quinta-feira, 29 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
Portugal entre os dez países da Europa com maior consumo de álcool
Continente europeu continua a liderar o consumo mundial de álcool, com
uma média anual de 12,4 litros por habitante. Em Portugal, a média é de
13,4 litros, revela um relatório da Organização Mundial de Saúde.
Numa lista de 34 países da Europa, Portugal surge no nono lugar no que se refere à média anual de consumo de álcool puro per capita, com 13,43 litros. Esta é uma das leituras mais imediatas que se podem fazer aos dados revelados ontem no relatório Álcool na União Europeia, da Organização Mundial de Saúde, com o patrocínio da Comissão Europeia.
Os mapas e gráficos mostram também que Portugal é um dos países com maior número de acidentes na estrada que envolvem álcool e que é um dos poucos (no total, são cinco, numa lista de 29 países) a autorizar a venda de álcool a menores de 18 anos. Curiosamente, Portugal mostra ainda ser um dos países com mais abstémios, o que pode indicar que os que bebem, bebem muito.
O título do comunicado que resume o relatório da OMS divulgado ontem é revelador do padrão europeu: "Os adultos na Europa consomem três bebidas alcoólicas por dia". As contas são simples: uma média de 12,5 litros de álcool puro por ano é o equivalente a 27 gramas por dia, o que, por sua vez, é o equivalente a três bebidas por dia. O documento avalia os consumos, mas realça sobretudo os efeitos do álcool na saúde dos europeus (há mais de 40 problemas de saúde associados e um em cada dez cancros nos homens está relacionado com o álcool), concluindo que é possível evitá-los.
Entre as múltiplas estratégias para minimizar os inúmeros estragos provocados pelo álcool (nos próprios ou em terceiros), aponta-se para a necessidade de dificultar o acesso dos mais jovens às bebidas. Neste preciso ponto - e apesar da intenção manifestada pelo Governo de aumentar para os 18 anos a idade mínima - Portugal permanece num restrito grupo de quatro países (entre 29) que mantém os 16 anos como idade-limite para a compra de álcool (Malta colocou o limite dos 17 anos), independentemente de se tratar de cerveja, vinho ou bebidas espirituosas e do local de venda.
O secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, reafirmou este mês a vontade de legislar de forma a proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Já o tinha feito em Novembro do ano passado, mas sem adiantar mais pormenores sobre esta medida, nomeadamente quando será aplicada e se abrange todos os tipos de bebidas alcoólicas e locais de venda. Ontem, o PÚBLICO tentou obter mais alguns pormenores sobre esta estratégia do Ministério da Saúde, mas sem sucesso.
Para já, sabe-se apenas que, além do aumento da idade-limite dos 16 para os 18 anos para a compra de álcool, o Governo quer também baixar a taxa de alcoolemia (de 0,5 para os 0,2 gramas de álcool por litro) para os recém-encartados e jovens. Em entrevista à Antena 1, Leal da Costa lembrou que "há dados que mostram que há sete vezes mais mortalidade em condutores, abaixo dos 20 anos, quando conduzem com 0,5 gramas quando comparados com 0,2 gramas". O governante falou ainda de uma forma vaga de um conjunto de "outras formas de motivar os jovens a beber menos".
O relatório divulgado ontem pela OMS valida esta estratégia anunciada pelo Governo e avança ainda com outro tipo de medidas capazes de fazer diminuir o consumo de álcool e, desta forma, minimizar os seus efeitos. Aumentar as taxas para fazer subir o preço das bebidas e regulamentar a publicidade são algumas das propostas. O relatório aponta ainda para a necessidade de monitorizar a eficácia das leis, tais como o limite de idade para a compra de álcool através de acções inspectivas que coloquem o sistema à prova.
Os mapas e gráficos mostram também que Portugal é um dos países com maior número de acidentes na estrada que envolvem álcool e que é um dos poucos (no total, são cinco, numa lista de 29 países) a autorizar a venda de álcool a menores de 18 anos. Curiosamente, Portugal mostra ainda ser um dos países com mais abstémios, o que pode indicar que os que bebem, bebem muito.
O título do comunicado que resume o relatório da OMS divulgado ontem é revelador do padrão europeu: "Os adultos na Europa consomem três bebidas alcoólicas por dia". As contas são simples: uma média de 12,5 litros de álcool puro por ano é o equivalente a 27 gramas por dia, o que, por sua vez, é o equivalente a três bebidas por dia. O documento avalia os consumos, mas realça sobretudo os efeitos do álcool na saúde dos europeus (há mais de 40 problemas de saúde associados e um em cada dez cancros nos homens está relacionado com o álcool), concluindo que é possível evitá-los.
