sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cocaína já é produzida em "laboratórios"na UE

A Península Ibérica é utilizada como ponto de entrada principal na Europa da cocaína produzida na América do Sul. Portugal é tocado pelas três rotas atlânticas identificadas pelas polícias. Na UE, a cocaína é a droga dura mais usada e já tem por cá "laboratórios".

Um estudo conjunto do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e da Europol, ontem divulgado, refere a Península Ibérica como ponto principal de entrada da cocaína na Europa e indica Portugal como país receptor de tráfico através de três rotas. Estas têm origem na América do Sul, a grande produtora mundial desta droga, e servem em comum outros pontos importantes de destino na Europa, como o Reino Unido e a Holanda.

A entidade europeia ligada ao estudo e prevenção da toxicodependência e a polícia europeia referem três rotas: a do Norte, oriunda da zona das Caraíbas, e que passa pelos Açores e daí para Portugal e Espanha.

Esta via setentrional faz passar 40% da cocaína que chega à Europa. O relatório, que enquadra realidades do tráfico, produção e consumo até 2008, indica que a rota do Norte usa cargueiros e embarcações de recreio. Já a rota central passa da América do Sul por Cabo Verde, Madeira ou Canárias, recorrendo muitas vezes a embarcações de pesca para efectuar o desembarque, precisa o relatório. Mais recentemente identificada, há a rota africana, que também tem origem na América do Sul e passa por países da África ocidental.

Segundo o relatório, o tráfico de cocaína para a Europa continua a servir-se dos transportes aéreos, recorrendo a "correios" (ou "mulas"), utilizando em muitos casos laços históricos entre países e o uso da mesma língua (castelhano ou português).

A análise feita pelas entidades de prevenção do consumo e de controlo policial identificam uma realidade distinta em alguns países: em Espanha, na Holanda e no Reino Unido o consumo de cocaína é "um problema instalado" desde há anos, enquanto em França, na Itália e em Portugal se registou "um aumento de consumo e de apreensões nos últimos anos".

Nas referências feitas a Portugal, o relatório lembra que o pico das apreensões desta droga dura foi atingido em 2006 (com 34 toneladas, o que correspondeu a 28% do total apreendido na Europa). Já em 2007, as apreensões feitas pelas polícias portuguesas cifraram-se em 7,3 toneladas (cerca de um décimo do total europeu).

As duas entidades subscritoras do relatório consideram que as quantidades apreendidas e as variações registadas ao longo dos anos devem ser interpretadas com cautela.

Tanto pode ter havido variação no tráfico, como variação na procura ou no próprio tráfico, alerta o documento "Cocaína: uma Perspectiva da União Europeia no Contexto Global". No entanto, os dados disponíveis poderão autorizar a interpretação de que o preço da droga baixou e que o consumo se manteve elevado. Segundo números das Nações Unidas, as apreensões na Europa diminuíram em 2007 (foram 77 toneladas face às 120 de 2006).

Os dados disponibilizados pelo relatório indicam que 13 milhões de europeus entre os 15 e os 64 anos já consumiram cocaína e que três milhões de jovens o fizeram no último ano. As autoridades policiais têm vindo a detectar nos últimos anos outro tráfico, o de uma substância lícita, o permanganato de potássio. Trata-se de um percursor químico usado na purificação da pasta de cocaína.

No ano de 2007, foram apreendidas 153 toneladas deste produto, na sua maioria em portos da América do Sul. Ele é importado legalmente, mas depois desviado para os "laboratórios" de fabrico da cocaína. A Colômbia é o principal destino, mas já foram tentados desembarques na Costa do Marfim, Nigéria e Marrocos. As apreensões de permanganato aumentaram 50% de 2006 para 2007.

Relativamente aos consumidores, o relatório afirma que aumentaram os pedidos de tratamento desta droga sinalizada como de uso elevado em festas e discotecas. A taxa de mortalidade nos consumidores é elevada, sobretudo se associada a heroína.

Eduarda Ferreira

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1556988

sábado, 24 de abril de 2010

VIOLENCIA NA NOITE DE COIMBRA

Gerente do bar Vox agredido por cliente com uma soqueira

Indivíduo, que acabou por fugir, resistiu a sair do estabelecimento e atacou responsável com um copo e com uma soqueira. INEM e PSP estiveram no local

O gerente do bar Vox, localizado na Avenida Sá da Bandeira, foi agredido por um cliente, no interior e à porta do estabelecimento, com um copo e alegadamente com uma soqueira que este traria no bolso, obrigando Alexandre Machado a ser transportado pelo INEM aos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) para ser assistido, entre outros ferimentos, a vários cortes no rosto, nomeadamente no lábio superior e numa orelha.
O episódio, que terá ocorrido passavam alguns minutos das três da manhã de domingo, teve início com outra agressão, protagonizada pelo mesmo indivíduo, a outro cliente do bar. «Estava no interior do bar quando vi que um cliente tinha sido agredido por outro com um copo. Dirigi-me a ele e pedi para me acompanhar à rua, mas ele resistiu sempre», conta ao Diário de Coimbra o responsável.
Alexandre Machado terá pegado no indivíduo «pelo braço» para o encaminhar para fora do bar, quando este se socorreu de um segundo copo que teria na mão para o agredir, deixando o gerente do bar com um corte «no lado esquerdo da face e na testa e ainda com uma orelha cortada».
Mesmo assim, apesar dos ferimentos e de o indivíduo continuar a oferecer resistência, o responsável do bar ainda conseguiu levá-lo até ao exterior do edifício, «com a ajuda de um segurança», onde Alexandre Machado voltou a ser agredido, desta vez com uma soqueira que o agressor traria no bolso.
«Há imagens e testemunhas das agressões», garante a vítima, que ontem foi sujeita a apreciação médica no Instituto de Medicina Legal e se dirigiu ao DIAP, juntamente com um advogado, para formalizar, à tarde, a queixa contra o agressor e onde revela que, em consequência das agressões, teve de levar 36 pontos.

Agressor em fuga
Aliás, a polícia esteve no local logo após a agressão mas, como conta Alexandre Machado, o agressor, que alegadamente é estudante do Instituto Superior Miguel Torga, que já havia frequentado anteriormente o bar Vox e que, segundo o agredido, terá já protagonizado outros episódios idênticos noutros bares da cidade, pôs-se em fuga.
«Uma pessoa que vem para a noite com uma soqueira no bolso não vem de boa fé», desabafa o gerente do bar, garantindo que, apesar de estar acompanhado por um grupo naquela noite, o indivíduo «agiu sempre sozinho e as pessoas que estavam com ele nunca se meteram em nada».
Quanto ao cliente que havia sido agredido no interior do bar, Alexandre Machado confirma que também ele ficou ferido com alguma gravidade na cabeça.
Aberto ao público desde Novembro do ano passado, esta é a primeira vez que no bar Vox ocorrem episódios deste género, confirmou o gerente que, apesar de já ter trabalhado em outros locais de diversão nocturna, nunca tinha passado por nenhuma situação do género.
O episódio da madrugada de domingo foi confirmado ao Diário de Coimbra, tanto pela PSP, como pelo INEM. Fonte da PSP esclareceu que, ontem de manhã, ainda não havia qualquer queixa, mas que a polícia se deslocou às instalações do bar Vox para tomar conta de uma ocorrência respeitante a uma agressão.
Também da parte do INEM, ficou confirmada a deslocação à Avenida Sá da Bandeira de uma ambulância para prestar os primeiros socorros «a um indivíduo de 31 anos, vítima de agressão, que foi ferido com um vidro no lábio superior e na orelha», tendo, depois, sido transportado para os HUC. Nem a PSP, nem o INEM confirmaram ao Diário de Coimbra as agressões de soqueira, referidas por Alexandre Machado.

Escrito por Ana Margalho

Diário de Coimbra, 21 de Abril de 2010

http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7087&Itemid=135

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Promoção do consumo de álcool


Este é apenas um os exemplos das estratégias utilizadas pelos bares para promover o consumo de bebidas com álcool, na cidade de Coimbra. Estas podem incluir desde a redução do preço das bebidas ou a existência de "bebidas do dia" mais baratas, a existência de "packs" de bebidas a preços reduzidos, a criação de "happy hours" durante as quais as bebidas são mais baratas ou de "litradas" de determinadas bebidas.



Opções de mensagens

sexta-feira, 19 de março de 2010

Mefedrona


Chama-se mefedrona mas é mais conhecida por "miau-miau". É uma substância legal em vários países europeus, Portugal incluído, que se encontra à venda na Internet como fertilizante para plantas mas que cada vez mais pessoas utilizam como droga legal e alternativa ao ecstasy, às anfetaminas e à cocaína. Depois de no Reino Unido três pessoas terem morrido por causa do consumo excessivo da substância, o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) diz que está atento à situação e que, até ao momento, ainda não há registo da droga em Portugal.

