terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cocktail de drogas mata finlandesa

A ingestão de um poderoso cocktail de drogas sintéticas terá sido o motivo da morte, na sexta-feira (07/08/2009), de uma finlandesa, de 20 anos, que participava no Freedom Festival, que decorre no Monte da Chaminé, em Elvas. Esta é a segunda morte por overdose ocorrida no âmbito deste evento de música electrónica. Em 2007 já havia morrido uma israelita de 30 anos no Hospital de Portalegre.
Acompanhada por duas amigas, a finlandesa ainda foi assistida ao início da noite pelos bombeiros de serviço no recinto. Acabou por morrer no Hospital de Elvas por paragem cardiorrespiratória. "Quando chegou junto dos bombeiros estava desorientada e muito agitada. Dizia que estava a arder por dentro", referiu Alexandre Lavadinho, adjunto do comando da corporação local.
A jovem deu entrada na Urgência pelas 20h30. "Foram efectuadas manobras de suporte avançado de vida. Mostrou instabilidade clínica até falecer, pelas 23h00", referiu Ilídio Pinto, porta-voz do hospital.
Ao CM, Wilma Farget, da organização do evento, promovido pela empresa Cristal Matrix, lamentou a morte da festivaleira. A responsável assegurou que o "trágico episódio" não alterará a programação.
"Foi acompanhada e assistida por todos os meios de socorro no recinto [bombeiros e Cruz Vermelha], tendo saído daqui com vida. Esta situação não irá causar qualquer alteração no festival", disse. Wilma referiu ainda que a organização assegurou apoio psicológico aos acompanhantes da falecida.
Além da finlandesa, nas Urgências do Hospital de Elvas foram assistidos anteontem dez jovens com sintomas de intoxicação por consumo de álcool e de drogas sintéticas como LSD ou anfetaminas, substâncias elaboradas com produtos químicos e provocadoras de efeitos alucinogénios. Nas imediações do recinto do Freedom, que começou no dia 6 e termina amanhã, já foram detidas pela GNR 60 pessoas por posse de droga.

Anfetaminas e cogumelos estão em alta em Portugal


O consumo de drogas em contextos festivos é de carácter recreativo, muito distinto dos padrões de consumo regular, mas já representa uma realidade que preocupa o Instituto da Droga e da Toxicodependência.

O consumo de anfetaminas e de alucinogénios, em Portugal, assume proporções semelhantes ao da heroína. A cannabis continua a ser o estupefaciente mais utilizado, mas o LSD e os cogumelos mágicos, assim como o ecstasy, são cada mais prevalentes, de acordo com o "Relatório Anual 2007 - a situação do país em matéria de drogas e toxicodependências", divulgado pelo IDT.

No período de 2001-2007, os alucinogénios, como o LSD e os cogumelos mágicos, registam claro crescimento entre os consumidores portugueses, quer considerando a população total (15-64 anos), quer os jovens adultos (15-34). Estes dados confirmam uma tendência, verificada pelo menos desde o início da década, de coexistência dos tradicionais de consumos de heroína, associados a contextos de marginalidade e exclusão, com novos padrões de consumo de estimulantes (cocaína e ecstasy) e de haxixe, sublinha, ao JN, João Goulão.

"Os festivais são representativos dessa tendência para o uso recreativo e circunstancial de substâncias com o objectivo de potenciar a diversão", acrescenta o presidente do IDT. Este tipo de consumo não se enquadra nos habituais rótulos de toxicodependência, o que não significa que a utilização de carácter recreativa seja isenta de perigos. "O maior é, sem dúvida, que ao brincar com a substância, se desenvolva a dependência e que a droga se transforme no centro de gravidade da vida dessa pessoa", alerta Goulão.

Os acidentes de viação, a violência e os comportamentos sexuais de risco, de que podem resultar gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis, são outras das consequências da utilização de psicotrópicos em cenários festivos. A intervenção do IDT, nestes contextos, "não é fácil", reconhece o responsável, que considera a a participação de jovens, numa estratégia de influência entre pares, como a via mais eficaz.

A mistura de vários produtos psicotrópicos é outro dos graves riscos associados ao consumo recreativo e representa também uma tendência já sinalizada desde 2003. O haxixe é substância ilícita mais frequente em cocktails de drogas, embora o álcool seja o pano de fundo da maioria dos consumos.

Os alucinogénios, como o LSD, estão fortemente associados à subcultura trance, como atestou a investigação conduzida por Maria do Carmo Carvalho. A autora refere, porém, que os eventos de música trance (como os festivais Boom, em Idanha-a-Nova, ou o recente Freedom, em Elvas) deixaram de ter "características underground para se transformarem em fenómenos de massa", onde a utilização de alucinogénios já pouco tem a ver com a proposta estética e cultural do movimento trance. "A intencionalidade perdeu-se e o perfil de utilizador alterou-se e é cada vez mais heterogéneo", sublinha a docente da Universidade Católica do Porto, actualmente a desenvolver uma investigação com o objectivo de caracterizar os consumos em contextos recreativos.

Helena Norte

Jornal de Notícias

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1334688

terça-feira, 4 de agosto de 2009

20 detidos no 1º dia do Festival Andanças

Vinte pessoas detidas e 30 identificadas, todas por posse e tráfico de estupefacientes, constituem o balanço do primeiro dia da operação que a Guarda Nacional Republicana (GNR) montou em torno do festival 'Andanças', que decorre até domingo na aldeia de Carvalhais, em S. Pedro do Sul.

À semelhança de anos anteriores os militares vigiam e fazem a manutenção da ordem nos acessos a este festival, que reúne milhares de pessoas na serra de S. Macário em torno da dança.

Ontem, quando começou o festival, a GNR «deteve 20 pessoas, entre os 18 e os 37 anos, por posse e tráfico de estupefacientes», disse ao DN o oficial de relações públicas da GNR de Viseu. Na operação a GNR «apreendeu heroína, cocaína, ecstasy, LSD, cogumelos alucinogénicos e centenas de gramas de haxixe», adiantou Marques Fernandes.

Foram ainda identificadas 30 pessoas «na posse de droga mas não em quantidade suficiente para presumir tráfico e que foram encaminhadas para as comissões de dissuasão da toxicodependência». Apreendidas ainda «somas consideráveis de dinheiro, telemóveis e um automóvel».

A Operação 'Andanças' envolve mais de uma centena de militares e decorre até domingo. O 'Andanças' é um festival de dança, onde as questões ambientais são uma preocupação. O objectivo é não produzir lixo, utilizando utensílios e materiais descartáveis. Este ano pretende-se atingir o "descartável-zero" nas louças.

http://www.destak.pt/artigos.php?art=37585


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Anfetaminas e metanfetaminas: diferenças e semelhanças

No mercado de drogas ilegais, as principais representantes do grupo das anfetaminas são a anfetamina e a metanfetamina (e respectivos sais) — duas substâncias sintéticas estreitamente relacionadas entre si e membros da família das fenetilaminas. Ambas as substâncias são estimulantes do sistema nervoso central, partilhando o mesmo mecanismo de acção e tendo efeitos comportamentais, tolerância, efeitos de abstinência e consumo prolongado (crónico) semelhantes. A anfetamina é menos potente do que a metanfetamina, mas em situações não controladas os efeitos são quase indistinguíveis.

Os produtos das anfetaminas e das metanfetaminas são sobretudo constituídos por pós, mas o "ice" (gelo), ou seja o hidrocloreto de metanfetamina, um sal puro e cristalino, também é consumido. Os comprimidos com anfetaminas ou metanfetaminas podem ter logótipos semelhantes aos observados nos comprimidos de MDMA e noutros comprimidos de ecstasy.

Em consequência das forma físicas em que se encontram disponíveis, as anfetaminas e metanfetaminas podem ser ingeridas, aspiradas, inaladas e, o que é menos comum, injectadas. Ao contrário do sal de sulfato de anfetamina, o hidrocloreto de metanfetamina, em especial na sua forma cristalina ("ice), é suficientemente volátil para ser fumado.

Fonte: EMCDDA drug profiles

http://www.emcdda.europa.eu/themes/drug-situation/pt/amphetamines

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Judiciária deteve trio que roubou e sequestrou estudantes



Judiciária deteve trio que roubou e sequestrou estudantes

Depois de assaltar uma jovem em Coimbra, grupo comprou e consumiu droga, deslocando-se, de seguida, à casa da vítima, onde roubou portáteis e telemóveis.

Actuavam durante a madrugada, escolhendo as vítimas entre estudantes universitários que circulavam sozinhos, a pé, nas imediações da Praça da República. Trio de assaltantes foi detido domingo à tarde pela Polícia Judiciária, depois de, pelo menos, ter cometido dois crimes de roubo com sequestro das vítimas. Um dos suspeitos também frequenta o ensino superior, enquanto os restantes não têm profissão conhecida. O consumo de estupefacientes é o elo de ligação entre os três elementos do gang.