Entre as múltiplas estratégias para minimizar os inúmeros estragos provocados pelo álcool (nos próprios ou em terceiros), aponta-se para a necessidade de dificultar o acesso dos mais jovens às bebidas. Neste preciso ponto - e apesar da intenção manifestada pelo Governo de aumentar para os 18 anos a idade mínima - Portugal permanece num restrito grupo de quatro países (entre 29) que mantém os 16 anos como idade-limite para a compra de álcool (Malta colocou o limite dos 17 anos), independentemente de se tratar de cerveja, vinho ou bebidas espirituosas e do local de venda.
O secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, reafirmou este mês a vontade de legislar de forma a proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Já o tinha feito em Novembro do ano passado, mas sem adiantar mais pormenores sobre esta medida, nomeadamente quando será aplicada e se abrange todos os tipos de bebidas alcoólicas e locais de venda. Ontem, o PÚBLICO tentou obter mais alguns pormenores sobre esta estratégia do Ministério da Saúde, mas sem sucesso.
Para já, sabe-se apenas que, além do aumento da idade-limite dos 16 para os 18 anos para a compra de álcool, o Governo quer também baixar a taxa de alcoolemia (de 0,5 para os 0,2 gramas de álcool por litro) para os recém-encartados e jovens. Em entrevista à Antena 1, Leal da Costa lembrou que "há dados que mostram que há sete vezes mais mortalidade em condutores, abaixo dos 20 anos, quando conduzem com 0,5 gramas quando comparados com 0,2 gramas". O governante falou ainda de uma forma vaga de um conjunto de "outras formas de motivar os jovens a beber menos".
O relatório divulgado ontem pela OMS valida esta estratégia anunciada pelo Governo e avança ainda com outro tipo de medidas capazes de fazer diminuir o consumo de álcool e, desta forma, minimizar os seus efeitos. Aumentar as taxas para fazer subir o preço das bebidas e regulamentar a publicidade são algumas das propostas. O relatório aponta ainda para a necessidade de monitorizar a eficácia das leis, tais como o limite de idade para a compra de álcool através de acções inspectivas que coloquem o sistema à prova.
De resto, sobre o retrato do álcool na Europa, a OMS revela que o
consumo se mantém estável e que na Europa Ocidental e do Sul tem mesmo
diminuído. Portugal surge no grupo da Europa do Sul, região que continua
a ser excepção no mapa europeu, ao preferir o vinho à cerveja. No que
se refere às mortes provocadas pelo álcool (um em cada sete homens e uma
em cada 13 mulheres com idades entre os 15-64 anos morreram por causa
do álcool), a Europa do Sul tem os valores mais baixos (uma taxa de 30
homens e 10 mulheres por 100 mil habitantes) perante uma média europeia
que é de 57 homens e 15 mulheres. A maior nódoa de Portugal surge no
capítulo dos acidentes na estrada que envolvem álcool, com o país a
destacar-se entre os que têm piores resultados. Na análise dos
abstémios, Portugal aparece com uma impressionante percentagem de 18,6%
dos homens e 32% das mulheres, quando a média europeia se fica pelos
5,6% e 13,5%, respectivamente.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Estudo sobre comportamentos dos jovens
São os mais tristes, os mais irritados, dos que menos fazem exercício
físico diário, dos que menos gostam da escola. São apenas exemplos de
uma tendência que se repete: são os adolescentes alentejanos e algarvios
os que tendem a apresentar mais comportamentos de risco, referem dados
do estudo português sobre comportamentos em saúde de jovens em idade
escolar (Health Behaviour in School-Aged Children), que é feito no
âmbito da Organização Mundial de Saúde e em que participam mais 43
países.
À excepção da melhor comunicação com os amigos e menos lesões sofridas, é
a sul do Tejo que estão os resultados mais negativos, admite Margarida
Gaspar de Matos, a coordenadora do estudo que inquiriu uma amostra
representativa da população nacional (e regional) de 5050 adolescentes
portugueses dos 6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade, com uma média de
idades de 14 anos.
Antes de mais, as boas notícias: comparando os dados deste estudo, cujo inquérito é de 2010, mas que já tinha sido feito em 1998, 2002 e 2006, constata-se que a saúde dos adolescentes tem vindo a melhorar desde 2002, o que se traduz na diminuição do consumo de tabaco, na sexualidade mais responsável, na diminuição da violência, no bem-estar físico e psicológico, na satisfação com a vida e na saúde oral.
Mas as respostas dos inquiridos de 2010 vistas à lupa dão conta de diferenças dentro do país que, defende a coordenadora, têm que ser tidas em linha de conta. Desde logo, no Alentejo há 11,3% de miúdos que dizem estar tristes ou deprimidos e 9,4% de algarvios que dão a mesma resposta. Em Lisboa esse valor é de 8,8%, no Norte de 8,2% e, no Centro, de 6,4%. O Alentejo e o Algarve são as duas regiões onde foram registados maiores índices de obesidade - 3,6% destes jovens estarão nesta situação, contra uma média nacional de 3,4% (era de 2,3% em 1998).
