segunda-feira, 13 de junho de 2011

Operação Viagem Segura

De acordo com os dados do balanço final da Operação “Viagem Segura” da GNR, dos 22.578 condutores fiscalizados, 2.568 foram autuados por excesso de velocidade e 515 tinham excesso de álcool no sangue. Destes números resultaram 326 detenções, condutores, 213 delas de condutores com uma taxa superior a 1,2 gr/l de álcool no sangue.


O excesso de velocidade e o excesso de álcool são aliás as duas causas mais frequentes de sinistralidade. Em Fevereiro deste ano a GNR efectuou uma operação alargada, durante um fim-de-semana, de controlo da velocidade e álcool, que levou à detenção de 229 condutores com excesso de álcool no sangue e detectou 343 casos de excesso de velocidade.

Num comunicado feito então, a GNR afirmava que, apesar da sinistralidade estar a diminuir, ela ainda atinge níveis preocupantes.

A brigada de trânsito autuou ainda este fim-de-semana 2.165 condutores por outros motivos, como uso de telemóvel durante a condução, falta de utilização de cintos de segurança e sistemas de retenção e falta de inspecção periódica obrigatória.

Neste mesmo período, das 00h00 de quinta-feira até às 24h00 de domingo, os dados da GNR relativamente à sinistralidade rodoviária dão conta de um total de 750 acidentes, dos quais resultaram quatro mortos, 20 feridos graves e 267 feridos ligeiros, disse à Lusa fonte da GNR.

Comparativamente ao mesmo período do ano passado, houve menos 263 acidentes, menos seis mortos, menos quatro feridos graves e menos 59 feridos ligeiros, adiantou a mesma fonte.

Por Lusa, PÚBLICO

http://www.publico.pt/Sociedade/fim-de-semana-alargado-com-quatro-mortos-nas-estradas-e-213-detidos-por-excesso-de-alcool_1498514

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Descobertas 41 novas drogas na UE só em 2010

O relatório foi apresentado hoje, durante o primeiro fórum internacional multidisciplinar sobre novas drogas da agência de informação sobre droga da UE, que decorre entre hoje e amanhã em Lisboa.

Em 2009 foram identificadas 24 novas drogas, quase o dobro das detectadas no ano anterior. Acutalmente o OEDT acompanha entre uma centena e centena e meia destas substâncias, disse ao PÚBLICO o coordenador do departamento da Acção sobre as Novas Drogas do OEDT, Roumen Sedefov. O número de lojas que comercializam estes produtos na Internet identificadas também aumentou significativamente no espaço de um ano: de 170 para 277.

"[Este encontro] é importante porque o fenómeno das novas drogas está a tornar-se num fenómeno verdadeiramente global - as substâncias que detectamos na Europa são produzidas noutros lugares, muitas vezes fora da Europa", explica Roumen Sedefov. Daí que tenham decidido abrir o fórum a outros países europeus e de outros continentes, como a Austrália, o Canadá, o Japão ou Israel e várias organizações internacionais como a Organização Mundial de Saúde. O departamento de novas drogas organizava, até aqui, reuniões anuais, apenas com as entidades responsáveis pelo combate às drogas nos Estados-membros.

As novas drogas são substâncias químicas que vão surgindo no mercado e que, até que haja uma intervenção, são comercializadas de forma legal - normalmente em smart shops e na Internet - porque estão sempre um passo à frente da lei. O fenómeno assume cada vez maiores proporções dentro da própria UE - em cada ano que passa tem crescido o número de novas substâncias psico-activas sintéticas detectadas.

"O ritmo a que este fenómeno das novas drogas se está a desenvolver reflecte-se não só no elevado número de substâncias disponíveis no mercado, mas também na sua diversidade e nos métodos de produção, distribuição e colocação no mercado", diz o director do OEDT, Wolfgang Götz, num comunicado sobre o fórum, em que se abordam temas como o sistema de alerta precoce, a avaliação dos riscos envolvidos no consumo e como devem ser feitos o controlo e a prevenção das novas drogas.
E nem sempre é fácil dar uma resposta rápida a um fenómeno em constante desenvolvimento, admite Roumen Sedefov. "O nosso sistema de alerta precoce [de novas drogas] é claramente o mais forte, mas claro que precisa de melhorar. É muito reactivo, dependente dos relatos que recebemos de cada Estado-membro. Precisa de ser mais pró-activo", admite. Uma das formas será "tentar antever o passo seguinte".

A mefedrona - uma nova droga com efeitos semelhantes aos da cocaína e do ecstasy, vendida como "fertilizante de plantas" -, foi a que mais preocupou o OEDT durante o ano passado e é um exemplo do quanto pode demorar uma substância a ser proibida desde que é detectada e identificada como “potencialmente perigosa”. Quase quatro anos após ter sido detectada na UE e cinco meses depois de uma directiva europeia para a sua proibição em todos os Estados-membros, continua à venda nas smart shops portuguesas.

http://www.publico.pt/Sociedade/descobertas-41-novas-drogas-na-ue-so-em-2010_1493666

terça-feira, 10 de maio de 2011

Queima das Fitas



O cortejo da Queima das Fitas de Coimbra, em que participaram, na tarde de domingo, 106 carros alegóricos, deixou nas ruas da cidade por onde desfilou e artérias circundantes, “16 toneladas de resíduos sólidos”, segundo fonte da autarquia.

Durante a reunião da Câmara, na tarde de hoje, a vice-presidente da câmara, Maria José Azevedo Santos, lamentou os “excessos” cometidos, durante a Queima das Fitas, pelos estudantes dos diferentes estabelecimentos de ensino superior da cidade e muitos forasteiros.

Reflexo desses “excessos” é, designadamente, a “vandalização de 15 stands” dos já 70 instalados no Parque Verde do Mondego, para a realização da feira do livro da cidade, que abre no próximo fim de semana, disse a autarca social democrata.


Sublinhando que não se quer imiscuir nas questões da Academia de Coimbra, Maria José

Azevedo Santos, propôs que a câmara promova, para o ano, reuniões, designadamente, com os organizadores da Queima das Fitas para os sensibilizar no sentido de “que sejam regulados os excessos”.

“Quero os estudantes irreverentes”, mas “não posso aceitar que vandalizem o património”, como sucedeu também, por exemplo, com a ponte pedonal sobre o Mondego, disse a autarca, reagindo a advertências dos vereadores eleitos pelo PS.

“O pior que nos pode acontecer é tentarmos ser paternalistas em relação à Academia ou tentarmos impor-lhe regras”, alertou o socialista Carlos Cidade, considerando que a Queima das Fitas, que é “a maior festa de Coimbra, tem muitos mais aspetos positivos que negativos”.

Daquelas 16 toneladas, “6,5 toneladas eram garrafas de plástico e latas de bebidas”, revelou o vereador do CDS Luís Providência, eleito pela coligação PSD/CDS/PPM, que detém maioria no executivo.

Luís Providência, responsável pelo pelouro do Ambiente, sublinhou o facto do vasilhame em vidro recolhido, imediatamente a seguir ao desfile, ao final da tarde de domingo, corresponder apenas a meia tonelada de resíduos.

A “reduzida quantidade de vidro” recolhido pelos serviços de higiene e limpeza da autarquia resulta, em boa medida, com certeza, das campanhas de sensibilização que têm sido desenvolvidas junto dos estudantes e distribuidores de bebidas, no sentido de evitarem o uso de recipientes de vidro, acredita o vereador.

por Agência Lusa, Publicado em 09 de Maio de 2011
http://www.ionline.pt/conteudo/122166-coimbra-queima-deixa-rasto-16-toneladas-lixo-e-15-stands-vandalizados

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Jovens sem controlo em festas de droga

Há cada vez mais festas de música trance, em Portugal, onde menores misturam drogas químicas como o MD e o LSD. A situação, que se vive em muitos outros países europeus, está a preocupar a União Europeia que, numa conferência realizada no mês passado, alertou para o perigo da mistura de substâncias psicoactivas. Em Portugal, as autoridades também estão em alerta com estes eventos que, com a chegada do bom tempo, se multiplicam de Norte a Sul.

Aliás, um estudo da Organização Mundial de Saúde, apresentado na última semana, sobre comportamentos de risco entre os jovens portugueses, dos 11 aos 16 anos, revela um padrão no aumento do consumo de todas as drogas entre 2006 e 2010: 1,8% para 2% no LSD, 1,6% para 1,9% na cocaína e 1,6% para 1,8% no ecstasy. «É preocupante porque revela um padrão nos aumentos de consumo», diz Margarida Gaspar de Matos, que coordenou o trabalho em Portugal.

Quanto à entrada de jovens nas festas trance, a investigadora considera que «as autoridades deveriam monitorizar estas situações junto dos organizadores». Os 15, 16 anos, explica Margarida Gaspar de Matos, são precisamente «as idades em que os jovens começam a experimentar substâncias químicas». Isto, refere, «apesar de serem sobretudo os universitários» a fazê-lo.

Na maioria das festas, os menores não têm qualquer dificuldade em entrar e a segurança é quase nula. Por isso, também o presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, admite que é necessário maior controlo. «A forma como estes eventos são organizados escapa ao controlo das autoridades», avisa o especialista.

São vários os tipos de festas existentes, que variam consoante o género de música, que vai desde o trance até ao dubstep, passando pelo drum and bass e o electro.

Para controlar situações perigosas, o IDT 'infiltrou' técnicos nestas festas, que se misturam com a multidão. São profissionais treinados para influenciar os utilizadores de modo a evitar o consumo excessivo de químicos e a actuar em casos extremos em que alguém tenha, por exemplo, um surto psicótico. Ao todo, adiantou ao SOL João Goulão são mais de 20 equipas de Norte a Sul do país nestas festas.

«A forma que temos de agir, em parceria com entidades locais, é pôr no terreno pessoas com quem os jovens se identificam», explica Goulão.

O SOL encontrou adolescentes de 15 e 16 anos nestas festas, que explicam o que os leva a consumir drogas tão perigosas e radicais como os alucinogéneos.

Diogo, 15 anos

Consome MD

'Fico no meu mundo'

Enquanto dança com energia no Opart, espaço de festas situado em Alcântara, Diogo conta a sua experiência com drogas. Considera-se «um noctívago» e confessa ser um habitual consumidor de MD (cristais sintéticos). Percorre as festas electrónicas por toda a região de Lisboa. «Gosto de tudo um pouco na música electrónica. Trance, electro, drum & bass. Tudo dá para dançar», refere o jovem, explicando que a música electrónica e as drogas estão misturadas. «Fico no meu mundo. Abstraio-me de tudo e de todos. Sou eu e a música».

Pedro, 16 anos

Consome MD e Haxixe

'Para as festas, só a ganza já não serve'

Pedro tem 16 anos e começou por consumir haxixe com os amigos aos 14. Hoje, admite, «para as festas só a ganza já não serve». Pedro explica o motivo: «Tenho de acelerar». O adolescente garante que não tem qualquer dificuldade de acesso às drogas. «O MD compra-se ao grama. Costumo comprar com amigos, para ficar mais barato», conta ao SOL. Apreciador de festas de trance, esclarece que consome para aguentar uma noite inteira: «Chego a beber três a quatro garrafas pequenas com mais um amigo. Tenho de ter energia para a noite toda».

E nem o medo do vício e dos problemas associados ao consumo destas drogas o preocupam: «No momento só quero aproveitar. Sou novo, depois logo se vê».

Lúcia, 15 anos

Consome MD, erva e LSD

'É fácil encontrar os vendedores'

Lúcia iniciou-se no mundo das drogas com 15 anos, ao fumar erva com uma amiga. Aos 16, já experimentou erva, haxixe, MD e ácidos. Não se sente viciada. «As drogas são um complemento para a diversão», diz, especificando: «Ajudam-me a criar estados de espírito diferentes do normal».

Por ser estudante, é dos pais que vem o dinheiro para comprar a droga e também ela garante que «é fácil encontrar os vendedores». «Quem quer comprar, tem sempre gente na zona que vende de tudo. Hoje torna-se mais fácil», refere.

Consome quando tem necessidade, quer seja «nos intervalos das aulas, na rua com os amigos ou em festas». Garante ainda que «agora toda a gente que chega aos 18 já experimentou muita coisa». Lúcia diz--se, porém, consciente de tudo. «Cada vez mais cedo vamos sabendo os efeitos e as consequências. Somos jovens, temos tempo para novas experiências».

Carlos, 16 anos

Consome MD e LSD

'É uma droga perigosa'

«Fico concentrado, e vivo para o mundo. Nem sempre a droga te deixa mais lento», conta ao SOL Carlos, de 16 anos. Gosta de «meter MD para curtir o som», e classifica-se como um consumidor consciente. Carlos gasta em média 10 euros por semana em haxixe e MD. «Sei até onde posso ir. No meu grupo de amigos todos nos controlamos e vemos se algum está a abusar», explica.

Trabalhador-estudante, afirma que o dinheiro para estas coisas vem do seu «bolso». Além disso, garante, peremptório: «Controlo o que compro porque o dinheiro custa-me a ganhar. É uma forma de não consumir demasiado».

Já experimentou LSD, mas admite que «é uma droga perigosa». «Esta sim, tira-te do mundo real. Não penso meter mais», promete.

Tiago, 16 anos

Consome Cocaína, MD, LSD

'Os ácidos queimam mais a cabeça'

Tiago, de 16 anos, está visivelmente cansado ao sair de uma festa na zona de Lisboa: «Aqui gasta-se muita energia. É a noite toda a dançar». Envolveu-se no mundo das drogas com apenas 14 anos, ao experimentar haxixe. Desde aí diz que já consumiu haxixe, erva, LSD, MD e cocaína. «Habitualmente consumo haxixe. MD, só nas festas e ácidos (LSD), só uma vez ou outra na casa de amigos. Cocaína só experimentei uma vez e não quero mais», conta ao SOL. Diz que o MD lhe dá energia.

«O corpo fica completamente enérgico e só queres curtir. E admite que os ácidos são mais perigosos. «Os ácidos queimam mais a cabeça. Ficas a alucinar com tudo e isso pode dar bom ou mau resultado». Consome MD por via nasal para «bater mais e mais rápido».

Luís, 17 anos

Consome Haxixe e MD

Para Luís, de 17 anos, a droga é «o fruto proibido mais apetecido». Consome haxixe e MD quando sai à noite e nas férias.

Apesar de dizer que «o MD é uma droga de diversão - a música, a noite, as luzes, tudo fazem querer mexer» -, admite que as consequências físicas podem ser desagradáveis quando passa o efeito. «Às vezes fico enjoado e com dores de cabeça».

sonia.balasteiro@sol.pt

por João Correia, João Vieira, Sónia Balasteiro

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=17376

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Consumo de haxixe aumenta entre os jovens

Os adolescentes portugueses consomem cada vez mais haxixe mas estão a fumar menos cigarros, revela um estudo nacional que entrevistou 5050 estudantes entre os dez e os 21 anos.

De quatro em quatro anos, a equipa do projecto Aventura Social da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade Técnica de Lisboa, regressa ao terreno e tenta traçar um quadro dos "estilos de vida e comportamentos dos adolescentes portugueses".

Em 2010, a equipa entrevistou 5050 alunos do 6º, 8º e 10º anos, com idade média de 14 anos e realizou um estudo, que é apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, esta quinta-feira.

Através deste trabalho, que é feito em Portugal desde 1996, é possível perceber as mudanças que se registaram na saúde dos adolescentes portugueses nos últimos 12 anos.

O estudo revela que os jovens consomem cada vez mais haxixe, depois da "baixa histórica" registada em 2006, e cada vez menos tabaco. O consumo regular do álcool também tem vindo a diminuir, apesar de o mesmo não se verificar com o "abuso episódico" de álcool, que continua a ser uma preocupação.

Há cada vez mais jovens a usar preservativos e é com os colegas que os adolescentes se sentem mais à vontade para conversar sobre sexualidade. Pais e professores são, regra geral, a última opção. Os investigadores verificaram ainda que, entre os adolescentes, os mais novos são os que têm mais comportamentos de risco, porque são os que menos usam preservativo.

O estudo revela ainda que os alunos passam mais tempo "sentados" a ver televisão ou em frente ao computador, que o consumo excessivo de doces (que tinha começado em 2002) continua a aumentar e que há cada vez mais casos de excesso de peso, que estava mais associado à infância e não à adolescência.

Os investigadores consideram que a saúde dos jovens adolescentes reflecte uma situação favorável, mas alertam para a dificuldade de manter as medidas quando elas começam a ter resultados positivos: "Veja-se o caso da experimentação do haxixe e do excesso de peso", lê-se no resumo do relatório.

O trabalho foi realizado pelo projecto de Aventura Social e pelo Centro da Malária e Doenças Tropicais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Universidade Nova de Lisboa). Este é um estudo colaborativo da Organização Mundial de Saúde, que se realiza de quatro em quatro anos em 44 países.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1830419&page=-1

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alunos de 13 e 15 anos apanhados com droga no interior da escola Escola Secundária Infanta D. Maria

Na semana passada, um aluno do 8.o ano da Escola Secundária Infanta D. Maria foi surpreendido na posse de quatro gramas de haxixe, enquanto outro, do 10.o ano, deixou cair, em plena sala de aula, um saco com produto estupefaciente
A comunidade educativa da Escola Secundária Infanta D. Maria anda alarmada com o possível tráfico de droga nas imediações do estabelecimento de ensino, concretamente no espaço da Praça Heróis do Ultramar, em frente ao Complexo Olímpico de Piscinas de Coimbra e ao Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia. Na semana passada, dois alunos, do sexo masculino, foram detectados na posse de produto estupefaciente. Numa das situações, um jovem de 13 anos, aluno do 8.o ano, foi apanhado com quatro gramas de haxixe (equivalente a uma pequena barra). Noutro caso, um aluno do 10.o ano, com 15 anos, deixou cair, em plena sala de aula, um saco com droga.
Ontem, confrontada com estas duas situações, Maria do Rosário Gama não tentou esconder o que quer que fosse. «É verdade. Detectámos situações de consumo e dois jovens na posse de droga», lamentou a directora da escola, antes de revelar que «já foram accionados todos os meios», explicando que as situações «já foram comunicadas aos serviços de segurança da Direcção Regional de Educação do Centro, à Escola Segura da PSP, ao Instituto de Droga e da Toxicodependência e ao Governo Civil de Coimbra».
Segundo Maria do Rosário Gama, também já foi «pedida ajuda ao comandante da PSP», assim como foi «realizada uma reunião com a Associação de Pais e dois juízes, que são pais, deram uma ajuda». A preocupação da escola é ainda maior, dado o conhecimento da existência de «meninas envolvidas no consumo» de droga. «Não sei a extensão do consumo», assumiu a directora da Escola Secundária Infanta D. Maria, mais habituada a ver a sua escola ser falada pelos melhores motivos entre os quais a liderança do ranking das melhores escolas públicas nacionais.
«Já tinha avisado, há muito tempo, para o que se passava aqui à frente da escola, alertando para a possibilidade de ser traficada aqui droga», realçou Maria do Rosário Gama, que, no entanto, reconheceu «a falta de meios da Escola Segura», antes de destacar que «polícias à paisana era a maneira mais fácil de apanhar quem aqui anda nessas práticas». «O segurança que aqui está vê os garotos a traficar fora da escola. Muitos não são daqui, mas vêm aqui ter e passam de carro», assegurou, antes de anunciar que, «antes das 8h00 e depois das 18h30, é muito fácil traficar».
Situações envolvem alunos novos na escola
Ainda segundo a directora, os alunos envolvidos nestas práticas «vieram todos este ano para a escola», integrando uma turma do 8.o ano e outra do 10.o ano. «Estamos a fazer o que podemos e a Associação de Pais também. Está toda a gente avisada», reconheceu Maria do Rosário Gama, reforçando o apelo às autoridades: «Têm de ir mais além e exercer maior vigilância em frente à escola, mas disfarçada». Após revelar que «os pais envolvidos já foram avisados das suspeitas», a directora apelou a «uma atitude concertada para, com segurança, identificar todos os casos».
Maria do Rosário Gama assumiu que «o problema tem de ser atacado com força», de modo «a não perder o controlo da situação». «A vontade que me dá, é revistar toda a gente, todos os dias», continuou, assegurando que «todos sabem que há consumo» e afligindo-se com «o grande número de miúdos em risco». «Há pais muito atentos, mas outros não. Os pais têm de perceber que os filhos não precisam de dinheiro dentro da escola, pois têm um cartão electrónico com que podem comprar tudo», prosseguiu.
Antes de concluir, a directora da Escola Secundária Infanta
D. Maria garantiu que «a escola está atenta», apelando à «colaboração» de todos os pais e destacando o trabalho «impecável» da associação de pais. «Somos uma escola de reconhecida qualidade e a grande qualidade da maior parte dos alunos é conhecida. Não queremos que meia-dúzia de alunos estrague o que de bom aqui temos», encerrou Maria do Rosário Gama.
Escrito por João Henriques
Jornal Diário de Coimbra
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=12019&Itemid=135

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Droga "miau-miau" será proibida em Portugal

A "droga legal" mefedrona, com efeitos semelhantes à cocaína ou LSD, vai ser proibida brevemente em Portugal. Conhecida como "miau-miau", está a ser vendida em lojas a preço de saldo.

Apesar de ser comercializada sob a capa de produto para plantas ou incensos, a mefedrona é consumida para efeitos recreativos em todo o mundo e em Portugal por cada vez mais jovens que procuram efeitos semelhantes aos das drogas ilegais como a cocaína, ecstasy e LSD.

O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) confirmou à agência Lusa que esta substância está prestes a ser proibida em Portugal, tal como aconteceu em outros países, depois de o seu consumo ter sido associado a mortes e problemas de saúde graves.

João Goulão reconheceu as dificuldades de as autoridades europeias acompanharem com legislação adequada o aparecimento de novas drogas no mercado. Até lá, o vazio legal permite que uma substância cientificamente associada a problemas de saúde possa ser vendida legalmente.

Só a inclusão desta substância na lista de produtos controlados, como defende a autoridade que regula o sector do medicamento, impedirá a comercialização. O Infarmed confirmou à Lusa que está a "ultimar o projecto de proposta de lei, a apresentar pelo Governo à Assembleia da República", para incluir a mefedrona nessa lista.

"Após a aprovação e entrada em vigor da nova tabela, o Infarmed irá controlar todo o seu circuito legal e esta substância só poderá ser vendida pelas entidades por si licenciadas", adiantou este organismo do Ministério da Saúde.

Em Portugal há pelo menos oito lojas que vendem legalmente este tipo de substâncias, uma das quais está já a preparar-se para a proibição da mefedrona, fazendo promoções para quem comprar em grandes quantidades.

Numa loja, situada no Bairro Alto, em Lisboa, há até um aviso que anuncia a iminência da proibição e convida os clientes a aproveitarem os saldos.

Com ou sem descontos, este e outros produtos são muito procurados por quem acredita estar a consumir uma droga que "não faz mal".

"Quando soubemos que existia uma loja que vendia estes produtos ficámos muito contentes, pois pensámos que esta droga não podia fazer mal e dava uma boa pedrada", contou à Lusa Francisca Alves, 21 anos.

Francisca só experimentou uma vez um produto, classificado como adubo. Ela e os amigos foram à loja e pediram um produto que desse "uma grande pedrada".

Sem questionar - nem solicitar bilhete de identidade - o funcionário vendeu uma bolsa com produto para ser fumado, apesar deste ter na embalagem uma advertência de que não é para consumo humano.

Francisca e os amigos não gostaram da experiência. "Parecia que o coração rebentava e deixámos de sentir as pernas. Foi muito mau", disse.

Apesar de depender das pessoas, os efeitos da mefedrona passam por aumento do ritmo cardíaco e irregularidades na batida, como palpitações, dificuldades de concentração e da memória a curto prazo, comparáveis aos do ecstasy ou da cocaína.

Francisca diz que estes produtos são cada vez mais famosos entre o seu grupo de amigos e que, à noite, a loja do Bairro Alto se enche de jovens ansiosos por uma "trip" com drogas legais.

Para o presidente do IDT, o importante é os pais estarem atentos. "Por serem vendidas numa loja de porta aberta não significa que sejam isentos de risco", disse.

Comercializada desde 2007 na Europa, a mefedrona é normalmente vendida em pó, mas existe igualmente em comprimidos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tabaco explica entre 40 a 60% da diferença de longevidade entre homens e mulheres

De acordo com a agência AFP, os motivos pelos quais as mulheres vivem mais tempo do que os homens, sobretudo nos países europeus mais desenvolvidos, são sempre alvo de debate, mesmo que se reconheça que o tabaco tenha sido um factor relevante para esta diferença no passado, sublinham os autores do estudo, que será publicado na terça-feira.

As causas biológicas também foram invocadas, bem como o facto de as mulheres serem mais propensas a recorrer a cuidados de saúde do que os homens.

A equipa de investigadores liderada por Gerry McCartney, da Social and Public Health Sciences Unit, em Glasgow, no Reino Unido, utilizou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre as taxas de mortalidade masculinas e femininas. Estes dados incluíam a taxa de mortalidade por todas as causas, e também as mortes atribuídas especificamente aos consumos de tabaco e álcool, em 30 países europeus, em 2005.

Entre as mortes ligadas ao tabaco estão as provocadas por cancro nas vias respiratórias, enfartes, ataques cerebrais e bronquite crónica obstrutiva. Quanto às mortes associadas ao consumo de álcool destacam-se o cancro da garganta e do esófago, as doenças hepáticas crónicas e a psicose alcoólica.

O excesso de mortes masculinas varia consideravelmente entre os países estudados. A maioria dos países que apresenta uma diferença significativa entre sexos localiza-se na Europa de Leste.

Segundo os investigadores, o tabaco explica entre 40 a 60 por cento da diferença de mortalidade entre homens e mulheres em todos os países, à excepção de Dinamarca, Portugal e França, onde a sua contribuição para aquela diferença é média, e de Malta, onde, ao contrário, é a causa mais importante para aquele desfasamento (74 por cento).

Por outro lado, as mortes atribuídas ao álcool explicam cerca de 20 por cento da diferença de longevidade entre sexos.

Os investigadores estimam que as alterações profundas no consumo de tabaco deverão contribuir para a diminuição das diferenças de longevidade entre homens e mulheres nas próximas décadas.

http://www.destak.pt/artigo/85158-tabaco-explica-entre-40-a-60-da-diferenca-de-longevidade-entre-homens-e-mulheres

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Adolescentes e mulheres jovens estão a fumar e a beber mais

(…)
O consumo de tabaco continua a aumentar entre as mulheres, especialmente as mais jovens. Os dados obtidos este ano após o inquérito a 1077 lares, mostraram que 17,3% das mulheres entre os 15 e os 24 anos já fumavam diariamente, quando em 2005/6 eram 14,2%. Apesar de os universos serem distintos e não inteiramente comparáveis, parece haver um distanciamento da meta de 5% para 2010 no Plano Nacional de Saúde. No caso dos homens, houve uma descida, de 25,9% para 23,4%, uma tendência que já vinha a verificar--se. A meta era atingir os 13% em 2010.
Em termos de álcool, a situação piora claramente, apesar da diferença dos dados e do método usado. Entre os 18 e os 24 anos, 85,4% da população masculina inquirida tinha bebido pelo menos uma bebida alcoólica nos últimos doze meses, muito acima dos 50,1% encontrados no último Inquérito Nacional de Saúde. Entre as mulheres a subida foi de 35,2%, para 60,9%.
(…)

Diário de Noticias
5 de Janeiro de 2011
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1748855

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

























CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!


Reserve o seu bilhete através do e-mail rexiste.existencias@gmail.com

Outros locais de venda:

- FNAC Coimbra

- Associação Existências

- Scatx Bar

- Phive

- Be One. Hair Care - Cabeleireiro

- Loja 5ª Avenida

- Loja On-line (ao lado do Pavilhão OAF)

- Óptica 21 (Golden Shopping)


O bilhete tem o valor de 10€ e possibilita a entrada nos 2 locais do evento!

No Scotch Club dá direito ao consumo de uma bebida!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Todos os anos surgem dezenas de novas drogas, permitidas graças ao vazio legal

A cada ano que passa é batido o recorde do número de novas drogas descobertas na União Europeia. Só este ano já foram identificadas 33 novas substâncias - no ano passado foram 24, quase o dobro das detectadas há dois anos. O PÚBLICO comprou uma destas drogas numa smart shop (tipo de loja onde são vendidas drogas que a lei não proíbe) de Lisboa. Comprou porque é legal. Até quando? A UE quer proibi-la e o mais certo é que o faça dentro de pouco tempo.

Conhecida como "miau-miau" ou "m-cat", a mefedrona está disponível nestas lojas ou em sites que comercializam as ditas "drogas legais". Comerciantes e consumidores dizem que imita os efeitos da cocaína ou do ecstasy. É vendida em saquinhos coloridos, em pó ou em pastilhas e o preço varia entre os 13 e os 35 euros. É vendida com rótulo de "fertilizante de plantas" ou outros semelhantes e um aviso: "Impróprio para consumo humano." Ingredientes: cetonas, extractos vegetais e glicose.

Mas como pode fertilizante imitar os efeitos de drogas proibidas? "Não é fertilizante", assegurou o especialista em novas drogas Roumen Sedefov, responsável pelo mecanismo de alerta rápido europeu do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), que ontem divulgou o seu relatório anual (ver texto principal). "O nome que lhe dão é uma estratégia para fugir ao controlo." A substância faz parte das catinonas sintéticas, que são derivados do composto principal da catinona, uma espécie de anfetamina.

Os efeitos a longo prazo da mefedrona não se conseguem avaliar, porque circula na Europa apenas desde 2007. Entretanto analisaram-na e, nas palavras de Sedefov, trata-se de uma droga "potencialmente perigosa". Sabe-se que está associada à morte de várias pessoas na Europa. O seu consumo preocupa o OEDT por se tratar de uma droga com "potencial para se fixar no mercado", ao contrário de outras novas drogas.

Por isso, a agência europeia das drogas pediu, há duas semanas, a interdição do consumo de mefedrona, confirmou ontem, em Lisboa, Wolfgang Götz, director daquele organismo, devido aos seus riscos para a saúde de quem a consome. A decisão, a tomar pela Comissão Europeia, deverá ser conhecida nas próximas semanas. Segundo o director do Instituto das Drogas e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, "tudo indica que venha a ser colocada na lista de substâncias proibidas".

É um jogo do gato e do rato. "O que se discute agora é a possibilidade de fazer classificações mais genéricas, mas depois há o problema de muitas destas substâncias serem parentes de medicamentos", disse.

A mefredona já é controlada em 15 países da UE, na Croácia e na Noruega. Portugal está fora dessa lista.

Em Março deste ano o IDT dizia ainda não a ter detectado no país. "Entretanto apareceu", afirmou ontem Goulão. "Temos casos muito pontuais e não temos registos de complicações nem de pedidos de ajuda."

Sobre a dimensão do consumo há só pequenos estudos. No Reino Unido, país onde a mefedrona goza de uma grande popularidade, um inquérito do OEDT em colaboração com a revista Mixmag, concluiu que a mefedrona era apontada pelas 2295 pessoas que responderam ao inquérito como a quarta droga mais comum depois da cannabis, do ecstasy e da cocaína.

O IDT não tem dados sobre o consumo em Portugal, mas o PÚBLICO identificou um indicador: no site de uma das smart shops portuguesas que faz o ranking dos produtos mais vendidos, o primeiro e o segundo lugares são ocupados por "fertilizantes de plantas".

Por Cláudia Sobral, com Amílcar Correia
http://www.publico.pt/Sociedade/todos-os-anos-surgem-dezenas-de-novas-drogas-permitidas-gracas-ao-vazio-legal_1465507

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cocaína tem sido adulterada na Europa com medicamentos veterinários

O número de mortes causadas pelo consumo de cocaína tem vindo a crescer nos últimos anos na União Europeia (UE). É no Reino Unido que a mortalidade associada à utilização de cocaína mais tem crescido (161 casos notificados em 2003 e 325 situações confirmadas em 2008). No total, morrem cerca de mil pessoas todos os anos devido à utilização daquela droga.

Cerca de 70 mil pessoas iniciaram tratamento, em 2008, devido ao consumo de cocaína nos 27 países da UE, o que quer dizer que estes consumidores constituem já 17 por cento dos novos utentes dos programas. A cocaína é a segunda droga mais consumida na Europa, estando a sua utilização mais concentrada nos países do Ocidente e Sul do continente.

A actual oferta de cocaína na Europa pode oferecer uma explicação plausível para estes dados. A esmagadora maioria de cocaína disponível em solo europeu é adulterada, devido aos chamados “agentes de corte”, de modo a aumentar o seu valor de mercado. O relatório do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (OEDT) hoje divulgado dá vários exemplos de quais são os agentes de corte que podem ser empregues: dos açúcares ou amido até à fenacetina ou à cafeína...

Mas a substância mais detectada e a que mais prejuízos pode causar à saúde dos consumidores é o levamisol – um anti-helmíntico para as lombrigas. Aquela substância tem sido utilizada como agente anti-parasitário na medicina veterinária e anteriormente tinha sido igualmente empregue como imunoestimulante na medicina humana. O observatório nota que 70 por cento da cocaína analisada nos EUA, em Julho de 2009, tinha sido acrescentada com aquela substância e nota que uma percentagem muito significativa da droga apreendida e analisada na UE continha levamisol. Este tipo de químicos é adicionado à cocaína, ou a outras drogas em pó, de forma a aumentar o seu valor de compra e os seus consequentes lucros.

O consumo como hábito inócuo
Wolfgang Götz, director do observatório, chama a atenção para o facto de muitos europeus ainda considerarem que o consumo de cocaína é um hábito inócuo, associado a uma determinado estilo de vida urbano e sofisticado. “Estamos a constatar progressivamente que, à medida que o consumo de cocaína aumenta, o mesmo acontece com o seu impacte na saúde pública”, afirma Götz. O consumo desta droga, acrescenta, “não só pode progredir rapidamente, como também pode causar vítimas mortais, mesmo quando consumida ocasionalmente e em pequenas doses”. Paul Griffthis, especialista do OEDT, realça que o consumo de cocaína adulterada pode causar efeitos nefastos em quem tem problemas cardiovasculares e em situações de policonsumo de várias substâncias psicoactivas.

A estatística disponível refere que o número de adultos que na Europa já experimentou cocaína, pelo menos uma vez, ronde os 14 milhões (dos quais 8 milhões têm entre os 15 e os 34 anos) e que o número de utilizadores no último ano se aproxime dos 4 milhões. Dinamarca, Irlanda, Espanha, Itália e, particularmente, Reino Unido são os países onde o seu consumo é mais elevado.

Espanha como porta de entrada
Espanha tem sido a porta principal desta droga na Europa, cujo tráfico se tem vindo a sofisticar. A sua introdução no continente tem sido feita através da incorporação de cocaína-base ou de hidrocloreto em materiais de transporte, como a cera de abelhas, vestuário ou adubos, para posterior extracção em laboratórios clandestinos já em solo europeu. Segundo dados coligidos pelo Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, cerca de 30 desses laboratórios foram desmantelados em Espanha. Segundo Paul Griffiths, existem, actualmente, três rotas principais de tráfico de cocaína. A saber: a proveniente da Colômbia e que passa pelos Açores; a que é oriunda do Brasil e que faz escala em Cabo Verde e, por fim, a da Venezuela, que atravessa o Norte de África e que se destina à Península Ibérica.

Estima-se que o número de apreensões de cocaína em 2008 tenha ultrapassado as 96 mil. Embora este seja um número que é considerado reduzido, o certo é que o número de apreensões duplicou em alguns países da Europa Central e Oriental.

(....)


O perigo dos cortes orçamentais
João Goulão, presidente da administração do OEDT e que também dirige o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) português, e Wolfgang Götz, director do observatório, escrevem, inclusive, no prefácio do documento, que “os serviços prestados aos consumidores de droga são cada vez mais ameaçados por cortes orçamentais, que poderão ter um efeito nefasto não só para as pessoas que consomem drogas mas também para as comunidades que nelas vivem”.

Os mencionados cortes orçamentais não excluem o caso português. A diminuição da despesa do Estado vai obrigar o IDT a fechar estruturas de tratamento, a reduzir horários de funcionamento ou do número de funcionários e a sacrificar o apoio a alguns programas de intervenção.

A agência europeia para a droga e a toxicodependência tem vindo a contribuir para uma política comum nestas questões e o seu papel tem sido determinante para que os “factos se sobreponham à ideologia”.

Os avanços registados na última década não são estranhos ao trabalho de análise e de investigação dos seus especialistas e são cada vez mais comuns aos 27 países da UE: aumentou o número de pessoas em tratamento, as políticas de redução de riscos generalizaram-se, com os inevitáveis impactes nas infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH); os países-membros adoptaram planos nacionais e estratégias nacionais, etc. No fundo, a União Europeia tem equilibrado as políticas de redução da procura com as políticas mais repressivas de redução da oferta, que eram até há pouco tempo predominantes. Alguns estudos referem mesmo que políticas de prevenção e de redução de riscos têm vantagens económicas, ao reduzir a despesa com os problemas de saúde, de inserção social ou associados à criminalidade.

Amílcar Correia
http://www.publico.pt/Sociedade/cocaina-tem-sido-adulterada-na-europa-com-medicamentos-veterinarios_146527

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O álcool, a droga "mais perigosa", afecta 500 mil portugueses

O álcool é considerado a mais perigosa das drogas, à frente mesmo das chamadas "drogas duras" como a heroína, o crack e a cocaína, numa avaliação ontem publicada na prestigiada revista médica "The Lancet" - que calcula de forma combinada os danos individuais e sociais.

Mas em Portugal, apesar dos sucessivos planos de combate, os jovens começam a consumir álcool muito cedo.

Confrontado com os resultados do ranking elaborado pelo Comité Científico Independente sobre as Drogas do Reino Unido, o ex-director do Centro de Alcoologia de Lisboa Domingos Neto não se mostra minimamente surpreendido. "O álcool é muito mais perigoso do que se imagina", comenta o psiquiatra. É responsável por "cerca de 40 doenças, além de muita violência, conflitos e perturbação da ordem pública", enumera. Ainda assim, "há imensas forças a favor do consumo dos jovens", um "lobby fortíssimo que protege as bebidas alcoólicas".

E a dependência do álcool continua a ser "muito tolerada" em Portugal, onde, para um máximo de "entre 70 a 80 mil toxicodependentes pesados", existem cerca de 500 mil pessoas com síndrome de dependência de álcool. Mas o problema não é só português. "O álcool é a cocaína da Europa", diz o psiquiatra, que lamenta que em Portugal "falte uma atitude de saúde pública integrada para combater" este problema.

A cocaína também surge no ranking britânico, mas bem longe do álcool, da heroína e do crack. E o tabaco aparece logo a seguir, acima das anfetaminas, do ecstasy e dos cogumelos mágicos (ver gráfico). Realizado pelo comité liderado pelo ex-consultor governamental britânico David Nutt - demitido em 2009 depois de propor a alteração da classificação das drogas e de chegar a afirmar que andar a cavalo era mais perigoso do que consumir ecstasy -, o ranking foi ontem apresentado em Londres, numa reunião em que participou o presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência, João Goulão, agora responsável pela aplicação da política portuguesa do álcool.

O que pensa Goulão do estudo? "É uma metodologia que, não sendo perfeita, pode ser uma nova forma de avaliar, sem pressupostos ideológicos, o que realmente é perigoso", concede.

Sobre a política portuguesa a este nível João Goulão lembra que o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool - aprovado este ano e que prevê o aumento da idade de proibição de venda dos 16 para os 18 anos e a redução da taxa de alcoolemia para recém-encartados até 2012 - contempla metas que "vão demorar algum tempo" a concretizar. Defende, aliás, que a primeira medida "não faz sentido sem que a proibição de venda a menores de 16 anos seja efectiva". E isto passa mais "pela educação e formação dos pais, envolvendo os jovens e os vendedores", do que pela "repressão".

Mas reconhece que há aspectos da lei que devem ser revistos. Dá o exemplo da fiscalização, a cargo da ASAE e das polícias. As autoridades apenas podem abrir processos se apanharem os jovens em flagrante delito.

Num estudo divulgado este ano, a associação de defesa dos consumidores Deco concluiu que mais de metade dos jovens com idade inferior a 16 anos compravam bebidas alcoólicas, apesar da proibição legal.

Alexandra Campos
http://www.publico.pt/Sociedade/o-alcool-a-droga-mais-perigosa-afecta-500-mil-portugueses_1463878

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A droga mais perigosa



O álcool é considerado a mais perigosa das drogas, à frente mesmo das chamadas "drogas duras" como a heroína, o crack e a cocaína, numa avaliação ontem publicada na prestigiada revista médica "The Lancet" - que calcula de forma combinada os danos individuais e sociais.

Mas em Portugal, apesar dos sucessivos planos de combate, os jovens começam a consumir álcool muito cedo.

Confrontado com os resultados do ranking elaborado pelo Comité Científico Independente sobre as Drogas do Reino Unido, o ex-director do Centro de Alcoologia de Lisboa Domingos Neto não se mostra minimamente surpreendido. "O álcool é muito mais perigoso do que se imagina", comenta o psiquiatra. É responsável por "cerca de 40 doenças, além de muita violência, conflitos e perturbação da ordem pública", enumera. Ainda assim, "há imensas forças a favor do consumo dos jovens", um "lobby fortíssimo que protege as bebidas alcoólicas".

E a dependência do álcool continua a ser "muito tolerada" em Portugal, onde, para um máximo de "entre 70 a 80 mil toxicodependentes pesados", existem cerca de 500 mil pessoas com síndrome de dependência de álcool. Mas o problema não é só português. "O álcool é a cocaína da Europa", diz o psiquiatra, que lamenta que em Portugal "falte uma atitude de saúde pública integrada para combater" este problema.

A cocaína também surge no ranking britânico, mas bem longe do álcool, da heroína e do crack. E o tabaco aparece logo a seguir, acima das anfetaminas, do ecstasy e dos cogumelos mágicos (ver gráfico). Realizado pelo comité liderado pelo ex-consultor governamental britânico David Nutt - demitido em 2009 depois de propor a alteração da classificação das drogas e de chegar a afirmar que andar a cavalo era mais perigoso do que consumir ecstasy -, o ranking foi ontem apresentado em Londres, numa reunião em que participou o presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência, João Goulão, agora responsável pela aplicação da política portuguesa do álcool.

O que pensa Goulão do estudo? "É uma metodologia que, não sendo perfeita, pode ser uma nova forma de avaliar, sem pressupostos ideológicos, o que realmente é perigoso", concede.

Sobre a política portuguesa a este nível João Goulão lembra que o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool - aprovado este ano e que prevê o aumento da idade de proibição de venda dos 16 para os 18 anos e a redução da taxa de alcoolemia para recém-encartados até 2012 - contempla metas que "vão demorar algum tempo" a concretizar. Defende, aliás, que a primeira medida "não faz sentido sem que a proibição de venda a menores de 16 anos seja efectiva". E isto passa mais "pela educação e formação dos pais, envolvendo os jovens e os vendedores", do que pela "repressão".

Mas reconhece que há aspectos da lei que devem ser revistos. Dá o exemplo da fiscalização, a cargo da ASAE e das polícias. As autoridades apenas podem abrir processos se apanharem os jovens em flagrante delito.

Num estudo divulgado este ano, a associação de defesa dos consumidores Deco concluiu que mais de metade dos jovens com idade inferior a 16 anos compravam bebidas alcoólicas, apesar da proibição legal.

Jornal Público
02.11.2010 Por Alexandra Campos
http://www.publico.pt/Sociedade/o-alcool-a-droga-mais-perigosa-afecta-500-mil-portugueses_1463878#

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

BARES E DISCOTECAS

BARES E DISCOTECAS - Ninguém fiscaliza a venda de bebidas a menores

O coordenador de um projecto europeu relacionado com comportamentos de risco de jovens em contextos de diversão nocturna afirmou ontem em Coimbra que o maior problema nesta área é a «inconsistência na implementação da legislação» sobre o consumo de álcool.
«Temos leis que não permitem que os menores de 16 anos comprem bebidas alcoólicas mas, nas discotecas e bares, esta medida não é implementada e não há controlo», exemplificou Matej Kosir, que coordena o projecto Club Health – Healthy and Safer Nightlife of Youth, que conta com 20 associados, entre os quais 15 Estados-membros da União Europeia e a Noruega.
Matej Kosir foi um dos oradores da II Escola de Verão em Educação pelos Pares (PEER 2010), que decorre até hoje em Coimbra, organizada pela Escola Superior de Educação de Coimbra (ESE nfC) e pelo IREFREA Portugal (Instituto Europeu para o Estudo dos Factores de Risco e Factores de Protecção em Crianças e Adolescentes).
«Os profissionais [de bares e discotecas] sabem que são menores, mas não estão conscientes dos problemas que o consumo de álcool pode causar», disse ainda o responsável, em declarações à agência Lusa à margem do evento.
Na sua intervenção, este especialista em políticas de saúde pública afirmou que «não há informação de qualidade para as pessoas que fazem as políticas» e estas, geralmente, não produzem efeitos práticos, e aludiu a «uma tendência crescente para beber para ficar embriagado» e a que, cada vez mais, os jovens saírem com o intuito de se embebedar.
Por outro lado, destacou a importância da formação e sensibilização dos profissionais que trabalham nos espaços de diversão nocturna.
«Estes profissionais não estão conscientes da multiplicidade de problemas que podem surgir. É uma das formas mais eficazes para diminuir os problemas na vida nocturna», salientou.
Segundo o coordenador do Club Health, neste contexto da diversão nocturna, «a dimensão dos problemas [dos jovens] com drogas ilícitas não é tão grande como com o álcool», contudo existem «muitas mais intervenções» destinadas àquelas substâncias do que ao álcool.
«A vida nocturna é diversão para os jovens e não a queremos reduzir, mas há muitos problemas relacionados, em termos de saúde, violência, sexo não protegido e não consensual, acidentes rodoviários... Pelo que queremos torná-la mais saudável e mais segura», afirmou, ao frisar também a importância da cooperação entre os actores locais e de intervenções multidisciplinares.

in “Diário de Coimbra" - 01.Out.2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Violência na Latada

Cinco jovens foram, ontem, assistidos nas urgências do Hospital dos Covões, por terem sido agredidos no interior do recinto da Latada. Segundo foi possível apurar, as cenas de violência ocorreram já no dealbar da manhã, justamente quando a equipa de seguranças formava o habitual cordão para evacuar os últimos resistentes.

Um dos envolvidos, que pediu para não ser identificado, explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS que tudo aconteceu já depois das seis da manhã, quando ele e outro amigo, ambos estudantes, procuravam “comer alguma coisa, numa barraquinha de pão com chouriço”, perto do fundo do recinto, perto da tenda da Cruz Vermelha.

A altercação terá sido provocada por um grupo de rapazes, “com aspeto rufia e ainda miúdos”… mas armados de navalhas e soqueiras. Ante a extrema violência utilizada, três outros jovens – oriundos de Estarreja – terão tentado intervir, mas acabaram também espancados.

Com os jovens estavam já por terra, com ferimentos vários e muito sangue, surgiram seguranças – contratados pela Associação Académica de Coimbra precisamente para garantir a segurança, no interior do recinto –, para parar a briga.

Ao DIÁRIO AS BEIRAS, fonte policial adiantou não ter conhecimento de queixa. Por seu turno, um dos voluntários da Cruz Vermelha, presentes no recinto, admitiu que situações como a de ontem estão a repetir-se, em todas as festas estudantis: agressões-relâmpago, sempre no final da noite, com violência extrema e gratuita, incidindo sobre vítimas de forma arbitrária e aleatória.

Diário as Beiras
http://www.asbeiras.pt/2010/10/soqueiras-e-navalhas-no-recinto-da-latada/

domingo, 17 de outubro de 2010

Consumo de álcool e cirrose hepática

Os especialistas garantem que paradigma da cirrose mudou bastante em Portugal. O que significa que a realidade dos alcoólicos serem pessoas idosas estar cada vez mais a ser substituído pelos casos de cirrose a partir da adolescência.

A doença hepática crónica, mais conhecida por cirrose, afecta 5 a 10% da população portuguesa e é a causa de morte de perto de duas mil pessoas por ano no nosso país.

Segundo Carlos Monteverde, até ontem coordenador do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (essas funções foram agora assumidas por José Presa), é uma doença que começa a afectar pessoas cada vez mais jovens.

"O paradigma da cirrose está a mudar. Antigamente, os alcoólicos eram pessoas idosas, mas hoje assistimos à juventude a começar a beber muito cedo. Muitos, mesmo logo a partir dos 13, 14 anos. Muitas dessas pessoas, talvez 50%, tornam-se alcoólicos crónicos", explicou ao JN Carlos Monteverde, no arranque das IV jornadas do núcleo, que decorreram em Espinho.

"As cirroses começam a aparecer a partir dos quarenta, cinquenta anos, mas, por se tratar de uma doença que surge porque se prepara o terreno para ela, brevemente poderemos começar a ver cirroses em idades mais precoces", continuou.

Sendo irreversível, a determinada altura a única solução para um doente com cirrose é mesmo o transplante de fígado.

"Felizmente, em Portugal, temos das melhores e mais produtivas unidades de transplante da Europa e mesmo do Mundo", afirma o mesmo especialista.

No que respeita às doenças hepáticas, a seguir à cirrose em termos de gravidade, aparecem as hepatites, nomeadamente a hepatite B e a hepatite C.

"As hepatites afectam um elevado número de pessoas. A hepatite C, por exemplo, atinge entre 1,5 % a 2% da população portuguesa. Não existe vacina, mas temos tratamentos que, felizmente, têm uma taxa de cura na ordem dos 60%. Já a hepatite B", continua, "contra a qual conseguimos resultados muito positivos junto dos portugueses com o plano nacional de vacinação, nos preocupa tanto", disse ainda Carlos Monteverde.

Preocupações e números que levam os médicos internistas que dedicam a maior parte do seu tempo às doenças hepáticas a reclamar junto da Ordem dos Médicos pelo título de especialistas em hepatologia, o que já acontece a vários gastroenterologistas.

"A importância das doenças hepáticas é muito grande pela elevada taxa de mortalidade, mas também por levarem um grande número de pessoas a sair da vida activa do país, o que se torna um problema económico para o país. Circunstâncias que levam vários grupos de médicos a dedicarem-se quase exclusivamente às doenças hepáticas", argumentou, por fim, Carlos Monteverde.

Natacha Palma

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1687949

quarta-feira, 13 de outubro de 2010



No âmbito do Projecto Nov'Ellos, a Associação Existências e o Bar Quebra promovem o consumo de Sumos Naturais.
Venham Beber um Sumo Natural!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Alcool e nicotina prejudicam espermatozóides

Os primeiros resultados de um estudo sobre a influência dos abusos estudantis realizado em Aveiro durante as festas académicas na formação das células reprodutoras masculinas (espermatozóides) apontam para uma redução de 30% no valor total de concentração, foi ontem, quinta-feira, anunciado.

O estudo, conduzido pelo Centro de Biologia Celular da Universidade de Aveiro e pela Ferticentro, uma clínica especializada no tratamento de infertilidade de Coimbra foi realizado junto da comunidade universitária de Aveiro e teve a participação de cerca de meia centena de estudantes.

A recolha de espermatozóides foi feita antes da Semana Académica de Aveiro e depois da sua realização, seguindo-se agora uma outra recolha no início das aulas.

Vladimiro Silva, da Ferticentro, que ontem à tarde apresentou os resultados durante o 4º Congresso Português de Medicina de Reprodução, que está a decorrer em Lisboa, disse ao JN que “houve uma redução bastante acentuada do nível médio de concentração de espermatozóides que de 65 milhões/mililitro passaram para 40 milhões para mililitro.

É um valor aceitável?, frisou Vladimiro Silva que destacou o facto, no entanto, de cerca de uma dezena de estudantes terem apresentado resultados que os classificam como inferteis.
“Poderiam estar perto do limite aceitável e com o consumo de álcool e nicotina desceram”, lembrou.

O estudo salienta ainda que houve um aumento grande de espermatozóides com anomalias, nomeadamente na peça intermédia, cauda e cabeça.

Vladimiro Silva sublinhou ainda ao JN que o estudo assinala um aumento de sete vezes no consumo médio de álcool por parte dos jovens na Semana Académica e de 1,7 vezes no consumo de nicotina.

Jesus Zing

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1680313

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"Um Grama de Prazer"

"Um Grama de Prazer" é uma reportagem que aborda o tema das novas drogas e a velocidade com que surgem no mercado; o comportamento alterado de quem consome e as consequências a nível cerebral.
A jornalista teve acesso a festas, onde a pratica de consumo de novos estupefacientes é uma realidade assustadora.
Vale tudo para alterar estados de espírito, atingir uma nova dimensão. Em Portugal há quem consuma um fertilizante para plantas que já provocou várias mortes no Reino Unido.
"Um Grama de Prazer" é uma reportagem da jornalista Patrícia Lucas, com imagem de Pedro Boa-Alma e edição de imagem de Sara Cravina.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Drogas digitais

Para arranjar uma droga digital não é preciso irmos ao bairro mais duvidoso da cidade ou correr o risco de sermos apanhados pela polícia. Uma pesquisa no Google é suficiente para conseguir gratuitamente um dos ficheiros de som que pretendem reproduzir os mesmos efeitos das drogas recreativas. "Gate of Hades" é um dos mais procurados na internet. Segundo a descrição no site www.i-doser.com - que, tal como o www.i-dose.us, é um dos principais agregadores desses ficheiros de drogas digitais -, quem ouvir este som pode esperar "pesadelos, experiências próximas da morte e muito medo".

"Ouvi estático e era quase confortável, mas depois o barulho começou a ficar mais intenso e fiquei mesmo assustado", contou ao i Gabriel (nome fictício), de 23 anos, que experimentou o ficheiro quando estava sozinho em casa. Durante os 30 minutos de "Gate of Hades" manteve-se de olhos fechados, auscultadores nos ouvidos e com as luzes da sala apagadas, tal como manda o site da i-Doser. "Foi puro susto e nada parecido com as drogas que tomei na vida [marijuana e cogumelos]. Não quero ouvir aquilo outra vez."

Magda (nome fictício), de 22 anos, também não relacionou o efeito de "Gate of Hades" com o das drogas que já tomou. "Estava de olhos fechados, encostada à cabeceira da cama e comecei a adormecer a partir dos 7 ou 8 minutos", diz. "Não deu para perceber se foi por ter ouvido aquilo ou porque estava cansada depois de um dia de trabalho." De repente acordou com "o coração a sair da boca e um bip-bip horrível", conta. "Se não fosse essa última parte, até era um bom som para adormecer."

Além do "Gate of Hades", que pode ser descarregado gratuitamente, o site da i-Doser tem disponíveis sons com nomes sugestivos como orgasmo, ecstasy ou heroína. " Na minha cabeça estava a ser beijado por uma Na''vi do planeta Avatar", relata Bryan que experimentou o ficheiro First Love.

Segundo o site, os efeitos conseguem--se através das "batidas binaurais", isto é, quando cada ouvido recebe uma onda sonora diferente. "Este tipo de som chega a regiões do cérebro viradas para a detecção de sentimentos de satisfação como aqueles provocados pelo álcool ou pelas drogas", explica ao i o neuropsicólogo Manuel Domingos. "Alguns são anárquicos, não têm frequência nem tom definidos e quando lhes somos submetidos de forma prolongada, podemos ficar com danos cerebrais, alterações de consciência ou de comportamento."

Nos Estados Unidos, onde muitos jovens começaram a filmar as suas experiências com drogas digitais e a pô-las no YouTube, uma escola em Mustang enviou uma carta ao pais dos alunos a alertar sobre esta tendência. Em Portugal, João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência desconhece o fenómeno: "Não tenho informação do impacto que isso possa ter no meio português."

Clara Silva
http://www.ionline.pt/conteudo/72517-drogas-digitais-ouvir-ecstasy-lsd-heroina-e-marijuana

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cancro do pulmão aumenta mais entre as mulheres

O maior consumo de tabaco por parte das mulheres e o facto de terem começado a fumar mais tarde está a provocar um crescimento mais acentuado do cancro do pulmão na população feminina e a tendência deve reforçar-se nos próximos anos. A situação não é exclusiva de Portugal e, por isso, o Dia Mundial sem Tabaco é hoje dedicado às estratégias de marketing que a indústria tabaqueira tem direccionado para as mulheres.

Em Portugal, de acordo com a Direcção-Geral de Saúde, o consumo de tabaco tem registado um ligeiro decréscimo nos adolescentes do sexo masculino, mas, em contrapartida, tem aumentado nas adolescentes e mulheres jovens. De uma forma geral, as mulheres portuguesas estão a fumar mais e isso, conclui o oncologista do IPO e membro do Grupo de Estudo do Cancro do Pulmão, António Araújo, "vai repercutir-se na incidência do cancro do pulmão".

"O cancro do pulmão tem vindo a aumentar mais nas mulheres do que nos homens e não há dúvida de que nos próximos anos esta tendência vai acentuar-se", defende o oncologista. A explicação pode não estar apenas nos padrões de consumo: "Há evidências cada vez maiores de que o organismo da mulher metaboliza com mais dificuldade os produtos carcinogénicos do tabaco e, por isso, as mulheres são mais susceptíveis e correm mais risco de desenvolver cancro do pulmão".

As alterações nos hábitos de consumo do tabaco, defende a docente de Medicina Preventiva e Epidemiologia da Universidade da Beira Interior, Sofia Ravara, começaram a registar-se em Portugal na década de 70 e acompanharam "o processo de emancipação da mulher". Hoje, "fumar está a tor- nar-se num comportamento cada vez mais feminino", sustenta.

A tendência não é exclusiva de Portugal. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), dos mil milhões de fumadores que há no mundo apenas 20 por cento são do sexo feminino. No entanto, a "epidemia do tabaco está a crescer muito mais" junto das mulheres do que nos homens.

Parte do problema, defende a OMS, reside nas estratégias de marketing da indústria tabaqueira, que definiu as mulheres, em particular as mais jovens, como o mercado onde podem conquistar novos consumidores. "As mulheres representam uma enorme oportunidade para a indústria tabaqueira que precisa de conquistar novos consumidores para substituir quase metade dos fumadores actuais que deverão morrer prematuramente, por causa de doenças relacionados com o consumo de tabaco", sustenta a OMS na página dedicada ao Dia Mundial sem Tabaco.

Para Sofia Ravara, as campanhas publicitárias dirigidas às mulheres procuram, sobretudo, associar o tabaco a imagens de "glamour, sofisticação e elegância, alimentando mitos como o de que o tabaco faz emagrecer ou ajuda a aliviar o stress". "É urgente desenvolver políticas de saúde e medidas de sensibilização dirigidas às mulheres, em particular às mais jovens, que é a faixa etária onde se tem registado uma maior crescimento no número de fumadores".

André Jegundo
http://www.publico.pt/Sociedade/cancro-do-pulmao-aumenta-mais-entre-as-mulheres_1439785

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mais de dois milhões de portugueses bebem álcool em excesso

Cerca de 2,3 milhões de portugueses são considerados bebedores excessivos numa altura em que dois terços das doenças hepáticas são causados pelo consumo excessivo de álcool, de acordo com dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Hepatologia.

“O consumo em excesso de álcool apresenta-se como uma das causas principais para o desenvolvimento de doenças do foro hepático, sendo a cirrose hepática a mais vulgar e a décima causa de morte em Portugal. Dados preocupantes, sobretudo se considerarmos a taxa de adolescentes portugueses que consomem álcool em excesso”, escreve a Sociedade Portuguesa de Hepatologia, em comunicado.

Segundo a mesma fonte, há também perto de dois milhões de adolescentes que consomem álcool em excesso e um terço dos jovens com 13 anos já é consumidor deste tipo de bebidas. “Metade dos jovens com 15 anos já se embebedaram”, estima a sociedade.

Desta forma, o tema do consumo de álcool em excesso será transversal ao programa do 3º Congresso Português de Hepatologia que irá também abordar outras patologias do foro hepático, nomeadamente as hepatites B e C. Em Portugal, estão diagnosticados cerca de 150.000 a 200.000 casos desta doença crónica que muitas vezes degenera em cirrose. No caso da hepatite C, a chamada hepatite silenciosa porque se pode manter assintomática durante 40 anos, estima-se que o número de incidências possa variar entre as 170.000 e as 200.000 pessoas infectadas. Contudo, os números podem ser bem mais elevados.

“Estes números são relevantes e preocupantes já que quando existe uma manutenção da doença sem os devidos cuidados terapêuticos, o fígado pode evoluir para cirrose, que mais tarde pode vir a descompensar sendo necessário um transplante. Prevê-se que até ao final de 2015 haja um aumento de 70 por cento nos casos de cancro do fígado e as necessidades de transplante hepático em Portugal estão 400 por cento acima da média. É importante referir que geralmente o cancro do fígado se desenvolve num fígado cirrótico e raramente num fígado são”, lê-se no mesmo comunicado.

Romana Borja-Santos

http://www.publico.pt/Sociedade/mais-de-dois-milhoes-de-portugueses-bebem-alcool-em-excesso_1437224

terça-feira, 11 de maio de 2010

Nov'Ellos na Queima Das Fitas 2010





Como vem sendo hábito, a Associação Existências através do Projecto Nov'Ellos, está a colaborar com o projecto Antes que te Queimas, da ESENFC, na intervenção na Queima das Fitas 2010.
Os objectivos da intervenção passam pela redução dos consumos, de álcool e outras substâncias, e dos comportamentos de risco associados, através da disponibilização de material informativo e preventivo e do esclarecimento de questões através do contacto directo com os participantes no evento.
A intervenção decorre desde o dia 8 de Maio até ao dia 14 entre o Largo da Portagem e a zona de entrada do Parque.




quinta-feira, 6 de maio de 2010

80% bebem álcool aos 15 anos

Cerca de 80% dos jovens com 15 anos consomem bebidas alcoólicas, revelou Augusto Pinto, da Unidade de Alcoologia de Coimbra do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), ontem, quarta-feira, ao JN. O I Encontro da Rede Institucional das Adições de Coimbra foi o pretexto.

"Não há capacidade de controlo, a legislação não é eficaz. Os pais também facilitam, são altamente permissivos, e são eles que, habitualmente, financiam (o consumo de bebidas alcoólicas)", defendeu Augusto Pinto, já no final da sua intervenção na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Coimbra.

No entender de Augusto Pinto, a raiz do problema pode estar no facto de a sociedade portuguesa ser "extremamente tolerante para com este consumo". Ou, dito de outra maneira: "Grande parte da população tem uma relação positiva e intimista com o álcool. Temos dificuldade em ver (o alcoolismo) como uma doença perigosa". A "mobilização social" a que se assistiu quando se planeou reduzir a taxa limite de alcoolemia, nos condutores, dos actuais 0,5 grama de álcool por litro de sangue para 0,2 constitui, para Augusto Pinto, o exemplo perfeito de como esta "relação positiva" com as bebidas alcoólicas impera em Portugal. Para combater isto, "é necessário educar, consciencializar mais, valorizar estas questões".

E, lembra o responsável, "o álcool é uma substância legal, que tem uma componente económica importante", e "a Europa é a primeira produtora".

Em declarações ao JN, Augusto Pinto explicou que o consumo de álcool tem subido, nos últimos anos, em Portugal. Estudos recentes do IDT mostram que perto de 80% da população consome bebebidas alcoólicas ao longo da vida. As formas de beber é que mudaram. Hoje, as camadas mais jovens da população já "não têm o vinho como primeira bebida", optando, antes, pelas bebidas destiladas, fruto da "pressão da publicidade".

O responsável mostrou-se, ainda, "muito preocupado" com o aumento do consumo feminino, que se traduz num aumento da doença hepática alcoólica nas mulheres, mais vulneráveis ao álcool. Enquanto a doença atinge os homens ao fim de dez ou 20 anos de consumo excessivo, para as mulheres bastam cinco.

Carina Fonseca, JN

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1561738

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cocaína já é produzida em "laboratórios"na UE

A Península Ibérica é utilizada como ponto de entrada principal na Europa da cocaína produzida na América do Sul. Portugal é tocado pelas três rotas atlânticas identificadas pelas polícias. Na UE, a cocaína é a droga dura mais usada e já tem por cá "laboratórios".

Um estudo conjunto do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e da Europol, ontem divulgado, refere a Península Ibérica como ponto principal de entrada da cocaína na Europa e indica Portugal como país receptor de tráfico através de três rotas. Estas têm origem na América do Sul, a grande produtora mundial desta droga, e servem em comum outros pontos importantes de destino na Europa, como o Reino Unido e a Holanda.

A entidade europeia ligada ao estudo e prevenção da toxicodependência e a polícia europeia referem três rotas: a do Norte, oriunda da zona das Caraíbas, e que passa pelos Açores e daí para Portugal e Espanha.

Esta via setentrional faz passar 40% da cocaína que chega à Europa. O relatório, que enquadra realidades do tráfico, produção e consumo até 2008, indica que a rota do Norte usa cargueiros e embarcações de recreio. Já a rota central passa da América do Sul por Cabo Verde, Madeira ou Canárias, recorrendo muitas vezes a embarcações de pesca para efectuar o desembarque, precisa o relatório. Mais recentemente identificada, há a rota africana, que também tem origem na América do Sul e passa por países da África ocidental.

Segundo o relatório, o tráfico de cocaína para a Europa continua a servir-se dos transportes aéreos, recorrendo a "correios" (ou "mulas"), utilizando em muitos casos laços históricos entre países e o uso da mesma língua (castelhano ou português).

A análise feita pelas entidades de prevenção do consumo e de controlo policial identificam uma realidade distinta em alguns países: em Espanha, na Holanda e no Reino Unido o consumo de cocaína é "um problema instalado" desde há anos, enquanto em França, na Itália e em Portugal se registou "um aumento de consumo e de apreensões nos últimos anos".

Nas referências feitas a Portugal, o relatório lembra que o pico das apreensões desta droga dura foi atingido em 2006 (com 34 toneladas, o que correspondeu a 28% do total apreendido na Europa). Já em 2007, as apreensões feitas pelas polícias portuguesas cifraram-se em 7,3 toneladas (cerca de um décimo do total europeu).

As duas entidades subscritoras do relatório consideram que as quantidades apreendidas e as variações registadas ao longo dos anos devem ser interpretadas com cautela.

Tanto pode ter havido variação no tráfico, como variação na procura ou no próprio tráfico, alerta o documento "Cocaína: uma Perspectiva da União Europeia no Contexto Global". No entanto, os dados disponíveis poderão autorizar a interpretação de que o preço da droga baixou e que o consumo se manteve elevado. Segundo números das Nações Unidas, as apreensões na Europa diminuíram em 2007 (foram 77 toneladas face às 120 de 2006).

Os dados disponibilizados pelo relatório indicam que 13 milhões de europeus entre os 15 e os 64 anos já consumiram cocaína e que três milhões de jovens o fizeram no último ano. As autoridades policiais têm vindo a detectar nos últimos anos outro tráfico, o de uma substância lícita, o permanganato de potássio. Trata-se de um percursor químico usado na purificação da pasta de cocaína.

No ano de 2007, foram apreendidas 153 toneladas deste produto, na sua maioria em portos da América do Sul. Ele é importado legalmente, mas depois desviado para os "laboratórios" de fabrico da cocaína. A Colômbia é o principal destino, mas já foram tentados desembarques na Costa do Marfim, Nigéria e Marrocos. As apreensões de permanganato aumentaram 50% de 2006 para 2007.

Relativamente aos consumidores, o relatório afirma que aumentaram os pedidos de tratamento desta droga sinalizada como de uso elevado em festas e discotecas. A taxa de mortalidade nos consumidores é elevada, sobretudo se associada a heroína.

Eduarda Ferreira

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1556988

sábado, 24 de abril de 2010

VIOLENCIA NA NOITE DE COIMBRA

Gerente do bar Vox agredido por cliente com uma soqueira

Indivíduo, que acabou por fugir, resistiu a sair do estabelecimento e atacou responsável com um copo e com uma soqueira. INEM e PSP estiveram no local

O gerente do bar Vox, localizado na Avenida Sá da Bandeira, foi agredido por um cliente, no interior e à porta do estabelecimento, com um copo e alegadamente com uma soqueira que este traria no bolso, obrigando Alexandre Machado a ser transportado pelo INEM aos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) para ser assistido, entre outros ferimentos, a vários cortes no rosto, nomeadamente no lábio superior e numa orelha.
O episódio, que terá ocorrido passavam alguns minutos das três da manhã de domingo, teve início com outra agressão, protagonizada pelo mesmo indivíduo, a outro cliente do bar. «Estava no interior do bar quando vi que um cliente tinha sido agredido por outro com um copo. Dirigi-me a ele e pedi para me acompanhar à rua, mas ele resistiu sempre», conta ao Diário de Coimbra o responsável.
Alexandre Machado terá pegado no indivíduo «pelo braço» para o encaminhar para fora do bar, quando este se socorreu de um segundo copo que teria na mão para o agredir, deixando o gerente do bar com um corte «no lado esquerdo da face e na testa e ainda com uma orelha cortada».
Mesmo assim, apesar dos ferimentos e de o indivíduo continuar a oferecer resistência, o responsável do bar ainda conseguiu levá-lo até ao exterior do edifício, «com a ajuda de um segurança», onde Alexandre Machado voltou a ser agredido, desta vez com uma soqueira que o agressor traria no bolso.
«Há imagens e testemunhas das agressões», garante a vítima, que ontem foi sujeita a apreciação médica no Instituto de Medicina Legal e se dirigiu ao DIAP, juntamente com um advogado, para formalizar, à tarde, a queixa contra o agressor e onde revela que, em consequência das agressões, teve de levar 36 pontos.

Agressor em fuga
Aliás, a polícia esteve no local logo após a agressão mas, como conta Alexandre Machado, o agressor, que alegadamente é estudante do Instituto Superior Miguel Torga, que já havia frequentado anteriormente o bar Vox e que, segundo o agredido, terá já protagonizado outros episódios idênticos noutros bares da cidade, pôs-se em fuga.
«Uma pessoa que vem para a noite com uma soqueira no bolso não vem de boa fé», desabafa o gerente do bar, garantindo que, apesar de estar acompanhado por um grupo naquela noite, o indivíduo «agiu sempre sozinho e as pessoas que estavam com ele nunca se meteram em nada».
Quanto ao cliente que havia sido agredido no interior do bar, Alexandre Machado confirma que também ele ficou ferido com alguma gravidade na cabeça.
Aberto ao público desde Novembro do ano passado, esta é a primeira vez que no bar Vox ocorrem episódios deste género, confirmou o gerente que, apesar de já ter trabalhado em outros locais de diversão nocturna, nunca tinha passado por nenhuma situação do género.
O episódio da madrugada de domingo foi confirmado ao Diário de Coimbra, tanto pela PSP, como pelo INEM. Fonte da PSP esclareceu que, ontem de manhã, ainda não havia qualquer queixa, mas que a polícia se deslocou às instalações do bar Vox para tomar conta de uma ocorrência respeitante a uma agressão.
Também da parte do INEM, ficou confirmada a deslocação à Avenida Sá da Bandeira de uma ambulância para prestar os primeiros socorros «a um indivíduo de 31 anos, vítima de agressão, que foi ferido com um vidro no lábio superior e na orelha», tendo, depois, sido transportado para os HUC. Nem a PSP, nem o INEM confirmaram ao Diário de Coimbra as agressões de soqueira, referidas por Alexandre Machado.

Escrito por Ana Margalho

Diário de Coimbra, 21 de Abril de 2010

http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7087&Itemid=135

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Promoção do consumo de álcool


Este é apenas um os exemplos das estratégias utilizadas pelos bares para promover o consumo de bebidas com álcool, na cidade de Coimbra. Estas podem incluir desde a redução do preço das bebidas ou a existência de "bebidas do dia" mais baratas, a existência de "packs" de bebidas a preços reduzidos, a criação de "happy hours" durante as quais as bebidas são mais baratas ou de "litradas" de determinadas bebidas.



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sexta-feira, 19 de março de 2010

Mefedrona


Chama-se mefedrona mas é mais conhecida por "miau-miau". É uma substância legal em vários países europeus, Portugal incluído, que se encontra à venda na Internet como fertilizante para plantas mas que cada vez mais pessoas utilizam como droga legal e alternativa ao ecstasy, às anfetaminas e à cocaína. Depois de no Reino Unido três pessoas terem morrido por causa do consumo excessivo da substância, o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) diz que está atento à situação e que, até ao momento, ainda não há registo da droga em Portugal.

"É sempre difícil monitorizar todas as substâncias que vão surgindo. Ainda para mais tratando-se de uma substância, como a mefedrona, que é legal. Mas até ao momento não há qualquer registo em Portugal desta droga, nem tão-pouco de qualquer situação registada nos serviços de saúde relacionada com consumo com sobredosagem", diz Paula Andrade, responsável pela área de redução de risco do IDT.

Esta substância já é considerada ilegal em cinco países (Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha e Israel) e, depois das três mortes registadas (dois adolescentes e um adulto), o assunto está também a ser debatido no Reino Unido. Também o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência está actualmente a realizar um relatório sobre a mefedrona para aconselhar a Comissão Europeia e os Estados-membros da União Europeia quanto à posição a adoptar em relação à substância.

Os efeitos provocados pela droga e relatados pelos consumidores são semelhantes aos do ecstasy e da cocaína. Contudo, não há ainda certezas sobre que consequências produzirá um consumo persistente e regular. "Esse é o perigo destas substâncias. São sempre uma roleta russa. Não foram feitas para o consumo humano, nunca foram testadas e por isso não sabemos quais os riscos de uma utilização prolongada", afirma Paula Andrade.


De acordo com a responsável do IDT, praticamente todos os dias, em todo o mundo, "vão surgindo novas substâncias utilizadas pelos consumidores, o que obriga as estratégias de combate ao consumo de drogas a "centrar-se nas pessoas e não nas substâncias". "Devemos tentar perceber, por exemplo, o que leva dois adolescentes a consumirem um produto como a mefedrona para se divertirem e saírem à noite, como aconteceu no Reino Unido."

Jornal Público 19 de Março 2010

André Jegundo

http://jornal.publico.pt/noticia/19-03-2010/autoridades-nacionais-atentas-a-nova-droga-miau-miau-19022903.htm

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Juyicy Event, com convidado especial - 11 de Fevereiro

Esta quinta-feira o Juicy Event contará com a presença de um convidado especial, o DJ Jon Kennedy.
Convidamos todos os amigos da Existências a aparecerem no Quebra, a partir das 23 horas, e a experimentarem os sumos naturais...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Projecto Antes Que Te Queimes aposta nas raparigas porque elas bebem mais

A iniciativa "Antes que te Queimes", que visa reduzir o consumo de álcool durante as festas académicas de Coimbra, vai apostar este ano no aconselhamento das raparigas, por se ter constatado que bebem "quase tanto" como os rapazes.

"Vamos apostar este ano nas mulheres, porque detectámos que as raparigas em Coimbra bebem quase tanto como os rapazes", revelou hoje à agência Lusa a coordenadora da iniciativa, Irma Brito, acrescentando que um estudo comparativo permitiu concluir que, em Coimbra, as raparigas beberam mais do que as estudantes de Aveiro e Leiria.

As razões pelas quais as mulheres são menos tolerantes às bebidas alcoólicas - entre outros fatores a menor quantidade de água no organismo, o peso corporal e uma menor capacidade do fígado de degradar o álcool - vão ser os motes da intervenção.

"O enfoque vai ser no alcoolismo no feminino. Vamos tentar uma maior consciencialização das raparigas", adiantou a professora, doutorada em ciências de enfermagem, no ramo de saúde comunitária.

No âmbito do projeto, desenvolvido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), decorrem até 24 de Fevereiro ações de informação dirigidos aos estudantes da cidade, uma das quais acontece já na quarta-feira. O trabalho assenta na metodologia de educação pelos pares, em que jovens sensibilizam outros jovens.

Em cada edição da Queima das Fitas de Coimbra são feitos cerca de mil aconselhamentos e, de acordo com Irma Brito, uma das leituras que se pode tirar do trabalho desenvolvido desde 2006 é que "há uma correlação positiva entre o consumo e a autoestima nos rapazes e uma correlação negativa nas raparigas".

"Raparigas com baixa autoestima bebem mais, tornam-se mais vulneráveis e disponíveis para sexo desprotegido, rapazes com elevada autoestima bebem mais", adiantou.

Segundo Irma Brito, "o principal ganho destas estratégias é que os jovens que aconselham são os que mais lucram: todos os anos, cem novos alunos, voluntários, deixam de beber e passam a ser consumidores responsáveis". "Este ano, temos 195 inscritos", referiu.

Por outro lado, cerca de 23 por cento dos jovens que responderam a questionários disseram que após o aconselhamento deixaram de conduzir sob o efeito do álcool.

Reduzir o consumo abusivo de bebidas alcoólicas durante as festas académicas, minimizando os danos associados, é o principal objetivo do projeto "Antes que te Queimes", que compreende ainda ações sobre sexualidade responsável, primeiros socorros e substâncias psicoativas.

Após a formação específica, os educadores de pares fazem aconselhamento personalizado a partir da avaliação da alcoolemia e do risco de danos associados (sexo desprotegido e sinistralidade rodoviária), distribuem preservativos femininos e masculinos e prestam primeiros socorros aos jovens que se encontrem embriagados.

Além da ESEnfC e da respetiva Associação de Estudantes, são parceiros do projeto o Governo Civil, Administração Regional de Saúde do Centro, Institutos da Droga e da Toxicodependência e da Juventude, Associação Existências, Associação Académica de Coimbra e Núcleo de Pereira da Cruz Vermelha Portuguesa.

http://www.destak.pt/artigo/52679