O primeiro assalto terá ocorrido, de acordo com fonte da Directoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ), na madrugada de sexta-feira e o segundo na madrugada de domingo. Em ambas as situações as vítimas seguiam a pé, por volta das 5h00/6h00, nas imediações da Praça da República e foram interceptadas pelo trio, constituído por dois homens e uma mulher. Um conduzia a viatura, um Renault, modelo antigo, enquanto os outros dois se encarregavam de “tomar conta” da vítima. Empunhando uma arma de fogo e uma faca, os assaltantes exigiam que as vítimas lhes entregassem os valores que tinham em seu poder, nomeadamente dinheiro e telemóveis, mas também os cartões multibanco. Uma operação que, de acordo com o testemunho das vítimas, era acompanhada com constantes ameaças verbais, exercendo uma forte coação e uma intensa violência psicológica sobre os jovens.

Com os cartões em seu poder, o trio “apoderava-se” da vítima, rumando a uma caixa multibanco – na zona de Celas, no primeiro caso, ou num posto de abastecimento de combustíveis, no segundo – onde procediam ao levantamento do dinheiro possível, mantendo sempre a vítima como refém. No primeiro caso, o jovem estudante universitário, de 23 anos, acabou por ser abandonado pelos seus assaltantes/sequestrados, por volta das 7h00, na zona de Celas.

Já a segunda vítima, uma jovem, foi interceptada na madrugada de domingo, cerca das 6h00 e, depois de ameaçada e manietada pelos assaltantes, foi levada como “garante” que os códigos do cartão multibanco que forneceu estavam correctos, mas a “operação” não se ficou por aqui. Depois de procederem ao levantamento de dinheiro, os assaltantes foram adquirir estupefacientes, que consumiram, mantendo a vítima como refém. Depois disso, de acordo com fonte ligada à investigação, dirigiram-se a casa da jovem, que vive com uma amiga, também estudante, que se encontrava a dormir. Também ali o trio fez questão de deixar uma marca da sua presença, levando consigo dois computadores portáteis, telemóveis e um leitor de MP3. Com os “bolsos cheios”, deram-se por satisfeitos e foram embora, deixando a vítima em casa.

Apanhados na zona do Bota-Abaixo

As queixas chegaram à Polícia Judiciária de Coimbra, a primeira na sexta-feira e a segunda no domingo e imediatamente os investigadores se puseram em campo, acabando por proceder à detenção dos suspeitos no domingo, durante a tarde, na zona do Bota Abaixo, onde se presume procurassem fornecedores de droga. O facto de os assaltantes serem consumidores de produtos estupefacientes, conjugado com a sua actuação com a cara a descoberto, acabou por funcionar a favor de uma investigação célere, uma vez que as vítimas procederam à sua identificação, permitindo que fossem localizados e detidos poucas horas depois de terem cometido o segundo crime.

Na sequência das diligências entretanto efectuadas, no sentido de renuir elementos de prova, a PJ apreendeu a viatura em que o trio circulava e que foi usada nos dois assaltos e sequestro das vítimas, recuperando, também, alguns dos artigos roubados, nomeadamente os portáveis roubados em casa das duas jovens, bem como as armas, brancas e de fogo, usadas nos assaltos. Relativamente à arma, importa referir que, apesar de parecer uma pistola, não passa de uma réplica, de acordo com os exames efectuados pela PJ. Todavia, apesar de falsa, a arma foi o mais autêntica possível aos olhos das vítimas, quando esta lhes foi apontada, “pronta a disparar”.

O trio, que vai ser presente hoje a Tribunal para primeiro interrogatório e aplicação de medidas consideradas convenientes, terá, para além dos levantamentos de dinheiro efectuados na presença das vítimas, efectuado operações posteriores, usando os cartões dos dois jovens.

Alertas de “bom senso” para evitar riscos

Os assaltos a estudantes universitários têm-se tornado, nos últimos tempos, recorrentes e já foram vários os suspeitos detidos pela Polícia Judiciária. A “solo” ou em grupo, os assaltantes têm relevado uma particular apetência pelos estudantes, a quem roubam, sob ameaça de armas, os objectos que têm em seu poder, nomeadamente telemóveis e dinheiro e, claro, os cartões multibanco. Razões que “exigem” alguma atenção. Sem qualquer alarmismo, a Directoria do Centro da PJ alerta, todavia, para alguns cuidados a ter, no sentido de “dificultar a vida” aos assaltantes.

Na primeira linha está o andar sempre acompanhado, uma vez que qualquer pessoa sozinha é muito mais vulnerável a uma investida “mal intencionada”, sobretudo quando se trata de horas tardias. Cautela também relativamente aos objectos de valor que possam trazer consigo, especialmente à vista, e ainda um alerta no sentido de evitar locais pouco iluminados, falar com desconhecidos e não dar pretexto para abordagens. Em causa estão “alertas” de bom senso, mas que poderão inibir os assaltantes. De resto, nestes dois últimos casos, a “escolha” recaiu” precisamente sobre vítimas que se encontravam sozinhas e, como tal muito mais vulneráveis.

Um dos suspeitos é estudante universitário

O trio é heterogéneo e, para além do consumo de estupefacientes, que será o elo de ligação mais forte que os une, os três são naturais de Coimbra e aqui residentes. A mulher tem 32 anos, é o elemento mais velho do grupo, não tem profissão conhecida e do seu “histórico” pessoal faz parte uma condenação por consumo de estupefacientes.

O elemento mais novo é um jovem de 22 anos, sem profissão e sem actividade delituosa relevante até ao momento. Já seria amigo da mulher e ambos conheceram o terceiro elemento, um rapaz de 28 anos, estudante universitário, que frequenta o curso de Comunicação Social.

O grupo será responsável por estes dois crimes de assalto e sequestro, mas a PJ não coloca de parte a possibilidade do seu envolvimento noutras situações de assalto, que tiveram estudantes universitários como vítimas.

Fonte: Diário de Coimbra

Assalto violento no centro da cidade



Assalto violento no centro da cidade

Um jovem estudante foi vítima de roubo e sequestro, na zona da Praça da República. A situação não é nova, mas a violência (verbal) utilizada pelos assaltantes torna este caso invulgar.

Na madrugada da última sexta-feira, dia 10, um jovem, de 23 anos, natural e residente em Coimbra, foi vítima de roubo e sequestro, em pleno centro da cidade. O traumatizante episódio teve início perto das 05H30, na Rua João de Deus, junto ao Campo de Santa Cruz, e só terminou cerca de duas horas depois, numa zona isolada e deserta, de mato, próximo da Calçada do Gato (junto à circular externa). “Joaquim” (nome fictício) regressava a casa após uma noite com os amigos, passada num popular bar de estudantes da Praça da República, quando dois indivíduos, aparentando terem 30 anos, de cara destapada e munidos de armas brancas, o interceptaram no cruzamento da Rua Lourenço Chaves D’Almeida com a Rua João de Deus, mesmo de frente para a entrada principal do campo de futebol.

As violentas agressões verbais e ameaças de morte começaram de imediato. “Joaquim” foi depois guiado até uma caixa multibanco, localizada no bairro de Celas, forçado a revelar o código do seu cartão de débito, permitindo assim aos assaltantes levantar o valor máximo em dinheiro que lhes era permitido.

Seguiram-se momentos de pânico: “Joaquim” foi feito prisioneiro na mala do automóvel utilizado pela dupla de ladrões, onde viajou durante alguns minutos. Os assaltantes, na posse do produto do roubo e já mais calmos, abasteceram a viatura numas bombas de gasolina da cidade e, passados alguns minutos, corresponderam aos apelos do jovem conimbricense, largando-o numa zona isolada e deserta, já em plena luz do dia, e ainda ao som de mais agressões verbais e ameaças de morte. “Joaquim”, após identificar o local onde se encontrava, caminhou até à casa próxima de um amigo, de onde pôde, finalmente, contactar os seus familiares, que o recolheram, são e salvo, perto das 07H00 – um episódio que valeu um valente susto, mas que, dadas as circunstâncias (a ausência de violência física), acabou por ter final feliz.

Entretanto, Polícia Judiciária tomou conta da ocorrência e já está no terreno a trabalhar no caso.

Fonte: Diário “As Beiras”

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Consumos Recreativos e (In)Segurança Rodoviária

RESUMO
Neste estudo procedeu-se à aplicação de um inquérito sobre consumos recreativos e segurança rodoviária a uma amostra de 200 estudantes universitários, comparando-se posteriormente os resultados obtidos de um amostra de 282 sujeitos recolhida entre a população frequentadora de bares e discotecas localizadas em Braga. Os resultados obtidos indicam que os sujeitos da amostra de frequentadores de bares e discotecas recorrem com mais frequência ao consumo de substâncias e, dentre estes, os homens mais do que as mulheres. Da mesma forma, e segundo essa mesma ordem, estes sujeitos conduzem com mais frequência sob o efeito de substâncias.
Implicações destes resultados para as campanhas de segurança rodoviária são, por fim, discutidas.