"É sempre difícil monitorizar todas as substâncias que vão surgindo. Ainda para mais tratando-se de uma substância, como a mefedrona, que é legal. Mas até ao momento não há qualquer registo em Portugal desta droga, nem tão-pouco de qualquer situação registada nos serviços de saúde relacionada com consumo com sobredosagem", diz Paula Andrade, responsável pela área de redução de risco do IDT.

Esta substância já é considerada ilegal em cinco países (Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha e Israel) e, depois das três mortes registadas (dois adolescentes e um adulto), o assunto está também a ser debatido no Reino Unido. Também o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência está actualmente a realizar um relatório sobre a mefedrona para aconselhar a Comissão Europeia e os Estados-membros da União Europeia quanto à posição a adoptar em relação à substância.

Os efeitos provocados pela droga e relatados pelos consumidores são semelhantes aos do ecstasy e da cocaína. Contudo, não há ainda certezas sobre que consequências produzirá um consumo persistente e regular. "Esse é o perigo destas substâncias. São sempre uma roleta russa. Não foram feitas para o consumo humano, nunca foram testadas e por isso não sabemos quais os riscos de uma utilização prolongada", afirma Paula Andrade.


De acordo com a responsável do IDT, praticamente todos os dias, em todo o mundo, "vão surgindo novas substâncias utilizadas pelos consumidores, o que obriga as estratégias de combate ao consumo de drogas a "centrar-se nas pessoas e não nas substâncias". "Devemos tentar perceber, por exemplo, o que leva dois adolescentes a consumirem um produto como a mefedrona para se divertirem e saírem à noite, como aconteceu no Reino Unido."

Jornal Público 19 de Março 2010

André Jegundo

http://jornal.publico.pt/noticia/19-03-2010/autoridades-nacionais-atentas-a-nova-droga-miau-miau-19022903.htm

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Juyicy Event, com convidado especial - 11 de Fevereiro

Esta quinta-feira o Juicy Event contará com a presença de um convidado especial, o DJ Jon Kennedy.
Convidamos todos os amigos da Existências a aparecerem no Quebra, a partir das 23 horas, e a experimentarem os sumos naturais...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Projecto Antes Que Te Queimes aposta nas raparigas porque elas bebem mais

A iniciativa "Antes que te Queimes", que visa reduzir o consumo de álcool durante as festas académicas de Coimbra, vai apostar este ano no aconselhamento das raparigas, por se ter constatado que bebem "quase tanto" como os rapazes.

"Vamos apostar este ano nas mulheres, porque detectámos que as raparigas em Coimbra bebem quase tanto como os rapazes", revelou hoje à agência Lusa a coordenadora da iniciativa, Irma Brito, acrescentando que um estudo comparativo permitiu concluir que, em Coimbra, as raparigas beberam mais do que as estudantes de Aveiro e Leiria.

As razões pelas quais as mulheres são menos tolerantes às bebidas alcoólicas - entre outros fatores a menor quantidade de água no organismo, o peso corporal e uma menor capacidade do fígado de degradar o álcool - vão ser os motes da intervenção.

"O enfoque vai ser no alcoolismo no feminino. Vamos tentar uma maior consciencialização das raparigas", adiantou a professora, doutorada em ciências de enfermagem, no ramo de saúde comunitária.

No âmbito do projeto, desenvolvido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), decorrem até 24 de Fevereiro ações de informação dirigidos aos estudantes da cidade, uma das quais acontece já na quarta-feira. O trabalho assenta na metodologia de educação pelos pares, em que jovens sensibilizam outros jovens.

Em cada edição da Queima das Fitas de Coimbra são feitos cerca de mil aconselhamentos e, de acordo com Irma Brito, uma das leituras que se pode tirar do trabalho desenvolvido desde 2006 é que "há uma correlação positiva entre o consumo e a autoestima nos rapazes e uma correlação negativa nas raparigas".

"Raparigas com baixa autoestima bebem mais, tornam-se mais vulneráveis e disponíveis para sexo desprotegido, rapazes com elevada autoestima bebem mais", adiantou.

Segundo Irma Brito, "o principal ganho destas estratégias é que os jovens que aconselham são os que mais lucram: todos os anos, cem novos alunos, voluntários, deixam de beber e passam a ser consumidores responsáveis". "Este ano, temos 195 inscritos", referiu.

Por outro lado, cerca de 23 por cento dos jovens que responderam a questionários disseram que após o aconselhamento deixaram de conduzir sob o efeito do álcool.

Reduzir o consumo abusivo de bebidas alcoólicas durante as festas académicas, minimizando os danos associados, é o principal objetivo do projeto "Antes que te Queimes", que compreende ainda ações sobre sexualidade responsável, primeiros socorros e substâncias psicoativas.

Após a formação específica, os educadores de pares fazem aconselhamento personalizado a partir da avaliação da alcoolemia e do risco de danos associados (sexo desprotegido e sinistralidade rodoviária), distribuem preservativos femininos e masculinos e prestam primeiros socorros aos jovens que se encontrem embriagados.

Além da ESEnfC e da respetiva Associação de Estudantes, são parceiros do projeto o Governo Civil, Administração Regional de Saúde do Centro, Institutos da Droga e da Toxicodependência e da Juventude, Associação Existências, Associação Académica de Coimbra e Núcleo de Pereira da Cruz Vermelha Portuguesa.

http://www.destak.pt/artigo/52679

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Antes Que Te Queimes pretende reduzir consumo de álcool na Queima de Coimbra Festa de 2009

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, em conjunto com diversos parceiros, já está a preparar o projecto Antes Que Te Queimes que decorre durante a Queima das Fitas. O objectivo é reduzir o consumo de bebidas alcoólicas durante a maior festa da academia da cidade e, para tal, já estão a decorrer acções de informação, dirigidas aos estudantes, e de formação, dedicadas aos técnicos de saúde.

Estas iniciativas, que começaram ontem e terminam a 24 de Fevereiro, são apenas o primeiro passo do projecto. A seguir, estudantes voluntários vão receber formação para prestarem auxílio e aconselhamento a jovens durante a Queima. A ideia é abordarem os estudantes que passarem pelo Largo da Portagem, a caminho do recinto da festa, para perceberem o tipo de apoio de que os colegas poderão precisar.

Uma das novidades deste ano é a criação de equipas constituídas por dois estudantes e um profissional de saúde que vão circular pela Alta e Baixa de Coimbra, durante a Queima, para evitar que jovens alcoolizados sejam abandonados ou vítimas de violência. Há várias outras acções previstas como, por exemplo, a distribuição de preservativos.

Na opinião da coordenadora do projecto e docente de enfermagem, Irma Brito, que já orientou várias teses de mestrado e doutoramento sobre o tema, há motivos para preocupação em Coimbra. "Nas investigações que fizemos, detectámos que as raparigas bebem quase tanto como os rapazes na Queima e que isso é típico de Coimbra. Fizemos estudos comparativos com outras cidades, como Leiria e Aveiro, e aí bebem menos", adianta. Noutro estudo, as investigadoras detectaram uma associação entre a auto-estima e o consumo de álcool: os rapazes com auto-estima elevada bebem mais; já as raparigas que mais bebem são aquelas que têm menos auto-estima. Por isso, vai ser também lançada, este ano, uma campanha de sensibilização dirigida às estudantes: "Achamos que devemos consciencializar as raparigas que são diferentes dos rapazes e não podem beber tanto, porque que se expõem a maiores riscos."

Irma Brito considera que há comportamentos "graves" associados ao consumo de álcool na Queima: "Temos dados, evidências científicas, de que há jovens que começam a consumir no início da Queima e que só terminam no último dia, para não sofrer ressaca. Isto é grave."


Jornal Público

Quinta-Feira 28/01/2010

Por Maria João Lopes

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Juicy Event em 2010



Em 2010, a Existências, no âmbito do Projecto Nov'Ellos, continua a promover em colaboração com o bar Quebra, em Coimbra, agora todas quintas-feiras, a partir das 23 horas, o Juicy Event.
Propomos que venha experimentar uma noite diferente, optando pelo consumo de sumos naturais.
Esta actividade conta sempre com a colaboração do DJ by accident.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mortes por overdose levantam suspeitas

Mortes por overdose
levantam suspeitas

Um homem com cerca de 35 anos foi encontrado ontem morto nas casas de banho públicas da Baixa, entre o Chiado e a Praça Velha, tendo sido descoberto pelo funcionário que ali estava de serviço. O alarme foi dado por volta das 17h30 e a vítima já estaria referenciada, segundo fonte policial, como toxicodependente. A morte por overdose (dose excessiva de droga) é a justificação avançada para esta situação, mas que aliada a outros casos verificados na semana passada, fazem as autoridades admitir, ainda que informalmente, que pode haver algum produto a circular nas ruas que esteja a originar estes casos.

Já na quinta-feira, quando dois homens em Coimbra e outro em Condeixa faleceram na mesma madrugada também aparentemente devido ao consumo de estupefacientes se falou num “surto” que poderia ter origem em produto adulterado que estivesse a ser distribuído. Oficialmente, nem a Medicina Legal nem a Polícia Judiciária assumiam qualquer ligação entre os casos da semana passada, não se sabendo se agora com esta morte (eventualmente a quarta) vão iniciar alguma investigação específica.

