terça-feira, 24 de julho de 2012

Efeitos do consumo de álcool


Os efeitos do álcool no corpo da mulher são iguais aos efeitos do álcool no corpo do homem? 
De maneira geral a ingestão da mesma quantidade de álcool afecta a mulher mais rapidamente do que o homem (mesmo considerando as diferenças no peso corporal). Isto ocorre porque a mulher apresenta menos água no corpo do que o homem e o álcool quando misturado a água do corpo torna-se mais concentrado na mulher. Por outro lado a mulher apresenta menor quantidade de enzimas que efectuam a degradação do álcool. Finalmente o consumo de contraceptivos orais tem influência, dificultando a degradação do álcool.

     Devo reduzir os meus consumos ou parar totalmente de beber?
    Muitas pessoas que bebem demais devem reduzir, mas outras têm mesmo que deixar de beber.
É muito importante que deixe completamente de beber, se, por exemplo:
·         Tem tremores, geralmente de manhã;
·         Tem problemas de saúde, como doenças do fígado ou do coração;
·         Tem perdas de memória e não se recorda do que aconteceu num determinado período;
·         Mulheres grávidas ou tentando engravidar;
·         Menores de 18 anos;
·    Pessoas que planeiam conduzir ou que estão realizando tarefas que exijam alerta e atenção como a operação de uma máquina;
·         Pessoas em uso de medicações;
·   Pessoas com condições clínicas que podem piorar com o uso do álcool como a hipertensão e o diabetes;
·         Alcoólicos em recuperação.

segunda-feira, 23 de julho de 2012


Como se define o consumo de álcool?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica os consumos de álcool em:
·           Consumo de risco;
·           Consumo nocivo;
·           Dependência.

Consumo de risco -  é um padrão de consumo que pode vir a implicar danos físicos ou mentais se esse consumo persistir.
Consumo nocivo -  é um padrão de consumo que causa danos à saúde, quer físicos quer mentais. Todavia não satisfaz os critérios de dependência.
Dependência -  é um padrão de consumo constituído por um conjunto de aspetos clínicos e comportamentais que podem desenvolver-se após repetido uso de álcool. A dependência inclui, o desejo intenso de consumir bebidas alcoólicas, descontrolo sobre o seu uso, continuação dos consumos apesar das consequências, uma grande importância dada aos consumos em desfavor de outras atividades e obrigações, aumento da tolerância ao álcool (necessidade de quantidades crescentes da substância para atingir o efeito desejado ou uma diminuição acentuada do efeito com a utilização da mesma quantidade) e sintomas de privação quando o consumo é descontinuado.


O que é a unidade de bebida padrão?
Com a finalidade de quantificar o consumo de álcool foi criado o conceito de bebida padrão. Consiste numa forma simplificada de calcular a quantidade de álcool consumida, diária ou semanalmente.
Embora as bebidas alcoólicas tenham diferentes graduações, os copos habitualmente mais usados para as diferentes bebidas têm quantidade idêntica de álcool, o que corresponde a uma unidade bebida padrão com cerca de 10 a 12 gramas de álcool puro. Este facto permite fazer a quantificação por unidades de bebidas ingeridas, o que facilita os cálculos do total de bebidas consumidas, diária ou semanalmente.

Em Portugal, a correspondência é aproximadamente a que se apresenta no quadro seguinte:

Cerveja
Vinho
Aperitivo
Aguardente
Capacidade do copo
3 dl
1,65 dl
0,5 dl
0,5 dl
Conteúdo de álcool puro
12 g
12 a 13 g
10 a 12 g
14 a 16 g

A OMS considera que não se devem fazer consumos que ultrapassem 20 gramas de álcool (2 unidades/dia) e de preferência estar pelo menos dois dias por semana sem beber qualquer bebida alcoólica.



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Efeitos do consumo de álcool


Os efeitos do álcool são iguais para todas as pessoas?
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte (com maior peso) terá uma maior resistência aos efeitos do álcool.
Outros factores estão associados ao metabolismo do indivíduo, estilo de vida, período de tempo em que o álcool é consumido.

Quais as consequências do consumo de álcool?
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais frequentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). 
Também são frequentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração). Também são frequentes os casos de poli neurite alcoólica, caracterizada por dor, formigueiro e cãibras nos membros inferiores.  
O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool.
Para além do referido, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode produzir outros efeitos como a pressão alta, derrames, inflamação do pâncreas, doenças cardiovasculares, alguns tipos de cancros, acidentes e violência.




quarta-feira, 18 de julho de 2012

Antes de beber, pense no que vai fazer!