Olga Cunha, Rui Abrunhosa Gonçalves
Artigo publicado na revista Toxicodependências n.º 2/2009
http://www.idt.pt/PT/RevistaToxicodependencias/Paginas/ArtigoDetalhe.aspx?ID=476

ESPAD/2007

NOTA DE IMPRENSA
para
Apresentação de resultados do ESPAD/2007
Lisboa, 26 de Março de 2009

O “ESPAD – European School Survey on Alcohol and Drugs” é um inquérito a nível europeu, que se realiza actualmente em 35 países de acordo com uma metodologia normalizada, de modo a permitir a máxima comparabilidade possível entre os resultados dos diversos países. Conta com o apoio do Grupo Pompidou do Conselho da Europa e do OEDT –
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

Este inquérito repete-se a cada 4 anos, foi iniciado em 1995, e Portugal participa desde o início. A sua realização é coordenada, a nível europeu, por Björn Hibell do CAN (Suécia) e um grupo de investigadores e, em cada país participante, por um investigador que o desenvolve com o apoio de uma ou mais instituições nacionais. No nosso país tem sido desenvolvido no IDT, IP (IDT, IPDT, GPCCD) com o apoio do Ministério da Educação e desde 2000, a coordenadora nacional do ESPAD é Dr. Fernanda Feijão, actual Responsável pelo Núcleo de Estudos e Investigação do IDT.

As amostras são representativas dos alunos que completam 16 anos no ano em que decorre a recolha de dados do estudo (nesta caso 2007) e o objectivo do estudo é obter informação que permita acompanhar a evolução dos consumos de substâncias psicoactivas (álcool, tabaco, drogas e medicamentos) entre os adolescentes europeus.

As principais conclusões do Relatório que agora se apresenta apontam genericamente para uma descida dos consumos (cfr. pg. 15 do relatório). Em síntese, e por grupos de substâncias:

- A nível europeu, de 2003 para 2007:
- TABACO - é a substância em que a tendência para a descida das prevalências de consumo (percentagens de consumidores no período de tempo em referência) é mais generalizada; com efeito assiste-se à descida em quase todos os países, Portugal incluído.
- ÁLCOOL – Globalmente a tendência é para a descida ou manutenção das prevalências de consumo, mas em muitos países há um aumento da percentagem de consumidores com padrões de consumo intensivos, Portugal incluído.
- DROGA – Globalmente, há um grupo de países (maioritariamente da Europa de Leste) em que há um aumento das prevalências de consumo (particularmente no que se refere a outras drogas que não a cannabis), outro grupo com uma certa estabilidade (variações até ± 5%) – o decréscimo em Portugal está neste intervalo – e um terceiro grupo de países em que a descida é mais acentuada, em particular alguns daqueles em que as prevalências eram das mais elevadas.
De referir que a tendência, relativamente ao consumo de cannabis é, genericamente, para o decréscimo ou manutenção do nível anterior e consumos.
- OUTRAS SUBSTÂNCIAS – relativamente aos “Tranquilizantes ou Sedativos”, aos “Inalantes” e “Álcool com Comprimidos”, as tendências gerais são, também, para a manutenção dos níveis anteriores de consumo, Portugal incluído.

Em síntese, e no que a Portugal diz respeito, os resultados mostram a descida no consumo de tabaco, um agravamento nos padrões de consumo de álcool, decréscimo ou estabilização nos consumos de drogas ilícitas e estabilização nos consumos das outras substâncias.

Publicado originalmente no sitio do IDT
relatório disponível no seguinte endereço:
http://www.idt.pt/PT/COMUNICACAOSOCIAL/COMUNICADOSIMPRENSA/Paginas/ESPAD2007eECATD2007.aspx

segunda-feira, 29 de junho de 2009

SUCESSO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DE DROGAS EM PORTUGAL



SUCESSO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DE DROGAS EM PORTUGAL
Glenn GreenwaldNY
Considerado entre os 25 constitucionalistas liberais mais influentes dos Estados Unidos, Glenn Greenwald apresentou no dia 3 de Abril, no Cato Institute em Washington, um relatório intitulado “Descriminalização da Droga em Portugal: lições para criar políticas justas e bem sucedidas sobre a droga”, onde apresenta Portugal como um caso de sucesso quanto a políticas de droga.
Distinguindo o papel pioneiro e inovador de Portugal na UE, Glenn Greenwald refere a Descriminalização das Drogas e a adopção das novas políticas de Dissuasão implementadas pelo Estado Português, destacando os progressos alcançados nos diversos parâmetros analisados.
Mais do que muitas suposições e teorias, Portugal é destacado como um país que provou que se deve encarar o doente toxicodependente como alguém a recuperar e a reinserir na sociedade, em substituição da tradicional penalização que é ainda exercida em muitos outros países.
Para João Goulão, presidente do IDT, IP, a atenção dedicada ao trabalho desenvolvido internamente, por um País que tanto investe e aspira a resolver estas temáticas e se encontra num momento de viragem política sem precedentes, é sem dúvida motivador para toda a equipa e sobretudo para o trabalho diário com os nossos utentes.
Publicado originalmente no sitio do IDT,
versão integral do livro no seguinte endereço:

terça-feira, 16 de junho de 2009

Menores 16 e Discotecas



Portugal é um dos três países da Europa onde é possível consumir álcool antes dos 18 anos, mas a prática comum é que ainda antes dos 16 anos, os jovens comecem a sair à noite. Com um maior número de fiscalizações, as casas que mais jovens acolhem – como o loft e o Garage – têm apertado o controlo e alertam, por exemplo para o aparecimento de Bilhetes de Identidade falsificados pelos próprios miúdos, com um scanner, um programa de edição de imagem e uma impressora a cores. A PSP remete para a PJ que diz não ter conhecimento desta realidade crescente. No Loft, em 2008, forma efectuadas quatro operações, mas desde que pagaram uma multa de 2.500 euros, começaram a adoptar medidas rigorosas: “ Só entram mostrando BI, nem sequer fotocópias servem”, garante o proprietário Manuel Faria. Já no Garage, a par de outras rusgas no âmbito da fiscalização habitual de estabelecimentos, desde Janeiro de 2008 foram feitas várias visitas das quais resultaram autos de notícia por contra ordenação relativos À presença de dois menores de 16 anos, entre outros ilícitos.
Jornal SOL

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ariel Pink


Amanhã, dia 2 de Junho, na Via Club, em Coimbra, concerto de Ariel Pink.
Esta é uma produção de "Put Some..." e conta com a Associação Existências enquanto Instituição convidada, no Âmbito do seu 5.º Aniversário.
A não perder!

5º Aniversário Existências_Novas Informações

domingo, 31 de maio de 2009

Dia Mundial Sem Tabaco

Organizações anti-tabágicas pedem imagens chocantes nos maços de cigarros.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu para hoje, Dia Mundial Sem Tabaco, o tema das advertências nos pacotes de cigarros, uma iniciativa também defendida por associações portuguesas, que querem imagens chocantes nos maços, para impelir os fumadores a deixar o vício.Em Portugal, a legislação não contempla a utilização de imagens chocantes nos maços de cigarros, mas esta ideia é defendida pela Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (COPPT), organização que reúne várias associações ligadas à saúde, educação e do ambiente, que têm em comum o interesse pela prevenção do tabagismo.Luís Rebelo, presidente desta associação, defendeu a campanha da OMS "Mostrar a verdade - Imagens de aviso, salvam vidas", à semelhança do que já acontece em países como o Brasil e o Canadá.
Contra o "marketing" de caixas de tabaco "glamourosas" propõe maços de tabaco ilustrados por imagens chocantes dos malefícios do tabaco acreditando que os fumadores terão mais vergonha em mostrar publicamente o seu vício.A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) alerta, por seu lado, que Portugal está a falhar no controlo e prevenção do tabagismo.
A SPP considera que, em Portugal, "o tabaco ainda é muito barato; a fiscalização não é feita nos espaços públicos fechados, nem nas escolas; os tratamentos não são comparticipados e nem sequer é possível a sua prescrição na maioria das farmácias hospitalares". Sofia Ravara, médica da SPP, defende que o tabaco deveria ser mais caro, que deveria haver mais acções de fiscalização e campanhas de sensibilização, assim como o acesso universal a consultas de cessação tabágica e linhas telefónicas de apoio.
31.05.2009 – Jornal Público - Lusa

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Observatório europeu: Consumo de drogas em Portugal