Em causa pode estar algum produto demasiado puro e que, por isso, apanhe de surpresa os consumidores ou então que esteja mal misturado podendo originar também situações deste género.

Diário de Coimbra
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=5717&Itemid=135

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Remédios não são capazes de evitar nem curar ressaca


Num país de 'bebedores excessivos', a época das festas é propícia a excessos. Há dezenas de receitas e cada vez mais produtos para combater a ressaca, mas o único eficaz é não beber, dizem médicos.

O único remédio eficaz para evitar a ressaca é não beber de todo ou beber moderadamente. O conselho, (...), é do médico Martins Baptista, que todos os anos recebe vários casos de intoxicação nas urgências do hospital Pulido Valente, em Lisboa, devido aos excessos de fim de ano. É que os outros remédios, medicamentos ou tradicionais, têm pouco efeito e muitos são apenas mitos, garante.

Por outro lado, há medicamentos à venda que podem aliviar alguns dos sintomas, como a dor de cabeça ou os vómitos, mas não conseguem evitar a ressaca ou "curá-la", afirma o médico Luís Paulino.

As dores de cabeça e de estômago, a boca seca e o cansaço são alguns sintomas de uma "doença" que pelo menos tem uma causa clara: os copos a mais bebidos na noite anterior.

A explicação científica também é simples: cerca de 90% do álcool ingerido é processado pelo fígado e transforma-se em acetaldeído, uma substância altamente tóxica. Há outros factores que podem influenciar a absorção do álcool pelo organismo: beber com o estômago vazio; o tipo e qualidade da bebida; ou a constituição física da pessoas, diz Luís Paulino.

"Somo um país de bebedores excessivos e este época e propícia a excessos", lembra João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência . A única maneira de evitar a ressaca (...) é beber de forma moderada. Mas o que é beber moderadamente? Cerca de três bebidas, "uma quantidade compatível com a condução de um carro, porque a partir dos 0,5 de álcool no sangue já há alterações de resposta e comportamento", E uma bebedeira é uma agressão capaz de causar lesões permanentes no fígado e no cérebro, explica. Lesões que não passam, ao contrário dos sintomas desagradáveis da ressaca.

Mas quando o mal já está feito, em vez de se recorrer a curas milagrosas, deve-se beber muita água, para hidratar, diz Luís Paulino. Aliás, o ideal é começar por acompanhar os copos de vinho ou de vodka com copos de água. "Tomar um analgésico para dor de cabeça e vitaminas para ajudar a metabolizar o álcool também ajudam, mas o melhor é repousar", conclui. Já a ideia de que outra bebida alcoólica ajuda a curar a ressaca não só é falsa, como é o primeiro passo para o alcoolismo, adverte.

http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dia Mundial de Luta Contra a Sida


No próximo dia 1 de Dezembro comemora-se mais um Dia Mundial de Luta Contra a Sida.
Para assinalar esta data a Existências promove uma Gala Transformista que decorrerá no dia 30 de Novembro, a partir das 23 horas, no Bar Vox Populli, em Coimbra.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cocaína: Histórias de quem vive no fim da linha

"Num gabinete amplo e com vista para a Praça do Areeiro, em Lisboa, a responsável do IDT (Paula Andrade) não evita um sorriso quando ouve o tema da reportagem. "A cocaína é, talvez, a droga mais difícil de catalogar", assegura. Uma abordagem tímida podia começar mais ou menos assim: pode ser inalada (o que se associa à vida da noite e à diversão), fumada, (com o nome de "free base", uma droga de rua usada por uma população considerada problemática) ou injectada (em conjunto com a heroína). É a segunda droga mais consumida pelos portugueses, no total e entre os jovens adultos, é mais consumida por homens do que por mulheres e o Algarve e Lisboa são as zonas com maiores prevalências de consumo. De acordo com alguns estudos, começam a surgir sinais preocupantes de consumo em festas trance - onde há poucos anos praticamente não existia."
Jornal Expresso
Ricardo Marques
artigo publicado da Revista Única de 21 de Novembro
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/548683

1 de Dezembro - Dia Mundial de Luta Contra a Sida



No próximo dia 1 de Dezembro comemora-se mais um Dia Mundial de Luta Contra a Sida. Com o intuito de lembrar a importância desta luta, a Existências promove novamente este ano algumas iniciativas. Assim serão colocados arranjos em alguns espaços da cidade de Coimbra, nos quais o Projecto Nov'Ellos intervém nomeadamente café Cartola, café Couraça e Salão Brazil.
Apelamos à participação de todos, contribuindo com frases relacionadas com este dia, que serão publicadas neste blogue e no nosso site. As melhores serão usadas na campanha do próximo ano.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Consumo de cannabis diminui entre jovens

Cocaína e a heroína continuam a dominar o mercado da droga, indica o relatório de 2009 do Observatório Europeu.

O director do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), Wolfgang Götz, destacou hoje, quinta-feira, que os níveis de consumo de drogas mais tradicionais "permanecem elevados", mas estão "relativamente estáveis".

"Globalmente, não se observa um grande aumento na maioria das formas de consumo e, em algumas áreas, a tendência parece ser decrescente", salientou o responsável em Bruxelas, na apresentação do relatório.

A cannabis continua a ser "a droga ilegal mais frequentemente consumida na Europa", com 22,5 milhões de consumidores no último ano.

Mas os dados do OEDT "confirmam a queda de popularidade desta droga", em particular entre os jovens de 15 e 16 anos, tendência já verificada no relatório de 2008.

No entanto, "até 2,5 por cento de todos os jovens europeus" poderão estar a consumir aquela substância diariamente, "o que representa uma grande população em risco e eventualmente a necessitar de assistência".


"Evolução preocupante"

No que toca às drogas mais perigosas, o consumo de heroína continua a assinalar uma "evolução preocupante", refere o relatório, uma vez que o decréscimo de consumo verificado no início da década parece ter parado e as mortes por overdose aumentaram em 2007.

O Observatório estima que haja "entre 1,2 e 1,5 milhões" de consumidores de derivados do ópio na União Europeia, com a heroína a dominar.

De acordo com a informação prestada por 19 países, em 2007 houve um aumento de seis por cento na procura de tratamento por parte de viciados em heroína.

Em 13 países europeus, o número de mortes associadas ao consumo aumentou em 2007, depois de ter registado uma queda no início da década.

A cocaína, "o estimulante mais generalizado na Europa", é mais consumida nos países ocidentais da Europa: três milhões de europeus terão consumido no último ano, estima o relatório, que indica que em 2007, a droga provocou "500 mortes".

"A cocaína e a heroína continuam a dominar firmemente o mercado da droga europeu e há poucos indícios que mostrem melhorias no tocante ao seu consumo na Europa", destacou o director do Observatório.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Latada 2009






Desde 2007 que o Nov'Ellos, no âmbito das suas actividades de prevenção do consumo de substâncias psicoactivas, se encontra presenta nas festas académicas de Coimbra pelo que a Festa das Latas 2009, que decorreu entre os dias 22 e 28 de Outubro, não foi excepção. Conforme se verificou na passada Queima das Fitas, a Existências integrou um protocolo de intervenção mais alargado que integrou o Governo Civil do Distrito de Coimbra, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a Associação de Estudantes da ESENFC, a ARS Centro, a Delegação Regional do Centro do IDT, a Direcção Regional do Centro do Instituto Português da Juventude e o Núcleo de Pereira da Cruz Vermelha Portuguesa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Proibição de fumar reduz o risco cardíaco do tabagismo passivo

A proibição de fumar nos espaços públicos é eficaz para reduzir o risco de ataque cardíaco e de doença cardiovascular ligada ao tabagismo passivo, confirma um relatório do Instituto americano de Medicina publicado quinta-feira.

Este estudo mostra que os não fumadores expostos passivamente ao fumo de cigarro, mesmo durante períodos relativamente curtos, estão mais sujeitos a ataques cardíacos.

"Não existe qualquer dúvida que a proibição de fumar funciona", destacou Lynn Goldman, professora de Ciências ambientais da saúde na faculdade de medicina Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, que presidiu à comissão de peritos que redigiu este relatório.

"As proibições de fumar reduzem os riscos de crise cardíaca em não fumadores assim como nos fumadores", sublinhou a especialista.

"Outras investigações podem explicar mais pormenorizadamente a amplitude da diferença entre os dois grupos e também como o tabagismo passivo produz os seus efeitos tóxicos", prosseguiu a professora.

Cerca de 43% das crianças, com idades até aos 18 anos, não fumadoras e 37% dos adultos que não fumam estão expostos ao tabagismo passivo nos Estados Unidos, segundo estatísticas federais.