No consumo de substâncias, é no Alentejo que mais os adolescentes dizem ter ficado embriagados mais de dez vezes na vida (6,1%) e 5,8% reportam mesmo o consumo semanal de bebidas destiladas. No resto do país, estes números ficam em torno dos 2 a 3%. É também naquela região que há mais jovens (31,6%) a dizer que não gostam da escola (a média nacional é de 23,5%).
O estudo sinaliza o problema, mas não estudou as causas da concentração destes resultados nas duas regiões. Mas Margarida Gaspar de Matos, que é psicóloga, deixa algumas pistas. "Estas são regiões em que há menos jovens, estão mais espalhados e isolados", o que potencia efeitos de grupo. "Se há um grupo que adere [a um dado comportamento], é mais fácil criar uma moda de grupo - há menos espaço para a diferença".
As diferenças regionais encontradas são uma chamada de atenção para o facto de as medidas nesta área terem que ser pensadas localmente, o que passa pela "autonomia das escolas e a valorização das autarquias". "Uma boa solução para o Norte pode não ser uma boa solução para o Sul."
Há especificidades nas várias regiões. "O Norte tem, em geral, melhores resultados", mas, apesar de ter menos jovens que iniciaram relações sexuais (19,3% face aos 21,8% de média nacional), os que a iniciaram são os que menos dizem usar preservativo (79,1% face aos 82,5% em termos nacionais) e, por isso, estão em maior risco.
Educação Sexual traz ganhos
O Centro está melhor na prática de actividade física e pior na higiene oral e em Lisboa e Vale do Tejo há índices de obesidade menor, mas "há maior violência interpessoal". Por exemplo, são 7,3% os jovens desta região que dizem ter estado envolvidos em lutas no último ano, o valor mais alto no país, e 4,5% os que dizem ter provocado alguém na escola nos últimos dois meses anteriores ao inquérito (a média do país fica-se pelos 2,7%).
Em termos nacionais, Margarida Gaspar de Matos, que dirige a equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana e Centro de Malária e Doenças Tropicais, em Lisboa, sublinha que os adolescentes que mais tiveram Educação Sexual tendem a ser os que iniciam a sua vida sexual mais tarde e os que menos têm relações sexuais desprotegidas. "A Educação Sexual só tem vantagens", conclui. A maioria (65,9%) diz que os seus professores abordaram estes conteúdos nas aulas.
Dos alunos de 8.º e 10.º ano inquiridos, são 23,5% os que já iniciaram a sua vida sexual nunca tendo tido Educação Sexual, um número superior aos 20% de alunos da mesma idade que dizem tê-lo feito tendo tido contacto com aqueles conteúdos. Há uma diferença de três pontos percentuais no uso do preservativo entre os que tiveram Educação Sexual e os que não tiveram: 96% no primeiro caso e 93,1% na segunda situação. Os alunos que tiveram Educação Sexual revelam também menos comportamentos discriminatórios face a pessoas infectadas com VIH/sida.
Antes de mais, as boas notícias: comparando os dados deste estudo, cujo inquérito é de 2010, mas que já tinha sido feito em 1998, 2002 e 2006, constata-se que a saúde dos adolescentes tem vindo a melhorar desde 2002, o que se traduz na diminuição do consumo de tabaco, na sexualidade mais responsável, na diminuição da violência, no bem-estar físico e psicológico, na satisfação com a vida e na saúde oral.
Mas as respostas dos inquiridos de 2010 vistas à lupa dão conta de diferenças dentro do país que, defende a coordenadora, têm que ser tidas em linha de conta. Desde logo, no Alentejo há 11,3% de miúdos que dizem estar tristes ou deprimidos e 9,4% de algarvios que dão a mesma resposta. Em Lisboa esse valor é de 8,8%, no Norte de 8,2% e, no Centro, de 6,4%. O Alentejo e o Algarve são as duas regiões onde foram registados maiores índices de obesidade - 3,6% destes jovens estarão nesta situação, contra uma média nacional de 3,4% (era de 2,3% em 1998).
No consumo de substâncias, é no Alentejo que mais os adolescentes dizem ter ficado embriagados mais de dez vezes na vida (6,1%) e 5,8% reportam mesmo o consumo semanal de bebidas destiladas. No resto do país, estes números ficam em torno dos 2 a 3%. É também naquela região que há mais jovens (31,6%) a dizer que não gostam da escola (a média nacional é de 23,5%).
O estudo sinaliza o problema, mas não estudou as causas da concentração destes resultados nas duas regiões. Mas Margarida Gaspar de Matos, que é psicóloga, deixa algumas pistas. "Estas são regiões em que há menos jovens, estão mais espalhados e isolados", o que potencia efeitos de grupo. "Se há um grupo que adere [a um dado comportamento], é mais fácil criar uma moda de grupo - há menos espaço para a diferença".
