
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Juicy Event em 2010

Em 2010, a Existências, no âmbito do Projecto Nov'Ellos, continua a promover em colaboração com o bar Quebra, em Coimbra, agora todas quintas-feiras, a partir das 23 horas, o Juicy Event.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Mortes por overdose levantam suspeitas
Mortes por overdose
levantam suspeitas
Já na quinta-feira, quando dois homens em Coimbra e outro em Condeixa faleceram na mesma madrugada também aparentemente devido ao consumo de estupefacientes se falou num “surto” que poderia ter origem em produto adulterado que estivesse a ser distribuído. Oficialmente, nem a Medicina Legal nem a Polícia Judiciária assumiam qualquer ligação entre os casos da semana passada, não se sabendo se agora com esta morte (eventualmente a quarta) vão iniciar alguma investigação específica.
Em causa pode estar algum produto demasiado puro e que, por isso, apanhe de surpresa os consumidores ou então que esteja mal misturado podendo originar também situações deste género.
Diário de Coimbra
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=5717&Itemid=135
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Remédios não são capazes de evitar nem curar ressaca

Num país de 'bebedores excessivos', a época das festas é propícia a excessos. Há dezenas de receitas e cada vez mais produtos para combater a ressaca, mas o único eficaz é não beber, dizem médicos.
O único remédio eficaz para evitar a ressaca é não beber de todo ou beber moderadamente. O conselho, (...), é do médico Martins Baptista, que todos os anos recebe vários casos de intoxicação nas urgências do hospital Pulido Valente, em Lisboa, devido aos excessos de fim de ano. É que os outros remédios, medicamentos ou tradicionais, têm pouco efeito e muitos são apenas mitos, garante.Por outro lado, há medicamentos à venda que podem aliviar alguns dos sintomas, como a dor de cabeça ou os vómitos, mas não conseguem evitar a ressaca ou "curá-la", afirma o médico Luís Paulino.
As dores de cabeça e de estômago, a boca seca e o cansaço são alguns sintomas de uma "doença" que pelo menos tem uma causa clara: os copos a mais bebidos na noite anterior.
A explicação científica também é simples: cerca de 90% do álcool ingerido é processado pelo fígado e transforma-se em acetaldeído, uma substância altamente tóxica. Há outros factores que podem influenciar a absorção do álcool pelo organismo: beber com o estômago vazio; o tipo e qualidade da bebida; ou a constituição física da pessoas, diz Luís Paulino.
"Somo um país de bebedores excessivos e este época e propícia a excessos", lembra João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência . A única maneira de evitar a ressaca (...) é beber de forma moderada. Mas o que é beber moderadamente? Cerca de três bebidas, "uma quantidade compatível com a condução de um carro, porque a partir dos 0,5 de álcool no sangue já há alterações de resposta e comportamento", E uma bebedeira é uma agressão capaz de causar lesões permanentes no fígado e no cérebro, explica. Lesões que não passam, ao contrário dos sintomas desagradáveis da ressaca.
Mas quando o mal já está feito, em vez de se recorrer a curas milagrosas, deve-se beber muita água, para hidratar, diz Luís Paulino. Aliás, o ideal é começar por acompanhar os copos de vinho ou de vodka com copos de água. "Tomar um analgésico para dor de cabeça e vitaminas para ajudar a metabolizar o álcool também ajudam, mas o melhor é repousar", conclui. Já a ideia de que outra bebida alcoólica ajuda a curar a ressaca não só é falsa, como é o primeiro passo para o alcoolismo, adverte.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Dia Mundial de Luta Contra a Sida
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Cocaína: Histórias de quem vive no fim da linha
Jornal Expresso
Ricardo Marques
artigo publicado da Revista Única de 21 de Novembro
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/548683
1 de Dezembro - Dia Mundial de Luta Contra a Sida

sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Consumo de cannabis diminui entre jovens
Cocaína e a heroína continuam a dominar o mercado da droga, indica o relatório de 2009 do Observatório Europeu.
O director do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), Wolfgang Götz, destacou hoje, quinta-feira, que os níveis de consumo de drogas mais tradicionais "permanecem elevados", mas estão "relativamente estáveis".
"Globalmente, não se observa um grande aumento na maioria das formas de consumo e, em algumas áreas, a tendência parece ser decrescente", salientou o responsável em Bruxelas, na apresentação do relatório.
A cannabis continua a ser "a droga ilegal mais frequentemente consumida na Europa", com 22,5 milhões de consumidores no último ano.
Mas os dados do OEDT "confirmam a queda de popularidade desta droga", em particular entre os jovens de 15 e 16 anos, tendência já verificada no relatório de 2008.
No entanto, "até 2,5 por cento de todos os jovens europeus" poderão estar a consumir aquela substância diariamente, "o que representa uma grande população em risco e eventualmente a necessitar de assistência".
"Evolução preocupante"
No que toca às drogas mais perigosas, o consumo de heroína continua a assinalar uma "evolução preocupante", refere o relatório, uma vez que o decréscimo de consumo verificado no início da década parece ter parado e as mortes por overdose aumentaram em 2007.
O Observatório estima que haja "entre 1,2 e 1,5 milhões" de consumidores de derivados do ópio na União Europeia, com a heroína a dominar.
De acordo com a informação prestada por 19 países, em 2007 houve um aumento de seis por cento na procura de tratamento por parte de viciados em heroína.
Em 13 países europeus, o número de mortes associadas ao consumo aumentou em 2007, depois de ter registado uma queda no início da década.
A cocaína, "o estimulante mais generalizado na Europa", é mais consumida nos países ocidentais da Europa: três milhões de europeus terão consumido no último ano, estima o relatório, que indica que em 2007, a droga provocou "500 mortes".
"A cocaína e a heroína continuam a dominar firmemente o mercado da droga europeu e há poucos indícios que mostrem melhorias no tocante ao seu consumo na Europa", destacou o director do Observatório.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Latada 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Proibição de fumar reduz o risco cardíaco do tabagismo passivo
A proibição de fumar nos espaços públicos é eficaz para reduzir o risco de ataque cardíaco e de doença cardiovascular ligada ao tabagismo passivo, confirma um relatório do Instituto americano de Medicina publicado quinta-feira.
Este estudo mostra que os não fumadores expostos passivamente ao fumo de cigarro, mesmo durante períodos relativamente curtos, estão mais sujeitos a ataques cardíacos.
"Não existe qualquer dúvida que a proibição de fumar funciona", destacou Lynn Goldman, professora de Ciências ambientais da saúde na faculdade de medicina Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, que presidiu à comissão de peritos que redigiu este relatório.
"As proibições de fumar reduzem os riscos de crise cardíaca em não fumadores assim como nos fumadores", sublinhou a especialista.