Apesar das claras reduções da proporção de norte-americanos vítimas de tabagismo passivo durante vários anos, cerca de 126 milhões de não fumadores ainda continuavam expostos a esse problema em 2000, segundo este relatório.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1392679

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Política Pública Portuguesa de Drogas na revista científica australiana "Of Substance"



“In 2000, the Parliament decriminalized personal drug consumption, subjecting illicit drug use to administrative rather than criminal sanctions. People who are found with less than the equivalent of ten days’ supply of a drug are required to face a Drug Addiction Dissuasion Commission (DADC). The membership of each DADC is a lawyer and two health or welfare clinicians. They may suspend the hearing (meaning no sanction is made), impose a fine or place restrictions on personal activities which might encourage drug use, such as associating with certain individuals, attending specific venues or travelling. Restrictions may also be placed on working in occupations that require a license, thus affecting the safety of others.”




"Of Substance, http://www.ofsubstance.org.au, é uma revista científica australiana on-line dedicada às boas práticas e investigação em matéria de álcool, tabaco e outras drogas, e a sua consulta é considerada essencial por todas as organizações e indivíduos que trabalham com a população afectada pelo uso de substâncias aditivas. A revista publica 4 números por ano e tem uma projecção global. Os seus artigos cobrem temas regionais, nacionais e internacionais. É financeiramente apoiada pelo Commonwealth Department of Health and Ageing.
Portugal foi um dos países visados no quadro da série de artigos sobre as abordagens nacionais às drogas, devido ao interesse suscitado pelas suas políticas inovadoras. Porque se destina a um público muito vasto, o artigo contextualiza Portugal em termos económicos e sociais e faz um breve historial das políticas de droga, descrevendo as políticas recentemente implementadas e os resultados sustentados em estudos e dados estatísticos apurados mais significativos."

Fonte: IDT, I.P.


Artigo disponível em:
http://www.idt.pt/PT/Noticias/Documents/2009/10/ofsubstance_2009_7%20(2).pdf
e
http://www.ofsubstance.org.au/

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ruído nocturno


Ruído nocturno preocupa Provedoria do Ambiente

«A situação está a ultrapassar os limites». Massano Cardoso está «muito, muito preocupado» com a «frequência inusitada de queixas» que têm surgido nos últimos dias relativamente ao ruído que se tem sentido durante a noite em alguns pontos da cidade, prometendo «fazer um levantamento de todas as situações e pedir informações às autoridades, administrativas e policiais relativamente a esta temática».

Recorde-se que especialmente este fim-de-semana foram várias as reclamações feitas junto da Polícia de Segurança Pública (PSP), ontem confirmadas ao Diário de Coimbra por fonte policial, do ruído «insuportável» na madrugada de sábado na zona dos Alqueves provocado pelas obras na Variante Sul do IC-2 e ainda, na madrugada e manhã de segunda-feira, do «barulho infernal» vindo da Praça da Canção, onde se realizou o Coimbra Dance Event.

O provedor do Ambiente e Qualidade de Vida Urbana de Coimbra confessa que, apesar de existirem, não têm aumentado as reclamações junto da provedoria relativamente a casos de ruído nocturno, no entanto, as notícias e os textos de opinião publicados nestes últimos dias no Diário de Coimbra com reclamações de cidadãos de Coimbra sobre o ruído, especialmente nocturno, na cidade, chegaram para que Massano Cardoso considere «fundamental que se ponha ordem na casa» no que diz respeito às competências e às responsabilidades nesta matéria e se respeitem os direitos dos cidadãos.

«Isto já não é de agora. Há uma grande confusão sob o ponto de vista jurídico relativamente às responsabilidades no que respeita ao ruído e os cidadãos estão baralhados», confirmou, garantindo que a Provedoria irá fazer «tudo o que está ao seu alcance para que as pessoas sejam esclarecidas e, mais do que isso, para que não se viole o direito que todos têm de descansar, sem serem incomodados com o ruído de outros».
Questionado se não será exagero o epíteto de “Coimbra, Capital do Ruído”, aplicado nos últimos dias, Massano Cardoso adiantou que, «apesar de se estar a generalizar, no fundo, é uma crítica perfeitamente legítima para quem se sente lesado». «É algo muito desagradável», admitiu o provedor, deixando claro que, apesar de tudo, o ruído se sente em «sítios perfeitamente localizados».


Diário de Coimbra
por Ana Margalho
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=4189&Itemid=111

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Geração explosiva


"Queres speeds?" O rapaz tem pouco mais de 16 anos e sem esperar pela resposta desaparece no pinhal. A mesma pergunta poderia ter sido lançada noutro tempo, noutra festa. Nos anos 80, quando se 'speedava' ao som da new have ou do rock'and'roll, as letras das nossas canções preferidas entravam no corpo (com ou sem ajuda de substâncias ilícitas) e eram a matéria para a libertação do espírito e o veículo para a dança. Mas, na noite de sábado passado, numa tenda montada em pleno descampado da serra de Sintra, dançava-se trance, e ninguém canta ao som de trance.

A batida sincopada, pura e envolvente na sua frieza monocórdica, entranha-se até aos ossos. Da mesa de mistura do DJ israelita projectam-se sobre a pequena massa compacta fachos de luz esverdeada e ele dispara rajadas de ritmo sobre a pista. Parece controlar em absoluto os músculos dos corpos que vibram na tenda iluminada.

Tudo em redor é escuro. O cheiro a canabis confunde-se no cheiro a terra seca e mistura-se com a frescura do pinhal. Há um frenesim eléctrico de gente - a maioria jovens, a maioria rapazes - que se movimenta em pequenos bandos. Alguns trazem t-shirts penduradas ao ombro e o dorso nu, apesar do frio de cortar. Subitamente, três figuras fardadas avançam pelo recinto da festa. São militares que vigiam a mata. Vieram espreitar e trazem pistolas no coldre. Um deles carrega displicentemente uma G3, que, de vez em quando, segura nas mãos como se fosse disparar. Mas ninguém parece ligar, ou tão-pouco querer saber, de três militares que invadem uma free-party (festa organizada ilegalmente), algures do meio da serra de Sintra.

"Quando estou numa discoteca a passar música, sei olhar para o aspecto global do público e reconhecer que 90 por cento das pessoas estão sob o efeito de qualquer coisa. Consigo percebê-lo pela maneira como dançam e pela forma como estão totalmente receptivas e activas", explicava-nos há poucos dias Rui Miguel, DJ português, especializado em música electrónica e house progressivo. Tem 36 anos, trabalha nas pistas de dança desde os 18. Também ele é dado aos mais variados consumos de substâncias psico-activas: da cocaína ao ecstasy e seus derivados (vulgo pastilhas), até às ervas puras. "Heroína, não", ressalva. "Nunca experimentei. É uma droga muito decadente."

Em busca do prazer

A cultura de noite está inequivocamente liga da ao consumo e à procura do prazer. Tem-se movimentado velozmente ao longo das últimas décadas e as drogas que lhe estão associados antecipam e projectam as novas formas sociais de estar de gerações em fúria de viver. As raves que surgiram nos anos 90 foram uma resposta à cultura da house, libertaram os amantes da música de dança e tomaram de assalto primeiro os espaços urbanos abandonados, depois as zonas fora da cidades. No início do movimento rave havia uma intenção de rasgar e quebrar a regra que não se prolongou na cultura da free-party, onde o espírito dominante é somente viver intensamente a festa, de forma livre e breve, usufruindo a música e a ligação ao corpo numa entrega absoluta ao prazer da dança.

Neste contexto, a palavra 'droga' fundiu-se com o termo 'lúdico' e, assim, entramos alegremente na era dos consumos recreativos. Os novos dependentes descartaram-se da carga negativa inerente à palavra toxicodependência. Hoje chamam-se consumidores.

"Atenção às palavras", alertava-nos Hélder Santos, responsável pela organização Conversas de Rua, há mais de 12 anos a trabalhar na noite. "Já não se usa falar de drogas leves e de drogas duras. Agora dizemos consumos legais e ilegais e o termo genérico passou a ser substâncias psico-activas."

Nesta mudança de paradigma está implícita toda uma nova forma de olharmos para o fenómeno. Explica Hélder Santos: "Quando, há cerca de 10 anos, os toxicodependentes saíram para a rua e apareceu a figura do arrumador, esta geração, que agora tem vinte e tal anos, interiorizou uma ideia de decadência associada à droga que não confere com a cultura generalizada que se observa nas drogas associadas à noite.

A maioria das pessoas que faz o culto da noite pratica uma variedade de consumos. O drogado down já era. Agora, as pessoas consomem e vivem o seu dia-a-dia sem terem sequer consciência se há ou não neste comportamento uma atitude de dependência. Tudo isto tem exclusivamente a ver com auto-imagem, performance e prazer."