As diferenças regionais encontradas são uma chamada de atenção para o facto de as medidas nesta área terem que ser pensadas localmente, o que passa pela "autonomia das escolas e a valorização das autarquias". "Uma boa solução para o Norte pode não ser uma boa solução para o Sul."
Há especificidades nas várias regiões. "O Norte tem, em geral, melhores resultados", mas, apesar de ter menos jovens que iniciaram relações sexuais (19,3% face aos 21,8% de média nacional), os que a iniciaram são os que menos dizem usar preservativo (79,1% face aos 82,5% em termos nacionais) e, por isso, estão em maior risco.
Educação Sexual traz ganhos
O Centro está melhor na prática de actividade física e pior na higiene oral e em Lisboa e Vale do Tejo há índices de obesidade menor, mas "há maior violência interpessoal". Por exemplo, são 7,3% os jovens desta região que dizem ter estado envolvidos em lutas no último ano, o valor mais alto no país, e 4,5% os que dizem ter provocado alguém na escola nos últimos dois meses anteriores ao inquérito (a média do país fica-se pelos 2,7%).
Em termos nacionais, Margarida Gaspar de Matos, que dirige a equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana e Centro de Malária e Doenças Tropicais, em Lisboa, sublinha que os adolescentes que mais tiveram Educação Sexual tendem a ser os que iniciam a sua vida sexual mais tarde e os que menos têm relações sexuais desprotegidas. "A Educação Sexual só tem vantagens", conclui. A maioria (65,9%) diz que os seus professores abordaram estes conteúdos nas aulas.
Dos alunos de 8.º e 10.º ano inquiridos, são 23,5% os que já iniciaram a sua vida sexual nunca tendo tido Educação Sexual, um número superior aos 20% de alunos da mesma idade que dizem tê-lo feito tendo tido contacto com aqueles conteúdos. Há uma diferença de três pontos percentuais no uso do preservativo entre os que tiveram Educação Sexual e os que não tiveram: 96% no primeiro caso e 93,1% na segunda situação. Os alunos que tiveram Educação Sexual revelam também menos comportamentos discriminatórios face a pessoas infectadas com VIH/sida.
Por Catarina Gomes
quinta-feira, 15 de março de 2012
Estudo revela que stress na gravidez pode induzir toxicodependência nos filhos
O stress na
gravidez torna o feto mais susceptível de desenvolver comportamentos
aditivos e de toxicodependência na idade adulta, revela um estudo de um
investigador da Universidade do Minho, distinguido com o prémio Janssen
Neurociências, de 50 mil euros.
Português premiado por
estudo que revela Nuno Sousa e a sua equipa partiram de estudos
anteriores para tentar perceber os efeitos no feto de uma hormona
(glucocorticoide sintético) que é libertada em resposta ao stress.
A
investigação foi elaborada em ratos e concluiu que há "uma susceptibilidade para uma procura maior de drogas", afirmou à Lusa,
acrescentando que "quando adultos estes animais, cujas mães foram
tratadas com glucocorticoide sintético, têm maior propensão para o
etanol e susceptibilidade para a morfina".
"Os estudos mediram a
hormona responsável pelo prazer, a dopamina e verificou-se que estes
animais, que tinham mais tendência para procura de substâncias aditivas,
tinham menos dopamina no cérebro, mas mais receptores para a dopamina",
explicou.
Ou seja, um tratamento na gravidez programou o cérebro
dos fetos para ser mais susceptível a toxicodependências, sintetizou o
investigador.
De seguida, a equipa tentou perceber como poderia
reverter o problema da quantidade de dopamina e concluiu que tal era
possível se o rato em causa fosse tratado previamente com a dopamina.
Apesar
de as conclusões serem muito promissoras, nomeadamente para prevenir
comportamentos aditivos nos jovens, a aplicabilidade clínica ainda está
longe, reconhece o investigador, explicando que a fase seguinte será
desenvolver a mesma investigação com humanos.
No entanto, afirma
que "se se verificar [o mesmo resultado] nos humanos, o que podemos ter é
que o indivíduo que tem maior susceptibilidade para aqueles
comportamentos pode ser controlado.
Nuno Sousa exemplifica: "um
adolescente vai a uma festa onde existem substâncias aditivas. Podemos
prevenir [o consumo por parte do jovem] aumentando os níveis de dopamina
no seu cérebro".
(...)
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Anfetaminas
As anfetaminas são drogas estimulantes que prometem energia e aumento da capacidade de atenção e de memória. A Europa é o o maior produtor destes estupefacientes. São procuradas, em Portugal, pelos jovens estudantes como auxiliar de estudo. Cumprem a sua missão, mas por pouco tempo, provocando graves danos no sistema nervoso central.
“O cérebro pode recuperar, mas nunca volta a ser o que era antes do
consumo”, avisa Teresa Summavielle, do Instituto de Biologia Molecular e
Celular da Universidade do Porto, que explicou ao P3 quais são os
efeitos provocados por estas substâncias.
