centros de Resposta Integrada (CRI) e 28% nas Unidades de Alcoologia (UA).
As consultas, que aumentaram em todas as regiões do país, à exceção do Alentejo, foram realizadas nos Centros de Resposta Integrada, nas comunidades terapêuticas (CT) e nas Unidades de Alcoologia e abrangeram 17186 consumidores em processo de reinserção.
Dados do IDT indicam que 15064 consumidores estavam a ser acompanhados nos Centros de Respostas Integradas, dos quais 7142 na região Norte, 3.354 no Centro, 3028 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 717 no Alentejo e 823 no Algarve.
Estão ainda 2122 utentes em acompanhamento nas unidades de alcoologia, a maioria na região Centro (1314), 796 no Norte e 12 na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A Unidade de Alcoologia de Lisboa e Vale do Tejo, o ano passado, não dispôs de técnicos na área da reinserção no ambulatório, pelo que o número de consultas realizadas não tem expressão, refere o relatório.
Em 2011, nas comunidades terapêuticas ocorreram 371 eventos assistenciais de reinserção.
Verificou-se ainda um aumento do rácio dos utentes ativos em acompanhamento no âmbito da reinserção nos CRI, face a 2010, nas delegações do Norte, Centro e Algarve.
Nas delegações de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo houve um decréscimo da percentagem de utentes que são acompanhados pela reinserção, que poderá ser explicada pela "redução dos técnicos afetos à área de missão da reinserção", refere o relatório.
A criação do Modelo de Intervenção em Reinserção, que está presente em praticamente todos os serviços locais do IDT, levou à contratualização de planos individuais de inserção com 7.509 utentes em acompanhamento, mais do dobro que em 2010 (3.433), e à atribuição de 490 altas sociais.
Segundo o relatório, 44% dos utentes que são acompanhados pela reinserção têm um plano individual de inserção em vigor.
As regiões do Norte e Centro apresentam um elevado número de utentes com planos individuais de inserção contratualizados, representando 80% do total de planos em vigor.
Os planos referentes a utentes com problemas ligados ao álcool representam 11% do total e foram contratualizados na totalidade nas equipas dos CRI e comunidades terapêuticas.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2706889&page=-1

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Problemas ligados ao consumo de álcool


Quais são os motivos/factores que levam alguém a consumir bebidas alcoólicas em excesso?
   Existem diversos motivos para que uma pessoa consuma álcool, como:  
·         Necessidade de álcool para aceitar a realidade;
·         Tendência a fugir às responsabilidades;
·         Sofre de angústia, é agressivo resiste mal às frustrações e às tensões;
·         O nível de consciência tende a levá-lo a uma conduta impulsiva;
·         Negligência perante a família;
·         Frequentes perdas de emprego;
·         Problemas financeiros;
·         Agressividade perante a sociedade;
·         Dificuldade em colaborar.

Os factores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes factores.

Quais os principais problemas ligados ao alcoolismo?
Deste modo, são definidos os principais tipos de Problemas Ligados ao Álcool (PLA):

Problemas ligados ao álcool, no indivíduo: efeitos episódicos agudos de um forte consumo de álcool; consequências de um consumo excessivo e prolongado de álcool; efeitos de um consumo de álcool em determinadas situações (e.g. gravidez, aleitamento e menoridade).

Problemas ligados ao álcool, na família do consumidor: perturbações da família e do lar do alcoólico; problemas e perturbações na descendência do alcoólico.

Problemas ligados ao álcool, no trabalho: diminuição de rendimento laboral, aumento do absentismo e ocidentalidade, reformas antecipadas.

Problemas ligados ao álcool, na comunidade: perturbações nas relações sociais e na ordem pública; delitos, actos violentos e criminalidade; desemprego; degradação da saúde e do nível de vida e bem-estar da comunidade; acidentes de viação.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Tipos de consumo de álcool e problemas associados

Quais os tipos de consumo?
O acto de beber e de ficar alcoolizado não é um acto que acontece desde logo, Washton & Zweben (2009, p.16) falam de uma “sequência” no consumo de substâncias que pode levar à dependência:

Uso experimental: “é a iniciação no uso, motivada pela curiosidade a experimentar o efeito da droga, ocorrendo, geralmente, numa situação social. É limitado a poucas exposições, não desenvolvendo um padrão regular de uso, sendo que nenhum dano ou consequência relacionada à substância é evidente. Sabe-se, porém, que não existem níveis de uso completamente livres de risco”;

Uso ocasional:também conhecido como uso social ou recreativo, nos quais o uso é raro e irregular e as quantidades consumidas são modestas. Em relação ao álcool, mesmo o uso social moderado pode deprimir o humor”;

Uso regular: “quando o uso se torna mais frequente e padronizado. Cria-se o hábito e estabelece-se um padrão regular”;

Uso circunstancial ou situacional: “padrões onde a substância produz tipos específicos de efeitos considerados desejáveis para aguçar uma experiência ou enfrentar melhor certas situações”;

Uso compulsivo: “um padrão episódico no qual grandes quantidades de álcool são consumidas intensamente durante um único episódio de uso. O uso compulsivo pode ser alternado por longos períodos de abstinência com pouca ou nenhuma necessidade de consumo”;

Abuso: quando o indivíduo apresenta problemas significativos relacionados à substância, repetidamente, em áreas importantes da vida como a saúde”;

Dependência: “é a categoria mais problemática do uso de substâncias, evidenciando-se pela preocupação em obter e usar a droga, pela falta de capacidade de controlar o consumo de maneira responsável, bem como a diminuição da função psicossocial e o uso contínuo apesar das consequências”;

Síndrome de Dependência do Álcool: “A Síndrome de Dependência do Álcool (SDA) é uma síndrome representada por um conjunto de alterações nos estados fisiológico, comportamental e cognitivo, que se desenvolvem após um período de consumo de álcool, com vários níveis de gravidade. Significa um relacionamento considerado patológico entre a pessoa e a bebida”


Quais os problemas causados pelo alcoolismo?
O consumo excessivo e prolongado do álcool provoca diversos efeitos sobre o organismo humano:

Tubo digestivo e estômago: irritação da mucosa gástrica, o que pode provocar inflamação e ulceração e diminuição das secreções, ou seja, inibe a transformação dos alimentos;

Fígado: neste órgão ocorre um processo conhecido como a cirrose alcoólica em que as células do fígado vão desaparecendo;

Sistema Nervoso Central: o álcool perturba o funcionamento normal do sistema nervoso central. Num primeiro estado, a pessoa após ter bebido, parece ter um comportamento normal, mas a rapidez e a precisão dos reflexos estão já um pouco menores do que o normal. Num segundo estado, ocorre a alteração dos centros inibidores, em que a pessoa experimenta uma sensação de bem-estar, de euforia, de excitação, havendo um descontrolo na fala, no andar, na audição e na visão. Num terceiro estado, acentuam-se os sintomas, havendo uma imprecisão de movimentos. Num quarto estado, podem ocorrer alucinações, excitação motora desordenada, perda da sensibilidade, perda da consciência e pode em alguns casos levar a violência.

Podem ainda verificar-se um conjunto de consequências:
• Os alcoólicos tornam-se mais susceptíveis a infecções;
• Afecta o desejo sexual e pode levar à impotência;
• Nas mulheres, leva à diminuição da menstruação, infertilidade e afecta certas características sexuais femininas;
• Nos homens, pode ocorrer a diminuição das hormonas masculinas e ocorrer o atrofiamento das células produtoras de testosterona.