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Cocktail de Viagra e ecstasy

Fernando Mendes, psicólogo de Coimbra, presidente do IREFREA em Portugal - o instituto europeu que promove estudos sobre prevenção e comportamento de risco - conta uma história insólita: "Estava a fazer um estudo sobre o consumo de esctasy e foi-me dito que havia um grupo de jovens que consumia nas praias da zona de Leira. Teriam entre 15 e 19 anos. Quando falei com eles, percebi que as noites na praia eram concursos de sexo, jogos colectivos, com o objectivo de ver quem conseguia aguentar mais, variando de parceira, na mesma noite. Neste ritual, alguns deles faziam batota e tomavam drogas misturadas com Viagra."

Esta foi a primeira vez que o psicólogo se deparou com a prática do sextasy. Trata-se da ingestão de um cocktail explosivo, que associa o ecstasy (e mais recentemente a cocaína), ao Viagra, que também pode ser misturado com bebidas energéticas como o Redbull. Diz-nos o psicólogo: "Aquilo que para mim começou por ser um caso, ganhou visibilidade. Não posso dizer que seja um fenómeno muito generalizado, mas já tem alguma dimensão e revelou-nos um novo perfil de consumidores, para quem a diversão, a noite e a música estão associadas a uma vontade intensa de desejo sexual."

Neste perfil, inscrevem-se jovens e adultos, cujas idades podem variar entre os 20 e os 35 anos. "São jovens machos predadores, que associam o ecstasy, que proporciona uma sensação de relaxe, bem-estar e despertar dos sentidos ao Viagra, que lhes dá a ideia de uma performance sexual infalível. É um fenómeno transversal e interclassista e nem sempre está associado a dependência, mas que acarreta enormes comportamentos de risco, pois, neste estado, raramente se preocupam em usar preservativo" acrescenta o psicólogo.

Nos últimos anos, foram publicados inúmeros estudos sobre o consumo de Viagra entre uma população cada vez mais jovem, que toma o famoso comprimido azul associado a outro tipo de drogas para fins exclusivamente recreativos. Todos eles alertam para o perigo associado ao seu uso sistemático, pois pode causar danos irreversíveis no sistema límbico e provocar impotência.

"Droga e prazer estão intimamente ligados e sempre assim foi ao longo do tempo. Mas desde os anos 70 que temos vindo a sublimar uma cultura puramente hedonista. Toda esta generalidade de policonsumos ecstasy, derivados e todo o tipo de substâncias: cocaína, haxixe, erva, etc.), associados puramente à ideia de diversão, é um reflexo disso mesmo", afirma o mentor de Conversas de Rua.

A sua experiência ao longo destes últimos 12 anos a trabalhar sobre consumos recreativos leva-o a observar a mudança sistemática de consumos entre a população jovem. Com a divulgação acelerada de informação tudo é rápido, tudo compete. Via Net, podemos encomendar quilos de Viagra, saber exactamente todas as substâncias de que é composto um speed ou um ácido e fabricá-lo em laboratórios caseiros.

Nas suas incursões na noite, uma das perguntas que as equipas desta organização fazem aos jovens é: "Que droga pensas estar a consumir no próximo ano?" Esta indagação, permite-lhes fazer uma sondagem que lhes dá as pistas para perceber qual a nova psico-substância que irá ser posta a circular e, assim, trabalhar nos flayers que distribuem nos bares e nas festas.

"A droga que começou agora a dar é a ketamina. Um anestésico usado em medicina veterinária, que em contextos recreativos, e dependendo das doses, pode provocar uma combinação entre efeitos estimulantes, depressores e alucinogénios. Apresenta-se sob a forma líquida, em pó ou pode ser ingerida através de cápsulas", explica.

O lema da associação Conversas de Rua em relação à prevenção de drogas é apenas este: reduzir riscos, minimizar danos. O método que praticam baseia-se simplesmente em veicular informação sobre as várias drogas que circulam no mercado, alertar para os danos, distribuir preservativos, conversar com quem precisa e estar disponível para o talk down.

"No fim de uma noite de dança e de consumos há sempre muita gente perdida e exausta, que facilmente pode entrar em pânico." Num estudo sobre noite e cidades, recentemente publicado pelo IFRRA, os portugueses estão assinalados, a seguir aos espanhóis, entre todos os europeus os que mais horas saem à noite. Mas nos gráficos dos acidentes de viação e nas entradas das urgências dos hospitais, a associação ao consumo de substâncias psico-activas ainda está por fazer.

Ana Soromenho (www.expresso.pt)
Sábado, 26 de Set de 2009

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/537982

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Canabinóide é a substância com mais casos positivos de dopping

O uso de canabinóides é a prática de doping com mais casos positivos verificados em Portugal em 2007 e em 2008, segundo dados estatísticos do CNAD.

Estamos a falar da marijuana e do haxixe, substâncias que podem alterar o rendimento dos atletas em determinadas modalidades em que o relaxamento é fundamental para um bom desempenho. Porém, nas práticas desportivas mais activas, o uso de canabinóides também é considerado doping, porque preenche dois requisitos inaceitáveis: lesa a saúde do atleta e belisca aquilo que se entende pelo espírito do desporto.

Os casos sucedem-se em várias modalidades e reportam-se a atletas juniores e seniores, levantando-se a dúvida de que o desporto, afinal, pode não tirar os mais jovens dos caminhos considerados desviantes. "Não se pode esperar que o contexto desportivo seja a panaceia para todos os males. O desporto, efectivamente, ajuda, mas não é remédio. Se calhar, não fosse a prática desportiva, havia mais jovens a fumar substâncias proibidas", explicou Ana Luísa Pereira, socióloga do desporto no FCDEF (Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física). "Provavelmente, muitos deles têm esse tipo de comportamento para mostrarem que já são adultos", completou a docente.

Quando um atleta utiliza canabinóides, e é apanhado num controlo antidoping, poderá ser punido com uma advertência ou uma pena de suspensão de um ano, de acordo com a nova legislação em vigor. "A advertência leva a que o atleta seja controlado durante seis meses e, se se verificar a presença da mesma substância, a pena é agravada", complementou Luís Horta, do CNAD. Tratando-se de uma segunda infracção, o praticante fica sujeito a uma pena de dois a quatro anos, como se pode ler no artigo 59 da Lei n.º 27/2009.

"Estamos muito preocupados com este caso, porque é um problema que tem aumentado nas nossas sociedades actuais e isso reflecte-se no desporto", confirmou.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1361115

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cocktail de drogas mata finlandesa

A ingestão de um poderoso cocktail de drogas sintéticas terá sido o motivo da morte, na sexta-feira (07/08/2009), de uma finlandesa, de 20 anos, que participava no Freedom Festival, que decorre no Monte da Chaminé, em Elvas. Esta é a segunda morte por overdose ocorrida no âmbito deste evento de música electrónica. Em 2007 já havia morrido uma israelita de 30 anos no Hospital de Portalegre.
Acompanhada por duas amigas, a finlandesa ainda foi assistida ao início da noite pelos bombeiros de serviço no recinto. Acabou por morrer no Hospital de Elvas por paragem cardiorrespiratória. "Quando chegou junto dos bombeiros estava desorientada e muito agitada. Dizia que estava a arder por dentro", referiu Alexandre Lavadinho, adjunto do comando da corporação local.
A jovem deu entrada na Urgência pelas 20h30. "Foram efectuadas manobras de suporte avançado de vida. Mostrou instabilidade clínica até falecer, pelas 23h00", referiu Ilídio Pinto, porta-voz do hospital.
Ao CM, Wilma Farget, da organização do evento, promovido pela empresa Cristal Matrix, lamentou a morte da festivaleira. A responsável assegurou que o "trágico episódio" não alterará a programação.
"Foi acompanhada e assistida por todos os meios de socorro no recinto [bombeiros e Cruz Vermelha], tendo saído daqui com vida. Esta situação não irá causar qualquer alteração no festival", disse. Wilma referiu ainda que a organização assegurou apoio psicológico aos acompanhantes da falecida.
Além da finlandesa, nas Urgências do Hospital de Elvas foram assistidos anteontem dez jovens com sintomas de intoxicação por consumo de álcool e de drogas sintéticas como LSD ou anfetaminas, substâncias elaboradas com produtos químicos e provocadoras de efeitos alucinogénios. Nas imediações do recinto do Freedom, que começou no dia 6 e termina amanhã, já foram detidas pela GNR 60 pessoas por posse de droga.

Anfetaminas e cogumelos estão em alta em Portugal


O consumo de drogas em contextos festivos é de carácter recreativo, muito distinto dos padrões de consumo regular, mas já representa uma realidade que preocupa o Instituto da Droga e da Toxicodependência.

O consumo de anfetaminas e de alucinogénios, em Portugal, assume proporções semelhantes ao da heroína. A cannabis continua a ser o estupefaciente mais utilizado, mas o LSD e os cogumelos mágicos, assim como o ecstasy, são cada mais prevalentes, de acordo com o "Relatório Anual 2007 - a situação do país em matéria de drogas e toxicodependências", divulgado pelo IDT.