O que é o Álcool?
O álcool é uma droga depressora do sistema nervoso central, que causa desinibição e euforia, quando ingerido na forma de bebidas alcoólicas.
O álcool diminui a actividade do sistema nervo central e pode funcionar como um sedativo.
O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem o seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema.

Quais os efeitos agudos de álcool?
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora.
Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores, como a falta de coordenação motora, descontrolo e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Processos por venda e consumo de álcool a menores de 16 anos atingiram o mínimo em 2011

Os processos de contra-ordenação por violação da legislação que proíbe a venda e consumo de álcool a menores de 16 anos atingiram no ano passado o seu mínimo desde que esta competência pertence à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Foram abertos apenas 16 processos.

Nos seis anos desde que cabe à ASAE a fiscalização desta área, tem aberto mais processos de contra-ordenação por venda de álcool a menores de 16 anos, (foram 137 desde 2006, o que dá uma média anual de cerca de 23), no caso do consumo foram apenas 81 processos o que dá uma média de 13 por ano. Este ano, até Abril, foram abertos sete (cinco por venda, dois por consumo).

De acordo com os números fornecidos pelo organismo, nunca este número foi tão abaixo como no ano passado, tendo sido abertos apenas 16 processos (12 por venda e 4 por consumo), o máximo tinha acontecido em 2007, com 50 (31 por venda e 19 por consumo).

De acordo com o último Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas, de 2011, feito junto de alunos do ensino público dos 13 aos 18 anos, 12,9% dos estudantes portugueses de 13 anos responderam ter consumido álcool nos últimos 30 dias, 8,4% já se tinham embebedado alguma vez na vida.

O director-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (ex-Instituto da Droga e da Toxicodependência), João Goulão, referiu já, em diversas ocasiões, que é preciso mudar a forma como é feita a fiscalização nesta área para a tornar eficaz, isto porque, actualmente, as autoridades só podem intervir quando há flagrante delito, ou seja, nada podem fazer quando vêem um jovem com menos de 16 anos de bebida na mão dentro de uma discoteca ou de um bar, só podem intervir quando as autoridades presenciam a venda e isso dificilmente acontece, nota.

Nas propostas de alteração à lei do álcool, que incluem a subida legal dos 16 para os 18 anos, isso estava previsto, refere o dirigente, mas desconhece o que vai ser aprovado, havendo o risco de a mudança de idade legal para beber pouco mudar se nada for feito para corrigir a ineficácia da fiscalização existente em relação à regra de lei dos 16 anos. Contactado pelo PÚBLICO, o assessor de imprensa do Ministério da Saúde diz que não há data marcada para as mudanças legislativas mas que a questão terá ainda de ir ao Parlamento.

Recorde-se que, no ano passado, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Leal da Costa, anunciou que finalmente – a medida tem sido preconizada por sucessivos governos – o aumento da idade legal para beber passaria dos 16 para os 18 anos e já em 2012, sendo supostamente apenas uma das medidas criada para desincentivar os jovens de beber.

Leal da Costa explicou, na altura, que além da “preocupação de saúde pública", a ideia era também acompanhar o que se passa a nível de outros países europeus em que só são permitidos a venda e o consumo a partir dos 18 anos. O governante, que é médico, afirmou que o facto de, neste momento, estar disponível a compra de álcool a menores de 16 "tem levado a que haja claramente abusos e, além do mais, também é sabido que o álcool é particularmente mais tóxico nas crianças e nos adolescentes do que nos adultos", tendo adiantado que a carga da doença associada ao álcool é "muito pesada", representando um custo superior a 200 milhões de euros por ano.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Consumo de droga no mundo

Cerca de 230 milhões de pessoas consomem drogas em todo mundo, e 27 milhões são dependentes de cocaína e heroína, revela a agência da ONU para as drogas e o crime, no seu relatório anual.

O diretor da agência, Yuir Fedotov, afirmou, na apresentação do relatório, que "a heroína, cocaína e outras drogas continuam a matar cerca de 200 mil pessoas por ano", contribuindo também para o aumento da insegurança e para a disseminação do VIH.