"Outras investigações podem explicar mais pormenorizadamente a amplitude da diferença entre os dois grupos e também como o tabagismo passivo produz os seus efeitos tóxicos", prosseguiu a professora.
Cerca de 43% das crianças, com idades até aos 18 anos, não fumadoras e 37% dos adultos que não fumam estão expostos ao tabagismo passivo nos Estados Unidos, segundo estatísticas federais.
Apesar das claras reduções da proporção de norte-americanos vítimas de tabagismo passivo durante vários anos, cerca de 126 milhões de não fumadores ainda continuavam expostos a esse problema em 2000, segundo este relatório.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1392679
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Política Pública Portuguesa de Drogas na revista científica australiana "Of Substance"
"Of Substance, http://www.ofsubstance.org.au, é uma revista científica australiana on-line dedicada às boas práticas e investigação em matéria de álcool, tabaco e outras drogas, e a sua consulta é considerada essencial por todas as organizações e indivíduos que trabalham com a população afectada pelo uso de substâncias aditivas. A revista publica 4 números por ano e tem uma projecção global. Os seus artigos cobrem temas regionais, nacionais e internacionais. É financeiramente apoiada pelo Commonwealth Department of Health and Ageing.
Portugal foi um dos países visados no quadro da série de artigos sobre as abordagens nacionais às drogas, devido ao interesse suscitado pelas suas políticas inovadoras. Porque se destina a um público muito vasto, o artigo contextualiza Portugal em termos económicos e sociais e faz um breve historial das políticas de droga, descrevendo as políticas recentemente implementadas e os resultados sustentados em estudos e dados estatísticos apurados mais significativos."
Fonte: IDT, I.P.
Artigo disponível em:
http://www.idt.pt/PT/Noticias/Documents/2009/10/ofsubstance_2009_7%20(2).pdf
e
http://www.ofsubstance.org.au/
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Ruído nocturno

«A situação está a ultrapassar os limites». Massano Cardoso está «muito, muito preocupado» com a «frequência inusitada de queixas» que têm surgido nos últimos dias relativamente ao ruído que se tem sentido durante a noite em alguns pontos da cidade, prometendo «fazer um levantamento de todas as situações e pedir informações às autoridades, administrativas e policiais relativamente a esta temática».
Recorde-se que especialmente este fim-de-semana foram várias as reclamações feitas junto da Polícia de Segurança Pública (PSP), ontem confirmadas ao Diário de Coimbra por fonte policial, do ruído «insuportável» na madrugada de sábado na zona dos Alqueves provocado pelas obras na Variante Sul do IC-2 e ainda, na madrugada e manhã de segunda-feira, do «barulho infernal» vindo da Praça da Canção, onde se realizou o Coimbra Dance Event.
O provedor do Ambiente e Qualidade de Vida Urbana de Coimbra confessa que, apesar de existirem, não têm aumentado as reclamações junto da provedoria relativamente a casos de ruído nocturno, no entanto, as notícias e os textos de opinião publicados nestes últimos dias no Diário de Coimbra com reclamações de cidadãos de Coimbra sobre o ruído, especialmente nocturno, na cidade, chegaram para que Massano Cardoso considere «fundamental que se ponha ordem na casa» no que diz respeito às competências e às responsabilidades nesta matéria e se respeitem os direitos dos cidadãos.
«Isto já não é de agora. Há uma grande confusão sob o ponto de vista jurídico relativamente às responsabilidades no que respeita ao ruído e os cidadãos estão baralhados», confirmou, garantindo que a Provedoria irá fazer «tudo o que está ao seu alcance para que as pessoas sejam esclarecidas e, mais do que isso, para que não se viole o direito que todos têm de descansar, sem serem incomodados com o ruído de outros».
Questionado se não será exagero o epíteto de “Coimbra, Capital do Ruído”, aplicado nos últimos dias, Massano Cardoso adiantou que, «apesar de se estar a generalizar, no fundo, é uma crítica perfeitamente legítima para quem se sente lesado». «É algo muito desagradável», admitiu o provedor, deixando claro que, apesar de tudo, o ruído se sente em «sítios perfeitamente localizados».
Diário de Coimbra
por Ana Margalho
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=4189&Itemid=111
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Geração explosiva

"Queres speeds?" O rapaz tem pouco mais de 16 anos e sem esperar pela resposta desaparece no pinhal. A mesma pergunta poderia ter sido lançada noutro tempo, noutra festa. Nos anos 80, quando se 'speedava' ao som da new have ou do rock'and'roll, as letras das nossas canções preferidas entravam no corpo (com ou sem ajuda de substâncias ilícitas) e eram a matéria para a libertação do espírito e o veículo para a dança. Mas, na noite de sábado passado, numa tenda montada em pleno descampado da serra de Sintra, dançava-se trance, e ninguém canta ao som de trance.
A batida sincopada, pura e envolvente na sua frieza monocórdica, entranha-se até aos ossos. Da mesa de mistura do DJ israelita projectam-se sobre a pequena massa compacta fachos de luz esverdeada e ele dispara rajadas de ritmo sobre a pista. Parece controlar em absoluto os músculos dos corpos que vibram na tenda iluminada.
Tudo em redor é escuro. O cheiro a canabis confunde-se no cheiro a terra seca e mistura-se com a frescura do pinhal. Há um frenesim eléctrico de gente - a maioria jovens, a maioria rapazes - que se movimenta em pequenos bandos. Alguns trazem t-shirts penduradas ao ombro e o dorso nu, apesar do frio de cortar. Subitamente, três figuras fardadas avançam pelo recinto da festa. São militares que vigiam a mata. Vieram espreitar e trazem pistolas no coldre. Um deles carrega displicentemente uma G3, que, de vez em quando, segura nas mãos como se fosse disparar. Mas ninguém parece ligar, ou tão-pouco querer saber, de três militares que invadem uma free-party (festa organizada ilegalmente), algures do meio da serra de Sintra.
"Quando estou numa discoteca a passar música, sei olhar para o aspecto global do público e reconhecer que 90 por cento das pessoas estão sob o efeito de qualquer coisa. Consigo percebê-lo pela maneira como dançam e pela forma como estão totalmente receptivas e activas", explicava-nos há poucos dias Rui Miguel, DJ português, especializado em música electrónica e house progressivo. Tem 36 anos, trabalha nas pistas de dança desde os 18. Também ele é dado aos mais variados consumos de substâncias psico-activas: da cocaína ao ecstasy e seus derivados (vulgo pastilhas), até às ervas puras. "Heroína, não", ressalva. "Nunca experimentei. É uma droga muito decadente."