O consumo da maioria das substâncias ilícitas em Portugal está "abaixo da média europeia", disse hoje o director do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, salientando, (...) que o consumo de cocaína continua a crescer no país. "Mas isto não quer dizer que não haja problemas, uma vez que há um crescente consumo de cocaína no país", disse o alemão Wolfgang Götz.
Apesar de não ter querido pormenorizar as tendências de consumo das várias drogas em Portugal por ser "matéria da competência do Instituto da Droga e Toxicodependência", o especialista ressalvou que o problema da cocaína "não é tão grave como em Espanha", que com o Reino Unido, Dinamarca e Holanda apresentam os mais altos consumos na Europa.
Quanto ao panorama geral do consumo das restantes substâncias ilícitas na Europa, (...) este "tem vindo a estabilizar". "Pode até dizer-se que o uso de certas substâncias, como a cannabis, diminuiu, especialmente na população jovem", precisou, explicando no entanto que estimativas apontam para "cerca de quatro milhões de consumidores regulares na Europa, o que traz novos problemas".
Adiantou também que um estudo que define o mapa do mercado de cannabis, a ser publicado este ano, estima que na União Europeia e Noruega sejam consumidas "anualmente 1750 toneladas desta droga", um consumo que "poderá equivaler a um valor de venda ao público de cerca de 9,6 mil milhões de euros".
Substâncias sintéticas
Wolfgang Götz destacou também o "desenvolvimento de novas substâncias sintéticas nas mais variadas direcções", lembrando que o Mecanismo Europeu de Alerta Precoce identificou "cerca de 90 substâncias ilícitas desde 1997". "Enquanto no fim dessa década se tratava sobretudo de derivados de Ecstasy, hoje as substâncias mais comuns são os derivados de piperazina [estimulantes do sistema nervoso, como BZP]", explicou, (...) "muito recentemente, se verificou também um forte aumento dos canabinóides sintéticos".Nos últimos anos foi também identificada na UE uma "presença cada vez mais regular de misturas heterogéneas que incluem produtos vegetais, estimulantes raros e substâncias medicinais". (...)
Falta de controlo eficaz de doenças é principal problema de Portugal
O director do Observatório Europeu da Droga considera que o maior problema relacionado com o consumo de droga que Portugal enfrenta é ainda não ter conseguido mitigar eficazmente a transmissão de doenças infecto-contagiosas através das drogas injectáveis. "Na minha opinião, o principal problema que Portugal enfrenta é o de ainda não ter encontrado a chave para controlar eficazmente a transmissão de doenças infecto-contagiosas, como o HIV/Sida ou a hepatite C, através das drogas injectáveis", afirmou hoje o director do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), Wolfgang Götz.(...)
Segundo dados do Observatório Europeu, sediado desde 1995 em Lisboa, Portugal apresenta uma taxa de novos casos de HIV/Sida entre os consumidores de drogas injectadas oito vezes superior à média europeia. Num relatório apresentado no fim do ano passado em Bruxelas, Portugal é apontado como o país onde surgiram mais casos (703) de consumidores de drogas injectáveis infectados com Sida em 2006, muito à frente dos restantes estados. A Estónia ocupa o segundo lugar (191), seguida do Reino Unido (187), Alemanha (168) e França (167). O surgimento de novos casos de sida entre consumidores de droga injectável ronda os três mil por ano, segundo estimativas do OEDT. Assim, os 703 novos casos registados em Portugal em 2006 representam uma taxa oito vezes superior à media dos restantes 27 estados-membros da União Europeia.
Agência Lusa

Imagens Queima 2009


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Queima das Fitas Coimbra 2009

Entre os dias 1 e 9 de Maio, decorrerá em Coimbra, a Queima das Fitas 2009.
Considerando o facto de este ser, para além de um período de diversão e comemoração, uma época de risco para o consumo de álcool em excesso e adopção de diversos comportamentos de risco, incluindo nomeadamente comportamentos sexuais de risco, existirão, este ano, um conjunto actividades, sob a designação do projecto "Antes que te Queimes 2009".
As entidades incluídas neste projecto são as seguintes:
- Governo Civil do Distrito de Coimbra
- Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
- Associação de Estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
- Comissão Central da Queima das Fitas/2009
- ARS-Centro
- Delegação Regional do Centro do IDT
- Instituto Português da Juventude do Centro
- Núcleo de Estudantes de Medicina da AAC
- SOS-Estudante
- Projecto A(risco)/APF
- Saúde em Português
- Associação Académica de Coimbra
- Associação Existências – Projecto Nov’Ellos
- Canal UP

Os objectivos dos projectos são:

a) Aumentar os conhecimentos sobre o consumo de álcool e sexualidade responsável;
b) Promover a reflexão sobre as atitudes relacionadas com o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, os problemas associados como intoxicação grave, prática de sexo desprotegido e policonsumos;
c) Reduzir os danos associados ao abuso de álcool e relacionados com o sexo não protegido e a condução de veículos;
d) Promover escolhas livres e informadas, que visem comportamentos responsáveis do ponto de vista pessoal e social;
e) Divulgar os serviços de atendimento/aconselhamento a jovens em matéria de saúde sexual e reprodutiva, consumo de substâncias psico-activas e saúde mental;
f) Esclarecer os jovens no âmbito de temáticas específicas relacionadas com a sua saúde sexual e reprodutiva, a saber: infecção VIH/SIDA e outras IST’s; contracepção de emergência e interrupção voluntária da gravidez.

As actividades a realizar incluem:

a) Realização de Outdoor, para identificação do projecto e sensibilização para as actividades a decorrer durante a Semana Académica;
b) Formação de “educadores de rua”;
c) Disponibilização de um espaço de apoio e aconselhamento, da Unidade de Saúde Móvel, no Largo da Portagem, entre as 22h e as 3h00;
d)Iniciativas de aconselhamento em contexto recreativo a desenvolver por grupos de jovens, para a redução de consumos/danos, medições de taxa de alcoolemia e glicemia, aconselhamento sexual, disponibilização de preservativos e primeiros socorros;
e) Disponibilização da Unidade de Saúde Móvel, na Praça da República, entre as 14h30 e as 19h, de 1 a 8 de Maio, da responsabilidade do CAD Coimbra;
f) Existência de “educadores de rua” no recinto da Semana Académica, com vista à sensibilização na área do consumo abusivo de álcool e sexualidade.

domingo, 26 de abril de 2009

Efeitos do consumo de álcool em Portugal

As doenças do fígado causadas pelo álcool estão à frente dos acidentes rodoviários e do cancro nas causas de morte em Portugal por consumo excessivo, que origina 3,8% dos óbitos anuais em Portugal, refere um estudo.
A mortalidade estabelecida pelo estudo de Helena Cortez Pinto corresponde a 4.054 pessoas em cada ano. Aquela investigadora indica que as mortes de portugueses por consumo excessivo de álcool são mais numerosas por cirrose, seguida de acidentes de carro e ainda por cancro.
Helena Cortez Pinto, que faz as suas pesquisas na Unidade de Nutrição e Metabolismo do Instituto de Medicina Molecular, procedeu também ao cálculo dos custos atribuíveis ao consumo de álcool: as doenças por este causadas correspondem a 1,25% dos gastos em saúde. Nestas contas, que repercutem as estatísticas disponíveis sobre o ano de 2005, a mesma cientista explicita que houve nesse ano uma despesa de 14,1 milhões de euros por doenças crónicas (do fígado, cancro, etc) causadas pelo consumo excessivo. Muito mais elevados do que este montante situaram-se os 82,2 milhões de euros de despesa devido a acidentes rodoviários e outras causas externas. Além disto, foi calculada a "factura" com tratamentos ambulatórios (93 milhões). No total, há quatro anos, houve custos de 189,2 milhões de euros atribuíveis ao álcool, nada menos do que 0,13% do Produto Interno Bruto (PIB) português.
Na escala das doenças e mortalidade associadas ao álcool excessivo, Helena Cortez Pinto coloca primeiro as doenças do fígado (28,3%, representando 1.147 óbitos), seguidas pelas mortes na estrada (26,2%, o que corresponde a 1.062 pessoas mortas) e ainda os falecimentos devido aos diversos tipos de cancro associados ao álcool (21%, ou seja, 851 indivíduos). Na sua comunicação ao encontro internacional, a investigadora portuguesa considerou importante que o país deve pôr em prática estratégias actuantes no sentido de promover hábitos de vida saudáveis e tornar o consumo de álcool moderado.
Por todas estas cifras, Portugal surge com 5% das causas de doenças ligadas ao álcool, uma taxa muito superior à média mundial calculada pela OMS.
A influência dos pais é determinante nos hábitos de consumo, referem as conclusões de um outro estudo, feito por especialistas do Instituto Suíço para a Prevenção dos Problemas de Álcool e Drogas. A equipa dirigida por Emmanuel Kuntsche estudou mais de 350 jovens ao longo de dois anos e chegou à conclusão de que os adolescentes com uma boa relação com os pais atrasam a idade de contacto com as bebidas, o que também vai determinar menores riscos de consumo excessivo. As circunstâncias em que há o primeiro contacto com o álcool são muito importantes, referem as conclusões deste estudo.
Eduarda Ferreira

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Heroína e cocaína juntas matam duas vezes mais neurónios