Os efeitos de concentração e atenção duram apenas cerca de uma hora,
salienta a investigadora. Depois segue-se o inverso: “Passamos a ter as
pessoas com um nível de ansiedade muito maior, muito mais irritáveis,
começamos a ter uma capacidade de atenção mais perturbada”, sublinha.
Neurórios forçados a produzir "non-stop"
Atingindo o cérebro, as anfetaminas provocam a degradação das
células, que vão perdendo energia e envelhecendo. A acção destas drogas
envolve um neurotransmissor, a dopamina, associada ao prazer e à
motivação, que é libertado, nestas situações, em grandes quantidades.
Estes comunicadores entre os neurónios no cérebro, após cumprirem a
sua função, têm de voltar ao neurónio original. O que, sob acção das
anfetaminas, não acontece. É bloqueado o sistema que as transporta e
estas ficam presas entre os neurónios, desgastando a célula que tem de
produzir mais dopamina.
“As células não estão programadas para estar sempre a produzir, mas
sim para reaproveitar. Se as obrigarmos a estar constantemente a
produzir neurotransmissores, as suas reservas esgotam-se”, explica a
cientista, que fez uma investigação sobre o ecstasy, também ele uma
anfetamina, mas que liberta, por sua vez, grandes quantidades de
serotonina, substância associada ao bem-estar.
Drogas com mais influência no cérebro jovem
Mas não é só no cérebro que as anfetaminas actuam. Antes de chegarem
ao sistema nervoso central, estas substâncias são transformadas, pelo
fígado, em outros compostos químicos bastante tóxicos. As anfetaminas
perturbam todo o organismo, podendo dar origem, por exemplo, a problemas
cardíacos graves.
Num cérebro adolescente, ainda em formação, estas drogas podem ter
maior influência, segundo explica Félix Carvalho, do serviço de
Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.
Se consumidas regularmente, há ainda a “memória das drogas”, ou seja,
estas substâncias modificam as estruturas cerebrais e os neurónios para
promover o seu consumo, mesmo passados vários anos.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Alto consumo de ansiolíticos representa perigo nas estradas portuguesas
Um estudo feito no âmbito do projecto europeu DRUID (Driving under the
Influence of Drugs, Alcohol and Medicines) coloca Portugal em primeiro
lugar, entre 13 países, em relação à quantidade de pessoas (2,73%) que
conduz sob o efeito de benzodiazepinas, ou seja, de ansiolíticos. Este
não é o principal problema do país, onde perto de 9% dos jovens
condutores consomem álcool, mas deverá dar origem a novas orientações
nas políticas de prevenção de acidentes rodoviários.
O relatório completo da investigação feita em Portugal por uma equipa do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) só será conhecido na próxima semana, em cerimónia organizada pelo Governo. Mas documentos com dados parciais permitem já extrair alguns dos dados mais significativos de um estudo que tem a particularidade de, pela primeira vez, fornecer informação sobre condutores não envolvidos em acidentes de viação e, também, de permitir compará-la com outros países europeus (Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Hungria, Holanda, Itália, Lituânia, Noruega, Polónia, República Checa e Suécia).
O estudo, desenvolvido pela Comissão Europeia, visa obter uma avaliação estatística fundamentada da prevalência do consumo de álcool, droga e fármacos nos diversos países da União Europeia e é considerado determinante para a definição de políticas de prevenção.
Elas preferem ansiolíticos
Em Portugal, particularmente, as operações rodoviárias de controlo dos níveis de álcool no sangue e de recolha de amostras de saliva foram realizadas por equipas do Instituto Nacional de Medicina Legal (com a colaboração das forças de segurança) e envolveram 3965 condutores, que participaram de forma voluntária e anónima. Entre Janeiro de 2008 e Junho de 2009, aquelas pessoas foram escolhidas de forma aleatória, em várias estradas nacionais. Mas tanto as áreas geográficas do país como as horas, bem como os dias da semana e os meses, foram fixados de forma a tornar a amostra representativa.
Em 10% do total de condutores portugueses foi encontrada pelo menos uma substância psicoactiva. As mais prevalentes foram o álcool (sozinho, em 4,93% dos casos; e associado a drogas, em mais 0,42%), as benzodiazepinas (em 2,73% dos condutores) e a THC, que é o princípio activo da cannabis (em 1,38% dos casos).
Duarte Nuno Vieira, director do INML, escusou-se a comentar os dados antes de eles serem tornados públicos pelo Governo. No entanto, ele próprio, na qualidade de investigador, foi um dos autores de artigos científicos sobre a condução sob o efeito de benzodiazepinas que defenderam a necessidade de um aconselhamento médico criterioso dos consumidores, por aqueles serem fármacos que têm como consequências a diminuição da atenção, da concentração, dos reflexos, da capacidade visual, da coordenação motora e do raciocínio.