A cultura de noite está inequivocamente liga da ao consumo e à procura do prazer. Tem-se movimentado velozmente ao longo das últimas décadas e as drogas que lhe estão associados antecipam e projectam as novas formas sociais de estar de gerações em fúria de viver. As raves que surgiram nos anos 90 foram uma resposta à cultura da house, libertaram os amantes da música de dança e tomaram de assalto primeiro os espaços urbanos abandonados, depois as zonas fora da cidades. No início do movimento rave havia uma intenção de rasgar e quebrar a regra que não se prolongou na cultura da free-party, onde o espírito dominante é somente viver intensamente a festa, de forma livre e breve, usufruindo a música e a ligação ao corpo numa entrega absoluta ao prazer da dança.
Neste contexto, a palavra 'droga' fundiu-se com o termo 'lúdico' e, assim, entramos alegremente na era dos consumos recreativos. Os novos dependentes descartaram-se da carga negativa inerente à palavra toxicodependência. Hoje chamam-se consumidores.
"Atenção às palavras", alertava-nos Hélder Santos, responsável pela organização Conversas de Rua, há mais de 12 anos a trabalhar na noite. "Já não se usa falar de drogas leves e de drogas duras. Agora dizemos consumos legais e ilegais e o termo genérico passou a ser substâncias psico-activas."
Nesta mudança de paradigma está implícita toda uma nova forma de olharmos para o fenómeno. Explica Hélder Santos: "Quando, há cerca de 10 anos, os toxicodependentes saíram para a rua e apareceu a figura do arrumador, esta geração, que agora tem vinte e tal anos, interiorizou uma ideia de decadência associada à droga que não confere com a cultura generalizada que se observa nas drogas associadas à noite.
A maioria das pessoas que faz o culto da noite pratica uma variedade de consumos. O drogado down já era. Agora, as pessoas consomem e vivem o seu dia-a-dia sem terem sequer consciência se há ou não neste comportamento uma atitude de dependência. Tudo isto tem exclusivamente a ver com auto-imagem, performance e prazer."
(....)
Cocktail de Viagra e ecstasy
Fernando Mendes, psicólogo de Coimbra, presidente do IREFREA em Portugal - o instituto europeu que promove estudos sobre prevenção e comportamento de risco - conta uma história insólita: "Estava a fazer um estudo sobre o consumo de esctasy e foi-me dito que havia um grupo de jovens que consumia nas praias da zona de Leira. Teriam entre 15 e 19 anos. Quando falei com eles, percebi que as noites na praia eram concursos de sexo, jogos colectivos, com o objectivo de ver quem conseguia aguentar mais, variando de parceira, na mesma noite. Neste ritual, alguns deles faziam batota e tomavam drogas misturadas com Viagra."
Esta foi a primeira vez que o psicólogo se deparou com a prática do sextasy. Trata-se da ingestão de um cocktail explosivo, que associa o ecstasy (e mais recentemente a cocaína), ao Viagra, que também pode ser misturado com bebidas energéticas como o Redbull. Diz-nos o psicólogo: "Aquilo que para mim começou por ser um caso, ganhou visibilidade. Não posso dizer que seja um fenómeno muito generalizado, mas já tem alguma dimensão e revelou-nos um novo perfil de consumidores, para quem a diversão, a noite e a música estão associadas a uma vontade intensa de desejo sexual."
Neste perfil, inscrevem-se jovens e adultos, cujas idades podem variar entre os 20 e os 35 anos. "São jovens machos predadores, que associam o ecstasy, que proporciona uma sensação de relaxe, bem-estar e despertar dos sentidos ao Viagra, que lhes dá a ideia de uma performance sexual infalível. É um fenómeno transversal e interclassista e nem sempre está associado a dependência, mas que acarreta enormes comportamentos de risco, pois, neste estado, raramente se preocupam em usar preservativo" acrescenta o psicólogo.
Nos últimos anos, foram publicados inúmeros estudos sobre o consumo de Viagra entre uma população cada vez mais jovem, que toma o famoso comprimido azul associado a outro tipo de drogas para fins exclusivamente recreativos. Todos eles alertam para o perigo associado ao seu uso sistemático, pois pode causar danos irreversíveis no sistema límbico e provocar impotência.
"Droga e prazer estão intimamente ligados e sempre assim foi ao longo do tempo. Mas desde os anos 70 que temos vindo a sublimar uma cultura puramente hedonista. Toda esta generalidade de policonsumos ecstasy, derivados e todo o tipo de substâncias: cocaína, haxixe, erva, etc.), associados puramente à ideia de diversão, é um reflexo disso mesmo", afirma o mentor de Conversas de Rua.
A sua experiência ao longo destes últimos 12 anos a trabalhar sobre consumos recreativos leva-o a observar a mudança sistemática de consumos entre a população jovem. Com a divulgação acelerada de informação tudo é rápido, tudo compete. Via Net, podemos encomendar quilos de Viagra, saber exactamente todas as substâncias de que é composto um speed ou um ácido e fabricá-lo em laboratórios caseiros.
Nas suas incursões na noite, uma das perguntas que as equipas desta organização fazem aos jovens é: "Que droga pensas estar a consumir no próximo ano?" Esta indagação, permite-lhes fazer uma sondagem que lhes dá as pistas para perceber qual a nova psico-substância que irá ser posta a circular e, assim, trabalhar nos flayers que distribuem nos bares e nas festas.
"A droga que começou agora a dar é a ketamina. Um anestésico usado em medicina veterinária, que em contextos recreativos, e dependendo das doses, pode provocar uma combinação entre efeitos estimulantes, depressores e alucinogénios. Apresenta-se sob a forma líquida, em pó ou pode ser ingerida através de cápsulas", explica.
O lema da associação Conversas de Rua em relação à prevenção de drogas é apenas este: reduzir riscos, minimizar danos. O método que praticam baseia-se simplesmente em veicular informação sobre as várias drogas que circulam no mercado, alertar para os danos, distribuir preservativos, conversar com quem precisa e estar disponível para o talk down.
"No fim de uma noite de dança e de consumos há sempre muita gente perdida e exausta, que facilmente pode entrar em pânico." Num estudo sobre noite e cidades, recentemente publicado pelo IFRRA, os portugueses estão assinalados, a seguir aos espanhóis, entre todos os europeus os que mais horas saem à noite. Mas nos gráficos dos acidentes de viação e nas entradas das urgências dos hospitais, a associação ao consumo de substâncias psico-activas ainda está por fazer.
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/537982
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Canabinóide é a substância com mais casos positivos de dopping
O uso de canabinóides é a prática de doping com mais casos positivos verificados em Portugal em 2007 e em 2008, segundo dados estatísticos do CNAD.
Estamos a falar da marijuana e do haxixe, substâncias que podem alterar o rendimento dos atletas em determinadas modalidades em que o relaxamento é fundamental para um bom desempenho. Porém, nas práticas desportivas mais activas, o uso de canabinóides também é considerado doping, porque preenche dois requisitos inaceitáveis: lesa a saúde do atleta e belisca aquilo que se entende pelo espírito do desporto.