Quando a cocaína e a heroína se juntam, numa perigosa associação conhecida por speedball, formam-se novos compostos que provocam lesões mais graves no sistema neuronal do que quando consumidas em separado. Uma investigação liderada pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular, de Coimbra, revelou que a união entre as duas drogas provoca a morte de 20 por cento das células no cérebro, enquanto a heroína sozinha mata dez por cento.
O projecto quer contribuir para a identificação de novos alvos terapêuticos para prevenir a formação dos compostos e, desta forma, evitar a morte celular.“Quando administramos a heroína e a cocaína não verificamos a soma dos efeitos de uma com a outra mas algo bem mais prejudicial. Há novos compostos que se formam que são duas vezes mais neurotóxicos e que não estão presentes quando as drogas são consumidas separadamente”, explica Catarina Resende de Oliveira, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular.
A pesquisa – que envolveu investigadores da Faculdade de Medicina e de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra e ainda da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto – quis tentar perceber o que acontecia a nível celular e molecular no cérebro com os chamados speedball que são cada vez mais populares entre os consumidores de drogas e cujos efeitos comportamentais e não só ainda estão muito pouco estudados. Conclusão? Quando as duas drogas se unem, matam mais células. “Estas drogas induzem a morte celular. No caso da cocaína não é muito significativa, mas a heroína leva cerca de 10 por cento das células neuronais à morte. E quando juntamos as duas a morte sobe para cerca de 20 por cento”, sublinha a investigadora. A partir do conhecimento dos compostos que se formam e dos mecanismos que ocorrem a nível celular e molecular poderá agora ser possível identificar potenciais alvos terapêuticos capazes de proteger os neurónios, adianta.
Equilíbrio de efeitos?
As alterações comportamentais provocadas pelos chamados speedball nos consumidores são ainda motivo de controvérsia entre os especialistas. Há quem defenda que se poderá assistir a um equilíbrio dos efeitos euforizantes de uma e sedativos de outra quando se opta pela administração em conjunto destas duas drogas e quem defenda que há uma potenciação efeitos da euforia com o uso combinado, nota Catarina Resende de Oliveira. Numa primeira fase o trabalho foi feito com recurso a células neuronais de rato em cultura e consistiu na administração de baixas concentrações da mistura de modo continuado. Agora, os investigadores já estão a recorrer a modelos in vivo, para obter mais dados sobre os danos da interacção entre opiáceos e cocaína nos tecidos neuronais de ratinhos. “Nesta avaliação mais qualitativa, verifica-se que há também mais tecidos danificados”, avança Catarina Resende Oliveira. Além de possíveis lesões no cérebro, os cientistas vão tentar caracterizar a distribuição destas drogas nos diferentes tecidos do cérebro e avaliar se os novos compostos gerados pela combinação das duas interferem na neurogénese, que garante um processo reparador das lesões nas células.
Andrea Cunha Freitas

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Efeitos da descriminalização do consumo de drogas em Portugal

É um dos mais conhecidos constitucionalistas dos EUA, país onde a política da droga é das mais severas. Analisou o que se passa em Portugal. E concluiu que deve servir de exemplo.
Glenn Greenwald poderá abusar da adjectivação no relatório "Descriminalização da droga em Portugal: lições para criar políticas justas e bem sucedidas sobre a droga". Mas tem o mérito de ter chamado a atenção para o que por cá se faz em matéria de luta contra a toxicodependência. No documento apresentado na semana passada no Cato Institute de Washington, fala de "sucesso retumbante". E fá-lo comparando Portugal com a Europa e com os EUA.
Desde 1 Julho de 2001 (Lei n.º 30/2000, de 29 de Novembro), a aquisição, posse e consumo de qualquer droga estão fora da moldura criminal e passaram a ser violações administrativas. Desde então, o uso de droga em Portugal fixou-se "entre os mais baixos da Europa, sobretudo quando comparado com estados com regimes de criminalização apertados". Baixou o consumo entre os mais jovens e reduziram-se a mortalidade (de 400 para 290, entre 1999 e 2006) e as doenças associadas à droga.

Proibido? Sim, mas sem prisão
Porquê? Porque, adianta Greenwald, Portugal ofereceu mais oportunidades de tratamento. E cita peritos que atribuem esta mudança de abordagem à descriminalização. Por partes: consumir continua a ser proibido. Mas já não dá prisão. Quando muito, dá uma multa. Na maioria dos casos, uma reprimenda. E o encaminhamento para o tratamento.

Com isto, mitigou-se aquele que era o principal desafio da luta contra a droga: o receio de procurar ajuda e de, por essa via, acabar na cadeia. O estigma do crime diluiu-se, ao contrário do que acontece em Espanha, por exemplo, onde as sanções são raras, mas passa-se por processos penais, diz o constitucionalista. Por outro lado, resgataram-se recursos que eram gastos na criminalização (em processos e detenções, já que 60% deles envolviam consumidores), canalizando-os para o tratamento. Entre 1999 e 2003, cresceu 147% o número de pessoas em programas de substituição.

Greenwald cita estudos de 2006, segundo os quais a prevalência do consumo desceu de 14,1% para 10,6% (face a 2001) nos 13-15 anos, e de 27,6 para 21,6% nos 16-18 anos. A subida nas faixas etárias seguintes, adianta, não se prende com mais consumo, mas porque os jovens consumidores pré-descriminalização estão hoje mais velhos. Ou seja, se os adolescentes consomem menos, a prazo, menos adultos consumirão.

A análise de Gleen Greenwald estende-se ainda sumariamente à atitude dos vários quadrantes políticos portugueses e ao ambiente político pré e pós-descriminalização. Dá conta de um quase consenso actual, à excepção da Direita conservadora. E regressa aos números para desmontar os cenários de pesadelo previstos antes da lei. O consumo de droga não se generalizou, nem Portugal se transformou num paraíso turístico oferecendo "sol, praias e droga": 95% dos cidadãos atendidos nas comissões de dissuasão de toxicodependência criadas com a lei (para onde os consumidores são encaminhados pela Polícia) são portugueses. Do resto da Europa, serão à volta de 1%.

Greenwald diz que este caso de sucesso deveria ser tema de debate em todo o Mundo e lamenta que, confrontadas com ele, as autoridades americanas se tenham remetido ao silêncio.

domingo, 29 de março de 2009

Pais desvalorizam o álcool

À conversa com... João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT)

Assumiu, há cerca de três anos, as competências na área da prevenção do consumo do álcool e conta, até Abril, aprovar o Plano Nacional de Redução dos Problemas Ligados ao Álcool.

Diz que é "por moda" que os jovens começam a beber cada vez mais cedo e lamenta que já saiam de casa com o objectivo de se embebedar. Mas não isenta de culpa os pais e a sociedade, que acusa de ser "complacente" com esta nova realidade.

Surpreenderam-lhe os resultados do estudo europeu que indica que 56% dos jovens portugueses até aos 16 anos admite beber, muitas vezes, até cair para o lado?

Não, não surpreenderam. Nós já tínhamos conhecimento destes dados há algum tempo, que estão em linha com outros estudos que temos vindo a desenvolver. Todos apontam para as mesmas tendências: uma descida no consumo das substâncias ilícitas e do tabaco e um aumento da prevalência dos consumos intensivos de álcool.

Mas é um crescimento muito grande: entre 2003 e 2007, passou de 25 para 56%, ou seja, duplica.

Sim. Felizmente continuamos ainda muito longe das médias europeias de prevalência de consumo de álcool, mas este padrão de consumo, que ocorre sobretudo ao fim-de-semana, deu de facto um salto muito grande. A preparação do Plano Nacional para a Redução dos Problemas ligados ao Álcool não é alheia ao conhecimento que já tínhamos desta tendência.

A que é que atribui este aumento?

São tendências que ocorrem por moda, não só em Portugal. A globalização também está envolvida nisto. As tendências da juventude são rapidamente importadas e exportadas e esta é uma tendência muito comum à juventude europeia.

Daí a proposta do IDT para aumentar dos 16 para os 18 anos a idade mínima para o consumo de álcool?

Há uma série de medidas previstas, desde a prevenção a campanhas de sensibilização. Tem de haver uma acção concertada na redução da oferta e da procura.

Como é que isso pode fazer-se?

Através de legislação que dificulte o acesso às bebidas alcoólicas por pessoas em quem os malefícios são muito mais sensíveis. A par do aumento da idade a partir da qual é possível adquirir álcool, há uma série de medidas ao nível da redução da procura que têm de passar por actividades de prevenção, esclarecimento e sensibilização das famílias e de todos os educadores para que estejam mais atentos aos hábitos dos jovens e para que os acompanhem mais de perto. Há uma enorme complacência na sociedade portuguesa relativamente a estes consumos e é importante que toda a gente tenha consciência dos riscos.

Os pais não estão suficientemente alerta?

De uma forma geral, os pais ficam assustadíssimos se sabem que um filho fuma um charro, mas não se importam nada de saber que apanham bebedeiras todos os fins de semana. E, se calhar, estes consumos de álcool acabam por ter muito mais riscos.

O Governo está disponível para fazer essa alteração legislativa?

Nós construímos este plano em colaboração com variadíssimas entidades, públicas e privadas, e esta proposta foi consensualizada no seio desse trabalho. A indicação que temos é que o Governo estará disponível para aprovar este plano na generalidade, o que implica que ficaremos obrigados a cumprir as medidas que estão lá previstas.

Quando é que estima que essa alteração possa ser feita?

O que temos previsto é que, até ao final de Abril, o plano esteja aprovado. A partir daí, no decurso de 2009, apresentaremos uma proposta legislativa.

Está preparado para que haja posições contra da parte dos produtores de bebidas?

Claro, aliás já houve algumas manifestações. Obviamente que a decisão política será fundamental. Tem que haver aqui um árbitro que faça escolhas, independentemente das discussões que possam ocorrer na Assembleia da República, nos media...