No período de 2001-2007, os alucinogénios, como o LSD e os cogumelos mágicos, registam claro crescimento entre os consumidores portugueses, quer considerando a população total (15-64 anos), quer os jovens adultos (15-34). Estes dados confirmam uma tendência, verificada pelo menos desde o início da década, de coexistência dos tradicionais de consumos de heroína, associados a contextos de marginalidade e exclusão, com novos padrões de consumo de estimulantes (cocaína e ecstasy) e de haxixe, sublinha, ao JN, João Goulão.

"Os festivais são representativos dessa tendência para o uso recreativo e circunstancial de substâncias com o objectivo de potenciar a diversão", acrescenta o presidente do IDT. Este tipo de consumo não se enquadra nos habituais rótulos de toxicodependência, o que não significa que a utilização de carácter recreativa seja isenta de perigos. "O maior é, sem dúvida, que ao brincar com a substância, se desenvolva a dependência e que a droga se transforme no centro de gravidade da vida dessa pessoa", alerta Goulão.

Os acidentes de viação, a violência e os comportamentos sexuais de risco, de que podem resultar gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis, são outras das consequências da utilização de psicotrópicos em cenários festivos. A intervenção do IDT, nestes contextos, "não é fácil", reconhece o responsável, que considera a a participação de jovens, numa estratégia de influência entre pares, como a via mais eficaz.

A mistura de vários produtos psicotrópicos é outro dos graves riscos associados ao consumo recreativo e representa também uma tendência já sinalizada desde 2003. O haxixe é substância ilícita mais frequente em cocktails de drogas, embora o álcool seja o pano de fundo da maioria dos consumos.

Os alucinogénios, como o LSD, estão fortemente associados à subcultura trance, como atestou a investigação conduzida por Maria do Carmo Carvalho. A autora refere, porém, que os eventos de música trance (como os festivais Boom, em Idanha-a-Nova, ou o recente Freedom, em Elvas) deixaram de ter "características underground para se transformarem em fenómenos de massa", onde a utilização de alucinogénios já pouco tem a ver com a proposta estética e cultural do movimento trance. "A intencionalidade perdeu-se e o perfil de utilizador alterou-se e é cada vez mais heterogéneo", sublinha a docente da Universidade Católica do Porto, actualmente a desenvolver uma investigação com o objectivo de caracterizar os consumos em contextos recreativos.

Helena Norte

Jornal de Notícias

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1334688

terça-feira, 4 de agosto de 2009

20 detidos no 1º dia do Festival Andanças

Vinte pessoas detidas e 30 identificadas, todas por posse e tráfico de estupefacientes, constituem o balanço do primeiro dia da operação que a Guarda Nacional Republicana (GNR) montou em torno do festival 'Andanças', que decorre até domingo na aldeia de Carvalhais, em S. Pedro do Sul.

À semelhança de anos anteriores os militares vigiam e fazem a manutenção da ordem nos acessos a este festival, que reúne milhares de pessoas na serra de S. Macário em torno da dança.

Ontem, quando começou o festival, a GNR «deteve 20 pessoas, entre os 18 e os 37 anos, por posse e tráfico de estupefacientes», disse ao DN o oficial de relações públicas da GNR de Viseu. Na operação a GNR «apreendeu heroína, cocaína, ecstasy, LSD, cogumelos alucinogénicos e centenas de gramas de haxixe», adiantou Marques Fernandes.

Foram ainda identificadas 30 pessoas «na posse de droga mas não em quantidade suficiente para presumir tráfico e que foram encaminhadas para as comissões de dissuasão da toxicodependência». Apreendidas ainda «somas consideráveis de dinheiro, telemóveis e um automóvel».

A Operação 'Andanças' envolve mais de uma centena de militares e decorre até domingo. O 'Andanças' é um festival de dança, onde as questões ambientais são uma preocupação. O objectivo é não produzir lixo, utilizando utensílios e materiais descartáveis. Este ano pretende-se atingir o "descartável-zero" nas louças.

http://www.destak.pt/artigos.php?art=37585


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Anfetaminas e metanfetaminas: diferenças e semelhanças

No mercado de drogas ilegais, as principais representantes do grupo das anfetaminas são a anfetamina e a metanfetamina (e respectivos sais) — duas substâncias sintéticas estreitamente relacionadas entre si e membros da família das fenetilaminas. Ambas as substâncias são estimulantes do sistema nervoso central, partilhando o mesmo mecanismo de acção e tendo efeitos comportamentais, tolerância, efeitos de abstinência e consumo prolongado (crónico) semelhantes. A anfetamina é menos potente do que a metanfetamina, mas em situações não controladas os efeitos são quase indistinguíveis.

Os produtos das anfetaminas e das metanfetaminas são sobretudo constituídos por pós, mas o "ice" (gelo), ou seja o hidrocloreto de metanfetamina, um sal puro e cristalino, também é consumido. Os comprimidos com anfetaminas ou metanfetaminas podem ter logótipos semelhantes aos observados nos comprimidos de MDMA e noutros comprimidos de ecstasy.

Em consequência das forma físicas em que se encontram disponíveis, as anfetaminas e metanfetaminas podem ser ingeridas, aspiradas, inaladas e, o que é menos comum, injectadas. Ao contrário do sal de sulfato de anfetamina, o hidrocloreto de metanfetamina, em especial na sua forma cristalina ("ice), é suficientemente volátil para ser fumado.

Fonte: EMCDDA drug profiles

http://www.emcdda.europa.eu/themes/drug-situation/pt/amphetamines

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Judiciária deteve trio que roubou e sequestrou estudantes



Judiciária deteve trio que roubou e sequestrou estudantes

Depois de assaltar uma jovem em Coimbra, grupo comprou e consumiu droga, deslocando-se, de seguida, à casa da vítima, onde roubou portáteis e telemóveis.

Actuavam durante a madrugada, escolhendo as vítimas entre estudantes universitários que circulavam sozinhos, a pé, nas imediações da Praça da República. Trio de assaltantes foi detido domingo à tarde pela Polícia Judiciária, depois de, pelo menos, ter cometido dois crimes de roubo com sequestro das vítimas. Um dos suspeitos também frequenta o ensino superior, enquanto os restantes não têm profissão conhecida. O consumo de estupefacientes é o elo de ligação entre os três elementos do gang.

O primeiro assalto terá ocorrido, de acordo com fonte da Directoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ), na madrugada de sexta-feira e o segundo na madrugada de domingo. Em ambas as situações as vítimas seguiam a pé, por volta das 5h00/6h00, nas imediações da Praça da República e foram interceptadas pelo trio, constituído por dois homens e uma mulher. Um conduzia a viatura, um Renault, modelo antigo, enquanto os outros dois se encarregavam de “tomar conta” da vítima. Empunhando uma arma de fogo e uma faca, os assaltantes exigiam que as vítimas lhes entregassem os valores que tinham em seu poder, nomeadamente dinheiro e telemóveis, mas também os cartões multibanco. Uma operação que, de acordo com o testemunho das vítimas, era acompanhada com constantes ameaças verbais, exercendo uma forte coação e uma intensa violência psicológica sobre os jovens.

Com os cartões em seu poder, o trio “apoderava-se” da vítima, rumando a uma caixa multibanco – na zona de Celas, no primeiro caso, ou num posto de abastecimento de combustíveis, no segundo – onde procediam ao levantamento do dinheiro possível, mantendo sempre a vítima como refém. No primeiro caso, o jovem estudante universitário, de 23 anos, acabou por ser abandonado pelos seus assaltantes/sequestrados, por volta das 7h00, na zona de Celas.

Já a segunda vítima, uma jovem, foi interceptada na madrugada de domingo, cerca das 6h00 e, depois de ameaçada e manietada pelos assaltantes, foi levada como “garante” que os códigos do cartão multibanco que forneceu estavam correctos, mas a “operação” não se ficou por aqui. Depois de procederem ao levantamento de dinheiro, os assaltantes foram adquirir estupefacientes, que consumiram, mantendo a vítima como refém. Depois disso, de acordo com fonte ligada à investigação, dirigiram-se a casa da jovem, que vive com uma amiga, também estudante, que se encontrava a dormir. Também ali o trio fez questão de deixar uma marca da sua presença, levando consigo dois computadores portáteis, telemóveis e um leitor de MP3. Com os “bolsos cheios”, deram-se por satisfeitos e foram embora, deixando a vítima em casa.

Apanhados na zona do Bota-Abaixo

As queixas chegaram à Polícia Judiciária de Coimbra, a primeira na sexta-feira e a segunda no domingo e imediatamente os investigadores se puseram em campo, acabando por proceder à detenção dos suspeitos no domingo, durante a tarde, na zona do Bota Abaixo, onde se presume procurassem fornecedores de droga. O facto de os assaltantes serem consumidores de produtos estupefacientes, conjugado com a sua actuação com a cara a descoberto, acabou por funcionar a favor de uma investigação célere, uma vez que as vítimas procederam à sua identificação, permitindo que fossem localizados e detidos poucas horas depois de terem cometido o segundo crime.