Os casos sucedem-se em várias modalidades e reportam-se a atletas juniores e seniores, levantando-se a dúvida de que o desporto, afinal, pode não tirar os mais jovens dos caminhos considerados desviantes. "Não se pode esperar que o contexto desportivo seja a panaceia para todos os males. O desporto, efectivamente, ajuda, mas não é remédio. Se calhar, não fosse a prática desportiva, havia mais jovens a fumar substâncias proibidas", explicou Ana Luísa Pereira, socióloga do desporto no FCDEF (Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física). "Provavelmente, muitos deles têm esse tipo de comportamento para mostrarem que já são adultos", completou a docente.
Quando um atleta utiliza canabinóides, e é apanhado num controlo antidoping, poderá ser punido com uma advertência ou uma pena de suspensão de um ano, de acordo com a nova legislação em vigor. "A advertência leva a que o atleta seja controlado durante seis meses e, se se verificar a presença da mesma substância, a pena é agravada", complementou Luís Horta, do CNAD. Tratando-se de uma segunda infracção, o praticante fica sujeito a uma pena de dois a quatro anos, como se pode ler no artigo 59 da Lei n.º 27/2009.
"Estamos muito preocupados com este caso, porque é um problema que tem aumentado nas nossas sociedades actuais e isso reflecte-se no desporto", confirmou.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1361115
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Cocktail de drogas mata finlandesa
Acompanhada por duas amigas, a finlandesa ainda foi assistida ao início da noite pelos bombeiros de serviço no recinto. Acabou por morrer no Hospital de Elvas por paragem cardiorrespiratória. "Quando chegou junto dos bombeiros estava desorientada e muito agitada. Dizia que estava a arder por dentro", referiu Alexandre Lavadinho, adjunto do comando da corporação local.
A jovem deu entrada na Urgência pelas 20h30. "Foram efectuadas manobras de suporte avançado de vida. Mostrou instabilidade clínica até falecer, pelas 23h00", referiu Ilídio Pinto, porta-voz do hospital.
Ao CM, Wilma Farget, da organização do evento, promovido pela empresa Cristal Matrix, lamentou a morte da festivaleira. A responsável assegurou que o "trágico episódio" não alterará a programação.
"Foi acompanhada e assistida por todos os meios de socorro no recinto [bombeiros e Cruz Vermelha], tendo saído daqui com vida. Esta situação não irá causar qualquer alteração no festival", disse. Wilma referiu ainda que a organização assegurou apoio psicológico aos acompanhantes da falecida.
Além da finlandesa, nas Urgências do Hospital de Elvas foram assistidos anteontem dez jovens com sintomas de intoxicação por consumo de álcool e de drogas sintéticas como LSD ou anfetaminas, substâncias elaboradas com produtos químicos e provocadoras de efeitos alucinogénios. Nas imediações do recinto do Freedom, que começou no dia 6 e termina amanhã, já foram detidas pela GNR 60 pessoas por posse de droga.
Alexandre M. Silva
Correio da Manhã
http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=7C680BA3-4038-45A9-BD53-4A1E54B3EC8B&channelid=00000010-0000-0000-0000-000000000010
Anfetaminas e cogumelos estão em alta em Portugal

O consumo de drogas em contextos festivos é de carácter recreativo, muito distinto dos padrões de consumo regular, mas já representa uma realidade que preocupa o Instituto da Droga e da Toxicodependência.
O consumo de anfetaminas e de alucinogénios, em Portugal, assume proporções semelhantes ao da heroína. A cannabis continua a ser o estupefaciente mais utilizado, mas o LSD e os cogumelos mágicos, assim como o ecstasy, são cada mais prevalentes, de acordo com o "Relatório Anual 2007 - a situação do país em matéria de drogas e toxicodependências", divulgado pelo IDT.
No período de 2001-2007, os alucinogénios, como o LSD e os cogumelos mágicos, registam claro crescimento entre os consumidores portugueses, quer considerando a população total (15-64 anos), quer os jovens adultos (15-34). Estes dados confirmam uma tendência, verificada pelo menos desde o início da década, de coexistência dos tradicionais de consumos de heroína, associados a contextos de marginalidade e exclusão, com novos padrões de consumo de estimulantes (cocaína e ecstasy) e de haxixe, sublinha, ao JN, João Goulão.
"Os festivais são representativos dessa tendência para o uso recreativo e circunstancial de substâncias com o objectivo de potenciar a diversão", acrescenta o presidente do IDT. Este tipo de consumo não se enquadra nos habituais rótulos de toxicodependência, o que não significa que a utilização de carácter recreativa seja isenta de perigos. "O maior é, sem dúvida, que ao brincar com a substância, se desenvolva a dependência e que a droga se transforme no centro de gravidade da vida dessa pessoa", alerta Goulão.
Os acidentes de viação, a violência e os comportamentos sexuais de risco, de que podem resultar gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis, são outras das consequências da utilização de psicotrópicos em cenários festivos. A intervenção do IDT, nestes contextos, "não é fácil", reconhece o responsável, que considera a a participação de jovens, numa estratégia de influência entre pares, como a via mais eficaz.
A mistura de vários produtos psicotrópicos é outro dos graves riscos associados ao consumo recreativo e representa também uma tendência já sinalizada desde 2003. O haxixe é substância ilícita mais frequente em cocktails de drogas, embora o álcool seja o pano de fundo da maioria dos consumos.
Os alucinogénios, como o LSD, estão fortemente associados à subcultura trance, como atestou a investigação conduzida por Maria do Carmo Carvalho. A autora refere, porém, que os eventos de música trance (como os festivais Boom, em Idanha-a-Nova, ou o recente Freedom, em Elvas) deixaram de ter "características underground para se transformarem em fenómenos de massa", onde a utilização de alucinogénios já pouco tem a ver com a proposta estética e cultural do movimento trance. "A intencionalidade perdeu-se e o perfil de utilizador alterou-se e é cada vez mais heterogéneo", sublinha a docente da Universidade Católica do Porto, actualmente a desenvolver uma investigação com o objectivo de caracterizar os consumos em contextos recreativos.
Helena Norte
Jornal de Notícias
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1334688
terça-feira, 4 de agosto de 2009
20 detidos no 1º dia do Festival Andanças
Vinte pessoas detidas e 30 identificadas, todas por posse e tráfico de estupefacientes, constituem o balanço do primeiro dia da operação que a Guarda Nacional Republicana (GNR) montou em torno do festival 'Andanças', que decorre até domingo na aldeia de Carvalhais, em S. Pedro do Sul.
À semelhança de anos anteriores os militares vigiam e fazem a manutenção da ordem nos acessos a este festival, que reúne milhares de pessoas na serra de S. Macário em torno da dança.