Gina Pereira

http://jn.sapo.pt/paginainicial/Sociedade/interior.aspx?content_id=1183970

sexta-feira, 27 de março de 2009

Dados do consumo de drogas na Europa - Relatório Europeu

Relatório europeu indica que o consumo de drogas ilícitas está a estabilizar, mas subiu em Portugal a prática de beber cinco ou mais bebidas numa ocasião, o chamado "binge drinking". Isto de não servir de consolo aos pais, mas os estudantes portugueses de 15 a 16 anos estão entre os que melhor se portam. Consomem menos drogas ilícitas, fumam menos e embebedam-se menos vezes do que os outros europeus da mesma idade. Estão é já a emitir um sinal de alerta: disparou o consumo de grandes quantidades de álcool num curto espaço de tempo - o chamado "binge drinking".
O European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs (ESPAD) 2007 foi ontem divulgado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. O estudo, que se faz de quatro em quatro anos, envolve uma amostra de cem mil alunos de 35 países europeus: os inquéritos foram feitos em escolas na Primavera de 2007, entre estudantes nascidos em 1991.
O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, João Goulão, destaca dois aspectos. Um duplamente negativo: "A subida do consumo de álcool e a alteração de padrões." E um positivo: "A descida de todas as drogas ilícitas, o que está em linha com todos os estudos que têm sido publicados."
Mais de metade dos alunos europeus já experimentaram tabaco: 29 por cento tinham fumado nos últimos 30 dias; dois por cento consumiam pelo menos um maço por dia. Arménia, Islândia, Noruega e Portugal ocupavam os derradeiros lugares no ranking europeu (sete a 19 por cento). Áustria, Bulgária, República Checa e Letónia eram os primeiros (40 a 45 por cento).
O consumo de tabaco desceu. O panorama é diverso quando se atende ao consumo de bebidas alcoólicas: dois terços dos estudantes europeus já experimentaram e metade até já apanhou uma bebedeira. Uma média de 61 por cento bebera nos 30 dias que antecederam o inquérito. E 43 por cento admitira ter vivido episódios de cinco bebidas ou mais no último mês. "O total de bebidas alcoólicas consumidas no último dia de copos é por regra baixo em países onde os estudantes bebem com frequência, como a Grécia", menciona o documento. O oposto ocorre nos países onde se bebe com menos frequência, como a Finlândia, a Noruega, a Islândia e a Suécia. Há algumas excepções: na Dinamarca e na Áustria, os alunos dizem beber com frequência e em grandes quantidades.
O consumo de grande quantidade de álcool num curto espaço de tempo aumentou em mais de metade dos países, especialmente entre as raparigas que antes evitavam fazer isto. "O aumento mais pronunciado ocorreu em Portugal entre 2003 e 2007, onde o número de estudantes que relata episódios de consumo excessivo (binge drinking) nos 30 dias anteriores passou de 25 para 56 por cento".
Se apenas 26 por cento dos alunos portugueses declaram ter apanhado uma ou mais bebedeiras no ano anterior, como é que 56 por cento teve episódios de cinco ou mais bebidas numa ocasião? "A bebedeira é um estado mais subjectivo, o do número de bebidas mais objectivo", diz João Goulão.
O médico lembra que há um plano nacional do álcool já aprovado e que está em cima da mesa o aumento da idade legal de consumo de bebidas alcóolicas de 16 para 18 anos. Mostra-se agradado por o consumo de "drogas ilícitas", o que inclui cannabis, cocaína, crack, ecstasy, LSD e heroína, estar a diminuir ou estabilizar nesta faixa etária.
Os níveis mais elevados de experimentação de cannabis foram encontrados na República Checa, em França, Isle of Man, Eslováquia e Suíça (entre 45 e 33 por cento). E o de outras drogas ilícitas em Isle of Man, Letónia, França, Áustria. Em Portugal, em 2007, 13 por cento dos estudantes de 16 anos tinham consumido cannabis pelo menos uma vez na vida e seis por cento outra droga ilícita qualquer.
27.03.2009, Ana Cristina Pereira
http://jornal.publico.clix.pt/

quinta-feira, 26 de março de 2009

Afeganistão produz mais de 90 por cento da heroína que é vendida em todo o mundo

A produção de ópio no Afeganistão é de 7000 toneladas por ano e financia os taliban. Em 14 províncias não foi realizado qualquer programa de erradicação.
O enviado dos Estados Unidos para o Afeganistão, Richard Holbrooke, disse esta semana que o programa norte-americano de cerca de 800 milhões de dólares por ano para combater o narcotráfico afegão é "o mais ineficaz e com maior desperdício" dos últimos 40 anos. A sua afirmação pode ser justificada pelos números: segundo as Nações Unidas, é do Afeganistão que provém mais de 90 por cento da heroína vendida em todo o mundo.
O dinheiro do narcotráfico tem financiado os taliban que os EUA estão a combater. Enquanto estiveram no poder, os taliban opuseram-se ao tráfico de droga, mas depois de o seu regime ser derrubado encontraram no ópio uma importante fonte de financiamento.
A produção de ópio no Afeganistão é de 7000 toneladas por ano, ainda que um relatório da ONU refira uma diminuição de 19 por cento da produção em 2008 em resultado do declínio dos preços, salientou esta semana o Asia Times. Há, no entanto, 14 províncias afegãs onde não foi realizado qualquer programa de erradicação, e Helmand continua a ser a região de maior produção.
Em vez de terem sido destruídos 50 mil hectares de plantações de ópio, como era o objectivo, foram destruídos cerca de 5500 hectares, "em parte por causa de falta de financiamento e de equipamento apropriado", adianta o Asia Times.
Quando a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, incentivou o Irão, no início do mês, a participar na conferência das Nações Unidas sobre o Afeganistão, que se realizará na Holanda na próxima terça-feira, referiu a questão do narcotráfico, que as autoridades de Teerão conhecem bem. É pelo Irão que passam, todos os anos, 2500 toneladas de ópio provenientes do Afeganistão, e ao longo dos 1600 quilómetros de fronteira entre os dois países estão milhares de militares que têm também como objectivo combater o narcotráfico.
A directora do American Centre for Democracy, Rachel Ehrenfeld, escreveu no final de Fevereiro na revista Forbes que, a julgar pela situação actual, "o Afeganistão está a perder", e que, "para ganhar, a ligação entre os narcóticos e o terrorismo deve ser desfeita". Essa, acrescentou, "é uma condição necessária para uma estratégia bem sucedida no sentido de minimizar a influência crescente da Al-Qaeda, dos taliban e de grupos islamistas radicais no Afeganistão e no Paquistão".
Um relatório do International Narcotics Control Board estima que, no ano passado, os taliban lucraram com o narcotráfico entre 259 e 518 milhões de dólares, um valor pouco preciso, mas muito superior aos 28 milhões de dólares registados em 2005.
26.03.2009, Isabel Gorjão Santos

http://jornal.publico.clix.pt/

quarta-feira, 11 de março de 2009

Combate ao tráfico de droga no mundo

A aposta no combate ao tráfico de drogas não está a ter grandes efeitos em termos globais. Um estudo encomendado pela Comissão Europeia, divulgado ontem, avaliou a situação de 18 países durante dez anos, concluindo que houve ligeiras melhorias em países mais ricos e retrocesso em nações mais pobres.
O ponto de partida foi o ano de 1998. Dez anos passados, a situação continuou "mais ou menos inalterada". Na maioria dos países ocidentais houve uma aposta na penalização de traficantes, mas nem por isso os preços subiram. Pelo contrário, a descida foi na ordem dos dez a 30 por cento e não há prova de que o acesso às substâncias seja hoje mais difícil.
Em termos globais, os consumidores de cocaína e heroína aumentaram, mas enquanto os heroinómanos diminuíram nos países ocidentais, na Europa de Leste e na Ásia Central, assistiu-se a uma epidemia no uso de opiáceos (como a heroína). A produção de ópio no Afeganistão manteve-se estável até 2006, mas a partir daí disparou.
O estudo demonstrou também que as políticas de combate à produção de droga têm efeitos na área onde é produzida, mas depois assiste-se a uma transferência. Foi o que aconteceu na última década, com parte da produção de cocaína a passar do Peru e da Bolívia para a Colômbia.
Jornal Público 11.03.2009, Catarina Gomes

quinta-feira, 5 de março de 2009

Plano Nacional de Redução dos Problemas Ligados ao Álcool

O IDT, IP tomou a iniciativa de, congregando vários intervenientes nesta temática, promover a preparação da proposta do novo Plano Nacional de Redução dos Problemas Ligados ao Álcool.
Para mais informações e para quem quiser contribuir ou enviar sugestões pode dirigir-se ao seguinte endereço:
http://www.idt.pt/PT/Paginas/MontraIDT.aspx

terça-feira, 3 de março de 2009

"Juicy Event 4"


No dia 4 de de Março realiza-se a quarta edição do "Juicy Event", que, como vem já sendo hábito, decorrerá no bar Quebra, em Coimbra.

Este evento é organizado pela Associação Existências, no âmbito do Projecto Nov'Ellos, e passará a ocorrer todas quartas-feiras, sempre a partir das 23h.

Propomos a todos os que queiram aderir que venham experimentar os sumos naturais existentes e conhecer melhor o nosso Projecto.