O canábis continua a ser a droga mais "popular", com um número de consumidores que pode atingir 220 milhões e um aumento da produção da forma herbácea da droga, a marijuana, na Europa.
A resina de canábis, vulgarmente conhecida como haxixe, vem principalmente do norte de África e é consumida maioritariamente na Europa, mas o Afeganistão começa a impor-se como país fornecedor do mercado europeu, com o canábis a transformar-se no cultivo mais lucrativo naquele país.
Esta é uma conclusão apoiada pelo relatório do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (OEDT), cujo diretor, Wolfgang Götz, disse à agência Lusa que o aumento da produção doméstica na Europa diminui os riscos para os produtores, que não têm tantos problemas em fazer circular a droga.
A esta produção "caseira" associam-se "violentos grupos de crime organizado", referiu, indicando que as polícias europeias estão cada vez mais bem equipadas para detetar estas explorações, normalmente situadas em "zonas industriais ou agrícolas abandonadas", e quase sempre detetadas pelos consumos elevados de água ou eletricidade, usados no cultivo intensivo.

No relatório, destaca-se o aumento de produção de ópio no Afeganistão, com mais de 80% da produção mundial em 2011 concentrada naquele país, onde se tinha registado uma quebra acentuada em 2010, devido a doenças das plantas.
Em 2011 produziram-se no Afeganistão 5800 das sete mil toneladas a nível mundial, um aumento de 61% em relação ao ano anterior. Birmânia, com 610 toneladas, e Laos, com 25 toneladas, são outros dos maiores produtores mundiais de ópio.
A ONU conclui que o consumo de opiáceos na América do Norte e na Europa está estável ou a decair, mas quanto à África e Ásia, onde são consumidos cerca de 70% dos opiáceos, não há dados que permitam tirar conclusões.

Quanto à cocaína, no relatório coloca-se o número de consumidores entre os 13,3 e os 19,7 milhões, sobretudo na Europa, América do Norte e Austrália, onde o consumo sobe.
A oferta mundial de cocaína proveniente da Colômbia desceu com a diminuição da área de cultivo de 2007 para 2010, mas a produção deslocou-se para a Bolívia e Peru.
As anfetaminas e estimulantes análogos, "o segundo tipo de droga mais utilizada no mundo", viram o consumo estabilizar e as apreensões aumentar, com 45 toneladas de meta-anfetaminas apanhadas pelas autoridades em 2010 (mais do dobro do que se verificou em 2008), e 1,3 toneladas de Ecstasy (em 2009 foram apreendidos 595 quilogramas).
Yuri Fedotov apelou aos países produtores e consumidores para participarem na luta "contra este flagelo", alertando que o consumo "provavelmente irá aumentar à medida que os países em desenvolvimento começarem a imitar o estilo de vida das nações industrializadas".
"Atualmente, apenas cerca de um quarto de todos os agricultores envolvidos em culturas de drogas ilícitas, em todo o mundo, têm acesso à assistência para ao desenvolvimento. Se quisermos oferecer novas oportunidades e alternativas genuínas, isto precisa de mudar", defendeu.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Novo método português detecta drogas em minutos e com amostras mínimas

Drogas legais, muitas vezes confundidas ou ocultadas com embriaguez provocada pelo álcool, podem agora ser detectadas em minutos e com amostras mínimas, graças a um novo método criado pela Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã.
O processo está a ser desenvolvido no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da UBI para detectar piperazinas, comprimidos alucinogénos vendidos em lojas e na Internet, e a partir deste mês passará a detectar drogas legais baseadas em extratos de plantas.

Vai também passar a ser possível realizar a análise a partir de saliva ou em cadáveres, para além das análises actualmente feitas em urina, explica a investigadora Eugénia Gallardo, orientadora do trabalho de Ivo Moreno e Beatriz Fonseca, alunos de bioquímica.

A facilidade de acesso às drogas e a sua rápida disseminação no espaço europeu incentivaram Ivo Moreno a desenvolver um processo que considera útil e que, no limite, pode salvar vidas. A rapidez dos resultados pode ajudar em situações “de intoxicação, em hospitais, ou pode ajudar outras autoridades, em detenções ou acidentes rodoviários”, exemplifica o aluno.

O trabalho foi premiado pela Polícia Judiciária e Universidade de Coimbra no início do ano e, no próximo mês, vai ser apresentado no 22.º Congresso da Academia Internacional Medicina Legal, em Istambul, na Turquia.

O que distingue o método inventado na Covilhã é o facto de usar um dispositivo difundido no final da última década de “microextração de amostras em seringa empacotada”.

Trata-se de um tipo de seringa “dirigido para análises ambientais e que tinha pouca utilização em toxicologia clínica e forense”, até que a equipa do centro de investigação da UBI se cruzou com ele em trabalhos de pesquisa. A partir daí, “resolvemos apostar na sua utilização, sem saber à partida qual seria o resultado, e correu bem”, destaca Eugénia Gallardo.

Graças à microextração, o processo de detecção de drogas necessita apenas de cerca de 100 microlitros de urina para em 15 minutos, ou até menos, revelar através de gráficos no ecrã de um computador se há presença de drogas ou não.

