sexta-feira, 15 de abril de 2011

Consumo de haxixe aumenta entre os jovens

Os adolescentes portugueses consomem cada vez mais haxixe mas estão a fumar menos cigarros, revela um estudo nacional que entrevistou 5050 estudantes entre os dez e os 21 anos.

De quatro em quatro anos, a equipa do projecto Aventura Social da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade Técnica de Lisboa, regressa ao terreno e tenta traçar um quadro dos "estilos de vida e comportamentos dos adolescentes portugueses".

Em 2010, a equipa entrevistou 5050 alunos do 6º, 8º e 10º anos, com idade média de 14 anos e realizou um estudo, que é apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, esta quinta-feira.

Através deste trabalho, que é feito em Portugal desde 1996, é possível perceber as mudanças que se registaram na saúde dos adolescentes portugueses nos últimos 12 anos.

O estudo revela que os jovens consomem cada vez mais haxixe, depois da "baixa histórica" registada em 2006, e cada vez menos tabaco. O consumo regular do álcool também tem vindo a diminuir, apesar de o mesmo não se verificar com o "abuso episódico" de álcool, que continua a ser uma preocupação.

Há cada vez mais jovens a usar preservativos e é com os colegas que os adolescentes se sentem mais à vontade para conversar sobre sexualidade. Pais e professores são, regra geral, a última opção. Os investigadores verificaram ainda que, entre os adolescentes, os mais novos são os que têm mais comportamentos de risco, porque são os que menos usam preservativo.

O estudo revela ainda que os alunos passam mais tempo "sentados" a ver televisão ou em frente ao computador, que o consumo excessivo de doces (que tinha começado em 2002) continua a aumentar e que há cada vez mais casos de excesso de peso, que estava mais associado à infância e não à adolescência.

Os investigadores consideram que a saúde dos jovens adolescentes reflecte uma situação favorável, mas alertam para a dificuldade de manter as medidas quando elas começam a ter resultados positivos: "Veja-se o caso da experimentação do haxixe e do excesso de peso", lê-se no resumo do relatório.

O trabalho foi realizado pelo projecto de Aventura Social e pelo Centro da Malária e Doenças Tropicais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Universidade Nova de Lisboa). Este é um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde, que se realiza de quatro em quatro anos em 44 países.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1830419&page=-1

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