Ontem, quando começou o festival, a GNR «deteve 20 pessoas, entre os 18 e os 37 anos, por posse e tráfico de estupefacientes», disse ao DN o oficial de relações públicas da GNR de Viseu. Na operação a GNR «apreendeu heroína, cocaína, ecstasy, LSD, cogumelos alucinogénicos e centenas de gramas de haxixe», adiantou Marques Fernandes.
Foram ainda identificadas 30 pessoas «na posse de droga mas não em quantidade suficiente para presumir tráfico e que foram encaminhadas para as comissões de dissuasão da toxicodependência». Apreendidas ainda «somas consideráveis de dinheiro, telemóveis e um automóvel».
A Operação 'Andanças' envolve mais de uma centena de militares e decorre até domingo. O 'Andanças' é um festival de dança, onde as questões ambientais são uma preocupação. O objectivo é não produzir lixo, utilizando utensílios e materiais descartáveis. Este ano pretende-se atingir o "descartável-zero" nas louças.
http://www.destak.pt/artigos.php?art=37585
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Anfetaminas e metanfetaminas: diferenças e semelhanças
No mercado de drogas ilegais, as principais representantes do grupo das anfetaminas são a anfetamina e a metanfetamina (e respectivos sais) — duas substâncias sintéticas estreitamente relacionadas entre si e membros da família das fenetilaminas. Ambas as substâncias são estimulantes do sistema nervoso central, partilhando o mesmo mecanismo de acção e tendo efeitos comportamentais, tolerância, efeitos de abstinência e consumo prolongado (crónico) semelhantes. A anfetamina é menos potente do que a metanfetamina, mas em situações não controladas os efeitos são quase indistinguíveis.
Os produtos das anfetaminas e das metanfetaminas são sobretudo constituídos por pós, mas o "ice" (gelo), ou seja o hidrocloreto de metanfetamina, um sal puro e cristalino, também é consumido. Os comprimidos com anfetaminas ou metanfetaminas podem ter logótipos semelhantes aos observados nos comprimidos de MDMA e noutros comprimidos de ecstasy.
Em consequência das forma físicas em que se encontram disponíveis, as anfetaminas e metanfetaminas podem ser ingeridas, aspiradas, inaladas e, o que é menos comum, injectadas. Ao contrário do sal de sulfato de anfetamina, o hidrocloreto de metanfetamina, em especial na sua forma cristalina ("ice), é suficientemente volátil para ser fumado.
Fonte: EMCDDA drug profiles
http://www.emcdda.europa.eu/themes/drug-situation/pt/amphetamines
sexta-feira, 17 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Judiciária deteve trio que roubou e sequestrou estudantes

Depois de assaltar uma jovem em Coimbra, grupo comprou e consumiu droga, deslocando-se, de seguida, à casa da vítima, onde roubou portáteis e telemóveis.
Actuavam durante a madrugada, escolhendo as vítimas entre estudantes universitários que circulavam sozinhos, a pé, nas imediações da Praça da República. Trio de assaltantes foi detido domingo à tarde pela Polícia Judiciária, depois de, pelo menos, ter cometido dois crimes de roubo com sequestro das vítimas. Um dos suspeitos também frequenta o ensino superior, enquanto os restantes não têm profissão conhecida. O consumo de estupefacientes é o elo de ligação entre os três elementos do gang.
O primeiro assalto terá ocorrido, de acordo com fonte da Directoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ), na madrugada de sexta-feira e o segundo na madrugada de domingo. Em ambas as situações as vítimas seguiam a pé, por volta das 5h00/6h00, nas imediações da Praça da República e foram interceptadas pelo trio, constituído por dois homens e uma mulher. Um conduzia a viatura, um Renault, modelo antigo, enquanto os outros dois se encarregavam de “tomar conta” da vítima. Empunhando uma arma de fogo e uma faca, os assaltantes exigiam que as vítimas lhes entregassem os valores que tinham em seu poder, nomeadamente dinheiro e telemóveis, mas também os cartões multibanco. Uma operação que, de acordo com o testemunho das vítimas, era acompanhada com constantes ameaças verbais, exercendo uma forte coação e uma intensa violência psicológica sobre os jovens.
Com os cartões em seu poder, o trio “apoderava-se” da vítima, rumando a uma caixa multibanco – na zona de Celas, no primeiro caso, ou num posto de abastecimento de combustíveis, no segundo – onde procediam ao levantamento do dinheiro possível, mantendo sempre a vítima como refém. No primeiro caso, o jovem estudante universitário, de 23 anos, acabou por ser abandonado pelos seus assaltantes/sequestrados, por volta das 7h00, na zona de Celas.
Já a segunda vítima, uma jovem, foi interceptada na madrugada de domingo, cerca das 6h00 e, depois de ameaçada e manietada pelos assaltantes, foi levada como “garante” que os códigos do cartão multibanco que forneceu estavam correctos, mas a “operação” não se ficou por aqui. Depois de procederem ao levantamento de dinheiro, os assaltantes foram adquirir estupefacientes, que consumiram, mantendo a vítima como refém. Depois disso, de acordo com fonte ligada à investigação, dirigiram-se a casa da jovem, que vive com uma amiga, também estudante, que se encontrava a dormir. Também ali o trio fez questão de deixar uma marca da sua presença, levando consigo dois computadores portáteis, telemóveis e um leitor de MP3. Com os “bolsos cheios”, deram-se por satisfeitos e foram embora, deixando a vítima em casa.
Apanhados na zona do Bota-Abaixo
As queixas chegaram à Polícia Judiciária de Coimbra, a primeira na sexta-feira e a segunda no domingo e imediatamente os investigadores se puseram em campo, acabando por proceder à detenção dos suspeitos no domingo, durante a tarde, na zona do Bota Abaixo, onde se presume procurassem fornecedores de droga. O facto de os assaltantes serem consumidores de produtos estupefacientes, conjugado com a sua actuação com a cara a descoberto, acabou por funcionar a favor de uma investigação célere, uma vez que as vítimas procederam à sua identificação, permitindo que fossem localizados e detidos poucas horas depois de terem cometido o segundo crime.
Na sequência das diligências entretanto efectuadas, no sentido de renuir elementos de prova, a PJ apreendeu a viatura em que o trio circulava e que foi usada nos dois assaltos e sequestro das vítimas, recuperando, também, alguns dos artigos roubados, nomeadamente os portáveis roubados em casa das duas jovens, bem como as armas, brancas e de fogo, usadas nos assaltos. Relativamente à arma, importa referir que, apesar de parecer uma pistola, não passa de uma réplica, de acordo com os exames efectuados pela PJ. Todavia, apesar de falsa, a arma foi o mais autêntica possível aos olhos das vítimas, quando esta lhes foi apontada, “pronta a disparar”.