A investigação do CICS decorre em parceria com o Serviço de Toxicologia Forense do Instituto Nacional de Medicina Legal - Delegação do Sul. Para já, o método está em aplicação nos laboratórios do centro de investigação, na Covilhã, onde está a ser aperfeiçoado, mas “está publicado e aberto à utilização de quem necessitar”, destaca Eugénia Gallardo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Adolescentes Portugueses consumo de tabaco, álcool e drogas

Adolescentes portugueses na média europeia no consumo de tabaco, álcool e drogas É o que demonstram os resultados que constam do Relatório Europeu que apresenta as prevalências e os padrões de consumo das diversas substâncias psicoactivas, em 2011, entre os adolescentes de 39 países. O estudo é divulgado esta quinta-feira. As principais conclusões apontam para a estabilidade na maioria dos países, excepto no caso dos inalantes. A Islândia, Albânia, Bósnia, Moldávia e Montenegro apresentam valores mais baixos; a Polónia e Portugal mantêm-se na média europeia e a República Checa, Estónia, França, Letónia, Mónaco e Eslovénia apresentam-se com os valores mais elevados. Este estudo – intitulado European Scholl Survey Project on Alcohol and other Drugs /2011 - ESPAD – apresenta a evolução dos consumos dessas substâncias desde 1995, por país e globalmente. Em Portugal, o estudo foi apoiado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT)/Ministério da Saúde e Ministério da Educação. O objectivo consiste em acompanhar a evolução dos consumos de álcool, tabaco e outras drogas entre os adolescentes que frequentam escolas públicas e que completam 16 anos no ano em que o estudo decorre. Dois mil inquiridos Segundo Fernanda Feijão, a coordenadora nacional do ESPAD, a recolha de dados em Portugal decorreu imediatamente a seguir às férias da Páscoa e a amostra é de dois mil alunos. Os principais indicadores analisados foram as prevalências de consumo do tabaco e de álcool nos últimos 30 dias; as prevalências de consumo intensivo episódico de álcool nos últimos 30 dias; o volume de álcool puro consumido no último dia; as prevalências ao longo da vida de cannabis e de outras drogas e as prevalências ao longo da vida de medicamentos e de inalantes. Destes indicadores, em Portugal registaram-se aumentos relativos ao tabaco, drogas e inalantes – como refere um estudo anterior apresentado em Novembro de 2011 – e estabilidade ou decréscimo nos indicadores do álcool. A análise europeia dos resultados tem em conta a entrada, em 2011, de países do sudeste da Europa e de países da região dos Balcãs e a saída de alguns países da Europa ocidental que tinham consumos elevados, o que fez com que as médias europeias tenham baixado. A posição de Portugal e de outros países que costumavam estar abaixo da média, aproximou-se assim da média. Portugal destaca-se agora com melhores resultados em comparação com os restantes países que, em 1995, apresentavam valores próximos. No que respeita ao álcool, os resultados indicam que Portugal está a par da Itália e dos países de Leste. “Temos muitos consumidores, mas o padrão de consumo é menos intenso do que o dos países do norte da Europa”, explica Fernanda Feijão. Nesses, há uma menor percentagem de consumidores. Contudo, são os campeões no que respeita ao consumo do álcool puro, como mostram os resultados do inquérito. Porém, os países do sul da Europa dominam na resposta relativa à percentagem de pessoas que se embriagam nos últimos 30 dias. Quanto ao consumo de cannabis, de longe a droga ilícita mais usada, Portugal ocupa uma posição ligeiramente acima da média, registando-se um valor elevado quanto ao consumo de anfetaminas. O consumo de tranquilizantes adquiridos sem receita situa-se dentro da média relativamente aos outros países, segundo o mesmo estudo. Menos a experimentar Considerando o período compreendido entre 1995 e 2011, os dados disponíveis indicam que o maior aumento de consumo de álcool se observou na Croácia, Hungria, Eslováquia e Eslovénia, tendo havido uma redução em países como a Islândia, a Finlândia e a Ucrânia. O aumento do consumo de cannabis foi registado na República Checa, Eslováquia, e Estónia, tendo diminuído na Irlanda e no Reino Unido. Estes dois países registaram igualmente assinaláveis decréscimos no consumo de outras drogas ilícitas, além da cannabis. Em Novembro passado, os resultados do estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas por Alunos das Escolas Públicas Portuguesas realizado pelo IDT revelavam que havia “menos alunos a experimentar mas os que já experimentaram consomem mais vezes, em maiores quantidades e bebidas com maior teor alcoólico”, segundo a responsável pela investigação, Fernanda Feijão. O mesmo se constatava quanto aos consumidores de tabaco: “menos consumidores experimentais (ao longo da vida) mas mais consumidores actuais (nos últimos 30 dias)”. Jornal Público 31.05.2012 Por Paula Torres de Carvalho http://www.publico.pt/Sociedade/adolescentes-portugueses-na-media-europeia-quanto-ao-consumo-de-tabaco-alcool-e-drogas-1548327?p=1