Na sequência das diligências entretanto efectuadas, no sentido de renuir elementos de prova, a PJ apreendeu a viatura em que o trio circulava e que foi usada nos dois assaltos e sequestro das vítimas, recuperando, também, alguns dos artigos roubados, nomeadamente os portáveis roubados em casa das duas jovens, bem como as armas, brancas e de fogo, usadas nos assaltos. Relativamente à arma, importa referir que, apesar de parecer uma pistola, não passa de uma réplica, de acordo com os exames efectuados pela PJ. Todavia, apesar de falsa, a arma foi o mais autêntica possível aos olhos das vítimas, quando esta lhes foi apontada, “pronta a disparar”.

O trio, que vai ser presente hoje a Tribunal para primeiro interrogatório e aplicação de medidas consideradas convenientes, terá, para além dos levantamentos de dinheiro efectuados na presença das vítimas, efectuado operações posteriores, usando os cartões dos dois jovens.

Alertas de “bom senso” para evitar riscos

Os assaltos a estudantes universitários têm-se tornado, nos últimos tempos, recorrentes e já foram vários os suspeitos detidos pela Polícia Judiciária. A “solo” ou em grupo, os assaltantes têm relevado uma particular apetência pelos estudantes, a quem roubam, sob ameaça de armas, os objectos que têm em seu poder, nomeadamente telemóveis e dinheiro e, claro, os cartões multibanco. Razões que “exigem” alguma atenção. Sem qualquer alarmismo, a Directoria do Centro da PJ alerta, todavia, para alguns cuidados a ter, no sentido de “dificultar a vida” aos assaltantes.

Na primeira linha está o andar sempre acompanhado, uma vez que qualquer pessoa sozinha é muito mais vulnerável a uma investida “mal intencionada”, sobretudo quando se trata de horas tardias. Cautela também relativamente aos objectos de valor que possam trazer consigo, especialmente à vista, e ainda um alerta no sentido de evitar locais pouco iluminados, falar com desconhecidos e não dar pretexto para abordagens. Em causa estão “alertas” de bom senso, mas que poderão inibir os assaltantes. De resto, nestes dois últimos casos, a “escolha” recaiu” precisamente sobre vítimas que se encontravam sozinhas e, como tal muito mais vulneráveis.

Um dos suspeitos é estudante universitário

O trio é heterogéneo e, para além do consumo de estupefacientes, que será o elo de ligação mais forte que os une, os três são naturais de Coimbra e aqui residentes. A mulher tem 32 anos, é o elemento mais velho do grupo, não tem profissão conhecida e do seu “histórico” pessoal faz parte uma condenação por consumo de estupefacientes.

O elemento mais novo é um jovem de 22 anos, sem profissão e sem actividade delituosa relevante até ao momento. Já seria amigo da mulher e ambos conheceram o terceiro elemento, um rapaz de 28 anos, estudante universitário, que frequenta o curso de Comunicação Social.

O grupo será responsável por estes dois crimes de assalto e sequestro, mas a PJ não coloca de parte a possibilidade do seu envolvimento noutras situações de assalto, que tiveram estudantes universitários como vítimas.

Fonte: Diário de Coimbra

Assalto violento no centro da cidade



Assalto violento no centro da cidade

Um jovem estudante foi vítima de roubo e sequestro, na zona da Praça da República. A situação não é nova, mas a violência (verbal) utilizada pelos assaltantes torna este caso invulgar.

Na madrugada da última sexta-feira, dia 10, um jovem, de 23 anos, natural e residente em Coimbra, foi vítima de roubo e sequestro, em pleno centro da cidade. O traumatizante episódio teve início perto das 05H30, na Rua João de Deus, junto ao Campo de Santa Cruz, e só terminou cerca de duas horas depois, numa zona isolada e deserta, de mato, próximo da Calçada do Gato (junto à circular externa). “Joaquim” (nome fictício) regressava a casa após uma noite com os amigos, passada num popular bar de estudantes da Praça da República, quando dois indivíduos, aparentando terem 30 anos, de cara destapada e munidos de armas brancas, o interceptaram no cruzamento da Rua Lourenço Chaves D’Almeida com a Rua João de Deus, mesmo de frente para a entrada principal do campo de futebol.

As violentas agressões verbais e ameaças de morte começaram de imediato. “Joaquim” foi depois guiado até uma caixa multibanco, localizada no bairro de Celas, forçado a revelar o código do seu cartão de débito, permitindo assim aos assaltantes levantar o valor máximo em dinheiro que lhes era permitido.

Seguiram-se momentos de pânico: “Joaquim” foi feito prisioneiro na mala do automóvel utilizado pela dupla de ladrões, onde viajou durante alguns minutos. Os assaltantes, na posse do produto do roubo e já mais calmos, abasteceram a viatura numas bombas de gasolina da cidade e, passados alguns minutos, corresponderam aos apelos do jovem conimbricense, largando-o numa zona isolada e deserta, já em plena luz do dia, e ainda ao som de mais agressões verbais e ameaças de morte. “Joaquim”, após identificar o local onde se encontrava, caminhou até à casa próxima de um amigo, de onde pôde, finalmente, contactar os seus familiares, que o recolheram, são e salvo, perto das 07H00 – um episódio que valeu um valente susto, mas que, dadas as circunstâncias (a ausência de violência física), acabou por ter final feliz.

Entretanto, Polícia Judiciária tomou conta da ocorrência e já está no terreno a trabalhar no caso.

Fonte: Diário “As Beiras”

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Consumos Recreativos e (In)Segurança Rodoviária

RESUMO
Neste estudo procedeu-se à aplicação de um inquérito sobre consumos recreativos e segurança rodoviária a uma amostra de 200 estudantes universitários, comparando-se posteriormente os resultados obtidos de um amostra de 282 sujeitos recolhida entre a população frequentadora de bares e discotecas localizadas em Braga. Os resultados obtidos indicam que os sujeitos da amostra de frequentadores de bares e discotecas recorrem com mais frequência ao consumo de substâncias e, dentre estes, os homens mais do que as mulheres. Da mesma forma, e segundo essa mesma ordem, estes sujeitos conduzem com mais frequência sob o efeito de substâncias.
Implicações destes resultados para as campanhas de segurança rodoviária são, por fim, discutidas.

Olga Cunha, Rui Abrunhosa Gonçalves
Artigo publicado na revista Toxicodependências n.º 2/2009
http://www.idt.pt/PT/RevistaToxicodependencias/Paginas/ArtigoDetalhe.aspx?ID=476

ESPAD/2007

NOTA DE IMPRENSA
para
Apresentação de resultados do ESPAD/2007
Lisboa, 26 de Março de 2009

O “ESPAD – European School Survey on Alcohol and Drugs” é um inquérito a nível europeu, que se realiza actualmente em 35 países de acordo com uma metodologia normalizada, de modo a permitir a máxima comparabilidade possível entre os resultados dos diversos países. Conta com o apoio do Grupo Pompidou do Conselho da Europa e do OEDT –
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

Este inquérito repete-se a cada 4 anos, foi iniciado em 1995, e Portugal participa desde o início. A sua realização é coordenada, a nível europeu, por Björn Hibell do CAN (Suécia) e um grupo de investigadores e, em cada país participante, por um investigador que o desenvolve com o apoio de uma ou mais instituições nacionais. No nosso país tem sido desenvolvido no IDT, IP (IDT, IPDT, GPCCD) com o apoio do Ministério da Educação e desde 2000, a coordenadora nacional do ESPAD é Dr. Fernanda Feijão, actual Responsável pelo Núcleo de Estudos e Investigação do IDT.

As amostras são representativas dos alunos que completam 16 anos no ano em que decorre a recolha de dados do estudo (nesta caso 2007) e o objectivo do estudo é obter informação que permita acompanhar a evolução dos consumos de substâncias psicoactivas (álcool, tabaco, drogas e medicamentos) entre os adolescentes europeus.

As principais conclusões do Relatório que agora se apresenta apontam genericamente para uma descida dos consumos (cfr. pg. 15 do relatório). Em síntese, e por grupos de substâncias:

- A nível europeu, de 2003 para 2007:
- TABACO - é a substância em que a tendência para a descida das prevalências de consumo (percentagens de consumidores no período de tempo em referência) é mais generalizada; com efeito assiste-se à descida em quase todos os países, Portugal incluído.
- ÁLCOOL – Globalmente a tendência é para a descida ou manutenção das prevalências de consumo, mas em muitos países há um aumento da percentagem de consumidores com padrões de consumo intensivos, Portugal incluído.
- DROGA – Globalmente, há um grupo de países (maioritariamente da Europa de Leste) em que há um aumento das prevalências de consumo (particularmente no que se refere a outras drogas que não a cannabis), outro grupo com uma certa estabilidade (variações até ± 5%) – o decréscimo em Portugal está neste intervalo – e um terceiro grupo de países em que a descida é mais acentuada, em particular alguns daqueles em que as prevalências eram das mais elevadas.
De referir que a tendência, relativamente ao consumo de cannabis é, genericamente, para o decréscimo ou manutenção do nível anterior e consumos.
- OUTRAS SUBSTÂNCIAS – relativamente aos “Tranquilizantes ou Sedativos”, aos “Inalantes” e “Álcool com Comprimidos”, as tendências gerais são, também, para a manutenção dos níveis anteriores de consumo, Portugal incluído.