O estudo vem mostrar que Portugal se destaca, precisamente, pela percentagem de condutores - 4,75% das mulheres e 1,68% dos homens - que conduz sob o efeito de ansiolíticos. Com uma particularidade: o consumo deste medicamento verifica-se especialmente entre as mulheres mais velhas, com 50 ou mais anos de idade (10,38%). O estudo permitiu ainda apurar que a prevalência de casos é de 4,58% aos sábados e domingos, 3,4 vezes maior do que nas noites dos restantes dias da semana (1,56%). Durante o dia, a variação é mínima entre o fim-de-semana (2,71%) e os restantes dias (2,73%).
Jovens lideram no álcool
No que respeita ao consumo de álcool - sempre privilegiado nas campanhas de prevenção rodoviária -, é a Itália que surge à cabeça do grupo (8,59%), seguido da Bélgica (6,42%), de Portugal (4,93%) e de Espanha (3,92%). Ainda assim, Portugal merece referências particulares, por o maior grupo de consumidores serem os jovens. Em concreto, verificou-se que, em média, a prevalência de álcool nos homens é de 6,21% e nas mulheres de 2,59%. No grupo de pessoas com idades entre os 18 e os 24 anos, contudo, os números saltam para 9,76% e 8,0%, respectivamente. É referido no estudo que se trata de uma excepção: na maior parte dos países, os condutores com álcool pertencem principalmente aos dois últimos grupos etários, entre os 35 e os 49 anos e os com 50 e mais anos. É destacada, ainda, outra particularidade: a prevalência do álcool, nos restantes países, é, em geral, mais baixa durante o dia, de segunda a sexta-feira. Em Portugal, a percentagem de condutores consumidores de álcool é mais alta durante o dia do que no período nocturno.
Em terceiro lugar, no tipo de substâncias psicoactivas detectadas nos condutores portugueses está a cannabis. O seu princípio activo foi identificado em 72% dos casos de consumo associado de álcool e droga e, quando tomada isoladamente, em 1,38% dos condutores. Neste campo, o das drogas ilícitas, é Espanha que ocupa o pior lugar, com uma prevalência de 8,20%. Seguem-se a Itália (3,92%), a Holanda (2,51%) e Portugal (1,80%).
O relatório completo da investigação feita em Portugal por uma equipa do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) só será conhecido na próxima semana, em cerimónia organizada pelo Governo. Mas documentos com dados parciais permitem já extrair alguns dos dados mais significativos de um estudo que tem a particularidade de, pela primeira vez, fornecer informação sobre condutores não envolvidos em acidentes de viação e, também, de permitir compará-la com outros países europeus (Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Hungria, Holanda, Itália, Lituânia, Noruega, Polónia, República Checa e Suécia).
O estudo, desenvolvido pela Comissão Europeia, visa obter uma avaliação estatística fundamentada da prevalência do consumo de álcool, droga e fármacos nos diversos países da União Europeia e é considerado determinante para a definição de políticas de prevenção.
Elas preferem ansiolíticos
Em Portugal, particularmente, as operações rodoviárias de controlo dos níveis de álcool no sangue e de recolha de amostras de saliva foram realizadas por equipas do Instituto Nacional de Medicina Legal (com a colaboração das forças de segurança) e envolveram 3965 condutores, que participaram de forma voluntária e anónima. Entre Janeiro de 2008 e Junho de 2009, aquelas pessoas foram escolhidas de forma aleatória, em várias estradas nacionais. Mas tanto as áreas geográficas do país como as horas, bem como os dias da semana e os meses, foram fixados de forma a tornar a amostra representativa.
Em 10% do total de condutores portugueses foi encontrada pelo menos uma substância psicoactiva. As mais prevalentes foram o álcool (sozinho, em 4,93% dos casos; e associado a drogas, em mais 0,42%), as benzodiazepinas (em 2,73% dos condutores) e a THC, que é o princípio activo da cannabis (em 1,38% dos casos).
Duarte Nuno Vieira, director do INML, escusou-se a comentar os dados antes de eles serem tornados públicos pelo Governo. No entanto, ele próprio, na qualidade de investigador, foi um dos autores de artigos científicos sobre a condução sob o efeito de benzodiazepinas que defenderam a necessidade de um aconselhamento médico criterioso dos consumidores, por aqueles serem fármacos que têm como consequências a diminuição da atenção, da concentração, dos reflexos, da capacidade visual, da coordenação motora e do raciocínio.
O estudo vem mostrar que Portugal se destaca, precisamente, pela percentagem de condutores - 4,75% das mulheres e 1,68% dos homens - que conduz sob o efeito de ansiolíticos. Com uma particularidade: o consumo deste medicamento verifica-se especialmente entre as mulheres mais velhas, com 50 ou mais anos de idade (10,38%). O estudo permitiu ainda apurar que a prevalência de casos é de 4,58% aos sábados e domingos, 3,4 vezes maior do que nas noites dos restantes dias da semana (1,56%). Durante o dia, a variação é mínima entre o fim-de-semana (2,71%) e os restantes dias (2,73%).