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Consumo diário de bebidas energéticas e isotónicas destrói os dentes

O consumo regular de bebidas energéticas ou isotónicas destrói o esmalte dos dentes, o que os pode escurecer de forma irreversível, conclui um estudo científico realizado nos Estados Unidos. 

A acidez desse tipo de bebidas, (...), ataca o esmalte dos dentes, bastando, nalguns casos, o consumo cinco dias consecutivos para que a dentição comece a deteriorar-se, indica a investigação realizada na Universidade de Southern Illinois.
Os autores do estudo analisaram 13 bebidas isotónicas e nove bebidas energéticas, concluindo que os níveis de acidez variam até na mesma marca, em função dos diferentes sabores.
Embora a acidez exista em muitos alimentos e noutras bebidas que ingerimos, esse tipo de bebidas, tal como sucede com as açucaradas, como os refrigerantes, destroem o equilíbrio que é mantido pela saliva.
"Se o equilíbrio se mantiver, não teremos grandes problemas ao longo dos anos. O problema é quando a tendência é maior para o lado da desmineralização" e a saliva não consegue compensar o efeito da acidez sobre o esmalte, explicou à agência Lusa o professor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Mário Jorge Silva.
Além de escurecer os dentes de forma irreversível, pela perda de esmalte que não pode ser reposto, o excesso de acidez aumenta a sensibilidade dentária.
O estudo conclui que embora os dois tipos de bebidas tenham elevados graus de acidez, as energéticas são ainda mais nefastas por terem o dobro dos ácidos das isotónicas.
Um gesto que agrava mais o efeito da acidez é escovar os dentes para "limpar" os dentes desse efeito.
Como o esmalte está afetado, a passagem da escova vai removê-lo de forma irremediável, pelo que o dentista Mário Jorge Silva recomenda que depois de ingerir alimentos ou bebidas ácidas deve-se aguardar umas horas para possibilitar o efeito regenerador da saliva, antes de usar a escova.
Desconhece-se a existência de estudos atuais sobre o consumo deste tipo de bebidas em Portugal, mas nos Estados Unidos, entre 30 a 50 por dos adolescentes consomem regularmente bebidas energéticas e isotónicas e destes 62% admitem beber pelo menos uma dose por dia.
O docente de medicina dentária afirma, com base na observação dos pacientes que passam pela sua cadeira, que tem aumentado significativamente o número de pessoas com menos de 30 anos e com a dentição sem esmalte, realidade que atribui ao consumo de bebidas ácidas em grandes quantidades ao longo de todo o dia, incluindo aqui também os refrigerantes.


Donos de discoteca condenados por permitirem entrada a menores de 16 anos

Os proprietários das discotecas Absoluto e ABS Privado, que funcionavam em Lisboa, foram condenados pelo Tribunal de Pequena Instância Criminal a pagar uma multa de 800 euros, por terem permitido a entrada e o acesso a bebidas alcoólicas a 11 jovens menores de 16 anos.
O caso remonta a 6 de Fevereiro de 2010 - entretanto as discotecas já fecharam -, em que numa acção de fiscalização conjunta das autoridades (entre elas a PSP e as Finanças), realizada às 3h30, foram identificados 11 menores na discoteca Absoluto, situada no n.º 15 da Rua Dom Luís I, no Cais do Sodré.

De acordo com uma nota divulgada nesta quinta-feira no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), ficou provado que “a discoteca permitiu a entrada, permanência nas suas instalações e o acesso a bebidas alcoólicas” daqueles menores, “violando as regras legais em vigor”.

A sentença do tribunal confirma a decisão da Comissão de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade, de Junho de 2011, que foi alvo de recurso por parte do advogado dos proprietários, Luís Pedro. O representante diz que vai recorrer desta sentença.

Segundo o advogado, “a discoteca fazia a identificação dos clientes à entrada” mas “muitos jovens falsificam documentos para entrar nestes espaços”, argumenta. Os proprietários do espaço só foram notificados da contra-ordenação em Novembro de 2010 e “por essa altura já tinham sido destruídas as imagens das câmaras de vigilância interiores e exteriores, como está na lei”, afirma, argumentando que por isso não foi possível provar que a regra da identificação foi cumprida.