O trio, que vai ser presente hoje a Tribunal para primeiro interrogatório e aplicação de medidas consideradas convenientes, terá, para além dos levantamentos de dinheiro efectuados na presença das vítimas, efectuado operações posteriores, usando os cartões dos dois jovens.
Alertas de “bom senso” para evitar riscos
Os assaltos a estudantes universitários têm-se tornado, nos últimos tempos, recorrentes e já foram vários os suspeitos detidos pela Polícia Judiciária. A “solo” ou em grupo, os assaltantes têm relevado uma particular apetência pelos estudantes, a quem roubam, sob ameaça de armas, os objectos que têm em seu poder, nomeadamente telemóveis e dinheiro e, claro, os cartões multibanco. Razões que “exigem” alguma atenção. Sem qualquer alarmismo, a Directoria do Centro da PJ alerta, todavia, para alguns cuidados a ter, no sentido de “dificultar a vida” aos assaltantes.
Na primeira linha está o andar sempre acompanhado, uma vez que qualquer pessoa sozinha é muito mais vulnerável a uma investida “mal intencionada”, sobretudo quando se trata de horas tardias. Cautela também relativamente aos objectos de valor que possam trazer consigo, especialmente à vista, e ainda um alerta no sentido de evitar locais pouco iluminados, falar com desconhecidos e não dar pretexto para abordagens. Em causa estão “alertas” de bom senso, mas que poderão inibir os assaltantes. De resto, nestes dois últimos casos, a “escolha” recaiu” precisamente sobre vítimas que se encontravam sozinhas e, como tal muito mais vulneráveis.
Um dos suspeitos é estudante universitário
O trio é heterogéneo e, para além do consumo de estupefacientes, que será o elo de ligação mais forte que os une, os três são naturais de Coimbra e aqui residentes. A mulher tem 32 anos, é o elemento mais velho do grupo, não tem profissão conhecida e do seu “histórico” pessoal faz parte uma condenação por consumo de estupefacientes.
O elemento mais novo é um jovem de 22 anos, sem profissão e sem actividade delituosa relevante até ao momento. Já seria amigo da mulher e ambos conheceram o terceiro elemento, um rapaz de 28 anos, estudante universitário, que frequenta o curso de Comunicação Social.
O grupo será responsável por estes dois crimes de assalto e sequestro, mas a PJ não coloca de parte a possibilidade do seu envolvimento noutras situações de assalto, que tiveram estudantes universitários como vítimas.
Fonte: Diário de Coimbra
Assalto violento no centro da cidade

Um jovem estudante foi vítima de roubo e sequestro, na zona da Praça da República. A situação não é nova, mas a violência (verbal) utilizada pelos assaltantes torna este caso invulgar.
Na madrugada da última sexta-feira, dia 10, um jovem, de 23 anos, natural e residente em Coimbra, foi vítima de roubo e sequestro, em pleno centro da cidade. O traumatizante episódio teve início perto das 05H30, na Rua João de Deus, junto ao Campo de Santa Cruz, e só terminou cerca de duas horas depois, numa zona isolada e deserta, de mato, próximo da Calçada do Gato (junto à circular externa). “Joaquim” (nome fictício) regressava a casa após uma noite com os amigos, passada num popular bar de estudantes da Praça da República, quando dois indivíduos, aparentando terem 30 anos, de cara destapada e munidos de armas brancas, o interceptaram no cruzamento da Rua Lourenço Chaves D’Almeida com a Rua João de Deus, mesmo de frente para a entrada principal do campo de futebol.
As violentas agressões verbais e ameaças de morte começaram de imediato. “Joaquim” foi depois guiado até uma caixa multibanco, localizada no bairro de Celas, forçado a revelar o código do seu cartão de débito, permitindo assim aos assaltantes levantar o valor máximo em dinheiro que lhes era permitido.
Seguiram-se momentos de pânico: “Joaquim” foi feito prisioneiro na mala do automóvel utilizado pela dupla de ladrões, onde viajou durante alguns minutos. Os assaltantes, na posse do produto do roubo e já mais calmos, abasteceram a viatura numas bombas de gasolina da cidade e, passados alguns minutos, corresponderam aos apelos do jovem conimbricense, largando-o numa zona isolada e deserta, já em plena luz do dia, e ainda ao som de mais agressões verbais e ameaças de morte. “Joaquim”, após identificar o local onde se encontrava, caminhou até à casa próxima de um amigo, de onde pôde, finalmente, contactar os seus familiares, que o recolheram, são e salvo, perto das 07H00 – um episódio que valeu um valente susto, mas que, dadas as circunstâncias (a ausência de violência física), acabou por ter final feliz.
Entretanto, Polícia Judiciária tomou conta da ocorrência e já está no terreno a trabalhar no caso.
Fonte: Diário “As Beiras”
segunda-feira, 6 de julho de 2009
RESUMO
Neste estudo procedeu-se à aplicação de um inquérito sobre consumos recreativos e segurança rodoviária a uma amostra de 200 estudantes universitários, comparando-se posteriormente os resultados obtidos de um amostra de 282 sujeitos recolhida entre a população frequentadora de bares e discotecas localizadas em Braga. Os resultados obtidos indicam que os sujeitos da amostra de frequentadores de bares e discotecas recorrem com mais frequência ao consumo de substâncias e, dentre estes, os homens mais do que as mulheres. Da mesma forma, e segundo essa mesma ordem, estes sujeitos conduzem com mais frequência sob o efeito de substâncias.
Implicações destes resultados para as campanhas de segurança rodoviária são, por fim, discutidas.
Olga Cunha, Rui Abrunhosa Gonçalves
Artigo publicado na revista Toxicodependências n.º 2/2009
http://www.idt.pt/PT/RevistaToxicodependencias/Paginas/ArtigoDetalhe.aspx?ID=476
ESPAD/2007
para
Apresentação de resultados do ESPAD/2007
Lisboa, 26 de Março de 2009
O “ESPAD – European School Survey on Alcohol and Drugs” é um inquérito a nível europeu, que se realiza actualmente em 35 países de acordo com uma metodologia normalizada, de modo a permitir a máxima comparabilidade possível entre os resultados dos diversos países. Conta com o apoio do Grupo Pompidou do Conselho da Europa e do OEDT –
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.
Este inquérito repete-se a cada 4 anos, foi iniciado em 1995, e Portugal participa desde o início. A sua realização é coordenada, a nível europeu, por Björn Hibell do CAN (Suécia) e um grupo de investigadores e, em cada país participante, por um investigador que o desenvolve com o apoio de uma ou mais instituições nacionais. No nosso país tem sido desenvolvido no IDT, IP (IDT, IPDT, GPCCD) com o apoio do Ministério da Educação e desde 2000, a coordenadora nacional do ESPAD é Dr. Fernanda Feijão, actual Responsável pelo Núcleo de Estudos e Investigação do IDT.
