quinta-feira, 10 de abril de 2008

Delinquência juvenil

Delinquência juvenil e praticada em grupo estabiliza mas alarma
A delinquência juvenil, que ao longo dos anos tem vindo a ser apontada como um dos mais fortes elementos que contribuem para o aumento do sentimento de insegurança, desceu pelo quarto ano consecutivo em Portugal. Tratou-se de uma quebra residual - 4440 casos participados, contra 4606 em 2006 -, mas que o Estado considera ser resultado de um trabalho mais eficaz por parte das polícias. A criminalidade grupal, essa apresenta valores elevados e quase estáveis nos últimos cinco anos.
Os dados constantes do último Relatório de Segurança Interna referem que 60 por cento das participações relativas à delinquência juvenil foram feitas na zona de acção da PSP, o que significa que este tipo de crime é predominantemente urbano. Lisboa, Porto e Setúbal são as áreas com maior número de casos.O carácter urbano acentua-se ainda mais quando se fala da criminalidade em grupo. As estatísticas referem que, consoante os anos (só existem dados compilados desde 2001), os números participados à PSP correspondem entre 70 a 75 por cento do total nacional. As maiores cidades e as suas imediações são, uma vez mais, os locais com mais delitos.
Em 2007 contabilizaram-se 7054 participações relativas a este tipo de criminalidade, o que correspondeu a menos 7,1 por cento relativamente ao ano anterior. Os 7595 casos contados em 2006 são, de resto, a maior marca já registada em Portugal. Embora sem ser alvo estatístico, responsáveis da PSP referem que muitas das armas anualmente confiscadas são encontradas na posse de jovens. "Já acontecerem casos em que o mesmo miúdo foi detectado em duas ocasiões com armas diferentes", contou um comissário contactado pelo PÚBLICO, referindo que a proliferação de armas de fogo explica o facto de uma parte da criminalidade, o roubo, não decrescer de modo significativo.

Jornal Público
10.04.2008
J.B.A.

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