De acordo com Luís Pedro, o processo tinha outra parte sobre o alegado excesso de clientes no espaço, cuja lotação total – das duas discotecas, que eram contíguas – era de 1200 pessoas. “Esta parte foi arquivada, porque as versões dos polícias ouvidos no julgamento contradizem o que está nos autos”, afirma o advogado.

Luís Pedro critica a forma com o processo foi conduzido: “A 23 de Setembro de 2011 recebi uma carta do tribunal a pedir para os proprietários se conformarem com a decisão e pagarem a multa. Eu soube logo da sentença do juiz através dessa carta, apesar de o julgamento só ter acontecido na segunda-feira." E prossegue: “Não digo que haja uma perseguição, mas há alguma necessidade por parte das autoridades de apresentarem trabalho.”

Segundo a Associação Nacional de Discotecas, a condenação pelo tribunal ao pagamento efectivo de coimas por infracções desta natureza é, no mínimo, pouco frequente. “Que eu saiba, é a primeira vez que existe uma condenação. Geralmente, há chamadas de atenção por parte da IGAC [Inspecção-geral das Actividades Culturais] e dos agentes de autoridade”, refere o presidente da associação, Francisco Tadeu.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Número recorde de novas drogas descobertas na Europa em 2011

O número de novas drogas descobertas pelas autoridades na Europa foi novamente o maior de sempre no ano passado, com 49 novas substâncias, revelou o relatório anual do Observatório da Droga e da Toxicodependência.

É o maior número de novas substâncias psicoativas detetadas através do sistema europeu de alerta num único ano, batendo o recorde de 41 atingido em 2010, refere o Observatório da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
O aumento verifica-se no campo das drogas vendidas em lojas e através da Internet e publicitadas como "legais".
"A velocidade a que as novas drogas aparecem no mercado desafia os métodos estabelecidos de monitorização, resposta e controlo do uso de novas substâncias psicoativas", alerta o OEDT no relatório.
Pós, comprimidos e misturas
Das 49 novas substâncias, 23 são canabinóides sintéticos, que se popularizaram nos últimos anos muitas vezes sob a designação de "Spice", um produto vendido através da Internet e em "smart-shops" especializadas e embalado como mistura herbal para ser usada como ambientador.
Fumados, produzem efeitos semelhantes ao cannabis. O relatório do Observatório indica taquicardia, agitação, alucinações, hipertensão e náuseas como efeitos secundários registados após o consumo de produtos tipo "Spice".
O diretor do OEDT, Wolfgang Götz, afirmou que estas novas drogas são vendidas numa "crescente variedade de pós, comprimidos e misturas" a pessoas que "estão a jogar um perigoso jogo de roleta", sem saber exatamente o que estão a consumir.

Internet "abusivamente utilizada" por redes criminosas
Quanto a Rob Wainwright, diretor da Europol, afirmou que "a Internet está a ser abusivamente utilizada pelas organizações criminosas" e defendeu que as agências policiais têm que ter "modernos meios operacionais e legislativos" para as combater.
O OEDT assinala que não há números fiáveis que deem a dimensão exata do uso deste tipo de substâncias entre a população europeia.
Segundo os números do Eurobarómetro de 2011, em que foram entrevistados 12 mil jovens entre os 15 e os 24 anos, 5% afirmaram ter consumido drogas sintéticas publicitadas como legais.
Nos canabinóides descobertos em 2012 regista-se um "aumento de número e diversidade", com cinco tipos de produtos químicos novos, fixando-se agora em 45 o número de canabinóides sintéticos conhecidos.
O OEDT monitoriza constantemente a Internet, veículo privilegiado para a venda destas substâncias e registou um aumento de lojas "online" que as comercializam: de 170 em janeiro de 2010, o número subiu para 690 em janeiro deste ano.
Os "euforizantes legais" ou "químicos para efeitos de pesquisa", como são vendidos, são um "fenómeno global que cresce a um ritmo sem precedentes", indica o OEDT no relatório.
Entre as novas substâncias descobertas no ano passado estão também variantes das catinonas como a mefedrona - uma substância análoga às anfetaminas conhecida como "miau miau" e acrescentada este ano à lista de substâncias proibidas em Portugal.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2442003&page=-1

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Portugal foi um dos cinco países onde subiram mortes na estrada devido ao álcool

Portugal foi um dos cinco países da União Europeia onde as mortes na estrada em consequência da ingestão de bebidas alcoólicas aumentaram entre 2001 e 2010, indica um estudo divulgado, esta segunda-feira, em Bruxelas.