Jovens lideram no álcool
No que respeita ao consumo de álcool - sempre privilegiado nas campanhas de prevenção rodoviária -, é a Itália que surge à cabeça do grupo (8,59%), seguido da Bélgica (6,42%), de Portugal (4,93%) e de Espanha (3,92%). Ainda assim, Portugal merece referências particulares, por o maior grupo de consumidores serem os jovens. Em concreto, verificou-se que, em média, a prevalência de álcool nos homens é de 6,21% e nas mulheres de 2,59%. No grupo de pessoas com idades entre os 18 e os 24 anos, contudo, os números saltam para 9,76% e 8,0%, respectivamente. É referido no estudo que se trata de uma excepção: na maior parte dos países, os condutores com álcool pertencem principalmente aos dois últimos grupos etários, entre os 35 e os 49 anos e os com 50 e mais anos. É destacada, ainda, outra particularidade: a prevalência do álcool, nos restantes países, é, em geral, mais baixa durante o dia, de segunda a sexta-feira. Em Portugal, a percentagem de condutores consumidores de álcool é mais alta durante o dia do que no período nocturno.
Em terceiro lugar, no tipo de substâncias psicoactivas detectadas nos condutores portugueses está a cannabis. O seu princípio activo foi identificado em 72% dos casos de consumo associado de álcool e droga e, quando tomada isoladamente, em 1,38% dos condutores. Neste campo, o das drogas ilícitas, é Espanha que ocupa o pior lugar, com uma prevalência de 8,20%. Seguem-se a Itália (3,92%), a Holanda (2,51%) e Portugal (1,80%).
11.01.2012 - 11:41
Por Graça Barbosa Ribeiro
Pastilhas e adesivos de substituição de nicotina não funcionam a longo prazo
Deixar de fumar depende mais da vontade e do ambiente social dos
fumadores do que dos produtos habitualmente usados para ajudar no
processo, como pastilhas ou adesivos de nicotina, que não têm um efeito
perdurável. A conclusão é de um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard, que não surpreende os médicos, mas põe em causa uma indústria
em crescimento.
Nos Estados Unidos, onde aqueles produtos são de venda livre desde 1997,
o mercado progrediu dos 129 milhões de dólares em 1991 para os 800
milhões de dólares em 2007, segundo o The New York Times (o que equivale, ao câmbio actual, a 100,7 milhões de euros e a 624,9 milhões de euros, respectivamente).
Em 2002, as conclusões de um inquérito alargado levado a cabo pela Universidade da Califórnia, em San Diego, sugeriam que o uso de pastilhas e adesivos de nicotina era indiferente para quem tentava deixar de fumar. O que contrariava os estudos médicos em que se baseavam as recomendações para a utilização destes produtos.
A controvérsia tem sido muita, gerada a partir de resultados aparentemente divergentes. No entanto, o estudo feito em Harvard, o mais completo e rigoroso produzido até aos dias de hoje, é o primeiro a acompanhar ao longo de vários anos um mesmo grupo de fumadores que tenta deixar de fumar, se de facto conseguem fazê-lo e como.
O estudo, publicado nesta segunda-feira no Tobacco Control, arrancou em 2001 com uma amostra representativa de 1916 adultos, dos quais 787 tinham acabado de deixar de fumar. A cada dois anos, até 2006, foram questionados sobre o uso de produtos alternativos de nicotina, períodos de abstinência de tabaco e recaídas.
O que os investigadores verificaram é que cerca de um terço das pessoas que estavam a tentar deixar de fumar recaíam, sem que o recurso ou não de pastilhas ou adesivos de nicotina no processo terapêutico fizesse diferença, com ou sem acompanhamento médico. Gregory Connolly, director do Centro para o Controlo Global de Tabaco, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, admite, no entanto, benefícios no curto prazo.
“Não estudámos se os adesivos ou as pastilhas ajudavam a parar [de fumar] no curto prazo. Há provas claras de que ajudam”, disse Gregory Connolly, citado pelo Guardian. “O que demonstrámos é que o efeito não dura no longo prazo.”
A reposição de nicotina pode ajudar a parar de fumar, mas não é suficiente para prevenir recaídas à medida que o tempo passa. Segundo os investigadores, a motivação pessoal, o apoio de família e amigos e as regras aplicadas no local de trabalho são muito importantes no processo, assim como campanhas mediáticas, aumentos de impostos sobre o tabaco e leis para a proibição de fumar em certos locais.
Medicamentos têm de ser adaptados às pessoas
Luís Rebelo, da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, desvaloriza as conclusões da investigação e refere a existência de “muitos estudos” que avaliaram as taxas de êxito das terapias de substituição da nicotina. “Não me deixo impressionar, este estudo não põe em causa a investigação que é feita há vários anos”, afirma, destacando a “amostra pequena” utilizada.