Serão também disponibilizados materiais preventivos e informativos sobre substâncias psicoactivas a todos os interessados.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cigarros electrónicos não apagam o vício

Os cigarros electrónicos, vendidos na Internet e anunciados como eficazes para a redução do consumo, não contribuem para a cessação tabágica nem para prevenir o cancro do pulmão. A publicidade é enganosa. Em várias lojas online, os cigarros electrónicos (ou e-cigarrettes) são anunciados como uma forma eficaz e económica de deixar de fumar. No entanto, são - apenas e só - um produto com nicotina, tal como o tabaco convencional, sem qualquer indicação para a desabituação tabágica. Por essa razão, nenhum dos produtos vendidos em sites portugueses está classificado como medicamento pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde).
De acordo com informação da Autoridade do Medicamento, "o produto cigarro electrónico com pacotes contendo nicotina e indicado para habituação tabágica deverá ser classificado como medicamento e a sua qualidade, segurança e eficácia avaliadas convenientemente antes da sua disponibilização no mercado". Até ao momento, o Infarmed não recebeu qualquer pedido de autorização de introdução no mercado.
No site de uma das empresas que vende os e-cigarretes ( a Imunostar), pode ler-se "fume sempre que desejar" ou "deixe de fumar sem deixar o vício com o novo cigarro electrónico". Vasco Jorge, director comercial, esclareceu que a publicidade à cessação tabágica "é um erro que vai ser brevemente corrigido". "O cigarro electrónico substitui o cigarro convencional e pode ser consumido nos locais onde é proibido fumar, mas não é um produto de desabituação tabágica", reconhece. Outra vantagem é não conter as cerca de cinco mil substâncias tóxicas (50 das quais cancerígenas) presentes nos cigarros convencionais.
Os supostos benefícios do e-cigarrette são anunciados por várias empresas. No site da Brigtek, é mesmo publicitado como "o produto mais eficaz e económico para deixar de fumar". Noutros casos, não há referências directas à cessação tabágica (como o da Noveedados), mas num contacto mais directo, a responsável, Nancy Brett, defende a eficácia na redução do consumo.
No fim do ano passado, a Organização Mundial de Saúde alertou para o facto de os cigarros electrónicos não serem um método para deixar de fumar e conterem aditivos químicos que podem ser tóxicos, não estando demonstrada a sua inocuidade.
Helena Norte

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Tipos de Drogas_Drogas Depressoras

No conjunto das drogas depressoras, as mais conhecidas são o álcool, a heroína, a morfina, os remédios ansiolíticos e antidepressivos (barbitúricos) e seus derivados. O seu principal efeito é retardar o funcionamento do organismo, tornando todas as funções metabólicas mais lentas.

A heroína é uma substância inalável, podendo ser injetada, o que leva a um quadro de euforia. Quando inalada, porém, resulta em forte sonolência, náuseas, retenção urinária e prisão de ventre – efeitos que duram cerca de quatro horas. A médio prazo, leva à perda do apetite e do desejo sexual e torna a respiração e os batimentos cardíacos mais lentos. Instalada a dependência, o organismo apresenta forte tolerância, obrigando o usuário a aumentar as doses. A sobredosagem pode resultar em coma e morte por insuficiência respiratória.
Os derivados da morfina apresentam efeitos muito parecidos com os da heroína, porém, com características euforizantes menores. Seu efeito depressor é explorado pela Medicina há várias décadas, principalmente no alívio da dor de pacientes com câncer em estado terminal.
Outra preocupação constante dos médicos é o uso abusivo dos antidepressivos e ansiolíticos (barbitúricos). Para pessoas que têm doenças psiquiátricas, como depressões e os distúrbios de ansiedade, estas drogas são extremamente importantes, pois o tratamento adequado atenua o mal-estar e permite que o indivíduo leve uma vida normal. Como o próprio nome indica, os antidepressivos aliviam a ansiedade e a tensão mental, mas causam danos à memória, diminuição dos reflexos e da função cardiorrespiratória, sonolência e alterações na capacidade de juízo e raciocínio. A conduta do utilizador é muito parecida com a do dependente alcoólico. Em pouco tempo, estas drogas causam dependência, confusão, irritabilidade e sérias perturbações mentais.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tipos de drogas_Drogas Estimulantes

As drogas estimulantes mais conhecidas são as anfetaminas, a cocaína e seus derivados. As anfetaminas podem ser ingeridas, injectadas ou inaladas. A sua acção dura cerca de quatro horas e os principais efeitos são a sensação de grande força e iniciativa, excitação, euforia e insónia. Em pouco tempo, o organismo passa a ser tolerante à substância, exigindo doses cada vez maiores. A médio prazo, a droga pode produzir tremores, inquietude, desidratação da mucosa (boca e nariz principalmente), taquicardia, efeitos psicóticos e dependência psicológica.

A cocaína também pode ser inalada, ingerida ou injetada. A duração dos efeitos varia, as a chamada euforia breve persiste por 15 a 30 minutos, em média. Nos primeiros minutos, o consumidor tem alucinações agradáveis, euforia, sensação de força muscular e mental. Os batimentos cardíacos ficam acelerados, a respiração torna-se irregular e surge um quadro de grande excitação. Depois, ele pode ser náuseas e insônia. Segundo os especialistas, em pessoas que têm problemas psiquiátricos, o uso de cocaína pode desencadear surtos paranóides, crises psicóticas e condutas perigosas a ele próprio ou a terceiros. Fisicamente, a inalação deixa lesões graves no nariz e a injeção deixa marcas de picada e o risco de contaminação por outras doenças (IST's/SIDA). Em todas as suas formas, pode causar dependência.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Consumo de álcool

O Instituto da Droga e Toxicodependência quer proibir o consumo de álcool a menores de 18 anos e aumentar a fiscalização. A lei actual já prevê os 16 como idade limite, mas nem sempre é cumprida. Nalguns bares e discotecas de Lisboa, há miúdos de 13 anos a beber copos à noite.
De acordo com o II Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoactivas da População, o início do consumo de bebidas alcoólicas está a aumentar entre os 15 e os 17 anos, passando dos 30 por cento em 2001 para os 40 por cento em 2007.
Quase metade dos jovens entre os 15 e os 24 anos admitiu, pelo menos uma vez no último ano, ter tido um consumo tipo «binge» (mais de quatro doses de bebida numa só ocasião) e 11,2 por cento dos adolescentes entre os 15 e os 19 anos assumiram «ter-se embriagado no último mês».
O Inquérito Nacional em Meio Escolar diz que «a cerveja voltou a ser a bebida com maior prevalência de consumo entre os alunos», mas, nos bares das Janelas Verdes, os jovens garantem que «o melhor são os shots».
Os consumidores «apresentam também com mais frequência envolvimento com experimentação e consumo de tabaco e substâncias ilícitas e envolvimento em lutas e situações de violência na escola», alerta o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, do IDT, que a partir de hoje está em discussão.
Para reduzir os consumos, o IDT vai propor ao Ministério da Saúde que altere a permissão de venda e consumo dos actuais 16 para os 18 anos. A «promoção da fiscalização sistemática nos locais de consumo e venda» é outra das propostas apresentadas no plano.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=372300&page=0

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Plano Nacional para o Álcool

Tal como acontece na maior parte da Europa, Portugal deverá mudar a idade mínima para beber.
O IDT quer que a idade legal para a compra a consumo de bebidas alcoólicas passe de 16 para os 18 anos. A proposta vai ser feita ao Ministério da Saúde até 2010 e integra o Plano Nacional para a Redução dos Problemas do Álcool. O documento começa a ser discutido amanhã e prolonga-se pelo próximo mês.
Médicos e especialistas estão de acordo com esta medida, que está em vigor na maioria dos países europeus, à excepção de Itália e algumas regiões de Espanha. Temem porém que a fiscalização desta norma não seja diferentes da actual. "É uma vergonha. Vemos jovens de 14 ou 15 anos a beber em bares e nas ruas e nada parece ser fiscalizado", diz o psiquiatra Luís Patrício. De forma a garantir o cumprimento desta medida, IDT e entidades parceiras do plano vão promover a fiscalização sistemática nos locais de consumo e venda de bebidas alcoólicas e divulgar os resultados obtidos em articulação com a ASAE.

O consumo de álcool em crianças, jovens e grávidas é uma área prioritária do plano. Segundo João Goulão, o presidente do IDT, o principal objectivo do mesmo é reduzir os consumos, mas sobretudo "focar-se na diminuição das consequências nefastas do consumo abusivo, quer sejam a nível da sinistralidade rodoviária, saúde, a nível familiar, social ou laboral".
O enfoque nos jovens baseia-se em dados que mostram a enorme proporção de jovens que consome estas bebidas e que o faz da pior forma: no segundo inquérito nacional ao consumo de substâncias psicoactivas na população em geral em 2007, conclui-se que 40% iniciou o consumo de álcool entre os 15 e os 17 anos. Em 2001, esta faixa era de 30%.
Já o consumo binge (mais de seis bebidas por homem ou quatro por mulher numa ocasião) foi admitida por 48,3% dos inquiridos entre os 15 e os 24 anos, que o fizeram pelo menos uma vez no último ano. João Goulão diz que até 2012, o objectivo é baixar esta percentagem para menos de 43%". Já os casos de embriaguez no último ano deverão cair de 34,6% para 30%, admite.