Os dados, recolhidos pelo Conselho Europeu de Segurança nos Transportes (ETSC), indicam que em Itália, Chipre, Israel, Portugal e Roménia houve um aumento das mortes na estrada motivadas pelo excesso de álcool, ao passo que nos restantes 22 Estados-membros da UE o aumento foi menor quando se analisa a alteração percentual média entre os anos de 2001 e 2010. 

O ETSC, organização independente sem fins lucrativos sedeada em Bruxelas, recorda que a Europa é o continente onde maiores excessos relacionados com o consumo de álcool sucedem e onde um quinto da população adulta tem "momentos constantes de excesso de consumo".
A organização estima que 6500 das 31 mil mortes registradas em 2010 poderiam ter sido evitadas se os limites de consumo de álcool tivessem sido respeitados pelos condutores europeus. 

República Checa, Irlanda, Noruega e Suécia são casos considerados exemplares no espaço europeu, com políticas de prevenção que devem ser tidas em conta por outros Estados-membros, sublinha a ETSC.

(...)
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2436944

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Novas drogas preocupam médicos

A droga ‘Miau miau’ (mefedrona) foi proibida em Portugal há menos de três semanas, mas já estão à venda substâncias alternativas que produzem os mesmos efeitos. O consumo destes produtos – comercializados como ‘fertilizantes’ em  smart shops  _– está a preocupar os especialistas e já levou aos hospitais dezenas de utilizadores com surtos psicóticos.
A mefedrona – que foi associada a pela menos quatro dezenas de mortes no Reino Unido e na Irlanda – tem efeitos semelhantes aos da cocaína ou ecstasy e desde 2010 que havia uma recomendação para a sua proibição pela Comissão Europeia.
Há menos de 20 dias, a droga passou também a integrar a lista de substâncias proibidas em Portugal, a par da heroína ou da cocaína.
«A proibição é um claro sinal de que esta substância traz riscos. Mas já há substitutos da mefedrona a circular» , alerta João Goulão, presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências.
O especialista reconhece que mesmo com fiscalização há grandes dificuldades em controlar este mercado. «Estão constantemente a ser lançadas novas substâncias, com ligeiras alterações moleculares para produzirem os mesmos efeitos», o que torna também difícil controlar o seu consumo e sobretudo avaliar os riscos para a saúde destas novas substâncias.
«É um constante jogo do gato e do rato» , resume João Goulão.
Os efeitos de euforia da mefedrona são semelhantes aos da cocaína. E são idênticos aos dos produtos que, desde há cerca de um ano, começaram a ser vendidos em algumas smart shops portuguesas e que, segundo os rótulos, não contém mefedrona. Algumas tinham mesmo uma etiqueta colorida garantindo que não continham esta substância.
«Estas drogas têm efeitos semelhantes à cocaína mas são muito mais baratas» , diz Pedro, que era consumidor de mefedrona e agora compra pacotinhos semelhantes, mas que já não contém a substância proibida. Cada pacote de Bloom , um grama, custa numa smart shop do Bairro Alto, em Lisboa, 36 euros. Um meio grama não chega a 20 euros e aos iniciados é suficiente para garantir «uma moca» durante várias horas, explica outro consumidor.
As lojas estão abertas de manhã à noite. Todos os produtos vendidos são lícitos e portanto podem ser consumidos em qualquer local. «Hoje é fácil comprar drogas lícitas, há lojas em todo o lado, abertas a toda a hora e até têm serviço de estafetas», diz Pedro.
Crises psicóticas e casos de ansiedade
Mas as crises de ansiedade e alucinações provocadas pelo consumo de ‘fertilizantes’ alternativos à mefedrona estão a deixar preocupados os médicos que combatem o consumo de drogas.
No início do Outono, uma série de doentes com crises psicóticas começaram a chegar às urgências do Hospital de Faro. Tinham sintomas paranóides: ansiedade, sensação de perigo e de estarem a ser perseguidos.
«Eram pessoas jovens com episódios de crise psicótica e que tinham consumido drogas legais» , explica Norberto Sousa, coordenador da Equipa Técnica Especializada de Tratamento da Toxicodepedência do Sotavento algarvio.
«O que nos chamou a atenção foi o número de casos – cerca de uma dezena – tão concentrados no tempo. Foram atendidos em apenas um mês e meio e foi por isso que alertamos os serviços centrais» , diz o responsável, adiantando terem fortes suspeitas de intoxicação com substitutos de mefedrona, eventualmente combinados com outras substâncias.
A maioria destes doentes eram jovens _- os principais consumidores destas drogas. Mas não só. «Os casos que conheço são de poli-consumidores de drogas, já com 40 anos» , diz o médico.
«Como estas drogas são mais baratas e têm efeitos semelhantes aos da cocaína, que é cara e má no Algarve, estes toxicodependentes começaram a experimentar », justifica.
O especialista diz que estas drogas legais têm efeitos semelhantes a estimulantes como o LSD, mas mais preocupantes: «As alterações do humor são mais acentuadas do que com as drogas clássicas: muita ansiedade, muitas crises de insónia» .
A proibição da mefedrona terá feito os consumidores virarem-se para outros ‘fertilizantes’ e trouxe ao mercado novos produtos. « São substâncias menos conhecidas e com efeitos menos previsíveis» , diz o médico.
O administrador das duas smart shop Magic Mushroom, em Lisboa, garante, porém, que os produtos que comercializa são todos livres de mefredona e que a sua substituição começou no início do ano passado, muito antes de a droga ser proibida. «Não substituímos a mefredona por nenhuma substância, nem temos conhecimento de qualquer queixa em relação a estes produtos» , disse Helder Pavão.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Consumo de álcool pode aumentar doenças hepáticas entre os jovens