Para que estes medicamentos sejam eficazes, declara, “têm de ser adaptados às pessoas e às suas características”. O especialista sublinha ainda a importância da monitorização para que haja resultados. Para Luís Rebelo, o facto de estes medicamentos serem de venda livre pode fazer com que as pessoas sejam “mal orientadas”, tomem doses mais baixas de nicotina do que deveriam e não obtenham os resultados esperados.
Em 2002, as conclusões de um inquérito alargado levado a cabo pela Universidade da Califórnia, em San Diego, sugeriam que o uso de pastilhas e adesivos de nicotina era indiferente para quem tentava deixar de fumar. O que contrariava os estudos médicos em que se baseavam as recomendações para a utilização destes produtos.
A controvérsia tem sido muita, gerada a partir de resultados aparentemente divergentes. No entanto, o estudo feito em Harvard, o mais completo e rigoroso produzido até aos dias de hoje, é o primeiro a acompanhar ao longo de vários anos um mesmo grupo de fumadores que tenta deixar de fumar, se de facto conseguem fazê-lo e como.
O estudo, publicado nesta segunda-feira no Tobacco Control, arrancou em 2001 com uma amostra representativa de 1916 adultos, dos quais 787 tinham acabado de deixar de fumar. A cada dois anos, até 2006, foram questionados sobre o uso de produtos alternativos de nicotina, períodos de abstinência de tabaco e recaídas.
O que os investigadores verificaram é que cerca de um terço das pessoas que estavam a tentar deixar de fumar recaíam, sem que o recurso ou não de pastilhas ou adesivos de nicotina no processo terapêutico fizesse diferença, com ou sem acompanhamento médico. Gregory Connolly, director do Centro para o Controlo Global de Tabaco, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, admite, no entanto, benefícios no curto prazo.
“Não estudámos se os adesivos ou as pastilhas ajudavam a parar [de fumar] no curto prazo. Há provas claras de que ajudam”, disse Gregory Connolly, citado pelo Guardian. “O que demonstrámos é que o efeito não dura no longo prazo.”
A reposição de nicotina pode ajudar a parar de fumar, mas não é suficiente para prevenir recaídas à medida que o tempo passa. Segundo os investigadores, a motivação pessoal, o apoio de família e amigos e as regras aplicadas no local de trabalho são muito importantes no processo, assim como campanhas mediáticas, aumentos de impostos sobre o tabaco e leis para a proibição de fumar em certos locais.
Medicamentos têm de ser adaptados às pessoas
Luís Rebelo, da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, desvaloriza as conclusões da investigação e refere a existência de “muitos estudos” que avaliaram as taxas de êxito das terapias de substituição da nicotina. “Não me deixo impressionar, este estudo não põe em causa a investigação que é feita há vários anos”, afirma, destacando a “amostra pequena” utilizada.
Para que estes medicamentos sejam eficazes, declara, “têm de ser adaptados às pessoas e às suas características”. O especialista sublinha ainda a importância da monitorização para que haja resultados. Para Luís Rebelo, o facto de estes medicamentos serem de venda livre pode fazer com que as pessoas sejam “mal orientadas”, tomem doses mais baixas de nicotina do que deveriam e não obtenham os resultados esperados.
10.01.2012 - 11:22
Por Hugo Torres, Rita Araújo
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Investigadores relacionam consumo de ecstasy com alterações na visão
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra descobriu que o consumo de ecstasy pode provocar alterações na visão. Os resultados da investigação conduzida no Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI) acabam de ser publicados na revista científica PloS One.
O coordenador da equipa, Francisco Ambrósio, citado num comunicado da
Universidade, afirma que este “é um primeiro passo para se perceber que
efeitos poderá ter o consumo continuado de ecstasy na fisiologia da
retina”.
Apesar de se conhecer os efeitos nocivos do ecstasy no cérebro, não se sabia se afectava a visão, nomeadamente a função da retina. Os investigadores conseguiram demonstrar, através de experiências em animais, que a substância pode alterar a percepção e acuidade visual durante um período de pelo menos 24 horas.
A equipa pretende “mimetizar, também em modelo animal, o uso continuado de ecstasy segundo dois paradigmas: o consumidor jovem que vai passar uma semana de férias em grupo e toma diariamente ecstasy e o consumidor jovem de fim-de-semana”, avaliando as alterações na fisiologia da retina.
Apesar de se conhecer os efeitos nocivos do ecstasy no cérebro, não se sabia se afectava a visão, nomeadamente a função da retina. Os investigadores conseguiram demonstrar, através de experiências em animais, que a substância pode alterar a percepção e acuidade visual durante um período de pelo menos 24 horas.
A equipa pretende “mimetizar, também em modelo animal, o uso continuado de ecstasy segundo dois paradigmas: o consumidor jovem que vai passar uma semana de férias em grupo e toma diariamente ecstasy e o consumidor jovem de fim-de-semana”, avaliando as alterações na fisiologia da retina.
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