As amostras são representativas dos alunos que completam 16 anos no ano em que decorre a recolha de dados do estudo (nesta caso 2007) e o objectivo do estudo é obter informação que permita acompanhar a evolução dos consumos de substâncias psicoactivas (álcool, tabaco, drogas e medicamentos) entre os adolescentes europeus.
As principais conclusões do Relatório que agora se apresenta apontam genericamente para uma descida dos consumos (cfr. pg. 15 do relatório). Em síntese, e por grupos de substâncias:
- A nível europeu, de 2003 para 2007:
- TABACO - é a substância em que a tendência para a descida das prevalências de consumo (percentagens de consumidores no período de tempo em referência) é mais generalizada; com efeito assiste-se à descida em quase todos os países, Portugal incluído.
- ÁLCOOL – Globalmente a tendência é para a descida ou manutenção das prevalências de consumo, mas em muitos países há um aumento da percentagem de consumidores com padrões de consumo intensivos, Portugal incluído.
- DROGA – Globalmente, há um grupo de países (maioritariamente da Europa de Leste) em que há um aumento das prevalências de consumo (particularmente no que se refere a outras drogas que não a cannabis), outro grupo com uma certa estabilidade (variações até ± 5%) – o decréscimo em Portugal está neste intervalo – e um terceiro grupo de países em que a descida é mais acentuada, em particular alguns daqueles em que as prevalências eram das mais elevadas.
De referir que a tendência, relativamente ao consumo de cannabis é, genericamente, para o decréscimo ou manutenção do nível anterior e consumos.
- OUTRAS SUBSTÂNCIAS – relativamente aos “Tranquilizantes ou Sedativos”, aos “Inalantes” e “Álcool com Comprimidos”, as tendências gerais são, também, para a manutenção dos níveis anteriores de consumo, Portugal incluído.
Em síntese, e no que a Portugal diz respeito, os resultados mostram a descida no consumo de tabaco, um agravamento nos padrões de consumo de álcool, decréscimo ou estabilização nos consumos de drogas ilícitas e estabilização nos consumos das outras substâncias.
Publicado originalmente no sitio do IDT
relatório disponível no seguinte endereço:
http://www.idt.pt/PT/COMUNICACAOSOCIAL/COMUNICADOSIMPRENSA/Paginas/ESPAD2007eECATD2007.aspx
segunda-feira, 29 de junho de 2009
SUCESSO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DE DROGAS EM PORTUGAL

Glenn Greenwald – NY
Considerado entre os 25 constitucionalistas liberais mais influentes dos Estados Unidos, Glenn Greenwald apresentou no dia 3 de Abril, no Cato Institute em Washington, um relatório intitulado “Descriminalização da Droga em Portugal: lições para criar políticas justas e bem sucedidas sobre a droga”, onde apresenta Portugal como um caso de sucesso quanto a políticas de droga.
Distinguindo o papel pioneiro e inovador de Portugal na UE, Glenn Greenwald refere a Descriminalização das Drogas e a adopção das novas políticas de Dissuasão implementadas pelo Estado Português, destacando os progressos alcançados nos diversos parâmetros analisados.
Mais do que muitas suposições e teorias, Portugal é destacado como um país que provou que se deve encarar o doente toxicodependente como alguém a recuperar e a reinserir na sociedade, em substituição da tradicional penalização que é ainda exercida em muitos outros países.
Para João Goulão, presidente do IDT, IP, a atenção dedicada ao trabalho desenvolvido internamente, por um País que tanto investe e aspira a resolver estas temáticas e se encontra num momento de viragem política sem precedentes, é sem dúvida motivador para toda a equipa e sobretudo para o trabalho diário com os nossos utentes.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Menores 16 e Discotecas

segunda-feira, 1 de junho de 2009
Ariel Pink
domingo, 31 de maio de 2009
Dia Mundial Sem Tabaco
A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu para hoje, Dia Mundial Sem Tabaco, o tema das advertências nos pacotes de cigarros, uma iniciativa também defendida por associações portuguesas, que querem imagens chocantes nos maços, para impelir os fumadores a deixar o vício.Em Portugal, a legislação não contempla a utilização de imagens chocantes nos maços de cigarros, mas esta ideia é defendida pela Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (COPPT), organização que reúne várias associações ligadas à saúde, educação e do ambiente, que têm em comum o interesse pela prevenção do tabagismo.Luís Rebelo, presidente desta associação, defendeu a campanha da OMS "Mostrar a verdade - Imagens de aviso, salvam vidas", à semelhança do que já acontece em países como o Brasil e o Canadá.
Contra o "marketing" de caixas de tabaco "glamourosas" propõe maços de tabaco ilustrados por imagens chocantes dos malefícios do tabaco acreditando que os fumadores terão mais vergonha em mostrar publicamente o seu vício.A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) alerta, por seu lado, que Portugal está a falhar no controlo e prevenção do tabagismo.
A SPP considera que, em Portugal, "o tabaco ainda é muito barato; a fiscalização não é feita nos espaços públicos fechados, nem nas escolas; os tratamentos não são comparticipados e nem sequer é possível a sua prescrição na maioria das farmácias hospitalares". Sofia Ravara, médica da SPP, defende que o tabaco deveria ser mais caro, que deveria haver mais acções de fiscalização e campanhas de sensibilização, assim como o acesso universal a consultas de cessação tabágica e linhas telefónicas de apoio.
31.05.2009 – Jornal Público - Lusa
quarta-feira, 27 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Observatório europeu: Consumo de drogas em Portugal
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Queima das Fitas Coimbra 2009
- Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
- Associação de Estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
- Comissão Central da Queima das Fitas/2009
- ARS-Centro
- Delegação Regional do Centro do IDT
- Instituto Português da Juventude do Centro
- Núcleo de Estudantes de Medicina da AAC
- SOS-Estudante
- Projecto A(risco)/APF
- Saúde em Português
- Associação Académica de Coimbra
- Associação Existências – Projecto Nov’Ellos
- Canal UP
Os objectivos dos projectos são:
a) Aumentar os conhecimentos sobre o consumo de álcool e sexualidade responsável;
b) Promover a reflexão sobre as atitudes relacionadas com o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, os problemas associados como intoxicação grave, prática de sexo desprotegido e policonsumos;
c) Reduzir os danos associados ao abuso de álcool e relacionados com o sexo não protegido e a condução de veículos;
d) Promover escolhas livres e informadas, que visem comportamentos responsáveis do ponto de vista pessoal e social;
e) Divulgar os serviços de atendimento/aconselhamento a jovens em matéria de saúde sexual e reprodutiva, consumo de substâncias psico-activas e saúde mental;
f) Esclarecer os jovens no âmbito de temáticas específicas relacionadas com a sua saúde sexual e reprodutiva, a saber: infecção VIH/SIDA e outras IST’s; contracepção de emergência e interrupção voluntária da gravidez.