A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado receia um aumento das doenças hepáticas por álcool em pessoas jovens dentro de uma década devido ao consumo "cada vez mais precoce e intenso". 
"O consumo cada vez mais precoce é um problema que tem sido um pouco esquecido, tememos que, num futuro próximo, uma década, se venham a notar mais casos do que o habitual de doenças hepáticas graves em pessoas relativamente jovens, na casa dos 30 anos", alertou Armando Carvalho, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).
Armando Carvalho falava à Lusa a propósito da 15.ª reunião anual da APEF e da 2.ª Reunião Luso-Brasileira de Hepatologia, que decorrem sexta-feira e sábado, em Coimbra.
O especialista manifestou-se preocupado com o consumo de álcool "mais intenso e pesado" entre os adolescentes, que "correm muito mais riscos, e mais precocemente, de virem a ter uma doença hepática grave".
"Antigamente, via-se muito pessoas ainda em idade jovem com problemas hepáticos graves devido ao consumo de álcool, mas nas aldeias. Tememos que agora comecem a surgir em pessoas de outro nível, jovens universitários", referiu.
Armando Carvalho defende, por isso, que "seria muito importante que fosse realizada uma forte campanha nacional para prevenir o consumo de álcool entre os jovens".
Numa entrevista à Lusa, domingo passado, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, admitiu que tem "falhado tudo" para desincentivar os jovens do consumo de álcool e defendeu a realização de uma campanha que envolva a escola, a família e os serviços de saúde.
Em declarações à Lusa, o presidente da APEF explica que as cirroses (doença grave irreversível do fígado) surgem "dez a 20 anos após o consumo excessivo de álcool e estimativas por baixo (defeito) apontam para que em Portugal uma em cada cinco pessoas consome álcool em níveis que podem ser perigosos para o fígado (a partir de 30 a 40 gramas por dia)".
"Não é preciso haver um aumento do consumo de álcool associado à crise que o país atravessa para que seja um problema em Portugal", considerou o especialista.
Estima-se que em Portugal "dois milhões de pessoas consomem álcool em quantidades perigosas, meio milhão são alcoólicos e, destes, 20 por cento acabarão com uma doença grave do fígado", alertou.
Armando Carvalho aponta "todo um negócio à volta da juventude, da noite, em que o ambiente é propício a consumos elevados de álcool" e adverte que, "se não houver fiscalização adequada, o aumento da idade legal para o consumo, de 16 para 18 anos, pode ter um impacto reduzido".
A cirrose hepática é apontada, sublinha a APEF, como a décima causa de morte em Portugal, sendo causada maioritariamente (70 a 85 por cento dos casos) pelo consumo de álcool.
"Ao contrário do que acontece com a diabetes e a hipertensão, não há um plano nacional de saúde dirigido às doenças do fígado, nem sequer à doença hepática do álcool", critica o especialista.
Outras das doenças em discussão no encontro são as hepatites víricas, a "B" e a "C", esta última para a qual existem dois medicamentos novos que aguardam a entrada no mercado português.
"São dois medicamentos bastante caros, que terão um acréscimo no custo do tratamento bastante significativo, 20 mil a 25 mil euros por doente, mas que aumenta a eficácia do tratamento da Hepatite C de quatro para sete em cada dez doentes", precisou.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2412743&page=-1