Em síntese, e no que a Portugal diz respeito, os resultados mostram a descida no consumo de tabaco, um agravamento nos padrões de consumo de álcool, decréscimo ou estabilização nos consumos de drogas ilícitas e estabilização nos consumos das outras substâncias.

Publicado originalmente no sitio do IDT
relatório disponível no seguinte endereço:
http://www.idt.pt/PT/COMUNICACAOSOCIAL/COMUNICADOSIMPRENSA/Paginas/ESPAD2007eECATD2007.aspx

segunda-feira, 29 de junho de 2009

SUCESSO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DE DROGAS EM PORTUGAL



SUCESSO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DE DROGAS EM PORTUGAL
Glenn GreenwaldNY
Considerado entre os 25 constitucionalistas liberais mais influentes dos Estados Unidos, Glenn Greenwald apresentou no dia 3 de Abril, no Cato Institute em Washington, um relatório intitulado “Descriminalização da Droga em Portugal: lições para criar políticas justas e bem sucedidas sobre a droga”, onde apresenta Portugal como um caso de sucesso quanto a políticas de droga.
Distinguindo o papel pioneiro e inovador de Portugal na UE, Glenn Greenwald refere a Descriminalização das Drogas e a adopção das novas políticas de Dissuasão implementadas pelo Estado Português, destacando os progressos alcançados nos diversos parâmetros analisados.
Mais do que muitas suposições e teorias, Portugal é destacado como um país que provou que se deve encarar o doente toxicodependente como alguém a recuperar e a reinserir na sociedade, em substituição da tradicional penalização que é ainda exercida em muitos outros países.
Para João Goulão, presidente do IDT, IP, a atenção dedicada ao trabalho desenvolvido internamente, por um País que tanto investe e aspira a resolver estas temáticas e se encontra num momento de viragem política sem precedentes, é sem dúvida motivador para toda a equipa e sobretudo para o trabalho diário com os nossos utentes.
Publicado originalmente no sitio do IDT,
versão integral do livro no seguinte endereço:

terça-feira, 16 de junho de 2009

Menores 16 e Discotecas



Portugal é um dos três países da Europa onde é possível consumir álcool antes dos 18 anos, mas a prática comum é que ainda antes dos 16 anos, os jovens comecem a sair à noite. Com um maior número de fiscalizações, as casas que mais jovens acolhem – como o loft e o Garage – têm apertado o controlo e alertam, por exemplo para o aparecimento de Bilhetes de Identidade falsificados pelos próprios miúdos, com um scanner, um programa de edição de imagem e uma impressora a cores. A PSP remete para a PJ que diz não ter conhecimento desta realidade crescente. No Loft, em 2008, forma efectuadas quatro operações, mas desde que pagaram uma multa de 2.500 euros, começaram a adoptar medidas rigorosas: “ Só entram mostrando BI, nem sequer fotocópias servem”, garante o proprietário Manuel Faria. Já no Garage, a par de outras rusgas no âmbito da fiscalização habitual de estabelecimentos, desde Janeiro de 2008 foram feitas várias visitas das quais resultaram autos de notícia por contra ordenação relativos À presença de dois menores de 16 anos, entre outros ilícitos.
Jornal SOL

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ariel Pink


Amanhã, dia 2 de Junho, na Via Club, em Coimbra, concerto de Ariel Pink.
Esta é uma produção de "Put Some..." e conta com a Associação Existências enquanto Instituição convidada, no Âmbito do seu 5.º Aniversário.
A não perder!

5º Aniversário Existências_Novas Informações

domingo, 31 de maio de 2009

Dia Mundial Sem Tabaco

Organizações anti-tabágicas pedem imagens chocantes nos maços de cigarros.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu para hoje, Dia Mundial Sem Tabaco, o tema das advertências nos pacotes de cigarros, uma iniciativa também defendida por associações portuguesas, que querem imagens chocantes nos maços, para impelir os fumadores a deixar o vício.Em Portugal, a legislação não contempla a utilização de imagens chocantes nos maços de cigarros, mas esta ideia é defendida pela Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (COPPT), organização que reúne várias associações ligadas à saúde, educação e do ambiente, que têm em comum o interesse pela prevenção do tabagismo.Luís Rebelo, presidente desta associação, defendeu a campanha da OMS "Mostrar a verdade - Imagens de aviso, salvam vidas", à semelhança do que já acontece em países como o Brasil e o Canadá.
Contra o "marketing" de caixas de tabaco "glamourosas" propõe maços de tabaco ilustrados por imagens chocantes dos malefícios do tabaco acreditando que os fumadores terão mais vergonha em mostrar publicamente o seu vício.A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) alerta, por seu lado, que Portugal está a falhar no controlo e prevenção do tabagismo.
A SPP considera que, em Portugal, "o tabaco ainda é muito barato; a fiscalização não é feita nos espaços públicos fechados, nem nas escolas; os tratamentos não são comparticipados e nem sequer é possível a sua prescrição na maioria das farmácias hospitalares". Sofia Ravara, médica da SPP, defende que o tabaco deveria ser mais caro, que deveria haver mais acções de fiscalização e campanhas de sensibilização, assim como o acesso universal a consultas de cessação tabágica e linhas telefónicas de apoio.
31.05.2009 – Jornal Público - Lusa

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Observatório europeu: Consumo de drogas em Portugal

O consumo da maioria das substâncias ilícitas em Portugal está "abaixo da média europeia", disse hoje o director do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, salientando, (...) que o consumo de cocaína continua a crescer no país. "Mas isto não quer dizer que não haja problemas, uma vez que há um crescente consumo de cocaína no país", disse o alemão Wolfgang Götz.
Apesar de não ter querido pormenorizar as tendências de consumo das várias drogas em Portugal por ser "matéria da competência do Instituto da Droga e Toxicodependência", o especialista ressalvou que o problema da cocaína "não é tão grave como em Espanha", que com o Reino Unido, Dinamarca e Holanda apresentam os mais altos consumos na Europa.
Quanto ao panorama geral do consumo das restantes substâncias ilícitas na Europa, (...) este "tem vindo a estabilizar". "Pode até dizer-se que o uso de certas substâncias, como a cannabis, diminuiu, especialmente na população jovem", precisou, explicando no entanto que estimativas apontam para "cerca de quatro milhões de consumidores regulares na Europa, o que traz novos problemas".
Adiantou também que um estudo que define o mapa do mercado de cannabis, a ser publicado este ano, estima que na União Europeia e Noruega sejam consumidas "anualmente 1750 toneladas desta droga", um consumo que "poderá equivaler a um valor de venda ao público de cerca de 9,6 mil milhões de euros".
Substâncias sintéticas
Wolfgang Götz destacou também o "desenvolvimento de novas substâncias sintéticas nas mais variadas direcções", lembrando que o Mecanismo Europeu de Alerta Precoce identificou "cerca de 90 substâncias ilícitas desde 1997". "Enquanto no fim dessa década se tratava sobretudo de derivados de Ecstasy, hoje as substâncias mais comuns são os derivados de piperazina [estimulantes do sistema nervoso, como BZP]", explicou, (...) "muito recentemente, se verificou também um forte aumento dos canabinóides sintéticos".Nos últimos anos foi também identificada na UE uma "presença cada vez mais regular de misturas heterogéneas que incluem produtos vegetais, estimulantes raros e substâncias medicinais". (...)
Falta de controlo eficaz de doenças é principal problema de Portugal
O director do Observatório Europeu da Droga considera que o maior problema relacionado com o consumo de droga que Portugal enfrenta é ainda não ter conseguido mitigar eficazmente a transmissão de doenças infecto-contagiosas através das drogas injectáveis. "Na minha opinião, o principal problema que Portugal enfrenta é o de ainda não ter encontrado a chave para controlar eficazmente a transmissão de doenças infecto-contagiosas, como o HIV/Sida ou a hepatite C, através das drogas injectáveis", afirmou hoje o director do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), Wolfgang Götz.(...)
Segundo dados do Observatório Europeu, sediado desde 1995 em Lisboa, Portugal apresenta uma taxa de novos casos de HIV/Sida entre os consumidores de drogas injectadas oito vezes superior à média europeia. Num relatório apresentado no fim do ano passado em Bruxelas, Portugal é apontado como o país onde surgiram mais casos (703) de consumidores de drogas injectáveis infectados com Sida em 2006, muito à frente dos restantes estados. A Estónia ocupa o segundo lugar (191), seguida do Reino Unido (187), Alemanha (168) e França (167). O surgimento de novos casos de sida entre consumidores de droga injectável ronda os três mil por ano, segundo estimativas do OEDT. Assim, os 703 novos casos registados em Portugal em 2006 representam uma taxa oito vezes superior à media dos restantes 27 estados-membros da União Europeia.
Agência Lusa