segunda-feira, 3 de junho de 2013

Medidas de austeridade não afetaram programas contra a droga em Portugal

 O presidente da agência europeia de informação  sobre droga (OEDT) garantiu hoje que as medidas de austeridade em Portugal não  afetacaram os programas de intervenção, mas alertou para o crescimento de  uma "adictofobia" entre a população.

"Houve uma discreta redução em Portugal, mas não houve cortes significativos.  Ainda temos os mínimos olímpicos", afirmou hoje João Goulão, em Lisboa,  durante a apresentação, em Lisboa, do relatório anual da agência europeia  de monitorização do fenómeno da droga (EMCDDA - Observatório Europeu da  Droga e da Toxicodependência, OEDT, na antiga sigla em português), que marca  as última tendências e evoluções do fenómeno da droga na União Europeia,  Noruega, Croácia e Turquia.  
"No essencial, temos condições para dar continuidade às intervenções  que vinhamos fazendo", acrescentou. 
No entanto, João Goulão alertou para um outro risco, que se tem registado  nos últimos anos.   
"Pessoalmente preocupa-me o risco de, num contexto em que o individualismo  vai crescendo, os recursos para tratamento sejam encarados como desperdício [de investimento] pela população em geral", explicou, sublinhado tratar-se  uma "espécie de adictofobia". 
O relatório anual do EMCDDA refere que o tratamento de toxicodependentes  na Europa atingiu níveis recorde, mas é preciso investir em novas intervenções  e na reinserção social e alerta para a necessidade de investir mais em políticas  de saúde dirigidas aos toxicodependentes, sobretudo para tratar a hepatite  C e prevenir as 'overdoses'. 
 O documento dá ainda conta de que o consumo de droga é uma das principais  causas de morte entre os jovens na Europa, com a taxa de mortalidade -  provocada diretamente pelo consumo de droga, através de overdoses, ou  indiretamente, por doenças várias, sobretudo infectocontagiosas, e acidentes,  violência e suicídio - a rondar os 1 a 2 por cento (%) por ano 
Um outro relatório do EMCDDA, em conjunto com a Europol, também hoje  divulgado na cerimónia, revela que a quantidade, o tipo e a disponibilidade  de novas drogas sintéticas na Europa aumentaram em 2012, proliferando sobretudo  através da Internet e acarretando fortes desafios para a saúde pública,  aplicação de legislação e tomada de decisões políticas. 
 
Lusa  

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