As actividades a realizar incluem:
a) Realização de Outdoor, para identificação do projecto e sensibilização para as actividades a decorrer durante a Semana Académica;
b) Formação de “educadores de rua”;
c) Disponibilização de um espaço de apoio e aconselhamento, da Unidade de Saúde Móvel, no Largo da Portagem, entre as 22h e as 3h00;
d)Iniciativas de aconselhamento em contexto recreativo a desenvolver por grupos de jovens, para a redução de consumos/danos, medições de taxa de alcoolemia e glicemia, aconselhamento sexual, disponibilização de preservativos e primeiros socorros;
e) Disponibilização da Unidade de Saúde Móvel, na Praça da República, entre as 14h30 e as 19h, de 1 a 8 de Maio, da responsabilidade do CAD Coimbra;
f) Existência de “educadores de rua” no recinto da Semana Académica, com vista à sensibilização na área do consumo abusivo de álcool e sexualidade.
domingo, 26 de abril de 2009
Efeitos do consumo de álcool em Portugal
A mortalidade estabelecida pelo estudo de Helena Cortez Pinto corresponde a 4.054 pessoas em cada ano. Aquela investigadora indica que as mortes de portugueses por consumo excessivo de álcool são mais numerosas por cirrose, seguida de acidentes de carro e ainda por cancro.
Helena Cortez Pinto, que faz as suas pesquisas na Unidade de Nutrição e Metabolismo do Instituto de Medicina Molecular, procedeu também ao cálculo dos custos atribuíveis ao consumo de álcool: as doenças por este causadas correspondem a 1,25% dos gastos em saúde. Nestas contas, que repercutem as estatísticas disponíveis sobre o ano de 2005, a mesma cientista explicita que houve nesse ano uma despesa de 14,1 milhões de euros por doenças crónicas (do fígado, cancro, etc) causadas pelo consumo excessivo. Muito mais elevados do que este montante situaram-se os 82,2 milhões de euros de despesa devido a acidentes rodoviários e outras causas externas. Além disto, foi calculada a "factura" com tratamentos ambulatórios (93 milhões). No total, há quatro anos, houve custos de 189,2 milhões de euros atribuíveis ao álcool, nada menos do que 0,13% do Produto Interno Bruto (PIB) português.
Na escala das doenças e mortalidade associadas ao álcool excessivo, Helena Cortez Pinto coloca primeiro as doenças do fígado (28,3%, representando 1.147 óbitos), seguidas pelas mortes na estrada (26,2%, o que corresponde a 1.062 pessoas mortas) e ainda os falecimentos devido aos diversos tipos de cancro associados ao álcool (21%, ou seja, 851 indivíduos). Na sua comunicação ao encontro internacional, a investigadora portuguesa considerou importante que o país deve pôr em prática estratégias actuantes no sentido de promover hábitos de vida saudáveis e tornar o consumo de álcool moderado.
Por todas estas cifras, Portugal surge com 5% das causas de doenças ligadas ao álcool, uma taxa muito superior à média mundial calculada pela OMS.
A influência dos pais é determinante nos hábitos de consumo, referem as conclusões de um outro estudo, feito por especialistas do Instituto Suíço para a Prevenção dos Problemas de Álcool e Drogas. A equipa dirigida por Emmanuel Kuntsche estudou mais de 350 jovens ao longo de dois anos e chegou à conclusão de que os adolescentes com uma boa relação com os pais atrasam a idade de contacto com as bebidas, o que também vai determinar menores riscos de consumo excessivo. As circunstâncias em que há o primeiro contacto com o álcool são muito importantes, referem as conclusões deste estudo.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Heroína e cocaína juntas matam duas vezes mais neurónios
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Efeitos da descriminalização do consumo de drogas em Portugal

Desde 1 Julho de 2001 (Lei n.º 30/2000, de 29 de Novembro), a aquisição, posse e consumo de qualquer droga estão fora da moldura criminal e passaram a ser violações administrativas. Desde então, o uso de droga em Portugal fixou-se "entre os mais baixos da Europa, sobretudo quando comparado com estados com regimes de criminalização apertados". Baixou o consumo entre os mais jovens e reduziram-se a mortalidade (de 400 para 290, entre 1999 e 2006) e as doenças associadas à droga.
Proibido? Sim, mas sem prisão
Porquê? Porque, adianta Greenwald, Portugal ofereceu mais oportunidades de tratamento. E cita peritos que atribuem esta mudança de abordagem à descriminalização. Por partes: consumir continua a ser proibido. Mas já não dá prisão. Quando muito, dá uma multa. Na maioria dos casos, uma reprimenda. E o encaminhamento para o tratamento.
Com isto, mitigou-se aquele que era o principal desafio da luta contra a droga: o receio de procurar ajuda e de, por essa via, acabar na cadeia. O estigma do crime diluiu-se, ao contrário do que acontece em Espanha, por exemplo, onde as sanções são raras, mas passa-se por processos penais, diz o constitucionalista. Por outro lado, resgataram-se recursos que eram gastos na criminalização (em processos e detenções, já que 60% deles envolviam consumidores), canalizando-os para o tratamento. Entre 1999 e 2003, cresceu 147% o número de pessoas em programas de substituição.
Greenwald cita estudos de 2006, segundo os quais a prevalência do consumo desceu de 14,1% para 10,6% (face a 2001) nos 13-15 anos, e de 27,6 para 21,6% nos 16-18 anos. A subida nas faixas etárias seguintes, adianta, não se prende com mais consumo, mas porque os jovens consumidores pré-descriminalização estão hoje mais velhos. Ou seja, se os adolescentes consomem menos, a prazo, menos adultos consumirão.
A análise de Gleen Greenwald estende-se ainda sumariamente à atitude dos vários quadrantes políticos portugueses e ao ambiente político pré e pós-descriminalização. Dá conta de um quase consenso actual, à excepção da Direita conservadora. E regressa aos números para desmontar os cenários de pesadelo previstos antes da lei. O consumo de droga não se generalizou, nem Portugal se transformou num paraíso turístico oferecendo "sol, praias e droga": 95% dos cidadãos atendidos nas comissões de dissuasão de toxicodependência criadas com a lei (para onde os consumidores são encaminhados pela Polícia) são portugueses. Do resto da Europa, serão à volta de 1%.
Greenwald diz que este caso de sucesso deveria ser tema de debate em todo o Mundo e lamenta que, confrontadas com ele, as autoridades americanas se tenham remetido ao silêncio.