O novo plano, que terá de ser aprovado em conselho de ministros depois da discussão pública, tem como objectivo geral diminuir a exposição ao álcool de crianças por nascer, em famílias com problema associados à bebida e em jovens. Além das propostas relativas à idade do consumo pretendem criar-se linhas de intervenção junto das grávidas e elaborar materiais de sen- sibilização, bem como encaminhar quem precisa para as entidades que intervêm em caso de consumo abusivo.
João Goulão realça que, "nas grávidas, o consumo deve ser zero, porque pode originar malformações nos bebés, baixo peso ou problemas de desenvolvimento", explica.
A protecção das crianças em famílias problemáticas terá novas linhas e o acesso às estruturas de saúde será facilitado, através de uma rede de acompanhamento. Na publicidade, as empresas vão auto-regular-se e impedir a venda aos mais jovens.
Este Plano propõe que o combate ao álcool seja feito em sete áreas: crianças, jovens e grávidas, sinistralidade rodoviária, adultos em meio laboral, comunicação e informação, criação de bases de dados comuns, tratamento, reinserção e também prevenção.
Diana Mendes
http://dn.sapo.pt/2009/02/08/sociedade/consumo_alcool_a_partir_18_anos.html

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Plano nacional contra alcoolismo sugere proibição de venda de álcool a menores de 18

O novo Plano Nacional para a Redução dos Problemas do Álcool, que será discutido a partir de amanhã, propõe a proibição de venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, noticia hoje o “Diário de Notícias”. Até agora a venda era permitida a partir dos 16 anos.
O documento, redigido pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), que será entregue ao Ministério da Saúde até 2010, prevê assim uma medida já em vigor na maioria dos países da União Europeia, com excepção da Itália e de algumas regiões espanholas e agrada a médicos e especialistas.
João Goulão, presidente do IDT, adiantou ao “Diário de Notícias” que o plano prevê uma fiscalização mais apertada nos locais de consumo, em articulação com a ASAE, e uma intervenção prioritária na prevenção do consumo de álcool entre grávidas e crianças e adolescentes.
O plano prevê ainda uma redução da taxa legal de alcoolemia para novos condutores dos 0,5 actuais para os 0,2 gramas por litro de sangue.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1364419&idCanal=62

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Noites de sumo para evitar álcool

A primeira quarta-feira do mês é diferente, no Bar Quebra, em Coimbra. As bandejas levam álcool e sumos naturais, porque é noite de "Juicy Event" ("Evento Sumarento"). Tudo em nome da nossa saúde.
Por detrás da iniciativa está a associação Existências, sem vocação para dar lições de moral, mas preocupada com os riscos associados ao consumo de álcool. "A saúde das pessoas é que nos move. Não adoptamos uma postura de não consumo de álcool. Dizemos: consome informado, sabendo os efeitos que tem", explica Paulo Anjos, dirigente da associação sediada em Coimbra. O JN esteve lá, na noite de anteontem, e confirmou: eles não vedam o álcool a ninguém. Mas o responsável do bar, Paulo França, consegue ser muito persuasivo.
"Ia pedir um fino, só que o empregado convenceu-me a beber um sumo", conta Miguel Tavares, 19 anos, estudante de Engenharia Informática habituado a consumir álcool. Ao lado está a açoriana Catarina Cordeiro, de Psicologia. Tem 20 anos e aplaude a ideia. Ela não deu luta na hora de trocar o café pelo sumo de kiwi, banana e maracujá: "Devia haver sempre alternativas destas, nos bares. Sabe bem variar".
Esta é a terceira edição do "Juicy Event". O Bar Quebra foi o aliado desde a primeira hora. E Paulo França aproveita para treinar as suas receitas de sumos naturais, feitos a partir de fruta fresca, cedidos a troco de euro e meio. "Muitas das ideias vêm das papas que dou à minha filhota, que tem três anos", conta. Paulo, que trabalha ali há quase uma década, tem um sentido de dever apurado. "Temos de ser educadores de boémios. Quando achamos que o cliente já está a exagerar no consumo de álcool, convencemo-lo a não beber mais". Este é mais um passo no sentido de educar - desta feita, os hábitos dos noctívagos.
"Há uma relação entre sair à noite e beber álcool. A ideia não é fazer as pessoas evitar esse consumo, mas mostrar que há outros, melhores para a saúde", esclarece Paulo Anjos. Três vezes por semana, a associação faz rondas pelos bares e discotecas de Coimbra, distribuindo panfletos a informar sobre os riscos associados ao consumo de substâncias psicoactivas - lícitas e ilícitas - em contextos recreativos nocturnos. É que estes "eventos sumarentos" fazem parte do "Nov' Ellos", um projecto mais vasto, apoiado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência, que pretende, não apenas prevenir o consumo, mas também reduzir os perigos inerentes.
Os jovens adultos são o alvo principal destas campanhas. Maria Lobo, psicóloga e técnica do projecto "Nov'Ellos", fala em miúdos de 12 anos já com hábitos de consumo regular de bebidas alcoólicas, por exemplo. E concluiu, com base num questionário a 300 alunos da Universidade de Coimbra, que mais de 50% consome álcool semanalmente. "As pessoas têm muito receio das drogas ilegais. O álcool é mais tolerado. Assustam-se, se souberem que os filhos experimentaram cannabis; mas não se souberem que eles se embebedam todos os fins-de-semana", exemplifica.
Outra tendência observada é que os jovens começam a beber cada vez mais cedo, optando, sobretudo, pelas bebidas destiladas, com alto teor alcoólico. "Hoje há uma moda: quanto mais rapidamente me embebedar, melhor", diz Paulo Anjos. No autocolante que se prepara para afixar na casa-de-banho, lê-se: "O uso de álcool e outras drogas em ambientes recreativos não é obrigatório, nem sinónimo de diversão ou bem-estar!".
Carina Fonseca

Imagens: Juicy Event 3



















Ficam aqui algumas imagens do Juicy Event 3, que decorreu dia 4 de Fevereiro, no bar Quebra desta vez, com a proposta de dois novos sabores para conSumos naturais.
No próximo dia 4 de Março, voltamos a contar com a presença de todos os que queiram participar connosco neste evento.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Consumo de cannabis

O consumo de cannabis entre adolescentes portugueses desceu 10 por cento entre 2002 e 2006, revela um estudo da Universidade de Lausanne (Suíça). A razão está relacionada com o aumento das redes sociais na Internet e dos chats de conversação, que retêm os jovens em casa durante mais horas, ao mesmo tempo que reduzem as saídas semanais.
A investigação, publicada na revista Archives of Pediatrics and Adolescents and Adolescents Medicine, abrangeu 93 mil jovens em 31 países, concluindo que a tendência para descida de consumo daquela droga é generalizada.
http://jornal.publico.clix.pt/

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Popers


Apresentação

O Nitrato de Amyl é conhecido pelos seus consumidores pelas denominações poppers, rush ou liquid gold. É um líquido amarelado, altamente inflamável, que é geralmente vendido em garrafas pequenas. O seu consumo é feito por inalação de vapores através de uma garrafa pequena ou tubo, por vezes em conjunto com outras drogas como o ecstasy.
Tem uma acção psicadélica e provoca relaxamento dos músculos lisos e vasodilatação.


Origem

O nitrato de amyl foi descoberto durante o século XIX. Em 1857, Brunton fez a administração do nitrato por inalação e observou a diminuição da dor em 30 ou 60 segundos. Em 1879, William Murrell encontrou semelhanças entre a acção desta substância e a da nitroglicerina, pelo que a primeira começou a cair em desuso. Nos anos 80, o nitrato de amyl começou a ser usado de forma não terapêutica devido aos seus efeitos psicadélicos.

Efeitos

Esta substância tem efeitos que duram apenas 2 ou 3 minutos e que podem incluir agitação, riso histérico, náuseas, tonturas, aumento do prazer sexual, relaxamento muscular, rubor facial, dor de cabeça, sensação de desmaio, mau-estar ou problemas de pele à volta da boca e nariz.

Riscos

Podem queimar a pele se entornados ou ser fatais se engolidos.
Os poppers não devem ser consumidos por pessoas com anemia, problemas cardíacos, de tensão arterial, respiratórios, de visão e glaucoma.
Não devem ser misturados com estimulantes (porque ambos provocam taquicardia) nem com Viagra.
Dependência
Não cria dependência física mas pode criar dependência psicológica.

Retirado de: http://www.psicologia.com.pt/instrumentos/drogas/ver_ficha.php?cod=amyl

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Taxas autárquicas à Queima das Fitas


Na tomada de posse da DG/AAC para 2009, o presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) cessante, André Oliveira, foi o primeiro a tomar a palavra.
(…)
Sobre a perspectiva da Câmara Municipal de Coimbra cobrar taxas autárquicas à Queima das Fitas, André Oliveira teceu algumas críticas e convidou o “poder local a não esquecer tudo isto [o papel da AAC] sob pena de serem os próprios estudantes a esquecerem o governo da cidade”.
(…)
Retirado de
Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA - Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra