quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um quarto dos jovens considera “pouco ou nada” prejudicial fumar marijuana ou haxixe de vez em quando

Mais de 25% dos estudantes inquiridos no estudo Consumos e Estilos de Vida no Ensino Superior consideram “pouco” ou “nada prejudicial” fumar marijuana ou haxixe de vez em quando. Do mesmo modo, 17,1% não vêem muito prejuízo no facto de se tomar medicamentos sem receita médica e 15,2% admitem que conduzir depois de beber três cervejas é “pouco” ou “nada prejudicial”.
“Há na cultura juvenil alguns mitos que é necessário contrariar com perseverança”, comentou ao PÚBLICO João Goulão, presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (Sicad) e um dos presentes na sessão de apresentação do estudo, esta terça-feira, na Universidade de Lisboa.
O documento foi elaborado a partir de 3327 inquéritos a estudantes do primeiro ciclo e mestrados integrados da Universidade de Lisboa, entre 27 de Novembro e 16 de Dezembro de 2012. E, ainda que no se refere à percepção de comportamentos de risco para a saúde, o estudo conclui que a vasta maioria dos inquiridos considera muito prejudicial fumar cigarros regularmente (83%), tomar quatro a cinco bebidas alcoólicas quase todos os dias (82,4%) e consumir-se smart drugs ocasionalmente (70,7%).
Relativamente aos consumos de substâncias ilícitas, 40% dos estudantes declararam já ter consumido cannabis pelo menos uma vez na vida. Quanto a pergunta incide sobre o consumo de smart drugs, as respostas positivas descem para os 5,4%. Mas voltam a subir para os 26% quando a questão é se alguma vez ingeriram álcool misturado com bebidas energéticas.
Quanto ao consumo actual, ou seja, nos 30 dias anteriores à realização do questionário, 11,3% declararam ter consumidocannabis e 6,5% bebidas alcoólicas misturadas com energéticas. No tocante ao álcool, cujo consumo foi declarado por 72,6% dos inquiridos, destaca-se o facto de 37% dos estudantes terem assumido ter consumido cinco ou mais copos (no caso das mulheres) ou seis ou mais copos (no caso dos homens) na mesma ocasião. É o chamado binge drinking, que pode ser explicado como algo como beber episodicamente uma grande quantidade de álcool para atingir a embriaguez.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bruxelas aperta o cerco às "smartshops"


Problemas de saúde ocorridos em Portugal em 2012 na origem da reacção da Comissão Europeia.
A Comissão Europeia apresenta hoje um conjunto de medidas para proibir temporariamente a comercialização de "novas substâncias psicoativas" consideradas perigosas para a saúde humana e para criminalizar a distribuição de alguns destes produtos, equiparando-os a drogas como a heroína e a cocaína.
O alarme soou em 2012, quando no espaço de poucos meses vários Estados-membros da União Europeia (UE), entre os quais Portugal, reportaram a ocorrência de dezenas de casos de complicações de saúde graves e até de mortes na sequência do consumo de substâncias consideradas legais e adquiridas legalmente, na maior parte dos casos nas chamadas smartshops.
Estes casos colocaram em evidência a incapacidade da legislação actual para responder de forma eficaz a um fenómeno caracterizado pelo aparecimento rápido de novas substâncias (300 desde 1997, ao nível europeu), capazes de escapar ao enquadramento legal existente. De acordo com a Comissão Europeia, actualmente podem passar quase 24 meses entre a detecção de um problema e a implementação de uma resposta legal.
Para tentar acertar o passo da luta antidroga com o novo desafio, a Comissão pretende que no futuro, em casos semelhantes aos ocorridos em 2012, os países possam em poucas semanas proibir a venda destes produtos aos consumidores durante um ano. Neste período, as autoridades procederão a uma análise exaustiva para enquadrar a substância em causa numa das três categorias de risco que serão entretanto criadas: reduzido, moderado e elevado.
Caso o risco seja considerado "reduzido" a comercialização poderá ser retomada, mas caso seja "moderado" o consumo ao público será proibido, embora se mantenha a utilização industrial e científica. Nos casos de risco "elevado" também a utilização não comercial poderá ser objecto de limitações e a distribuição e venda ao público será equiparada e criminalizada como o tráfico de drogas ilícitas.
De acordo com um Eurobarómetro de 2011, 5,8% dos jovens portugueses com idades entre os 15 e os 24 anos já consumiram substâncias deste tipo, o oitavo valor mais elevado da União Europeia, onde a média é de 5%.

Jornal Expresso
Daniel do Rosário, correspondente em Bruxelas 8:00 Terça feira, 17 de Setembro de 2013


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/bruxelas-aperta-o-cerco-as-smartshops=f830699#ixzz2fCdck6U3

sexta-feira, 6 de setembro de 2013



ENTENDA SEU RIM - ÁGUA & CERVEJA !!! BEBA CORRETAMENTE !!!!

A HORA CORRETA PARA TOMAR ÁGUA

Você vai ao bar ou a uma festa e bebe uma cerveja.
Bebe a segunda cerveja. A terceira e assim por diante.
O teu estômago manda uma mensagem pro teu cérebro dizendo "Caracas véio... o cara tá bebendo muito liquido, tô cheião!!!"
Teu estômago e teu cérebro não distinguem que tipo de líquido está sendo ingerido, ele sabe apenas que "é líquido".
Quando o cérebro recebe essa mensagem ele diz: "Caraca, o cara tá maluco!!!"E manda a seguinte mensagem para os Rins "Meu, filtra o máximo de sangue que tu puderes, o cara aí tá maluco e tá bebendo muito líquido, vamo botar isso tudo pra fora" e o RIM começa a fazer até hora extra e filtra muito sangue e enche rápido.
Daí vem a primeira corrida ao banheiro. Se você notar, esse 1º xixi é com a cor normal, meio amarelado, porque além de água, vem as impurezas do sangue.
O RIM aliviou a vida do estômago, mas você continua bebendo e o estômago manda outra mensagem pro CÉREBRO "Cara, ele não pára, socorro!!!" e o CÉREBRO manda outra mensagem pro RIM "Véio, estica a baladeira, manda ver aí na filtragem!!!"
O RIM filtra feito um louco, só q agora, o q ele expulsa não é o álcool, ele manda pra bexiga apenas ÁGUA (o líquido precioso do corpo). Por isso que as mijadas seguintes são transparentes, porque é água. E quanto mais você continua bebendo, mais o organismo joga água pra fora e o teor de álcool no organismo aumenta e você fica mais"bunitim".
Chega uma hora que você tá com o teor alcoólico tão alto que teu CÉREBRO desliga você. Essa é a hora que você desmaia... dorme... capota...
Ele faz isso porque pensa "Meu, o cara tá a fim de se matar, tá bebendo veneno pro corpo, vou apagar esse doido pra ver se assim ele pára de beber e a gente tenta expulsar esse álcool do corpo dele"
Enquanto você está lá, apagado (sem dono), o CÉREBRO dá a seguinte ordem pro sangue "Bicho, apaguei o cara, agora a gente tem que tirar esse veneno do corpo dele. O plano é o seguinte, como a gente está com o nível de água muito baixo, passa em todos os órgãos e tira a água deles e assim a gente consegue jogar esse veneno fora".
O SANGUE é como se fosse o Boy do corpo. E como um bom Boy, ele obedece as ordens direitinho e por isso começa a retirar água de todos os órgãos. Como o CÉREBRO é constituído de 75% de água, ele é o que mais sofre com essa "ordem" e daí vêm as terríveis dores de cabeça da ressaca. Então, sei que na hora a gente nem pensa nisso, mas quando forem beber, bebam de meia em meia hora um copo d'água, porque na medida que você mija, já repõe a água. Sabia que...
... tomar água na hora correta maximiza os cuidados no corpo humano?2 copos de água depois de acordar ajuda a ativar os órgãos internos.
1 copo de água 30 minutos antes de comer ajuda na digestão.
1 copo de água antes de tomar banho ajuda a baixar a pressão sanguínea.
1 copo de água antes de ir dormir evita ataques do coração.

Retirado de superdicas - https://www.facebook.com/SuperDicasReBandeira

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Substâncias Psicoativas em Ambientes Recreativos



Substâncias Psicoativas em Ambientes Recreativos 
Desde os anos 90 que, sair ao fim-de-semana para adolescentes e jovens adultos, se converteu numa atividade de divertimento considerada fundamental, muitas vezes associada ao consumismo.
Os dias de semana "mostram uma tendência para a igualização formal na família, na escola, e/ou no trabalho" (Relvas et al., 2006, p.15), pelo contrário, o fim-de-semana é um espaço para a diferenciação e para a distinção social.
Segundo Relvas et al., (2006, p.15) "os jovens herdam uma sociedade definida em termos de consumo e opulência, uma sociedade de bem-estar, onde o ócio e a diversão adquirem um valor hegemónico nos critérios de construção social e onde o consumo é o método de satisfação das necessidades".
Os ambientes recreativos noturnos têm conquistado ao longo do tempo, um maior protagonismo na vida juvenil, "determinando estilos de vida e legitimando comportamentos tidos como necessários para a obtenção da diversão e do prazer imediato" (Lomba et al., 2011, p.3). Sendo o contexto em "que se assiste à generalização e normalização do consumo recreativo[1] de álcool e drogas bem como à adoção de outros comportamentos de risco associados" (Lomba et al., 2011, p.3). Nos dias de hoje os jovens iniciam o consumo de SPA em idades cada vez mais precoces, referindo-se a estas como quase imprescindíveis, para poderem participar em atividades recreativas noturnas (e.g dançar, ouvir música e estar com os amigos). O consumo é considerado "um elemento estrutural da própria diversão" (Calafat et al., 2000, citado por Relvas et al., 2006, p.16). Neste sentido, deve desenvolver-se uma intervenção preventiva precoce, nos quais se deve incluir os jovens que ainda não frequentam os ambientes recreativos noturnos e que não consomem SPA, procurando retardar o seu consumo, bem como, os sujeitos que já o fazem, procurando moderá-lo.
Segundo o OEDT (2002) as SPA consumidas na noite são maioritariamente estimulantes, nomeadamente o ecstasy e cocaína. Entender o crescente protagonismo que as SPA tomam, significa perceber o quão estas facilitam o estabelecimento de relações, o contacto com os grupos, a identidade e coesão ao grupo (ex. reforçam o vínculo tribal do grupo, proporcionam euforia, aumentam a intimidade, desinibição e a dissolução dos medos) (Godinho, 1995; Lorga, 2001; Viana, 2002, citado por Lomba et al., 2008), acentuando uma certa predisposição inconsequente para experiências sexuais efémeras do tipo “one night stand” (Lomba, 2006, citado por Lomba et al., 2008, p.32). Atualmente o uso de SPA em ambientes recreativos é tão elevado que estes contextos são considerados fatores de risco para o seu consumo (Bellis, Hughes & Lowey, 2002; Simões, 2005; OEDT, 2007, citado por Lomba et al., 2011). É importante referir que o consumo de SPA potencia outros comportamentos de risco, na área da sexualidade, circulação rodoviária e violência. Neste sentido, é importante analisar, compreender e dar protagonismo aos ambientes recreativos para que se possam arranjar soluções para estes problemas.
Através de um estudo descritivo[2] realizado numa amostra de 1257 jovens frequentadores de ambientes recreativos noturnos com idades compreendidas entre os 15 e os 35 anos, oriundos de 9 cidades portuguesas[3], foi possível uma melhor compreensão acerca desta realidade. Neste estudo constatou-se que em todas as cidades alvo de análise os jovens saem em média mais do que uma noite por fim de semana e visitam entre 2 a 3 locais de diversão por noite. O roteiro escolhido para cada noite, está dependente dos rituais recreativos, sempre em permanente ligação com a música e a dança. No entanto, tal como refere Alonso (2002, citado por Lomba et al., 2011) esta prática (de mudar frequentemente de local recreativo na mesma noite), pode relacionar-se com um maior consumo de álcool ou de outras SPA, e pode implicar maiores perigos, sobretudo quando associada à condução de veículos automóveis ou a outros fatores como o cansaço.
São vários os motivos subjacentes à escolha dos locais recreativos, entre os quais se destaca: a possibilidade de encontrar amigos e o tipo de música. Estes resultados confirmam que, "para estes jovens, a noite é o espaço em que as redes sociais se entrelaçam com o grupo de iguais e onde a música tem a função de ser o elemento catalisador da socialização" (Lomba et al., 2011, p.7). Outros motivos subjacentes a esta escolha incluem a acessibilidade a bebidas alcoólicas baratas e a outras SPA, bem como, motivações de cariz sexual.

Bibliografia
Lomba, L., Apóstolo, J., Mendes, F., & Campos, D. (2011). Jovens portugueses que frequentam ambientes recreativos nocturnos. Quem são e comportamentos que adoptam. Revista TOXICODPENDÊNCIAS, 17 (1), 3-15.
Lomba, L., et al. (2008). Consumos e comportamentos sexuais de risco na noite de Coimbra. Revista TOXICODPENDÊNCIAS, 14 (1), 31-41.
Relvas, J., Lomba, L., & Mendes, F. (2006). Novas Drogas e Ambientes Recreativos. Camarate: Lusociência.


Texto retirado do Relatório de Estágio "Associação Existências: Velhos Enredos...uma Nova História", realizado por Telma Maques.

 

[1] Os "consumos recreativos, constituem uma nova realidade, dada a sua dimensão sociocultural, transversalidade e impactos económicos e financeiros, com repercussões ainda não bem compreendidas e estudadas na família e na comunidade" (Relvas et al.,2006, p.7)
[2]Este estudo intitula-se de "Jovens portugueses que frequentam ambientes recreativos noturnos. Quem são e comportamentos que adotam" de Lurdes Lomba, João Apóstolo, Fernando Mendes e Diana Catarina de Campos (2011).
[3] Este estudo foi desenvolvido em 9 cidades portuguesas: Angra do Heroísmo, Aveiro, Funchal, Lisboa, Porto, Viana do Castelo, Viseu, Ponta Delgada e Coimbra.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Novo tratamento contra hepatite C curou 70% dos doentes

A combinação de um antiviral e de um medicamento experimental curou 70% dos pacientes com hepatite C em ensaios clínicos iniciais, prometendo uma solução mais simples para a doença hepática crónica, informaram investigadores.
O ensaio clínico de fase II, descrito num artigo divulgado, na terça-feira, no "Journal of the American Medical Association" (JAMA), estudou a eficácia e segurança de um medicamento experimental, sofosbuvir, tomado com o antiviral ribavirina.
Os fármacos foram tomados oralmente e o tratamento realizado durante seis meses conseguiu uma taxa de cura de 70% e foi bem tolerado, precisam os investigadores.
Os tratamentos atuais podem durar um ano e implicam injeções semanais de interferon alfa combinado o ribavirina e outro antiviral. Entre os efeitos secundários, que podem ser graves, incluem-se a depressão, os sintomas de gripe e a anemia.
O ensaio contou com a participação de 60 voluntários infetados com o genótipo 1 do vírus da hepatite C que responde menos bem ao tratamento à base de interferon, segundo a agência France Presse.
Este estudo clínico sobre a hepatite C também é diferente dos anteriores por incluir participantes com um fígado muito deteriorado e outros com lesões nesse órgão menos avançadas.
Vinte e quatro semanas após o final do tratamento, o vírus não foi detetado em 70% dos participantes, o que é considerado uma cura porque este agente patogénico não se integra no ADN humano.
Shyam Kottilil, do Instituto nacional norte-americano das alergias e doenças infeciosas e principal autor do estudo, considerou que, tendo em conta as características dos participantes, "o resultado é particularmente promissor".

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=3391355&page=-1

terça-feira, 27 de agosto de 2013

3.º Relatório do Projecto TEDI

No link apresentado abaixo está disponível o terceiro relatório projeto TEDI (European Drug Information project), onde são apresentados os resultados da análise às substâncias de consumo para o período de janeiro a Junho de 2013-08-27.
O projeto TEDI (-European Drug Information project) é uma rede europeia de instituições que desenvolvem trabalho de campo de análise às substâncias de consumo que partilham os seus conhecimentos e dados obtidos de forma a criar um sistema de informação europeu.
O Projecto TEDI, fazendo parte do projecto NEWIP desenvolve um de banco de dados que reúne, monitoriza e analisa a evolução de várias tendências europeias no consumo de substâncias psicoactivas em contextos recreativos.

http://www.tediproject.org/uploads/trend_reports_file_1377412718.pdf

domingo, 25 de agosto de 2013

Recaídas de heroinómanos triplicaram em três anos

Quase triplicaram as readmissões de consumidores de heroína e isso deve-se à melhoria nos registos - que já não assumem como novo um paciente reincidente - mas também às recaídas de quem foi apanhado pela crise, como Fernando e Paulo.
A repórter Ana Cristina Pereira conta a história de Paulo e Fernando, dois homens que se viraram para a droga, em ambos os casos, depois de a crise económica lhes ter batido à porta.
"Não serve de desculpa", diz Fernando. "Há pessoas em situações piores e não se metem na droga, mas, como tenho experiência com droga tenho este escape."


Médicos e enfermeiros alertam para "situação explosiva" na toxicodependência

Portugal caminha para uma "situação explosiva" na área da prevenção, acompanhamento e tratamento de toxicodependentes, admitiram representantes das Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros. A crescente falta de meios humanos associada à ausência de uma política nacional poderá levar a um crescimento da toxicodependência. 




A Ordem dos Médicos sublinha a crescente perda de recursos humanos e as dificuldades cada vez maiores de acesso dos doentes às consultas e tratamento, a ausência de uma política nacional e o facto de as estruturas e equipas no terreno se encontrarem ao abandono.
Já a Ordem dos Enfermeiros destaca a falta de enfermeiros especializados em saúde mental nas equipas de acompanhamento deste fenómeno, a tendência para um aumento no número de toxicodependentes em momentos de crise e a falência de modelos vigentes no acompanhamento dos doentes.

"Estão a criar-se condições para daqui a alguns anos termos uma situação explosiva. Temos notícia da diminuição de meios técnicos e de um afluxo de doentes com recaídas e problemas relacionados com a crise, bem como de uma acessibilidade cada vez mais diminuída a consultas e tratamentos", disse à Lusa um dos membros do Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, Carlos Ramalheira.
O médico, que liderou o extinto Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) da Região Centro, manifesta ainda a "enorme preocupação" da Ordem dos Médicos perante a reforma que está a ser feita na área desde 2011, "sem objetivos e sem rumo, que se traduziu na desarticulação de serviços, diminuição da eficácia e desnatação de meios técnicos ao dispor das estratégias nacionais coordenadas".
Carlos Ramalheira constata ainda "o depauperamento de técnicos, porque se deixaram caducar e não se renovaram contratos de acumulação de serviços, deixando cair médicos com mais de 10 anos de experiência na área, o que resultou em unidades com dificuldades de resposta para tratar não só os utentes que já possuem, como também para acolher novos casos".

Já o presidente da Mesa do Colégio de Saúde Mental e Psiquiátrica da Ordem dos Enfermeiros sublinha que esta entidade "está preocupada e atenta" a "uma situação potencialmente explosiva" na área da toxicodependência.
"O que nos parece é que a crise motiva o aparecimento de mais casos de incidência de consumo de novas e antigas substâncias e o retraimento de serviços que apenas prestam cuidados básicos estão muito longe da necessidade de resposta a cuidados que são marcados pela sua complexidade", explica Joaquim Lopes, defendendo "a passagem do modelo assistencial biomédico e médico/psicológico para modelos holísticos de prestação de cuidados", dos quais destaca o modelo de gestão de caso.
Ou seja, frisa, "o prejuízo para o utente decorre de termos menos técnicos, da sobrecarga dos cuidadores profissionais, mas não se limita apenas ao rácio, mas à natureza da especialização dos enfermeiros".

O representante da Ordem dos Enfermeiros, contudo, sustenta que a criação do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências "é positiva" ao dar resposta a fenómenos de adição, para além da droga e do álcool, como o sexo e o jogo e por "aproximar a população desfavorecida dos cuidados primários através das estruturas ex-IDT que agora pertencem às Administrações Regionais de Saúde".

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=3385671&page=-1 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Ecstasy conquista uma nova roupagem e um novo público

Uma droga conhecida como Molly conquistou uma nova geração de profissionais conscienciosos que jamais fizeram uma noitada a dançar e costumam fazer escolhas cuidadosas quanto à sua comida, café e roupas. Mas a Molly não é exactamente nova.

 Ecstasy conquista uma nova roupagem e um novo público
Conhecida por causar sentimentos de euforia e por reduzir a ansiedade, era conhecida como ecstasy, ou MDMA, nos anos 1980, quando foi rapidamente adoptada por operadores de Wall Street e outros frequentadores da vida nocturna de Nova Iorque.
Mas, com o crescimento da procura, cresceu também o uso de aditivos em cada pílula - cafeína, anfetamina, efedrina, cetamina, LSD, talco e aspirina. Quando chegou o novo milénio, a reputação da droga já estava abalada.
Depois, em algum momento da década passada, regressou às casas nocturnas sob o nome «Molly» e foi apresentada como uma versão cristalina e em pó do MDMA: pura e segura.

Uma mulher de 26 anos chamada Elliott, que trabalha com cinema, levou Molly alguns meses atrás ao apartamento de um amigo, de onde eles saíram para jantar no Souen - um popular restaurante macrobiótico, natural e orgânico do East Village - e em seguida foram dançar. «As drogas apavoravam-me», diz. «Mas estava curiosa quanto a Molly, que as pessoas dizem ser uma droga pura e divertida.»
«Provavelmente estou a ser ingénua», disse, «mas senti que não estava a colocar tantos produtos químicos no meu corpo.»

Robert Glatter, médico no pronto-socorro do hospital Lenox Hill, em Nova Iorque, discorda. Glatter passou meses sem ouvir sobre o uso de Molly, mas agora recebe cerca de quatro pacientes por mês a sofrer de efeitos colaterais usuais da droga: o ranger dos dentes, a desidratação, a ansiedade, a insónia, a febre e a perda de apetite.
Sintomas colaterais mais perigosos incluem hipertermia, convulsões incontroláveis, hipertensão e depressão causada pela queda súbita dos níveis de serotonina nos dias posteriores ao uso da droga, um efeito apelidado de «terça-feira suicida».
«No passado, os pacientes eram os jovens das raves, mas agora recebemos cada vez mais pessoas na casa dos 30 e dos 40 anos que decidiram experimentar a droga», disse Glatter.
Muitos atribuem o ressurgimento do ecstasy ao regresso da música electrónica, que infiltrou o som de cantoras pop como Rihanna, Kesha e Kate Perry. No Ultra Music Festival, em Miami, no ano passado, Madonna foi criticada por perguntar ao público: «Quantas pessoas por aqui conhecem a Molly?». Ela disse mais tarde que estava a falar de uma amiga, não da droga.
Nos últimos meses, os rappers também adoptaram a droga, com referências a Molly nas suas letras. Rick Ross recentemente teve o seu contrato publicitário com a Reebok cancelado depois de um rap no qual falava que havia misturado a droga na bebida de uma mulher sem que ela soubesse.

As pessoas que gostam de Molly, cujo preço varia de 20 a 50 dólares por dose, dizem que é uma droga socialmente mais aceitável que a cocaína, por não causar vício físico. Cat Marnell, de 30 anos, antig
a directora de beleza da xoJane.com, que recentemente vendeu à editora Simon & Schuster um livro que fala do seu vício em drogas, supostamente por 500 mil dólares, disse que «Molly está na moda». Em referência à cannabis e à cocaína, ela diz que «a cocaína é antiquada. Já a cannabis tem um cheiro forte e, por ser barata, é mais usada por adolescentes».
Mas Marnell rejeita a imagem reformulada do MDMA, dizendo que a Molly «continua a ser uma droga pesada».

O MDMA, o metilenodioximetanfetamina, foi patenteado pelo laboratório farmacêutico Merck em 1914 e não atraiu muita atenção antes dos anos 1970, quando psicoterapeutas começaram a tratar pacientes com ele para convencê-los a falar mais dos seus problemas.
A droga chegou às casas nocturnas de Nova Iorque no final dos anos 80 e no começo dos 90 tornou-se a droga preferida das raves. Para alguns, a Molly continua a ser uma substância mais respeitável que outras drogas.
 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Reincidências na heroína quase triplicaram

Os antigos consumidores de heroína voltaram a esta droga. Quase triplicaram em três anos. O álcool e a cocaína seguem igual tendência. A relação com a crise é reportada pelos técnicos no terreno. 

 
foto MARCOS BORGA/Global Imagens
Reincidências na heroína quase triplicaram

 






























Os dados foram apresentados, esta quarta-feira, por Manuel Cardoso, subdiretor geral dos Serviços de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), numa audição parlamentar sobre os problemas relacionados com o álcool. Em 2010, os que voltaram a pedir ajuda às unidades de tratamento chegaram aos 1008. Em 2011, subiram para 1843 e, no ano passado, atingiram os 2881. Este ano, no primeiro semestre, parece assistir-se a um abrandamento, com 856 registos.
O retrocesso a lembrar padrões antigos, assinala João Goulão, presidente do SICAD, traduz o que os técnicos iam comunicando e reflete o agravar das condições económicas destes grupos por natureza vulneráveis ao desemprego e outras adversidades. Outros relatos dão conta de utentes que interrompem tratamento por dificuldade em deslocarem-se.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=3303855

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Medidas de austeridade não afetaram programas contra a droga em Portugal

 O presidente da agência europeia de informação  sobre droga (OEDT) garantiu hoje que as medidas de austeridade em Portugal não  afetacaram os programas de intervenção, mas alertou para o crescimento de  uma "adictofobia" entre a população.

"Houve uma discreta redução em Portugal, mas não houve cortes significativos.  Ainda temos os mínimos olímpicos", afirmou hoje João Goulão, em Lisboa,  durante a apresentação, em Lisboa, do relatório anual da agência europeia  de monitorização do fenómeno da droga (EMCDDA - Observatório Europeu da  Droga e da Toxicodependência, OEDT, na antiga sigla em português), que marca  as última tendências e evoluções do fenómeno da droga na União Europeia,  Noruega, Croácia e Turquia.  
"No essencial, temos condições para dar continuidade às intervenções  que vinhamos fazendo", acrescentou. 
No entanto, João Goulão alertou para um outro risco, que se tem registado  nos últimos anos.   
"Pessoalmente preocupa-me o risco de, num contexto em que o individualismo  vai crescendo, os recursos para tratamento sejam encarados como desperdício [de investimento] pela população em geral", explicou, sublinhado tratar-se  uma "espécie de adictofobia". 
O relatório anual do EMCDDA refere que o tratamento de toxicodependentes  na Europa atingiu níveis recorde, mas é preciso investir em novas intervenções  e na reinserção social e alerta para a necessidade de investir mais em políticas  de saúde dirigidas aos toxicodependentes, sobretudo para tratar a hepatite  C e prevenir as 'overdoses'. 
 O documento dá ainda conta de que o consumo de droga é uma das principais  causas de morte entre os jovens na Europa, com a taxa de mortalidade -  provocada diretamente pelo consumo de droga, através de overdoses, ou  indiretamente, por doenças várias, sobretudo infectocontagiosas, e acidentes,  violência e suicídio - a rondar os 1 a 2 por cento (%) por ano 
Um outro relatório do EMCDDA, em conjunto com a Europol, também hoje  divulgado na cerimónia, revela que a quantidade, o tipo e a disponibilidade  de novas drogas sintéticas na Europa aumentaram em 2012, proliferando sobretudo  através da Internet e acarretando fortes desafios para a saúde pública,  aplicação de legislação e tomada de decisões políticas. 
 
Lusa  

Consumo de drogas estabiliza mas drogas sintéticas aumentam

O consumo de drogas na Europa estabilizou, e nalguns casos até se reduziu nos últimos anos. O uso de cannabis, cocaína e heroína diminuiu, mas, em contrapartida, o recurso a novas drogas sintéticas aumentou. A internet é apontada como a responsável por uma reconfiguração dos mercados europeus da droga.

A tendência também se verifica em Portugal, de acordo com o Relatório Europeu sobre Drogas 2013 da EMCDDA, a agência europeia de informação sobre drogas e dependência de drogas (Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, na anterior designação em português). Os dados são relativos a 2011.
 
Em entevista à Antena 1 a especialista do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência Maria Moreira alerta para as consequências negativas que a crise poderá vir a ter, quer no consumo de estupefacientes, quer na oferta de tratamento por parte dos países atingidos.
 

terça-feira, 28 de maio de 2013

"Oferta imparável de novas drogas” na Europa



"Oferta imparável de novas drogas” na Europa: 73 só num ano
2012 foi um ano recorde na entrada de novas substâncias psicoactivas no mercado, revela relatório europeu.
Sabe-se que todos os anos estão a surgir novas substâncias no mercado de drogas, mas nunca o número tinha sido tão alto: só no último ano o sistema de alerta rápido da União Europeia detectou 73, revela o Relatório Europeu sobre Drogas de 2013, que é apresentado nesta terça-feira em Lisboa. A comissária europeia para os Assuntos Internos, Cecilia Malmström, fala de “uma oferta imparável de novas drogas”.
O problema vem-se acentuando de ano para ano. A par das drogas mais tradicionais — heroína, cocaína e cannabis —, há um mercado emergente de estimulantes que se mostra cada vez mais complexo e que é potenciado pela Internet e pelas novas tecnologias. Enquanto em 2009 tinham sido identificadas 24 novas substâncias, esse número tem vindo num crescendo — 41 em 2010 e 49 em 2011 —, até ultrapassar as 70 durante o ano passado. A encabeçar a lista estão 30 canabinóides sintéticos, que imitam os efeitos da cannabis.
As informações sobre estas substâncias chegam dos próprios Estados-membros. Em 2012, duas delas foram associadas a mais de 40 mortes na Europa: a primeira, a 4-MA (um estimulante), era vendida como anfetamina no mercado das drogas ilícitas, enquanto a segunda, a 5-IT, que está descrita como tendo efeitos ao mesmo tempo estimulantes e alucinogénios, era vendida tanto no mercado dos “euforizantes legais” como no mercado ilícito.

Uma nova era
Tudo mudou no espaço de apenas dez anos. Antes disso, a maior parte das drogas que surgiam no mercado europeu eram produzidas em laboratórios clandestinos ou provinham de medicamentos desviados. Hoje, somam-se a estas “um comércio próspero de ‘euforizantes legais’ na Internet e em lojas especializadas em zonas urbanas”. Estas substâncias são muitas vezes feitas na China e na Índia e importadas a granel para a Europa, onde são processadas e embaladas como substitutas das anfetaminas, do ecstasy, da heroína e da cocaína.
Desde 18 Abril que passou a ser proibido em Portugal “produzir, importar, exportar, publicitar, distribuir, vender, deter ou disponibilizar” as novas substâncias psicoactivas que eram comercializadas nas smartshops”. A nova lei prevê uma progressiva actualização das substâncias a proibir em períodos não superiores a 18 meses e “sempre que se verifique que é necessário”, de forma a parar o jogo do gato e do rato dos últimos anos, com os fabricantes a alterarem moléculas dos produtos proibidos para lhes mudarem o nome de forma a colocarem-nos num vazio legal. Antes da entrada em vigor da lei estavam registadas 40 smartshops em Portugal.

Heroína em queda
Já a heroína tende a estar menos disponível — a quantidade apreendida (6,1 toneladas) no ano passado foi a mais baixa da última década — e a ser menos consumida, uma tendência que se tem vindo a sentir nos últimos anos mas que, reforça o relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, não deve fazer abrandar as preocupações com o tratamento, para que as melhorias de saúde pública que foram conquistas dos últimos anos não regridam. Como chamada de atenção alude-se aos casos da Grécia e Roménia, que tiveram surtos recentes de VIH associados ao consumo de heroína injectada, interrompendo “a tendência positiva”.
João Goulão, o português que preside ao conselho de administração do observatório europeu, nota: “Já estamos a receber relatórios de vários países europeus sobre cortes efectuados em serviços relacionados com as drogas. É necessário reforçar a mensagem de que o tratamento da toxicodependência continua a ser a opção mais eficaz em termos de custos, mesmo em tempos económicos difíceis.” O relatório insiste no esforço de não deixar de acompanhar estes consumidores mais problemáticos.

Jornal público
Catarina Gomes 28/05/2013
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/oferta-imparavel-de-novas-drogas-na-europa-73-so-num-ano-1595710

Para aceder ao Relatório Anual 2013 do Observatório Europeu de Droga e da Toxicodependência devem ir a seguinte endereço: http://www.emcdda.europa.eu/edr2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Bebidas brancas proibidas a menores de 18 anos a partir desta quarta-feira

A proibição de venda, disponibilização ou consumo de bebidas espirituosas, a menores de 18 anos, e de cerveja e de vinho, a menores de 16, entra, esta quarta-feira, em vigor, com a nova legislação sobre o álcool. 

 
foto Global Imagens/Arquivo
Bebidas brancas proibidas a menores de 18 anos a partir desta quarta-feira
 












 

O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, destacou, em declarações à agência Lusa, que o novo diploma veio trazer mecanismos mais eficazes de fiscalização às autoridades, lembrando que passam a poder mandar encerrar os estabelecimentos, para efeitos de recolha de prova.
"É ainda muito relevante que esta lei tenha agora incluído um conjunto de disposições que permitem alertar os encarregados de educação e o envio para as autoridades de saúde, quando forem encontradas situações de risco", afirmou Fernando Leal da Costa.
A partir desta quarta-feira, os menores ficam proibidos de consumir bebidas alcoólicas em locais públicos ou abertos ao público, podendo, nestes casos, ser exigida pelas autoridades a apresentação de documento de identificação que comprove a idade.
Nos casos em que sejam detetados menores a consumir e em situação de "intoxicação alcoólica", as autoridades fiscalizadoras têm de notificar os representantes legais e os núcleos de apoio a crianças e jovens em risco dos centros de saúde ou hospitais, quando não for possível contactar os pais. 

Com a nova legislação, passa ainda a ser proibida a disponibilização ou venda de álcool em máquinas automáticas e nos postos de abastecimento de combustível em autoestradas ou fora de localidades.
Nas restantes bombas de gasolina, a proibição da venda de álcool vigora entre as 00.00 horas e as 8.00 horas.
"Esta lei vai retirar uma fonte de consumo e aquisição não controlada e contribui para a diminuição de áreas de risco, como se estavam a constituir os postos de abastecimento de combustível durante a noite, onde as lojas de conveniência eram transformadas em bares", afirmou o secretário de Estado da Saúde.
Leal da Costa lembra que a legislação referente à venda e consumo de álcool não era alterada há 11 anos, considerando que alguns dos críticos do novo diploma tiveram a oportunidade de alterar a lei e não o fizeram.
O governante justifica a diferenciação entre os 16 e os 18 anos, consoante o tipo de bebida a consumir, com os padrões de consumo detetados nos jovens portugueses: "Tendo analisado os padrões de consumo específicos de jovens entre os 16 e os 18 anos, entendemos que era mais sensato e razoável proibir o consumo de bebidas espirituosas, componentes essenciais dos 'shots', entre os 16 e os 18 anos". 

O Fórum Nacional Álcool e Saúde, presidido por João Goulão, foi uma das entidades que contestou a decisão do Governo de permitir o consumo de algumas bebidas alcoólicas a jovens a partir dos 16 anos, classificando-a como uma medida sem bom senso.
"Fomos surpreendidos com esta diferenciação, que nem a evidência científica nem o bom senso conseguem justificar", refere um documento publicado pelo Fórum, no mês passado, depois de a legislação ter sido aprovada em Conselho de Ministros.
Os elementos do Fórum defendiam que o diploma devia proibir o consumo e venda de qualquer bebida alcoólica a menores de 18 anos, independentemente do tipo de bebida. 

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3195069&page=-1 

terça-feira, 30 de abril de 2013

Alerta contra nova droga das violações

A Ketamina é a nova droga predadora usada para violações. Mas também é consumida por jovens, que a obtêm a partir de um poderoso anestésico veterinário vendido em farmácias. A GNR está em alerta.
foto Paulo Spranger / Global Imagens
Alerta contra nova droga das violações
Nova droga é misturada em bebidas















"É uma realidade que está a grassar nas nossas cidades, em contextos recreativos", como festivais de música, discotecas, raves ou simples festas, denuncia Fernando Mendes, presidente do IREFREA Portugal - Instituto Europeu para o Estudo dos Fatores de Risco, uma organização não-governamental (ONG) que investiga 'in loco' fenómenos de dependência e atua ao nível da prevenção.

O psicólogo de Coimbra não tem dúvidas: a Ketamina, ou "K", como também é conhecida (há outras alcunhas, como "Special K"), "é particularmente usada como droga predadora, para ataques sexuais. Ultimamente, temos tido casos de violações de raparigas e rapazes", afirma. O fenómeno "tem-se acentuado", sublinha Mendes, e não há divulgação do mesmo ou campanhas de alerta a nível nacional.


http://www.jn.pt/PaginaInicial/Seguranca/Interior.aspx?content_id=3192522

quarta-feira, 24 de abril de 2013

CURSO E CONFERÊNCIA "INTERVENÇÃO EM CONTEXTOS RECREATIVOS"



CURSO E CONFERÊNCIA
"INTERVENÇÃO EM CONTEXTOS RECREATIVOS"

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e o projeto PEER (Peer-Education Engagement and Evaluation Research) organizam, em colaboração com a Associação Existências, no dia 3 de maio de 2013, a V Escola de Verão em Educação por Pares, com uma conferência sobre intervenção em contextos recreativos.

Esta conferência pretende reunir especialistas em intervenção em contextos recreativos e partilhar o conhecimento e a experiência nacional e internacional na área, com o propósito de fortalecer a sua qualidade, credibilidade e impacto nas políticas e nas práticas preventivas.

Não deixe de consultar o programa da V Escola de Verão em Educação por Pares, no sítio do evento, em www.esenfc.pt/event/peer2013, local onde deve realizar a inscrição caso queira participar.

Efeitos associados ao consumo de cocaína

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Lei que proíbe o negócio das smartshops entra amanhã em vigor no país


Lei que proíbe o negócio das smartshops entra amanhã em vigor no país. Multas para quem for apanhado com drogas vão até 45 mil euros. 

A partir de amanhã será proibido em Portugal “produzir, importar, exportar, publicitar, distribuir, vender, deter ou disponibilizar” novas substâncias psicoactivas. A lei que condena o negócio das smartshops foi publicada nesta quarta-feira em Diário da República e inclui uma portaria com a lista das 159 substâncias consideradas uma ameaça para a saúde pública. Porém, no artigo 17.º do diploma concede-se uma última oportunidade para quem ainda tiver este tipo de produtos na sua posse e os entregar voluntariamente “em qualquer posto da Guarda Nacional Republicana ou esquadra da Polícia de Segurança Pública”. “A entrega das novas substâncias psicoactivas [...] exclui a responsabilidade contra-ordenacional do seu possuidor relativamente aos produtos entregues, desde que efectuada no prazo máximo de 15 dias a contar da data de entrada em vigor do presente decreto-lei”, refere o diploma, que adianta ainda que a estes “voluntários” será entregue um “termo de entrega, descrevendo as substâncias e as respectivas quantidades”. São, portanto, 15 dias de “amnistia”. De resto, para quem não estiver disposto a entregar os produtos desta forma, a lei será aplicada e as coimas podem ir até aos 44.890 euros. Ou mais, se “o agente tiver retirado da infracção um benefício económico calculável superior ao limite máximo da coima”. 

À venda nas smartshops ou headshops (existem cerca de 40 registadas em Portugal) estão — ou estavam — as mais variadas substâncias sob a forma de pílulas, ervas, incensos, suplementos ou até fertilizantes. Algumas contêm no rótulo o aviso de não serem para consumo humano, mas na loja o cliente pode obter explicações sobre como se toma e com que efeito. Dois terços destas substâncias imitam velhas drogas: as catinonas sintéticas procuram um estímulo semelhante ao da cocaína e os canabinóides sintéticos buscam os efeitos alucinogénios da marijuana ou da resina de cannabis. Mas há também químicos considerados “mais obscuros”. Entre os mais populares estão os incensos CM21, Terminator, ASAP (“as strong as possible”), Blaze ou Freemind (versão mild ou ultra-strong), ou fertilizantes como o Flower Power. Sem estes produtos, o negócio das smartshops fica condenado e reduzido à venda de artigos como isqueiros, t-shirts, cachimbos, lubrificantes, mortalhas ou até chupa-chupas com inofensivo sabor a cannabis. “Ameaça para a saúde pública” As novas substâncias contempladas no diploma são aquelas que, “em estado puro ou numa preparação, podem constituir uma ameaça para a saúde pública comparável às substâncias já enumeradas em legislação”. São, diz ainda a lei, substâncias “com perigo para a vida ou para a saúde e integridade física, devido aos efeitos no sistema nervoso central, podendo induzir alterações significativas a nível da função motora, bem como das funções mentais, designadamente do raciocínio, juízo crítico e comportamento, muitas vezes com estados de delírio, alucinações ou extrema euforia, podendo causar dependência e, em certos casos, produzir danos duradouros ou mesmo permanentes sobre a saúde dos consumidores”. A nova lei prevê uma progressiva actualização das substâncias a proibir em períodos não superiores a 18 meses e “sempre que se verifique que é necessário”. O mais recente relatório do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência deixava o alerta para este “negócio” em clara expansão, notando que aparece uma nova droga a cada semana à venda nas smartshops. Só em 2012 terão sido registadas na Europa cerca de 70 novas substâncias psicoactivas. 

Jornal Público Andrea Cunha Freitas 17/04/2013 - 12:07

terça-feira, 16 de abril de 2013

A partir de 1 de Maio vai ser proibido vender shots a menores de 18 anos




Nova lei do álcool entra em vigor no próximo mês.
Multas para quem vender bebidas alcoólicas à margem da lei podem ir até aos 30 mil euros.

O decreto-lei que proíbe a venda e consumo de bebidas espirituosas ou equiparadas a quem não tenha completado 18 anos de idade, publicado nesta terça-feira em Diário da República, entra em vigor já no próximo dia 1 de Maio. Para quem beber fora da lei, as novas regras determinam apenas a notificação dos encarregados de educação e das autoridades locais de saúde. Porém, para os responsáveis pela venda ou disponibilização do álcool em situação ilegal, as multas podem ir até aos 30 mil euros (se o infractor for uma pessoa colectiva). A não afixação de avisos nos locais públicos também implica o pagamento de multas que podem ir até aos 5500 euros. Quando o Governo anunciou a intenção de apresentar uma nova versão da nova lei do álcool, foram muitos os especialistas que esperavam que essa oportunidade fosse aproveitada para proibir todo o consumo de álcool (independentemente do tipo de bebidas) a menores de 18 anos. Lei aquém do esperado O próprio secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, chegou a admitir essa hipótese e a proposta original elaborada pelo SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências, que veio substituir o Instituto da Droga e da Toxicodependência) também não previa uma diferenciação da idade legal para consumo de bebidas alcoólicas. Porém, a proposta do Governo não foi tão longe quanto o esperado e acabou por não travar o consumo de cerveja aos 16 anos, fazendo uma separação entre o vinho e cerveja e as bebidas espirituosas. Numa decisão que foi interpretada por vários especialistas como uma cedência a pressões do sector, o Governo acabou também por reservar a interdição a menores de 18 anos apenas às bebidas espirituosas (com teor alcoólico mais elevado). E não ousou também tocar no preço do álcool. Porém, de acordo com as novas regras, fica proibida a venda de álcool em alguns estabelecimentos (como as bombas de gasolina ou as lojas de conveniência), entre a meia-noite e as oito da manhã. Leal da Costa defende que a nova lei assume “de uma forma muito clara que o álcool é um problema de saúde pública” e adianta que os novos limites não visam “penalizar os consumidores”, mas antes “dissuadir os estabelecimentos e os prevaricadores de insistirem na venda de bebidas alcoólicas a menores de idade”. Por isso, serão só estes que terão de pagar o preço de uma infracção com coimas que vão dos 500 a 3740 euros (no caso de se tratar de pessoas singular) e de 2500 a 30 mil euros (se o infractor for uma pessoa colectiva). De resto, no âmbito de acções de fiscalização (que deverão aumentar), as autoridades podem, por exemplo, decretar o encerramento imediato do estabelecimento durante um máximo de 12 horas em caso de flagrante delito. Pais vão ser notificados Para os menores que consumam álcool sem possuir a exigida idade legal, a consequência desta violação será “a notificação da ocorrência ao respectivo representante legal, nos casos em que os menores evidenciem intoxicação alcoólica”. A infracção terá também de ser comunicada “ao núcleo de apoio a crianças e jovens em risco localizado no centro de saúde ou no hospital da área de residência do menor ou, em alternativa, às equipas de resposta aos problemas ligados ao álcool integradas nos cuidados de saúde primários da área de residência do menor, nos casos de reincidência da situação de intoxicação alcoólica, ou de impossibilidade de notificação do representante legal”. Com as alterações agora aprovadas, Portugal passa a ser o quinto país europeu a adoptar um sistema misto, em que a idade mínima legal para comprar ou consumir álcool varia em função da bebida. A grande maioria (18) dos 27 países da UE proíbe a venda de todos os tipos de álcool a menores de 18 anos, três fazem-no a menores de 16 e apenas um usa os 17 anos como idade mínima legal para beber.
 

 
Jornal Público Andrea Cunha Freitas 16/04/2013 - 13:25

terça-feira, 19 de março de 2013

40% das sinalizações às comissões de menores são de famílias com problemas de álcool

Dados da Sociedade Portuguesa de Alcoologia indicam que 16% dos abusos infantis e negligência também resultam do abuso de bebidas com álcool. Mais de 40% das situações sinalizadas às comissões de protecção de menores pertencem a famílias com problemas de alcoolismo, que estão também na origem de 16% dos casos de abuso infantil e negligência, segundo a Sociedade Portuguesa de Alcoologia. Os dados da Sociedade Portuguesa de Alcoologia (SPA) divulgados à agência Lusa a propósito do Dia Nacional dos Alcoólicos Anónimos, assinalado na terça-feira, referem que 40% dos homicídios estão relacionados directamente com problemas de álcool. Estimam ainda que 25 a 30% dos acidentes rodoviários estejam directamente ligados ao consumo de bebidas alcoólicas, assim como 25% da sinistralidade laboral. “O consumo excessivo de álcool tem consequências gravíssimas”, disse o presidente da SPA, adiantando que os problemas de alcoolismo estão ligados a 60 doenças diferentes, o que gera uma mortalidade entre 25% a 30% do número total de mortes por ano. Em Portugal, morrem cerca de 7000 pessoas por ano devido a problemas ligados ao álcool, sendo assim considerado o terceiro de 26 factores de risco de doença, depois do consumo de tabaco e da hipertensão arterial, elucidou Rui Augusto Moreira. Os estudos realizados estimam que a prevalência de dependentes de álcool em Portugal ultrapasse os 6%, “o que coloca desafios muito sérios para o tratamento, recuperação e reabilitação dos doentes alcoólicos”, refere a SPA. Jovens e mulheres nos grupos de risco Alerta ainda que os jovens e as mulheres têm-se revelado como grupos de risco para o consumo de álcool, verificando-se “consumos cada vez mais preocupantes”. “As consequências são emergentes com perturbações no desempenho escolar, na sinistralidade rodoviária, nas doenças sexualmente transmissíveis, nas gravidezes indesejadas e nos riscos do desenvolvimento das crianças, particularmente no que respeita ao baixo peso, negligência e abuso”, acrescenta. Muitos dos prejuízos causados pelo álcool são suportados por terceiros, como atropelamentos por pessoas embriagadas, pessoas que morrem em acidentes em que o condutor estava alcoolizado, custos psicológicos suportados por familiares e instituições. Segundo Rui Moreira, calcula-se que a despesa do Estado com estes problemas represente 3% do Produto Interno Bruto. A SPA defende que perante um número tão elevado de dependentes de álcool, é urgente “facilitar o acesso a cuidados de saúde”. Rui Moreira considerou que o “sistema de saúde tem capacidade para dar resposta”, mas o “problema essencial” é a organização das estruturas estar “desajustada a este tipo de problemas”. “Neste momento, por défices de organização, eu penso que uma pessoa com problemas de álcool vê-se um bocadinho aflita para obter resposta junto do centro de saúde e de algumas estruturas que restam da reorganização dos serviços de saúde”, sublinhou. “Antigamente havia os centros de alcoologia, depois as unidades de alcoologia e agora o que é feito destas estruturas, que respostas dão? O feedback que tenho de alguns centros de saúde é que a resposta é deficitária”, acrescentou. Para o responsável, é fundamental “organizar os serviços de modo a dar respostas reais e efectivas às pessoas que precisam e desenvolver trabalho de prevenção no sentido de evitar que as coisas aconteçam”.